Alt-text: símbolo de ESG e de setores relacionados
O mercado financeiro mudou. Deixou de se preocupar apenas com rentabilidade para olhar também para impacto, responsabilidade e governança.
A pauta ESG no mercado financeiro — sigla para Ambiental, Social e Governança — passou de diferencial a critério obrigatório para empresas que desejam:
- Atrair investidores;
- Preservar valor de marca;
- Garantir sua própria sobrevivência em um cenário global cada vez mais atento aos riscos não financeiros.
Tratar ESG como modismo é um erro estratégico. Estamos diante de um novo modelo de avaliação empresarial, no qual dados financeiros dividem espaço com métricas socioambientais e indicadores de ética corporativa.
Para investidores, isso significa mensurar riscos e oportunidades com mais precisão. Para empresas, exige adaptação, compromisso e clareza.
A seguir, exploramos o conceito de ESG, sua importância para o mercado financeiro e como sua implementação pode transformar uma empresa em referência no setor — e, claro, um destino atrativo para o capital.
O que é ESG?
ESG é a sigla para Environmental, Social and Governance — Ambiental, Social e Governança, em português. O termo foi popularizado a partir de 2004, em um relatório do Pacto Global da ONU em parceria com o Banco Mundial, intitulado Who Cares Wins.
A proposta era simples, mas revolucionária: integrar aspectos socioambientais e de governança na análise de desempenho das empresas.
Vamos ver o que esses pilares significam com alguns exemplos:
Ambiental | Social | Governança |
Consumo de energia | Bem-estar dos colaboradores | Estrutura administrativa |
Emissões de carbono | Relação com a comunidade e com stakeholders | Transparência e compliance |
Gestão de resíduos | Respeito aos direitos humanos | Composição de conselhos e conduta ética |
Em resumo: ESG é um conjunto de práticas que orienta empresas para além do lucro imediato. Visa construir valor sustentável no longo prazo.
Para complementar essa definição, trazemos agora o que Paulo Romaro e Ana Valéria Barbosa da Silva afirmam em um artigo publicado pela PUC-SP:
“O ESG deve ser mais do que uma postura empresarial, para ser uma cultura global. Isto significa dizer que todos os segmentos da sociedade devem estar empenhados em sua prática e cada indivíduo em todos os seus papéis na sociedade, ou seja, como pai, filho, empreendedor, profissional, estudante, consumidor, produtor, deve ser educado dentro de uma visão sistêmica e holística onde o homem não é o centro da natureza, muito menos do universo.”
Por que a pauta ESG é importante para o mercado financeiro?
O mercado financeiro trabalha com risco. E o risco, atualmente, ultrapassa os limites tradicionais.
Desastres ambientais, escândalos de corrupção ou violações de direitos humanos podem impactar diretamente o valor de uma ação — e, em muitos casos, abalar irreversivelmente a reputação de uma empresa.
Não se trata mais apenas de boa vontade. Trata-se de gestão estratégica de riscos.
O investidor contemporâneo quer proteger seu capital contra eventos imprevisíveis, mas frequentes. Quer entender se a empresa tem capacidade de adaptação diante de mudanças regulatórias, climáticas ou sociais.
Além disso, há um aspecto regulatório. No Brasil, a CVM já obriga companhias listadas na B3 a divulgarem informações ESG em seus relatórios.
Na Europa, a União Europeia avança na padronização de relatórios sustentáveis por meio da CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive). O futuro dos investimentos passa, inevitavelmente, por critérios e indicadores ESG.
Segundo Panorama ESG no Brasil 2024, 71% das empresas já adotam ESG, sendo que 45% ainda estão em estágio inicial e 26% em estágio avançado.
Por que investidores priorizam empresas com práticas ESG?
A resposta é pragmática: empresas que aplicam boas práticas ESG tendem a ser mais resilientes, transparentes e preparadas para o futuro. E isso impacta diretamente sua performance financeira.
Investidores institucionais sabem disso. Segundo a InfoMoney, 42% dos investidores consideram a pauta importante ou muito importante e 30,7% verificam se uma empresa adota os princípios ESG antes de investir.
Fundos de pensão, gestoras, bancos de desenvolvimento e até fintechs têm direcionado recursos preferencialmente para empresas que demonstram responsabilidade socioambiental e boa governança. Não por filantropia, mas por convicção estratégica.
A lógica é simples: empresas sustentáveis tendem a evitar multas, reduzir rotatividade, atrair melhores talentos e manter relações mais estáveis com fornecedores e comunidades. Tudo isso impacta o valuation.
O que define as empresas ESG?
Não basta pintar o relatório anual de verde. O mercado já aprendeu a identificar o chamado greenwashing, que é quando empresas simulam compromisso socioambiental sem de fato transformarem suas práticas.
Empresas ESG autênticas possuem:
- Métricas claras para medir e relatar impactos ambientais, sociais e de governança;
- Compromissos públicos com metas de descarbonização, inclusão e ética corporativa;
- Governança sólida, com conselhos independentes e políticas de compliance ativas;
- Engajamento real com stakeholders, ouvindo e dialogando com diferentes públicos;
- Cadeias produtivas controladas, que não expõem a empresa a riscos ocultos.
Trata-se de coerência entre discurso e ação. O mercado já não aceita menos do que isso.
Como implementar práticas ESG na sua empresa para atrair investidores
Nenhuma transformação acontece da noite para o dia. Mas há caminhos concretos para começar. Vejamos como implantar ESG com algumas boas práticas.
Pilar ambiental
Reduzir impacto ambiental é uma questão de sobrevivência. Comece medindo suas emissões de gases de efeito estufa, consumo de energia e geração de resíduos. A partir desses dados, estabeleça metas tangíveis de redução.
Adote fontes renováveis, reveja a cadeia logística, repense embalagens e incentive a economia circular. Lembre-se: investidores olham tanto para resultados quanto para a jornada. Transparência e progresso são mais valiosos que promessas vazias.
Pilar social
Aqui, o olhar se volta para as pessoas. Políticas de diversidade, equidade e inclusão se tornam um diferencial competitivo. Equipes diversas inovam mais e se conectam melhor com públicos variados.
Avalie também a relação com fornecedores — o trabalho análogo à escravidão, por exemplo, ainda é uma realidade em diversos setores.
Além disso, invista no bem-estar dos colaboradores. Programas de saúde mental, desenvolvimento profissional e remuneração justa fazem parte da agenda social de empresas ESG.
Pilar de governança
A governança é o eixo que sustenta os outros dois pilares. Sem ética, transparência e responsabilidade na tomada de decisões, toda a estratégia ESG desmorona.
Crie políticas de integridade, estabeleça canais seguros para denúncias, adote auditorias independentes e garanta diversidade nos conselhos. O investidor quer saber se a empresa tem uma estrutura que previne riscos éticos e garante accountability.
Benefícios de adotar práticas ESG para empresas
O discurso ESG traz ganhos internos profundos:
- Acesso facilitado a crédito e financiamento, já que bancos e fundos ESG oferecem condições mais atrativas para empresas com boas práticas;
- Melhor reputação de marca, o que se traduz em maior fidelidade do consumidor e menor risco de crises reputacionais;
- Redução de custos operacionais, especialmente com energia, água e insumos, quando se adota um modelo sustentável;
- Atração e retenção de talentos, pois os profissionais, especialmente da nova geração, valorizam empresas com propósito. Um relatório da Deloitte confirma que 70% dos millennials ou geração Z consideram a sustentabilidade um fator fundamental na hora de procurar uma vaga de emprego;
- Melhor performance no longo prazo, com maior estabilidade, menos processos judiciais e menor exposição a riscos externos.
Em resumo: ESG é um motor silencioso de vantagem competitiva. Ele reduz ruídos, estabiliza a operação e melhora a previsibilidade do negócio.
Gestão ESG by Deep: solução da TOTVS para transformar dados em estratégia sustentável
A TOTVS, em parceria com a startup Deep ESG, oferece a solução Gestão ESG by Deep: uma plataforma que automatiza a coleta, consolidação e análise de dados ambientais, sociais e de governança.
Com integração aos ERPs da TOTVS, a ferramenta ajuda empresas a atenderem exigências regulatórias, monitorarem KPIs ESG em tempo real e gerarem relatórios conforme padrões como o GHG Protocol.
Entre os módulos, destacam-se o Carbono Integrado, que calcula emissões dos escopos 1, 2 e 3, e o módulo Report ESG, que centraliza indicadores para validação e auditoria.
É uma solução escalável, com usabilidade simples, ideal para empresas que buscam eficiência e transparência em sua jornada sustentável.
Conheça o Gestão ESG By Deep e saiba como se adaptar a esses pilares!
Conclusão
As empresas não são mais avaliadas apenas por suas margens de lucro. Hoje, a capacidade de gerar valor sustentável — ambiental, social e institucional — pesa na balança dos investidores. E mais: é critério decisivo.
Implementar ESG exige comprometimento. Não basta mudar o discurso. É necessário repensar processos, rever fornecedores, mudar o olhar sobre colaboradores e encarar a governança como prioridade — não como formalidade.
Negócios que entendem isso se destacam. E os que ignoram essa transformação, arriscam-se a ficar à margem do mercado, perder acesso a capital e ver sua imagem corroída.
ESG não é discurso, é movimento e quem não acompanha, fica para trás. Se você quer ir além do conceito e ver como as empresas estão se transformando na prática, confira este conteúdo sobre ESG no mercado de rental.
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