A gestão de risco financeiro está cada vez mais no centro das preocupações das empresas brasileiras – e não é por acaso.
Em uma pesquisa recente da KPMG, os riscos financeiros apareceram como os primeiros fatores de risco mencionados por organizações brasileiras, à frente de temas como segurança cibernética e condições de mercado.
O dado revela um contexto claro: proteger o caixa, garantir liquidez e tomar decisões embasadas é essencial para a continuidade dos negócios.
Neste conteúdo, você vai entender por que esse tipo de gestão é tão estratégico e como aplicá-lo com eficiência. Aproveite a leitura!

O que é risco financeiro?
Risco financeiro é a possibilidade de perdas que afetam diretamente a saúde econômica da empresa. Isso pode envolver desde oscilações de mercado até decisões equivocadas de investimento.
Tradicionalmente, a definição de ”risco” remete ao pensamento de que “algo possa não dar certo”, em consequência de uma incerteza ou impossibilidade de previsão do que ocorrerá.
Na prática, o risco é uma combinação entre a probabilidade que determinado evento ocorra e os impactos por ele gerados.
Logo, não seria possível haver o risco sem a presença desses dois elementos de forma simultânea, afinal, são complementares para a formação desse cenário.
Em finanças, o risco é geralmente proporcional ao retorno, ou seja, as operações que envolvem riscos maiores podem proporcionar melhores rendimentos e vice-versa.
Por isso, o risco financeiro está relacionado ao gerenciamento do fluxo de caixa no processo de geração de lucro e investimentos.
Esse tipo de risco pode ser muito danoso ao negócio, afinal, o dinheiro é a base das demais atividades.
Nesse contexto, é necessário um bom estudo do cenário e aplicação da gestão de risco financeiro.
O que é gestão de risco financeiro?
A gestão de risco financeiro envolve as práticas e estratégias aplicadas para identificar, avaliar e tratar incertezas que podem impactar negativamente as finanças da empresa.
Esse gerenciamento cuida desde a análise de cenários econômicos até o monitoramento de operações internas, com o objetivo de reduzir perdas e proteger a saúde financeira do negócio.
Na prática, esse processo ajuda a garantir estabilidade, competitividade e sustentabilidade no longo prazo.
Principais tipos de riscos financeiros
Para fazer uma boa gestão de risco financeiro, é preciso saber identificá-los e compreender a sua natureza.
Dessa maneira, é possível direcioná-los às estratégias de gerenciamento mais adequadas.
Confira quais são os 5 principais tipos de riscos financeiros:
- Riscos legais;
- Risco de crédito;
- Risco de liquidez;
- Risco de mercado;
- Risco de operação.
Eles podem estar inseridos em diferentes contextos, considerando os riscos corporativos em uma visão mais ampla.
Conhecer essas categorias é fundamental para definir uma boa estratégia de gestão de risco financeiro. Por isso, vamos entender quais são esses contextos a seguir.
Riscos externos
É a natureza do risco que está relacionada a cenários que estão fora do ambiente da organização e, em consequência, não estão sob o poder de controle da empresa.
- Macroeconomia;
- Eventos naturais;
- Liquidez de mercado;
- Estrutura de juros e câmbio;
- Movimentos e decisões políticas.
No contexto financeiro, isso pode envolver riscos fiscais, cambiais e de juros, por exemplo.
Riscos internos
São de natureza da própria organização, ou seja, dos elementos que compõem o seu ambiente interno como, por exemplo, os seus processos, a estrutura operacional, administrativa, financeira e de informações.
O risco de liquidez é um exemplo comum, que acontece quando a gestão do fluxo de caixa está ineficiente. Como consequência, a empresa não consegue manter um equilíbrio entre as contas a pagar e a rentabilidade do negócio.
Riscos estratégicos
Estão ligados à maneira com que os gestores estratégicos estabelecem o planejamento para o curto, médio e longo prazo, bem como atuam no processo de tomada de decisão.
Uma escolha equivocada de investimento ou a falta de estratégia na alocação de recursos, por exemplo, pode comprometer o caixa e reduzir a rentabilidade.
Além disso, a falta de análise e planejamento nesse contexto pode impactar a credibilidade da empresa no mercado, dificultando o acesso a crédito empresarial e novos negócios.
Riscos operacionais
Esse tipo de risco se relaciona à possibilidade de perdas de ativos da empresa, tais como os insumos durante o processo produtivo, clientes, receitas, mão de obra qualificada e demais elementos fundamentais para o funcionamento da instituição.
Ou seja, impacta diretamente na gestão financeira do negócio.
Geralmente ocorre da ineficiência dos sistemas de gestão, fraudes, interrupções inesperadas e outros fatores relacionados.
Qual é a importância de fazer a gestão de riscos financeiros?
A gestão de risco financeiro tem um impacto direto na sustentabilidade e no crescimento das empresas em um mercado dinâmico e cada vez mais competitivo.
O processo de identificar, avaliar e mitigar riscos é um passo essencial para fortalecer o posicionamento da marca no mercado.
Isso traz diferentes benefícios, como:
- Redução de custos operacionais: a gestão de riscos evita prejuízos financeiros e, como consequência, gera uma economia de recursos para a empresa;
- Identificação rápida de gargalos financeiros: com uma boa gestão, é possível detectar de forma precoce problemas que possam impactar negativamente a saúde financeira do seu negócio;
- Tomada de decisões estratégicas embasadas: uma boa gestão envolve a coleta e análise de dados, essenciais para decisões mais assertivas e alinhadas aos objetivos organizacionais;
- Melhoria da reputação corporativa: gerenciar riscos também é uma forma de demonstrar confiabilidade, responsabilidade e credibilidade, o que se reflete na confiança de clientes e investidores.
Segundo dados da KPMG, 47% das empresas brasileiras elencam os riscos financeiros e de caixa como a principal preocupação do negócio.
Como mencionamos no início deste conteúdo, os riscos financeiros ficaram em primeiro lugar no ranking com os cinco principais fatores mencionados pelos participantes da pesquisa.
Isso evidencia a importância de implementar uma gestão de risco financeiro eficaz, capaz de estruturar uma operação resiliente e preparada para enfrentar desafios futuros.
Como avaliar e analisar riscos financeiros?
A avaliação e a mensuração são dois pilares fundamentais na gestão de risco financeiro. Neste ponto, os gestores da empresa devem determinar os potenciais efeitos e o grau de exposição para cada risco.
Os riscos financeiros normalmente são de múltiplos impactos. Isso porque, ao se manifestarem, geram uma reação em cadeia.
Por isso, é importante identificá-los o quanto antes e agir rapidamente para evitar prejuízos maiores.
Já, para a mensuração do risco, é possível ter algumas abordagens, que variam de acordo com o estágio dessa atividade.
Assim, para uma mensuração inicial, é possível adotar uma abordagem mais qualitativa, com a busca de identificar o nível de exposição ao risco que a empresa apresenta — baixa, média ou alta exposição.
No estágio intermediário e avançado da mensuração é coerente adotar uma abordagem quantitativa, estabelecendo os objetivos adequados e o acompanhamento com o uso de indicadores de desempenho e cumprimento de metas.
Perceba que, ao unir as abordagens qualitativas e quantitativas, você estabelece uma mensuração abrangente dos riscos.
De um lado, será possível visualizar as causas e efeitos e, do outro, a análise se traduz em números e projeções estatísticas dos riscos sobre a empresa.
Como tratar os riscos financeiros identificados?
Avaliou e mensurou os riscos corporativos? Fez a devida classificação? Então agora chegou o momento de dar o tratamento de acordo com cada situação e possíveis reflexos que o risco pode incidir sobre a empresa.
Com um bom planejamento, é possível prevenir um risco financeiro ou impedir que ele tenha um impacto maior sobre a operação.
Nessa etapa, o mapa de riscos tem por finalidade reunir as informações necessárias para orientar os esforços na execução de novos projetos e planos de ação, que tenham o objetivo de minimizar os riscos que afetam negativamente a organização.
Então, vejamos quais são as possibilidades no tratamento dos riscos financeiros.
Estratégias para lidar com riscos financeiros
Para escolher a abordagem correta a ser aplicada na gestão de risco financeiro, é fundamental considerar o perfil de risco do negócio, sua estrutura de capital, os objetivos de curto e longo prazo e os recursos disponíveis.
Avaliar relatórios financeiros, acompanhar o cenário externo e acompanhar o desempenho da empresa de maneira precisa são alguns passos nesse processo.
A partir dessa análise, você consegue aplicar estratégias mais aderentes à realidade da organização, como veremos a seguir.
Evitar o risco
Essa é uma das medidas que a maioria das empresas adotam no tratamento do risco, talvez, por ser uma das atitudes que menos consomem recursos.
No entanto, nem sempre isso é possível, afinal, não há como eliminar o risco financeiro, mas há como gerenciá-lo.
Isso pode pode envolver evitar operações com alto grau de incerteza ou não entrar em investimentos sem liquidez adequada, por exemplo.
Aceitar o risco
Aceitar o risco é uma das estratégias que permite maior flexibilidade quanto ao seu tratamento.
Além do entendimento de que não é possível extinguir todas as suas fontes, são abertos quatro caminhos que podem ser trilhados na gestão de risco financeiro:
- Reduzir: são as ações desenvolvidas com o objetivo de minimizar a probabilidade e os impactos dos riscos, agindo de forma proativa e se antecedendo aos fatos gerados;
- Reter: a tratativa de retenção do risco visa manter o atual nível de impactos e probabilidades em limites toleráveis para a organização. Porém, essa abordagem é um tanto inerte, de modo que a organização apenas atue na função de controle, mas não busque um benefício da situação;
- Transferir ou compartilhar: essa abordagem também visa minimizar a probabilidade e os impactos dos riscos. No entanto, ao invés de assumi-los de forma individual, a organização adota um posicionamento de transferir ou compartilhar com outros personagens envolvidos no cenário;
- Explorar: estratégia adotada pelas empresas que sabem lidar bem com esse tipo de exposição, uma situação em que buscam transformar suas fraquezas em forças (ambiente interno), bem como as ameaças em oportunidades (ambiente externo). Além disso, utilizam as informações a seu favor, para que assim tenham o conhecimento e as ferramentas para explorar as exposições de risco na alavancagem das suas operações.
Prevenção e redução de danos
A prevenção e redução dos danos busca agir em profilaxia na diminuição da probabilidade de ocorrência ou dos impactos financeiros que possam agir sobre a organização, caso tais eventos ocorram.
Nesse cenário, são criados planos de contingência para a pré e pós-exposição aos riscos corporativos que possam desencadear perdas financeiras e diminuição das operações.
Assim, os planos atuam sobre os riscos inerentes – que ocorram naturalmente e que a empresa não pode agir sobre sua probabilidade e impactos – bem como dos riscos residuais, que resultam das ações e tomada de decisão em resposta da organização aos riscos.
Capacitação
A capacitação é uma das principais ferramentas para a gestão de risco financeiro e se apresenta em duas principais abordagens: capacitação de pessoas e melhoria contínua dos processos.
Com esses pilares, a organização será capaz de agir com rapidez diante das principais ameaças de risco, bem como terá meios de eliminar as principais incertezas que impeçam o seu gerenciamento de forma efetiva.
Outro fator essencial para garantir a melhoria contínua dos processos e manter a saúde financeira do negócio é investir em sistemas de gestão financeira com análise preditiva.
Eles facilitam o controle de indicadores de desempenho e otimizam o monitoramento da operação, permitindo uma identificação eficiente de riscos e até mesmo antecipando problemas.
TOTVS Gestão Financeira – Linha Gesplan
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Dessa forma, contribui para a gestão de risco financeiro e facilita a tomada de decisões assertivas e alinhadas às normas vigentes.
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Conclusão
Conduzir uma gestão de risco financeiro eficiente é uma prática estratégica que protege a sustentabilidade da empresa e contribui para decisões mais inteligentes em todos os níveis.
Com um mercado cada vez mais volátil, a capacidade de identificar, analisar e tratar riscos com agilidade se torna um diferencial competitivo.
Nesse cenário, soluções especializadas, como o TOTVS Gestão Financeira – Linha Gesplan, ajudam a integrar dados e trazer visibilidade para toda a operação, permitindo uma atuação proativa da equipe.
Esses são passos essenciais para fortalecer a empresa, garantir resiliência diante de incertezas e promover o crescimento sustentável do negócio.
Para contribuir com esse processo, vale aprofundar o conhecimento com a leitura do nosso conteúdo sobre compliance financeiro.
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