Entenda o ROE e o papel dessa métrica para as empresas

Equipe TOTVS | 04 março, 2024

Entender os indicadores financeiros faz parte da tarefa de ser um empreendedor ou empresário que deseja guiar seu negócio ao sucesso. Entre esses indicadores, está o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE).

Ela se destaca como uma das métricas mais importantes para avaliar a eficiência com que uma companhia utiliza seus recursos próprios para gerar lucro. E qual negócio pode ignorar isso?

Pensando nisso, preparamos um material sobre esse tema. Vamos apresentar sua aplicabilidade no cotidiano empresarial, oferecendo insights sobre como interpretar e melhorar este índice. Acompanhe e aproveite!

O que é o ROE de uma empresa?

O Retorno sobre o Patrimônio Líquido é uma métrica financeira que mede a capacidade de uma empresa de gerar lucro a partir de seu próprio capital, ou seja, o capital investido pelos seus acionistas ou proprietários. 

Em essência: ele indica quão bem uma empresa utiliza os investimentos para promover crescimento e rentabilidade.

Por isso, representa a eficiência com que o patrimônio líquido é empregado.

Qual a função desse indicador?

A função principal do indicador do Retorno sobre o Patrimônio Líquido é oferecer uma medida clara e objetiva da rentabilidade de uma empresa em relação ao capital próprio investido pelos seus acionistas

Por isso, ele tem várias funções, como:

  • Avaliação de desempenho: permite avaliar o desempenho financeiro de uma empresa ao longo do tempo, possibilitando comparações com períodos anteriores. Isso ajuda a identificar tendências de melhoria ou deterioração na capacidade da empresa de gerar lucro com o capital dos acionistas;
  • Comparação entre empresas: facilita a comparação entre empresas do mesmo setor, independentemente do tamanho delas. Um número mais alto pode indicar uma gestão mais eficiente e uma melhor utilização do capital, oferecendo uma base para decisões de investimento ou benchmarks estratégicos;
  • Decisões estratégicas: para empreendedores e empresários, ele é crucial para fundamentar decisões estratégicas, incluindo investimentos em novos projetos, expansão de negócios, ou reestruturações. Um valor saudável sinaliza que a empresa está no caminho certo, enquanto um valor baixo pode exigir revisões na estratégia operacional ou financeira;
  • Atração de investimentos: empresas com um número alto tendem a atrair mais interesse de investidores, pois demonstram uma gestão eficaz e a capacidade de gerar retornos atraentes sobre o capital investido. Isso é particularmente importante para empresas que buscam financiamento externo ou que desejam melhorar sua posição (ou entrar) no mercado de ações;
  • Eficiência operacional: ele também reflete a eficiência operacional da empresa, indicando como recursos internos são transformados em lucro. Isso pode incentivar a adoção de práticas de gestão mais eficientes, otimização de processos e melhor alocação de recursos.

ROE x ROI x ROIC

Ao avaliar o desempenho financeiro de uma empresa, é comum se deparar com uma série de indicadores, cada um com seu propósito específico. 

ROE, ROI (Retorno sobre o Investimento) e ROIC (Retorno sobre o Capital Investido) são frequentemente utilizados, mas possuem diferenças fundamentais em suas aplicações e no que medem. 

Como já apresentamos o ROE, vamos falar primeiro sobre os outros dois. O ROI é uma medida ampla que calcula o retorno gerado sobre um investimento específico, independentemente da fonte de financiamento (próprio ou de terceiros). 

Ele é utilizado para avaliar a eficácia de diferentes tipos de investimentos dentro e fora da empresa, incluindo projetos, campanhas de marketing e aquisições. Seu cálculo é a divisão do lucro líquido do investimento pelo custo total do investimento.

O ROIC mede a rentabilidade de uma empresa em relação ao capital total investido, incluindo dívidas e patrimônio líquido. 

É uma visão sobre a eficiência com que a empresa utiliza tanto o capital de dívida quanto o capital próprio para gerar lucros. 

Para chegar no seu valor, é preciso dividir o lucro operacional líquido de impostos pelo capital investido total (patrimônio líquido mais dívida total).

Considerando isso, podemos separar suas diferenças em 3 sentidos:

  • Aplicabilidade: enquanto o ROE foca na eficiência do uso do capital dos acionistas, o ROI é mais genérico, aplicável a qualquer tipo de investimento. Já o ROIC oferece uma visão mais abrangente, considerando todo o capital investido na empresa;
  • Perspectiva de financiamento: o ROE e o ROIC diferenciam-se pela inclusão da dívida. O primeiro considera apenas o capital dos acionistas, enquanto o segundo leva em conta tanto o capital próprio quanto o de terceiros;
  • Objetivo de avaliação: o ROI é frequentemente usado para avaliar investimentos isolados, o ROE é útil para avaliar a rentabilidade da empresa como um todo do ponto de vista dos acionistas, e o ROIC avalia a eficiência global da empresa em gerar valor a partir de todo o capital investido.

Como é feito o cálculo do ROE?

O cálculo do ROE é realizado através de uma fórmula simples, que relaciona o lucro líquido da empresa com o seu patrimônio líquido. 

A fórmula para calcular é:

ROE = Lucro Líquido ÷ Patrimônio Líquido Médio) x 100

Essa fórmula o expressa como uma porcentagem, indicando quanto lucro a empresa gera para cada unidade de valor do patrimônio líquido investido pelos acionistas.

Na prática, como isso funcionaria?

Suponha que uma empresa tenha um lucro líquido anual de R$200.000. O patrimônio líquido no início do ano era de R$1.000.000 e, no final do ano, de R$1.200.000. 

Primeiro, calcula-se o patrimônio líquido médio, que seria:

(R$1.000.000+R$1.200.000)÷2 =R$1.100.000

Em seguida:

(200.000÷$1.100.000)×100=18,18%

Isso significa que, para cada real do patrimônio líquido investido pelos acionistas, a empresa gerou um retorno de aproximadamente 18 centavos no ano em questão. 

Este é um indicador valioso da eficiência com que a gestão está utilizando o capital dos proprietários para gerar lucros.

Como interpretar o resultado do Retorno sobre o Patrimônio Líquido?

A função desse indicador é apresentar o desempenho financeiro e operacional da empresa, certo?

Um ROE elevado pode indicar uma gestão eficaz e uma empresa saudável, enquanto um baixo pode sinalizar problemas na geração de lucro ou na alocação de capital — mas ainda é preciso uma análise mais detalhada para identificar as causas subjacentes.

A interpretação vai além de apenas classificar como alto ou baixo; ela depende do contexto da empresa, do setor em que atua e das condições.

Vamos falar um pouco mais sobre isso a seguir!

ROE positivo

Um número positivo indica que a empresa está gerando lucro a partir do capital próprio dos acionistas. 

Quanto maior, mais eficiente é a empresa em converter o patrimônio líquido em lucro líquido. 

Um valor elevado é geralmente visto como um sinal de gestão competente, operações eficientes e uma estratégia de negócios sólida. 

No entanto, é importante analisar em conjunto com outros indicadores financeiros e considerar a média do setor para evitar conclusões precipitadas. 

Um valor muito alto, especialmente se for significativamente superior ao de empresas semelhantes no mesmo setor, pode ter mais relação com alavancagem financeira excessiva ou práticas insustentáveis.

ROE negativo

Um valor negativo revela que a empresa está enfrentando prejuízos, incapaz de gerar retorno positivo sobre o patrimônio líquido dos acionistas. 

Isso pode ser atribuído a uma série de fatores: gestão ineficiente, estratégia de negócios falha, condições de mercado adversas ou desafios operacionais significativos. 

É um sinal de alerta para gestores e investidores, indicando a necessidade de uma avaliação profunda dos problemas subjacentes e a implementação de medidas corretivas. 

Mas ao olhar pela lente da trajetória financeira da empresa e do ambiente econômico em que o negócio opera, em alguns casos, pode ser visivelmente algo temporário ou parte de um investimento estratégico maior.

O que é considerado um bom ROE?

Um “bom” ROE varia significativamente entre diferentes setores e está sujeito a interpretações baseadas em contextos econômicos, condições de mercado e estratégias empresariais. 

De forma geral, um valor que supera a média do setor em que a empresa opera pode ser considerado bom, mas, ainda assim, não necessariamente é.

Indústrias com intensivo uso de capital, como utilidades públicas, tendem a ter valores mais baixos, enquanto setores como o tecnológico, como tech fins, que exigem menos capital físico, podem apresentar valores mais altos. 

Um número considerado bom em um setor pode não ser tão impressionante em outro.

Já um valor consistentemente alto ao longo de vários anos é um indicador de boa performance. A consistência sugere que a empresa não está apenas passando por um bom momento, mas que tem uma operação eficiente e sustentável.

Empresas em crescimento podem reinvestir seus lucros, o que pode temporariamente reduzir o retorno. 

Nesse contexto, um número menor não necessariamente indica uma má gestão, mas um investimento para o crescimento futuro. A expectativa é que esses investimentos gerem valores mais altos no futuro.

Algumas análises ainda sugerem que um bom valor deve superar as taxas de juros de longo prazo, pois isso indicaria que a empresa está gerando mais valor do que o custo de capital. 

Se o valor é maior que a taxa de juros, a empresa está agregando valor aos seus acionistas.

O setor financeiro, por exemplo, que inclui bancos, instituições de crédito, seguradoras e fintechs, geralmente opera com níveis de alavancagem significativamente mais altos do que outros setores. 

Isso pode influenciar diretamente o ROE ideal, muitas vezes resultando em valores mais elevados quando comparado a setores menos alavancados.

Dimensa + TOTVS

Embora envolvam essa métrica, as operações financeiras de um negócio vão muito além de olhar para esse valor, principalmente quando se atua no setor de finanças.

A Dimensa entende isso: é a união da TOTVS, maior empresa de tecnologia do Brasil, com a B3, principal instituição de infraestrutura do mercado financeiro nacional. 

Seu foco é oferecer soluções inovadoras e flexíveis para que bancos e fintechs otimizem suas operações, impactando diretamente o lucro líquido e, consequentemente, o ROE. 

Nosso sistema para gestão de bancos e financeiras, por exemplo, atua desde a automatização de tarefas rotineiras até o controle de conta corrente e muito mais. 

Conheça a Dimensa e como ela está pronta para ajudar sua operação financeira!

Conclusão

O ROE serve como um farol para se ter uma visão clara da eficiência com que uma empresa utiliza o capital dos seus acionistas para gerar lucros.

Ao mesmo tempo que ajuda na tomada de decisões estratégicas, ele contribui para o desenvolvimento sustentável do negócio

E como falamos, o primeiro passo é saber calculá-lo, no entanto, o segundo é saber interpretá-lo.

A empresa deve levar em conta o contexto econômico atual, as taxas de juros predominantes e as condições específicas do mercado. 

Além disso, comparações diretas devem ser feitas com outras empresas dentro do mesmo setor, considerando também a média do setor e as tendências ao longo do tempo.

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