Garantir ambientes de trabalho mais seguros é uma prioridade para empresas de todos os setores — da indústria ao varejo, passando, claro, por escritórios, escolas e hospitais. Por isso, o mapa de risco é uma das ferramentas mais importantes na gestão da saúde e segurança ocupacional.
Muitas empresas ainda tratam o mapa de risco apenas como uma formalidade, mas, na verdade, esse recurso pode ser a diferença entre um ambiente seguro e um local propenso a acidentes ou doenças ocupacionais. Afinal, ele ajuda a enxergar perigos que nem sempre são óbvios e protege o bem mais valioso de qualquer negócio: as pessoas.
A sua empresa já tem um mapa de risco atualizado e visível para todos os colaboradores?
Neste artigo, você vai entender como elaborar um mapa de risco, além de conhecer seus tipos, exigências legais e como a tecnologia pode tornar esse documento mais estratégico.
Boa leitura!
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O que é o mapa de risco?
O mapa de risco é uma representação gráfica dos perigos existentes em um ambiente de trabalho. Ele mostra, de forma clara e visual, onde estão localizados os riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes que podem afetar a saúde e a integridade dos colaboradores.
Essa representação costuma ser feita sobre a planta baixa do local, com círculos de diferentes tamanhos e cores, de acordo com a natureza e a intensidade do risco. É uma forma prática de enxergar vulnerabilidades que, muitas vezes, passam despercebidas na rotina.
Para que serve o mapa de risco?
Mais do que um requisito legal, o mapa de risco tem uma função estratégica: ele ajuda empresas a prevenir acidentes, promover a saúde ocupacional e tomar decisões mais assertivas sobre mudanças no ambiente, uso de EPIs e treinamentos.
Quer um exemplo? Em uma fábrica com maquinário pesado, o mapa de risco pode sinalizar a necessidade de EPIs específicos, proteções coletivas ou rodízio de funções para evitar lesões por esforço repetitivo. Já em um hospital, pode evidenciar a importância de medidas contra contaminação biológica nas áreas de isolamento.
Qual a importância do mapa de risco?
O mapa de risco é uma ferramenta de gestão que atua diretamente na prevenção de acidentes, promoção da saúde ocupacional e na criação de um ambiente de trabalho mais eficiente e seguro. Ignorar a sua importância é fechar os olhos para riscos que podem gerar prejuízos financeiros, problemas legais e impactos humanos irreversíveis.
Ou seja, o mapa de riscos é importante porque:
- reduz os acidentes e doenças ocupacionais: ao identificar os riscos presentes em cada setor da empresa, o mapa permite que medidas preventivas sejam planejadas e executadas com mais assertividade;
- apoia o cumprimento da legislação: a lei brasileira exige que empresas adotem medidas de segurança no trabalho, e o mapa de risco é parte desse compromisso. Ter esse documento atualizado é uma forma de demonstrar, em caso de fiscalização ou auditoria, que a empresa está atenta às exigências legais;
- melhora a comunicação interna sobre segurança: por ser visual e direto, ele é uma excelente ferramenta de educação e conscientização dos colaboradores, tornando o diálogo sobre segurança mais acessível até mesmo para quem não está habituado a termos técnicos;
- reduz custos e passivos trabalhistas: acidentes geram afastamentos, processos e indenizações. O mapa de risco permite que a empresa atue de forma proativa, evitando gastos desnecessários com problemas que poderiam ter sido prevenidos;
- incentiva a cultura de prevenção: empresas que priorizam a saúde e segurança do trabalho constroem uma cultura organizacional mais sólida, em que os colaboradores se sentem cuidados, respeitados e mais propensos a colaborar com o negócio;
- é base para tomadas de decisão mais estratégicas: o mapa de risco também serve para mostrar onde investir. A partir do mapeamento, gestores podem planejar reformas, reposicionamento de setores, aquisição de equipamentos, revisões de layout e capacitações de forma mais inteligente.
Quais são os níveis de risco?
Quando falamos em riscos ocupacionais, é preciso identificar o tipo de perigo e também entender a intensidade com que ele pode afetar a saúde ou integridade física dos colaboradores.
É por isso que o mapa de risco classifica cada situação em diferentes níveis:
- leve: pouco provável de causar acidentes ou doenças, com baixa gravidade;
- moderado: tem chance razoável de causar danos à saúde ou à integridade do trabalhador;
- grave: alto potencial de causar acidentes graves, doenças ocupacionais ou até mortes.
Essa graduação serve para orientar as prioridades de intervenção, ajudando os gestores a decidirem onde agir primeiro, qual investimento é mais urgente e quais áreas exigem atenção contínua.
Além disso, a divisão por níveis facilita a comunicação visual no mapa: normalmente, são usados círculos de diferentes tamanhos (pequeno, médio e grande) ou cores mais intensas para sinalizar os pontos mais críticos da empresa.
Quais são os 4 tipos de riscos?
A legislação brasileira, por meio da NR-5, classifica os riscos ocupacionais em cinco categorias, mas muitas vezes eles são agrupados como os “4 grandes grupos”, excluindo os riscos de acidentes por serem mais variados.
São eles:
- riscos físicos: ruído, calor, frio, radiações, vibrações, entre outros;
- riscos químicos: exposição a substâncias tóxicas, poeiras, vapores e gases;
- riscos biológicos: vírus, bactérias, fungos e outros agentes patogênicos;
- riscos ergonômicos: posturas inadequadas, esforço repetitivo, jornadas exaustivas.
Como falamos, há ainda os riscos de acidentes, que envolvem condições inseguras como pisos escorregadios, máquinas sem proteção ou iluminação inadequada.
O que diz a NR-5 sobre o mapa de risco?
A elaboração do mapa de risco está prevista na Norma Regulamentadora nº 5 (NR-5), que trata da atuação da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
Mas o que exatamente essa norma exige?
De modo geral, a NR-5 determina que todas as empresas com CIPA constituída devem elaborar e manter atualizado o mapa de risco, com participação dos trabalhadores de todos os setores. A ideia é garantir que o mapeamento represente de fato a realidade da empresa, com base em quem vive o dia a dia daquele ambiente de trabalho.
A norma ainda reforça que esse processo deve ser feito com apoio técnico do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), quando houver na empresa.
Em resumo, a NR-5 diz que:
- a CIPA é responsável pela condução do processo de elaboração;
- os trabalhadores de cada setor devem ser ouvidos;
- o mapa deve estar visível nos locais de trabalho;
- sempre que houver alterações relevantes nos processos, o mapa deve ser revisado.
Essa regulamentação mostra que o mapa de risco vai além de um mero documento: ele representa um compromisso real da empresa com a saúde e segurança no ambiente de trabalho.
O mapa de risco é obrigatório?
Sim. O mapa de risco é obrigatório para todas as empresas que possuam CIPA, ou seja, aquelas com mais de 20 empregados regidos pela CLT.
Entretanto, empresas menores, ainda que não sejam obrigadas por lei, podem adotar o mapa de riscos como boa prática de segurança.
Quem deve elaborar o mapa de risco?
A elaboração deve ser feita pela CIPA, com apoio técnico do SESMT quando presente. A participação ativa dos trabalhadores é fundamental para garantir que os riscos sejam identificados com precisão.
Esse trabalho conjunto permite unir o conhecimento técnico com a vivência prática do dia a dia, resultando em um diagnóstico mais completo e realista.
Como elaborar um mapa de risco?
Elaborar um mapa de risco exige um processo estratégico, que envolve análise cuidadosa, participação ativa dos colaboradores e conhecimento técnico sobre os riscos envolvidos.
Um bom mapa precisa refletir fielmente a realidade da empresa, indicando onde estão os perigos, qual a intensidade de cada um e que ações devem ser priorizadas para garantir a segurança de todos.
Veja o passo a passo abaixo:
1. Formar ou ativar a CIPA
O primeiro passo para criar um mapa de risco é garantir que a CIPA esteja em funcionamento. Ela será responsável por coordenar a elaboração do mapa, envolvendo os trabalhadores e promovendo uma escuta ativa sobre os riscos do dia a dia.
Caso a empresa conte com um SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), essa equipe deve apoiar tecnicamente a construção do mapa.
2. Obter uma planta do ambiente de trabalho
A base visual do mapa de risco é um desenho proporcional do ambiente de trabalho, que pode ser uma planta baixa, um croqui simplificado ou um layout digital. Esse material servirá como base para a identificação visual dos riscos.
É importante que essa planta inclua todos os setores da empresa — inclusive áreas de circulação, estoques, áreas externas, banheiros e refeitórios.
3. Identificar os riscos existentes em cada setor
Com a planta em mãos, o próximo passo é conversar com os trabalhadores de cada área e observar o ambiente para identificar:
- quais tipos de riscos estão presentes;
- com que frequência eles ocorrem;
- a gravidade e a probabilidade de causarem danos.
Nessa etapa, é muito importante considerar tanto os riscos evidentes quanto os mais sutis, como iluminação inadequada, ruído constante ou posturas incorretas ao longo do expediente.
4. Classificar os riscos por tipo e intensidade
Depois de identificar os riscos, cada um deve ser classificado conforme sua categoria e grau de severidade. Essa classificação geralmente segue uma legenda de cores e tamanhos de círculos, como:
- cores para o tipo de risco (por exemplo, verde para riscos físicos, vermelho para químicos, etc.)
- tamanho do círculo para a gravidade (pequeno para leve, médio para moderado, grande para grave)
Esse sistema facilita a visualização dos pontos mais críticos do ambiente.
5. Representar os riscos na planta
Agora é hora de montar de fato o mapa, inserindo os círculos coloridos na planta do local de trabalho e posicionando-os nos locais onde os riscos foram identificados. Essa visualização clara e padronizada permite que qualquer colaborador compreenda, rapidamente, quais cuidados são necessários em cada espaço.
6. Validar e divulgar o mapa
Após a montagem, o mapa precisa ser validado com os trabalhadores e, se aplicável, com o SESMT. É muito importante que todos entendam as informações ali representadas. Depois disso, ele deve ser fixado em local visível para que todos tenham acesso, como entrada dos setores, murais de comunicação interna ou refeitórios.
Além disso, o mapa deve ser revisto periodicamente, principalmente se houver mudanças nos processos, na equipe ou no layout da empresa.
Exemplos de mapas de risco
Apesar de seguirem a mesma lógica de construção, os mapas de risco podem variar bastante conforme o tipo de atividade desenvolvida por cada empresa. Isso porque os riscos presentes no ambiente de trabalho mudam de acordo com o setor, os processos operacionais e as condições físicas do espaço.
Abaixo, reunimos alguns exemplos para ilustrar como essa ferramenta pode ser aplicada em diferentes contextos.
Mapa de risco ambiental
Empresas que atuam com substâncias tóxicas, resíduos, insumos químicos ou operações em áreas externas, como fábricas, mineradoras, empresas de saneamento ou agronegócio, precisam mapear riscos ambientais com muito cuidado.
Nesse tipo de mapa, é comum a identificação de riscos biológicos, químicos e físicos, como:
- exposição prolongada a produtos químicos;
- contato com agentes biológicos;
- presença de ruído intenso ou vibração contínua;
- emissão de gases ou partículas nocivas ao meio ambiente.
O mapa de risco ambiental ajuda a definir áreas de contenção, uso obrigatório de EPIs e medidas preventivas para preservar o meio ambiente e a saúde dos trabalhadores.
Mapa de risco de segurança do trabalho
Esse é um dos formatos mais comuns e abrange os riscos ligados à integridade física e mental dos trabalhadores. Pode ser aplicado em praticamente qualquer tipo de empresa, do escritório à indústria pesada.
O objetivo é minimizar acidentes e doenças ocupacionais, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.
Mapa de risco hospitalar
Em hospitais e clínicas, o foco está na biossegurança e nos riscos ergonômicos. Isso porque os profissionais da saúde estão constantemente expostos a agentes infecciosos, substâncias químicas utilizadas em procedimentos e jornadas exaustivas.
Neste caso, o mapa de risco geralmente destaca:
- salas com risco de contaminação;
- locais com manipulação de medicamentos perigosos;
- exposição a radiação (em setores de imagem);
- esforço físico repetitivo de profissionais da enfermagem.
Esse tipo de mapa é essencial para garantir a segurança da equipe de saúde e também dos pacientes.
Mapa de risco em escolas e instituições de ensino
Mesmo ambientes que parecem inofensivos também devem ser avaliados. Em escolas, por exemplo, é importante mapear:
- riscos ergonômicos para professores e funcionários administrativos;
- riscos de acidentes em áreas externas, como quadras e playgrounds;
- uso inadequado de produtos de limpeza;
- problemas de ventilação e iluminação nas salas de aula.
O mapa de risco escolar ajuda na prevenção de acidentes com alunos e na promoção da saúde dos profissionais da educação.
Como a tecnologia ajuda no controle do mapa de risco?
A tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais estratégico na gestão de segurança do trabalho. Com processos cada vez mais complexos e dinâmicos, contar apenas com ferramentas manuais para identificar e acompanhar riscos não é mais suficiente.
Hoje, empresas de todos os portes e setores estão adotando soluções digitais para tornar o controle de riscos mais preciso, ágil e integrado.
Além de melhorar a visibilidade sobre o ambiente de trabalho, essas tecnologias ajudam a antecipar problemas, automatizar atualizações do mapa de risco e garantir maior conformidade com as normas de segurança.
Veja como softwares e sistemas de gestão podem transformar o gerenciamento de riscos na sua empresa:
- criação de mapas de risco dinâmicos e atualizáveis;
- integração do controle de riscos com indicadores de saúde e segurança;
- alertas automáticos para revisão do mapa;
- registro e acompanhamento de acidentes;
- automatização do fluxo de comunicação entre CIPA, SESMT e lideranças.
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O mapa de risco não é apenas uma exigência normativa: é uma ferramenta que pode transformar a forma como sua empresa enxerga segurança, produtividade e prevenção.
Ao longo deste artigo, explicamos o que é o mapa de risco, como ele funciona na prática, quais são seus níveis e tipos, quem é responsável pela sua elaboração e de que forma a tecnologia pode potencializar esse processo.
Empresas que tratam o controle de riscos como uma estratégia de gestão estão mais preparadas para crescer com segurança e sustentabilidade.
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