Venture capital é um termo inglês que se tornou pauta nas rodas de investimento por todo mundo. Interessante para startups e para investidores que buscam apostar na inovação, é um dos melhores caminhos para construir empresas, marcas e soluções de sucesso.
Na teoria, este é um tipo de investimento bastante elaborado. No entanto, seu core é simples de entender: trata-se do capital de risco.
Ou seja, investir em empresas sem tanto faturamento ou pouco market share, apostando em seu potencial de crescimento escalável.
O mais interessante é que, apesar de ser algo novo em terras brasileiras, o capital de risco é um mecanismo de financiamento utilizado há vários anos.
Empresas como Apple e Google, para citar dois exemplos emblemáticos, são o que são graças ao investimento neste molde.
E você, pronto(a) para aprender mais sobre o tema? Preparamos um guia com tudo que você precisa saber. Confira!
O que é venture capital?
O venture capital — ou simplesmente capital de risco — é uma modalidade de investimento que mira empresas com alto potencial de crescimento, mas sem presença de mercado ou mesmo iniciantes.
Na prática, é como um combustível para ajudar essas empresas (geralmente startups) a decolar.
É o dinheiro dos investidores, geralmente indivíduos ou organizações de alto valor líquido, que é fornecido a uma empresa em troca de uma parte de uma participação acionária, que pode ser minoritária ou majoritária, a depender do acordo.
Ou seja, quando uma empresa recebe um aporte dessas organizações, ela recebe venture capital.
Isso significa ter acesso a uma fonte de fundos que pode ajudar uma ideia inovadora a se transformar em uma empresa de sucesso.
Em troca, esses investidores esperam ter um retorno sobre seu investimento à medida que a organização cresce e continua a se expandir.
Muitos empreendedores consideram o capital de risco uma parte essencial da construção de sua empresa e do lançamento de seus produtos.
Esse é um meio que exige muito estudo e análise crítica de mercado.
Para os empreendedores, é essencial saber como encontrar e garantir um investimento crítico para levar um produto ou serviço para o mundo e aumentar a sua escala em velocidade relâmpago.
Já para os investidores, é preciso ter conhecimento de diferentes mercados e uma alta capacidade de análise financeira.
Como funciona essa modalidade de investimento?
Esse tipo de financiamento é feito por investidores específicos, chamados de “venture capitalists“. Diferente de outros modelos, o capital de risco possui uma estrutura mais particular, composta de: firma, fundo e sócios.
- Firma: é a empresa que realiza os investimentos em empresas privadas. O tamanho, segmento, nível de risco, entre outros fatores, vai depender da firma em si.
- Fundo: o mecanismo utilizado para alavancar recursos para as empresas inovadoras escolhidas. Esse dinheiro é levantado junto a organizações, pessoas físicas e demais entidades interessadas, e é administrado pela firma.
- Sócios: os administradores da firma, que gerenciam seus processos e decidem em quais empresas alocar os recursos.
Nesse caso, no cenário de uma empresa receber um capital de risco, os sócios da firma responsável normalmente exigem uma participação acionária e uma cadeira no board da mesma.
Assim, prova-se como um método útil para empreendedores que têm uma paixão por sua ideia de negócio, mas faltam com os meios financeiros para concretizá-la.
Por sua vez, os venture capitalists têm a oportunidade de ajudar a moldar novas e inovadoras startups que podem potencialmente se tornar investimentos lucrativos.
O cenário de venture capital no Brasil
No mercado brasileiro, o venture capital passa por um período de transição. Afinal, o momento atual (início de 2023) pode ser identificado como o gap entre o pré e pós-pandemia, de acordo com vários especialistas.
Em 2021, por conta dos juros menores e de um Banco Central mais proativo, vários investimentos foram realizados, levando em conta valuations muito acima do ideal.
De acordo com matéria da CNN Brasil, naquele ano, foram captados mais de R$46,5 bilhões apenas em capital de risco, uma soma 218% maior do que a registrada no ano de 2021.
Ainda conforme os dados, mesmo antes de terminar, 2022 já era considerado o segundo maior ano no que diz respeito ao investimento em capital de risco em toda América Latina.
Para 2023, a previsão é de rodadas mais sólidas, com mais pesquisa por parte das firmas e fundos envolvidos.
Qual a diferença de private equity e venture capital?
As estratégias de investimento em private equity e capital de risco diferem muito em termos de suas metas, implementação e cronograma.
Os investimentos de private equity são geralmente direcionados para empresas estabelecidas com registros comprovados de crescimento, visando uma aquisição de participação seguida do desenvolvimento de longo prazo da empresa.
Em outro panorama, o capital de risco visa em grande parte empresas iniciantes, com crescimento não comprovado na prática, mas com alto potencial de alcançá-lo.
Nesse sentido, esse último modelo está mais focado no reinvestimento rápido com um objetivo final de uma grande vitória ou capacidade de sair do acordo dentro de uma janela de cerca de 5 a 7 anos.
Embora proporcione menos retorno do que os investimentos de private equity oferecem, é tratado como a principal opção ao investir em startups devido à sua alta tolerância ao risco.
Venture capital, investidor-anjo e seed capital: como se diferem?
Quando se trata de investir capital financeiro em empresas iniciantes, há várias opções disponíveis.
Projetos de capital de risco e investidores-anjo normalmente envolvem um grupo de investidores que colocam fundos em empresas em fase inicial para fins de retorno financeiro sobre o investimento.
Porém, existe outro termo no mercado: o seed capital.
A principal diferença entre os três reside em sua estrutura e nas motivações por trás deles.
O venture capital tende a ter processos mais estabelecidos, envolvendo maiores contribuições de múltiplos investidores.
Já os investidores-anjos geralmente trazem tanto experiência financeira e de mercado, como também conexões valiosas, dando mais do que apenas apoio monetário a jovens empreendedores.
Além disso, podem ser indivíduos e não empresas. Em muitos casos, além de investirem no negócio, também são (os primeiros) clientes do mesmo.
Finalmente, o seed capital pode vir da própria família, amigos, ou realmente qualquer indivíduo que acredita no potencial de uma ideia de negócio (às vezes oferecendo orientação também).
Assim, o seed capital serve como uma base para as empresas se desenvolverem e permite que elas desenvolvam seus produtos ou serviços e aumentem sua base de clientes.
Os benefícios de receber investimentos de venture capital
Entre os principais benefícios do venture capital, podemos citar alguns, como:
Smart money
Ao buscar capital de risco, um dos maiores benefícios que você pode encontrar é o smart money. O que isso significa?
Além de fornecer recursos financeiros, os venture capitalists procuram trazer valor com sua experiência e conhecimento.
Assim, eles também se posicionam como consultores e ajudam a refinar planos estratégicos e estabelecer contatos dentro de suas redes, criando ainda mais oportunidades para o crescimento do negócio.
Dessa maneira, com sua ajuda, os negócios têm acesso mais facilitado aos mercados, o que é crítico para escalar e melhorar as operações.
Investimento de longo prazo
O venture capital é uma opção popular tanto para startups quanto para empresas estabelecidas.
Embora ele possa ser atraente por seu potencial de alto retorno, um dos seus principais benefícios é seu foco de longo prazo — considerando uma janela que pode ir de 5 a 7 anos ou mais.
Ao ter uma visão muito mais longa dos investimentos em comparação com modelos mais tradicionais, os investidores desse modelo são capazes de fornecer financiamento, orientação e apoio em um horizonte de tempo muito maior.
Crescimento rápido e sólido
Com grandes recursos e uma enorme ambição para ajudar as organizações a se expandir rapidamente, os venture capitalists podem ser vistos como uma resposta eficiente para empresas crescerem rapidamente e de maneira sólida.
Afinal, eles fornecem recursos sem compromissos e, ao fazê-lo, permitem um crescimento ambicioso que revoluciona as operações de uma empresa.
Conselho para decisões fiscais e administrativas
Para empresários que buscam uma base forte para seus negócios, a conexão com o capital de risco pode ser a resposta.
Alcançar os investidores proporciona mais do que apenas dinheiro — também lhe dá acesso a uma equipe altamente experiente de consultores de negócios.
Por meio deste relacionamento, os empreendedores podem construir um relacionamento valioso como mentores, ganhando insights e conselhos únicos no que diz respeito tanto às decisões fiscais quanto administrativas.
Exemplos de empresas que foram financiadas por esse mecanismo
Que tal conferir algumas das principais empresas alavancadas pelo capital de risco?
O WhatsApp, que foi comprado pelo Facebook por US$22 bilhões em 2014, recebeu um investimento de venture capital da Sequoia, uma das maiores firmas do gênero, de US$8 milhões em 2011.
Na época da venda, a VC já havia investido 60 milhões de dólares, com uma fatia de 18% do aplicativo. Por isso, com a venda concretizada, a Sequoia faturou cerca de 3 bilhões de dólares.
O próprio Facebook é um case de sucesso. A Accel Partners e Breyer Capital (os early investors) puseram US$12,7 milhões na empresa em 2005. Quando fez seu IPO em 2012, a organização teve um valuation incrível de US$104 bilhões.
Já a Alibaba, gigante chinesa do comércio eletrônico, recebeu um investimento de US$20 milhões por 34% do negócio da SoftBank, empresa japonesa. Em 2014, após um IPO recorde e a venda de mais de US$22 bilhões em ações, o pedaço da SoftBank foi avaliado em mais de 60 bilhões de dólares.
As principais dificuldades enfrentadas por uma venture capital
Conquistar o investimento de uma firma de venture capital não é algo simples.
O processo inicial normalmente começa com uma rodada de apresentação da ideia ou do negócio em si, com muito enfoque do empreendedor em vender corretamente sua solução com um pitch encantador.
A realização dessa rodada de investimentos vai depender do modelo da própria firma, que pode realizá-la com vários interessados ou com alguns selecionados.
Ao conquistar o financiamento, uma das principais dificuldades é sobre como melhor alavancar seus novos fundos e ajustar sua estratégia de crescimento.
Isso significa dar passos ativos para melhorar seu posicionamento competitivo, identificar parcerias estratégicas, desenvolver sua base de clientes e refinar as operações.
Com o aumento da concorrência, também é vital que os empreendedores considerem como construir a consciência de seus negócios e ficar à frente dos competidores.
Tudo isso requer comprometimento, planejamento e know-how da indústria e mercado para garantir o sucesso a longo prazo.
Com a abordagem correta, o capital de risco pode ser uma ferramenta inestimável para o início do crescimento do negócio.
Por que investir em venture capital?
Investir em capital de risco pode ser uma opção atraente tanto para investidores novatos quanto para os mais experientes.
Por um lado, aqueles com apetite por risco podem achar que esse é o cenário perfeito para capitalizar sobre retornos potencialmente altos.
Por outro lado, os investidores que preferem uma perspectiva de longo prazo podem ver o capital de risco como uma oportunidade de diversificar suas carteiras.
Apesar dos benefícios potenciais, este tipo de investimento não é isento de risco — afinal, esse fator está até no nome!
Como investir em venture capital?
O ideal, para investidores, é encontrar uma empresa com um objetivo definido, como:
“Quero levantar R$5 milhões e usar esse dinheiro para expandir o time de vendas, fortalecer e ampliar o marketing, bem como melhorar desenvolver uma versão mais barata da nossa solução para alcançar novos mercados. Para isso, estamos dispostos a abrir mão de 40% do negócio.“
Caso o pitch seja convincente e o time envolvido entenda que a empresa tem sim potencial de gerar, daqui alguns anos, um valor maior do que os R$5 milhões pedidos, o negócio vale a pena.
Para isso, é essencial pesquisar que tipo de investimento de risco lhe atrai, considerar financiadores especializados, decidir sobre seu orçamento e ler cuidadosamente toda a papelada para evitar esquemas fraudulentos.
Entre os indicadores financeiros que os investidores ficam de olho, incluem-se: lucro, EBITDA, receita, dívidas e riscos.
iDEXO
O iDEXO é o hub de inovação aberta da TOTVS, responsável por conectar startups inovadoras com o ecossistema da maior empresa de tecnologia do Brasil.
Na prática, o iDEXO amplia o portfólio de ofertas da TOTVS e aproxima a Companhia e seus clientes do ecossistema de startups e de soluções inovadoras que simplificam o dia a dia dos negócios.
Além do hub de inovação, a TOTVS conta ainda com o CV iDEXO. O fundo de Corporate Venture Capital da Companhia foi criado em 2021 e é gerido pela Citrino Ventures, especialista neste tipo de modalidade de investimento.
O CV iDEXO tem como objetivo investir em startups com alto potencial de crescimento e capacidade de inovação, por meio de aquisições de participações minoritárias. Já são cerca de 10 startups que receberam rodadas de investimento e um exit registrado.
Então, conheça mais sobre a atuação do iDEXO!
Conclusão
O capital de risco é uma ótima opção para startups ou empresas estabelecidas que buscam uma chance de crescimento rápido.
Trabalhar com investidores experientes pode ser incrivelmente benéfico, pois eles fornecem recursos, expertise, conexões e orientação — todos fatores inestimáveis para o sucesso.
Para investidores, é uma maneira de diversificar seu portfólio e, apesar dos riscos, ter a chance de se envolver com diferentes pessoas e conquistar um alto ROI.
E você, entendeu tudo sobre o tema? Esperamos que esse guia definitivo ajude a compreender o que é o venture capital e tudo que cerca o assunto, na teoria e na prática.
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