O período de experiência é uma etapa decisiva na jornada de qualquer novo colaborador. A legislação brasileira prevê que ele dure, no máximo, 90 dias. Esse é um momento importante para que a empresa avalie a adaptação, o desempenho e o alinhamento cultural de quem acabou de chegar.
No entanto, muitas organizações ainda tratam a avaliação de experiência como mera formalidade. O resultado? Decisões pouco embasadas, colaboradores inseguros quanto ao seu desempenho e, em alguns casos, contratações equivocadas que poderiam ter sido evitadas.
Mas, quando bem estruturada, a avaliação de experiência se transforma em uma ferramenta estratégica para o RH. Ela permite identificar talentos promissores, corrigir falhas no processo de integração e reduzir o risco de turnover precoce.
Além disso, garante ao colaborador clareza sobre o que está indo bem e o que precisa ser melhorado, fortalecendo a cultura de feedback da organização.
Neste artigo, você vai entender o que é a avaliação de experiência, por que ela é tão importante, quais critérios devem ser considerados, como aplicá-la na prática e de que forma a tecnologia pode potencializar esse processo. Boa leitura!
O que é avaliação de experiência?
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A avaliação de experiência é um processo estruturado de análise do desempenho, da adaptação e do comportamento de um colaborador durante seu período de experiência em uma empresa.
Enquanto o período de experiência é a fase contratual – um contrato de trabalho por prazo determinado, que pode durar até 90 dias –, a avaliação de experiência é a ferramenta que permite verificar, com critérios claros, se o colaborador deve ser efetivado ao final dessa etapa.
Avaliação de experiência x avaliação de desempenho
É importante não confundir a avaliação de experiência com a avaliação de desempenho. Embora relacionadas, elas têm objetivos distintos:
- avaliação de experiência: ocorre nos primeiros dias ou meses de contrato e tem como foco decidir sobre a efetivação;
- avaliação de desempenho: é contínua, feita ao longo de todo o vínculo empregatício, para apoiar o desenvolvimento do colaborador, identificar pontos de melhoria e reconhecer resultados.
Qual a importância da avaliação de experiência?
A avaliação de experiência não deve ser vista apenas como uma exigência contratual. Na prática, ela é uma ferramenta estratégica que favorece tanto a empresa quanto o colaborador. Quando aplicada de forma estruturada, traz clareza, reduz riscos e fortalece a adaptação desde os primeiros dias.
Do lado da empresa, esses são os principais ganhos:
- decisões mais assertivas: a avaliação fornece dados objetivos para confirmar se a contratação foi acertada.
- redução de turnover precoce: contratações equivocadas são detectadas antes de se tornarem um problema maior;
- aperfeiçoamento do recrutamento e seleção: feedbacks coletados ajudam a entender se o processo de contratação está funcionando bem;
- alinhamento de expectativas: evita ruídos entre gestor e colaborador logo nos primeiros meses;
- retenção de talentos: profissionais com bom desempenho recebem reforço positivo e se sentem motivados a permanecer.
Já para o colaborador, o impacto é igualmente relevante:
- segurança sobre o desempenho: o feedback estruturado traz clareza sobre o que está indo bem;
- transparência: o profissional sabe quais critérios estão sendo avaliados e se sente mais confiante no processo;
- oportunidades de crescimento: ao receber devolutivas, o colaborador consegue ajustar pontos de melhoria;
- sentimento de acolhimento: a empresa demonstra interesse genuíno em sua adaptação e desenvolvimento.

Quando aplicar a avaliação de experiência?
A Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) estabelece que o período de experiência pode durar até 90 dias. Esse contrato pode ser dividido, por exemplo, em:
- 30 + 30 dias (com uma prorrogação);
- 45 + 45 dias;
- ou outro modelo, desde que não ultrapasse o limite legal de 90 dias.
Independentemente do prazo adotado, a avaliação de experiência deve ser feita de forma estratégica. O ideal é que ela aconteça em dois momentos principais:
- avaliação parcial: geralmente aos 30 ou 45 dias, dependendo do contrato. Esse primeiro encontro permite ajustes no onboarding, correções de rota e feedbacks imediatos;
- avaliação final: no fechamento do contrato (60 ou 90 dias), quando se decide pela efetivação ou não.
Esse acompanhamento intermediário evita surpresas no final e aumenta as chances de sucesso na integração do colaborador.
Critérios e competências a serem avaliados
Uma boa avaliação de experiência deve considerar os resultados técnicos, naturalmente, mas também deve levar em conta aspectos comportamentais e de adaptação cultural, que são fundamentais para o sucesso do colaborador no longo prazo.
Entre os critérios mais relevantes, estão:
Flexibilidade e adaptação ao trabalho:
- ajuste às funções e responsabilidades do cargo;
- facilidade para integrar-se à equipe;
- aderência à cultura e aos valores da empresa.
Interesse e comprometimento:
- nível de entusiasmo com as atividades;
- engajamento no período de onboarding;
- dedicação para alcançar resultados e aprender.
Relacionamento interpessoal:
- capacidade de se integrar ao grupo;
- colaboração com colegas e líderes;
- clareza e respeito na comunicação.
Capacidade de aprendizagem:
- facilidade para absorver novas informações;
- disposição para fazer perguntas e buscar conhecimento;
- evolução percebida entre o início e o fim do período.
Muitas empresas utilizam formulários estruturados, atribuindo notas de 1 a 10 para cada critério. Esse formato garante objetividade e comparabilidade entre diferentes colaboradores.

Como conduzir a avaliação de experiência?
Conduzir a avaliação de experiência exige planejamento e clareza de critérios. Não basta aplicar um formulário no final do contrato: é preciso pensar em todo o processo como uma jornada de acompanhamento do colaborador, desde o primeiro dia até o momento da decisão sobre a efetivação.
Confira o passo a passo para estruturar essa prática!
1. Defina a frequência das avaliações
A primeira decisão é estabelecer em quais momentos a avaliação será aplicada. O mais indicado é dividir em etapas: uma parcial, no meio do período (aos 30 ou 45 dias), e outra final, ao término do contrato (60 ou 90 dias).
Essa divisão permite ajustes no onboarding e garante que o colaborador receba feedbacks ainda durante a adaptação, evitando surpresas na avaliação final.
2. Determine critérios claros de análise
Uma avaliação só cumpre seu papel se os critérios forem bem definidos. Por isso, antes de iniciar o processo, o RH e o gestor devem alinhar as competências técnicas e comportamentais que serão observadas.
Aqui entram pontos como entrega de resultados, engajamento, postura no ambiente de trabalho, relacionamento interpessoal e aderência à cultura da empresa. Quanto mais objetivos forem os critérios, mais justa será a análise.
3. Construa um questionário estruturado
Com os critérios definidos, é hora de transformá-los em perguntas que facilitem a avaliação. O ideal é criar questionários curtos, mas completos, combinando escalas de pontuação (como de 1 a 5 ou 1 a 10) com perguntas abertas que permitam comentários.
Isso equilibra a objetividade dos números com a riqueza qualitativa das percepções do gestor.
4. Inclua a autoavaliação do colaborador
A avaliação de experiência não deve ser um processo unilateral. Dar espaço para que o próprio colaborador reflita sobre seu desempenho é essencial.
Ao responder sobre sua adaptação, dificuldades e pontos fortes, o profissional traz informações valiosas e se sente parte ativa do processo, aumentando o engajamento e a transparência.
5. Analise resultados de forma conjunta
Após a aplicação dos questionários, é hora de consolidar as informações. RH e gestor devem avaliar os resultados em conjunto, cruzando percepções e identificando padrões.
Esse momento também serve para verificar se o processo de integração da empresa foi eficaz ou se ajustes são necessários para melhorar a adaptação dos próximos contratados.
6. Conduza um feedback estruturado
O ápice da avaliação de experiência é a devolutiva ao colaborador. Esse feedback precisa ser transparente, equilibrando pontos positivos e oportunidades de melhoria. Mais do que comunicar uma decisão, essa conversa deve funcionar como orientação de carreira, mostrando o que o profissional pode fazer para se desenvolver.
Exemplos de perguntas para avaliação de período de experiência
Para tornar o processo mais prático, veja alguns exemplos de perguntas que podem ser aplicadas em questionários de avaliação de experiência:
- Em uma escala de 0 a 5, como você avalia a adaptação do colaborador à equipe?
- O colaborador demonstra interesse e comprometimento com as tarefas?
- Como tem sido a integração do novo profissional com a cultura organizacional?
- O colaborador demonstra iniciativa para aprender novas funções?
- Houve evolução significativa entre o início e o período atual?
- O profissional apresenta facilidade em se comunicar com colegas e líderes?
Essas perguntas podem ser respondidas pelo líder direto e pelo próprio colaborador, criando uma visão mais completa do processo.

Desafios comuns e como superá-los
Mesmo sendo uma prática essencial, a avaliação de experiência ainda encontra barreiras no dia a dia das empresas. Muitas vezes, o RH e os gestores sabem da importância desse acompanhamento, mas acabam esbarrando em dificuldades práticas que comprometem a efetividade do processo.
Conhecer esses obstáculos e saber como superá-los é fundamental para transformar a avaliação de experiência em uma ferramenta realmente estratégica.
Subjetividade nas respostas
Um dos maiores problemas é a falta de critérios claros na hora de avaliar. Quando a análise depende apenas da percepção do gestor, o risco de injustiça ou viés é alto.
Como superar: é importante criar formulários estruturados, com escalas de pontuação e perguntas objetivas. Assim, os resultados se tornam comparáveis e mais confiáveis.
Falta de acompanhamento contínuo
Outra dificuldade comum é realizar a avaliação apenas ao final do contrato. Nesse caso, o colaborador pode passar semanas sem saber se está no caminho certo.
Como superar: a solução é dividir o processo em etapas, com avaliações parciais e finais, o que permite ajustes no meio do percurso e garante um feedback mais útil e imediato.
Dificuldade em dar feedbacks negativos
Nem sempre os gestores se sentem preparados para conversar sobre pontos de melhoria, e isso pode levar a avaliações superficiais ou até à omissão de informações importantes.
Como superar: investir em treinamentos de liderança e em técnicas de comunicação não-violenta ajuda a transformar o feedback em um momento construtivo, que orienta o colaborador em vez de desmotivá-lo.
Excesso de foco técnico
Em alguns casos, a avaliação se concentra apenas no desempenho técnico, deixando de lado aspectos como engajamento, fit cultural e relacionamento interpessoal. Esse desequilíbrio pode fazer com que a empresa perca profissionais com grande potencial de desenvolvimento.
Como superar: é essencial adotar uma visão mais ampla, que valorize tanto os resultados quanto as atitudes e comportamentos.
O papel da tecnologia na avaliação de experiência
Conduzir avaliações de experiência de forma manual, com planilhas, e-mails soltos ou formulários impressos, pode até funcionar em empresas muito pequenas, mas rapidamente se torna um processo burocrático, trabalhoso e sujeito a falhas.
Além do retrabalho, há risco de perda de dados, inconsistências entre gestores e dificuldade em acompanhar os resultados de forma centralizada.
É nesse cenário que a tecnologia se apresenta como uma grande aliada do RH. Com o apoio de sistemas especializados, o processo de avaliação deixa de ser pontual e fragmentado para se tornar estruturado, ágil e baseado em dados.
Isso significa mais clareza para gestores, mais transparência para colaboradores e decisões mais estratégicas para a organização.
Entre os principais ganhos que a tecnologia pode trazer, estão:
- automatização de processos: questionários de avaliação podem ser disparados automaticamente nos prazos definidos (30, 45 ou 90 dias);
- centralização de informações: todas as respostas e feedbacks ficam registradas em um só lugar, facilitando o acompanhamento histórico e a análise comparativa entre colaboradores;
- relatórios e dashboards em tempo real: gestores têm acesso a indicadores claros, que ajudam a embasar decisões de efetivação e identificar pontos de melhoria na integração;
- integração com outras rotinas de RH: é possível cruzar dados da avaliação de experiência com informações de recrutamento, onboarding e treinamentos, gerando uma visão completa da jornada do colaborador;
- segurança e confiabilidade de dados: sistemas modernos garantem que as informações sejam armazenadas em nuvem, com controle de acesso e histórico de registros.

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- segurança de dados, com gestão de acessos e conformidade com a LGPD.
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Conclusão
Avaliação de experiência é muito mais do que um simples requisito legal. É uma oportunidade valiosa de alinhar expectativas, fortalecer a cultura organizacional e tomar decisões de contratação com mais segurança.
Quando bem estruturada, gera benefícios claros para todos — a empresa, que reduz riscos e aprimora seus processos, e o colaborador, que se sente acolhido, orientado e valorizado.
Mas sabemos que só boas intenções não bastam. Nesse sentido, a adoção de tecnologia é o catalisador que transforma intenções em prática eficiente.
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