O Coeficiente de Desempenho de Receita (CDR) representa um percentual adicional calculado sobre o valor do aluguel cobrado de lojistas, de modo a ajustar e acompanhar as flutuações no desempenho de vendas.
Ou seja, esse percentual estabelece uma conexão direta entre o faturamento das lojas e o valor pago em aluguel, ajustando os encargos locatícios à realidade de desempenho de cada lojista.
Na prática, o CDR transforma parte da receita da administradora em uma variável que acompanha o fluxo de vendas do empreendimento.
Além de beneficiar ambas as partes em momentos de alta ou baixa nas vendas, o coeficiente traz impactos positivos na saúde financeira do shopping, na previsibilidade de receitas e na atração de novos inquilinos.
Neste conteúdo, explicamos o conceito e detalhamos as formas de aplicação do CDR, seus benefícios, os desafios de apuração e as ferramentas tecnológicas que facilitam sua gestão.
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O que é CDR e qual sua função nos contratos de locação?
O Coeficiente de Desempenho de Receita (CDR) é um indicador utilizado nos contratos de locação comercial para calcular a parcela variável do aluguel dos lojistas.
Na prática, este indicador é aplicado sobre a receita bruta de vendas das lojas, funcionando como um multiplicador que define o valor do aluguel variável. Portanto, sendo proporcional ao desempenho comercial do lojista.
Sua fórmula simples pode ser representada pela relação abaixo, sendo o coeficiente previamente estabelecido no contrato em valores percentuais (2%, 5%, 7% etc.):
Parcela variável = Receita Bruta de Vendas x Percentual CDR |
Neste sentido, a aplicabilidade e função do CDR nos contratos de locação é a de vincular parte do aluguel ao desempenho econômico da loja; seguindo os princípios de sustentabilidade e elasticidade empresarial.
Isso torna a remuneração do locatário mais dinâmica, permitindo que a administradora se beneficie de períodos de alta nas vendas e, em paralelo, reduza a carga sobre os lojistas em momentos de menor faturamento.
Como o CDR substitui ou complementa o aluguel fixo?
O CDR pode ser aplicado de duas formas principais nos contratos de locação comercial: como complemento ou como substituto do aluguel fixo.
Para compreender melhor essa modalidade contratual, é necessário definir o conceito de custo fixo e custo variável. Neste cenário, o aluguel é um custo fixo, enquanto o valor apurado pelo coeficiente representa um custo variável, pois cresce ou diminui conforme o volume de vendas.
Portanto, na primeira modalidade, o aluguel de loja pode ser composto por um valor fixo mensal e uma parcela variável, baseada na relação também variável determinada pelo CDR.
Modalidade 1: Complemento | Valor total = aluguel fixo + CDR |
Exemplo:Receita Bruta do Lojista: R$100.000,00Coeficiente: 7% (0,07)Aluguel fixo: R$16.000,00CDR: R$7.000,00 Valor total: R$23.000,00 |
Ainda nesse cenário, caso seja estabelecido em cláusula contratual, o lojista pode pagar o valor que for maior entre o aluguel fixo estabelecido e o valor resultante da aplicação do CDR sobre a receita das vendas.
Por um lado, essa estrutura contratual visa proteger o shopping de variações extremas de faturamento, garantindo uma receita mínima (por meio do aluguel fixo). Por outro lado, permite adaptar os rendimentos ao potencial de crescimento das vendas dos lojistas.
Já a segunda modalidade e possibilidade contratual é a substituição total do valor do aluguel fixo pelo Coeficiente de Desempenho de Receita. Por exemplo, em casos de novas operações ou negócios sazonais, onde há grande incerteza quanto ao desempenho futuro.
Modalidade 2: Substituição | Valor total = CDR |
Exemplo:Receita Bruta do Lojista: R$100.000,00Coeficiente: 7% (0,07)CDR: R$7.000,00 Valor total CDR: R$7.000,00 |
Nesses contratos, o aluguel é totalmente variável e vinculado exclusivamente ao faturamento da loja. Assim, oferecendo maior flexibilidade ao lojista, mas, compartilhando o risco entre as partes.
Por que o CDR é importante para a saúde financeira do shopping?
Avaliado sob o aspecto da sustentabilidade financeira, a adoção do CDR como componente de aluguéis de lojista representa um mecanismo relevante para a administração de centros comerciais e shopping centers.
Em primeiro aspecto, o coeficiente tem a capacidade de criar uma correlação direta entre a performance financeira dos lojistas e a receita da administradora do shopping.
Neste sentido, em cenários de crescimento nas vendas, o shopping é beneficiado com um aumento proporcional na receita de aluguel variável, o que eleva a margem operacional do negócio.
Em segundo aspecto, a integração do CDR aos contratos também permite ao shopping diversificar suas fontes de receita e reduzir o risco de inadimplência, pois o aluguel se ajusta automaticamente ao faturamento real das lojas.
Por exemplo, quando os lojistas apresentam boas vendas, o impacto é duplo: eleva-se a receita de aluguel e reforça a atratividade comercial do empreendimento para novos lojistas e investidores.
Do ponto de vista da gestão financeira e empresarial, o coeficiente também permite maior precisão na elaboração do fluxo de caixa do shopping, uma vez que cria uma correlação direta entre a sazonalidade das vendas e as receitas operacionais do empreendimento.
Por fim, o coeficiente é um elemento central nas negociações com lojistas. Em momentos de renegociação de contrato, as partes podem ajustar o percentual para adaptar o custo da locação ao desempenho real da loja.
Desafios na apuração do CDR
Apesar de sua relevância, a apuração do CDR apresenta desafios técnicos e operacionais, sendo o principal deles a dependência das informações de vendas fornecidas pelos lojistas de modo que seja realizada proporção e definição do coeficiente.
Como o cálculo do coeficiente exige dados precisos sobre a receita bruta de vendas, o shopping precisa contar com a colaboração e a transparência dos locatários no envio dessas informações.
Essa dependência traz consigo o risco de subnotificação de vendas ou atraso na entrega de dados, o que pode comprometer a previsão de receitas e afetar o fluxo de caixa do empreendimento.
Além disso, as diferenças entre os setores e os modelos de negócio dos lojistas exigem ajustes contratuais específicos para garantir a equidade na sua aplicação. Por exemplo, segmentos com maior margem de lucro ou menor volume de vendas podem demandar percentuais diferenciados.
No entanto, a utilização de softwares especializados para gestão demonstra-se uma das soluções mais eficazes para mitigar esses problemas, tendo em vista a automatização de processos e realização de cálculos padronizados.
Além disso, esses softwares também permitem a geração de relatórios gerenciais e financeiros que auxiliam na tomada de decisão, na elaboração de projeções de receita e na auditoria das informações prestadas pelos lojistas.
Portanto, quando aliado a um sistema confiável de apuração, o coeficiente não só garante a equidade e justiça contratual, mas também se transforma em uma poderosa ferramenta de gestão.
Como um software especializado ajuda a gerenciar o CDR?
A gestão eficiente do Coeficiente de Desempenho de Receita depende diretamente da capacidade de coletar, tratar e analisar grandes volumes de dados financeiros com precisão e agilidade.
Um software especializado cumpre esse papel ao automatizar o processo de apuração das receitas dos lojistas, centralizando as informações de faturamento em uma única plataforma.
Por exemplo, por meio de um portal de autoatendimento, os próprios lojistas podem inserir os dados de vendas, reduzindo a necessidade de controles paralelos por e-mail ou planilhas. Outros recursos possíveis são:
- Integração com módulos de cobrança;
- Emissão de boletos;
- Notificações automáticas para inadimplentes;
- Parametrização de contratos;
- Geração de relatórios em tempo real.
Desse modo, os sistemas garantem que cada cálculo de CDR reflita exatamente as condições estabelecidas, mesmo em casos de percentuais diferenciados ou fundos promocionais, assim como possibilitam uma visão consolidada e estratégica da performance de cada unidade locada.
Como o CDR impacta negociações e projeções?
Um sistema especializado permite cruzar o histórico de faturamento dos lojistas com os percentuais de CDR praticados, oferecendo uma base objetiva para decisões como reajustes de aluguel, concessão de carências ou aprovação de expansão de área locada.
Nas negociações, a administração pode simular cenários de impacto financeiro, considerando as variações de venda e os efeitos sobre o fluxo de caixa.
Por exemplo, para as projeções de receita, alguns softwares proporcionam recursos de análise que cruzam dados de vendas passadas, contratos vigentes e indicadores de mercado, facilitando a elaboração de orçamentos e previsões de médio e longo prazo.
Além disso, esses sistemas permitem o acompanhamento do desempenho de fundos promocionais e outras receitas variáveis, trazendo maior precisão ao planejamento estratégico.
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Conclusão
A adoção do Coeficiente de Desempenho de Receita nos contratos de locação representa um passo estratégico na gestão financeira de shopping centers, promovendo maior equilíbrio entre riscos e oportunidades para lojistas e administradores.
Sua aplicação permite alinhar os interesses comerciais das partes, estabelecendo uma relação direta entre o desempenho das vendas e a geração de receita do empreendimento.
No entanto, sua eficácia depende da precisão na coleta de dados e da transparência na comunicação entre os envolvidos.
Por isso, o uso de tecnologias especializadas tem se mostrado essencial para garantir a confiabilidade na apuração dos valores, minimizar erros operacionais e facilitar o acompanhamento de resultados.
Portanto, a correta implementação e monitoramento desse coeficiente assegura a justiça contratual, assim como fortalece o planejamento, a competitividade e a sustentabilidade econômica dos empreendimentos comerciais. Gostou do artigo? Aproveite e conheça os pilares e práticas essenciais na administração de shopping!
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