CFOP de transporte: entenda os códigos fiscais

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Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 11 junho, 2025

Utilizar e indicar corretamente o CFOP de transporte é uma etapa essencial na gestão fiscal e logística de empresas que lidam com a circulação de mercadores.

Enquanto sigla para Código Fiscal de Operações e Prestações, o CFOP de transporte e outras operações é utilizado como um sistema de identificação da natureza das movimentações de bens e serviços, sendo fundamental a sua aplicação correta em documentos fiscais.

Neste contexto, sua aplicação adequada na escrituração contábil implica em maior precisão e controle nos processos logísticos. Mas, como aplicá-lo de maneira correta e qual a sua relação com a documentação CTe?

Neste artigo, você entenderá como funciona o CFOP no transporte, sua relação com o Conhecimento de Transporte Eletrônico (CTe), quais são os códigos mais utilizados, além de conhecer soluções tecnológicas que ajudam na correta aplicação dessa classificação.

O que é CFOP?

O Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP), é um sistema numérico padronizado que classifica as entradas e saídas de mercadorias e serviços em operações comerciais.

Este sistema é utilizado para identificar, a partir de uma classe numérica, a natureza da movimentação, sua origem ou destino. Por exemplo, se compra, venda, devolução, transferência ou industrialização; ainda, se ocorre dentro, entre estados ou no exterior.

Cada CFOP possui quatro dígitos (XXXX), onde o primeiro indica a direção da operação e os demais detalham o tipo específico de transação.

Para ilustrar: o código 1101 representa uma compra para industrialização dentro do estado.

Do ponto de vista da escrituração fiscal, o sistema padronizado do CFOP é essencial, pois permite a apuração correta dos tributos, como o ICMS, assim como o cumprimento das obrigações acessórias por parte das empresas.

O que determina o CFOP de frete?

O CFOP de transporte ou frete é determinado com base na natureza da operação de transporte e na relação entre remetente, destinatário e prestador do serviço.

Segundo o Ajuste SINIEF n°3/2022, o sistema de classificação numérica CFOP depende:

  • Tipo de movimentação da mercadoria: compra, venda, transferência, etc.;
  • Responsabilidade pelo frete: remetente ou destinatário;
  • Localização dos envolvidos: mesmo estado, outro estado ou exterior.

Portanto, o CFOP de transporte correto identifica se o frete está vinculado a uma entrada ou saída, assim como a que tipo de operação ele se refere.

Qual a relação entre CFOP e CTe?

Enquanto o CFOP representa uma padronização numérica para classificação da entrada e saída de mercadorias e serviços, o CTe (Conhecimento de Transporte Eletrônico) é um documento fiscal digital que registra a prestação de serviços de transporte de cargas.

Desse modo, o CFOP presente em notas fiscais indica a natureza da operação e o CTe documenta o serviço de transporte.

No entanto, como nem toda nota fiscal envolve deslocamento de mercadoria, o CFOP ajuda a identificar quais registros da NF-e são relevantes para análise e gestão da operação logística.

Assim, o CFOP de transporte é essencial para filtrar e qualificar os dados do CTe, contribuindo para gerar matrizes origem-destino mais precisas e úteis ao planejamento de transportes.

Qual o CFOP correto para CTe?

A indicação do CFOP de transporte correto para um CTe dependerá, sobretudo, da natureza da operação de transporte vinculada à nota fiscal.

Em recente estudo, de 2025, o IPEA analisou o tratamento de dados de CTes enviados à Receita Federal do Brasil, tendo por objetivo avaliar a viabilidade da documentação para estimar a matriz OD (origem-destino) de cargas de massa.

No relatório publicado, os técnicos do instituto afirmam que é necessário realizar um tratamento específico para filtrar apenas as operações que, de fato, envolvem movimentação física de mercadorias.

Há diversas transações que não geram movimentação de mercadorias […] Para tratar essas questões, é necessário tratar as operações com base no Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP)”

Em outras palavras, nem todo CTe corresponde automaticamente a uma movimentação válida para fins logísticos.

Por exemplo, em operações com CFOP de transporte relacionado a operações internas e interestaduais, aqueles códigos de classe 5.3 e 6.3 são mais indicados. De modo a ilustrar:

  • 5352 e 6352: Prestação de serviço de transporte a estabelecimento industrial;
  • 5353 e 6353: Prestação de serviço de transporte a estabelecimento comercial;
  • 5354 e 6354: Prestação de serviço de transporte a estabelecimento de prestador de serviço de comunicação.

Além disso, o relatório do IPEA também alerta para distorções identificadas quando se consideram CFOPs de transferência, especialmente em setores como o de mineração, tendo em vista a não obrigatoriedade da emissão do CTe em movimentações internas da empresa.

Ou seja, além de fundamental para garantir a integridade dos dados presentes nos CTes, é necessário que o CFOP de transporte indicado seja factual e correlato à real operação realizada. Esta prática assegura que as obrigações fiscais da empresa sejam plenamente cumpridas.

Principais códigos CFOP relacionados ao transporte

Confira a seguir uma listagem sucinta com os principais CFOPs de transporte.

Tabela do Código Fiscal de Operações e Prestações relacionadas ao transporte
CFOPDescrição
1101Compra para industrialização
1102Compra para comercialização
1111Compra para industrialização de mercadoria recebida anteriormente em consignação industrial
1113Compra, para comercialização, de mercadoria recebida anteriormente em consignação mercantil
1116Compra para industrialização originada de encomenda para recebimento futuro
1117Compra para comercialização originada de encomenda para recebimento futuro
1118Compra de mercadoria para comercialização pelo adquirente originário, entregue pelo vendedor remetente ao destinatário, em venda à ordem
1120Compra para industrialização, em venda à ordem, já recebida do vendedor remetente
2101Compra para industrialização
2102Compra para comercialização
2111Compra para industrialização de mercadoria recebida anteriormente em consignação industrial
2113Compra, para comercialização, de mercadoria recebida anteriormente em consignação mercantil
2116Compra para industrialização originada de encomenda para recebimento futuro
2117Compra para comercialização originada de encomenda para recebimento futuro
2118Compra de mercadoria para comercialização pelo adquirente originário, entregue pelo vendedor remetente ao destinatário, em venda à ordem
2120Compra para industrialização, em venda à ordem, já recebida do vendedor remetente
3101Compra para industrialização
3102Compra para comercialização
5101Venda de produção do estabelecimento
5102Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros
5103Venda de produção do estabelecimento, efetuada fora do estabelecimento
5104Venda de mercadoria adquirida ou recebida terceiros, efetuada fora do estabelecimento.
5105Venda de produção do estabelecimento que não deva por ele transitar
5106Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, que não deva por ele transita
5109Venda de produção do estabelecimento, destinada à Zona Franca de Manaus ou áreas de livre comércio
5110Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, destinada à Zona Franca de Manaus ou áreas de livre comércio
5111Venda de produção do estabelecimento remetida anteriormente em consignação industrial
5112Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros remetida anteriormente em consignação industrial
5113Venda de produção do estabelecimento remetida anteriormente em consignação mercantil
5114Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros remetida anteriormente em consignação mercantil
5115Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, recebida anteriormente em consignação mercantil
5116Venda de produção do estabelecimento originada de encomenda para entrega futura
5117Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, originada de encomenda para entrega futura
5118Venda de produção do estabelecimento entregue ao destinatário por conta e ordem do adquirente originário, em venda à ordem
5119Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros entregue ao destinatário por conta e ordem do adquirente originário, em venda à ordem
6101Venda de produção do estabelecimento
6102Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros
6103Venda de produção do estabelecimento, efetuada fora do estabelecimento
6104Venda de mercadoria adquirida ou recebida terceiros, efetuada fora do estabelecimento
6105Venda de produção do estabelecimento que não deva por ele transitar
6106Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, que não deva por ele transita
6107Venda de produção do estabelecimento, destinada a não contribuinte
6108Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, destinada a não contribuinte
6109Venda de produção do estabelecimento, destinada à Zona Franca de Manaus ou áreas de livre comércio
6110Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, destinada à Zona Franca de Manaus ou áreas de livre comércio
6111Venda de produção do estabelecimento remetida anteriormente em consignação industrial
6112Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros remetida anteriormente em consignação industrial
6113Venda de produção do estabelecimento remetida anteriormente em consignação mercantil
6114Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros remetida anteriormente em consignação mercantil
6115Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, recebida anteriormente em consignação mercantil
6116Venda de produção do estabelecimento originada de encomenda para entrega futura
6117Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, originada de encomenda para entrega futura
6118Venda de produção do estabelecimento entregue ao destinatário por conta e ordem do adquirente originário, em venda à ordem
6119Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros entregue ao destinatário por conta e ordem do adquirente originário, em venda à ordem
7101Venda de produção do estabelecimento
7102Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros
7103Venda de produção do estabelecimento efetuada fora do estabelecimento
7104Venda de mercadoria adquirida ou recebida terceiros, efetuada fora do estabelecimento
7105Venda de produção do estabelecimento que não deva por ele transitar
7106Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, que não deva por ele transita

Fonte: Adaptação; IPEA, 2025.

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Conclusão

A utilização correta do Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) no contexto do transporte de cargas representa tanto uma exigência fiscal quanto uma etapa estratégica na garantia de integridade, rastreabilidade e inteligência logística.

Como vimos ao longo do artigo, o CFOP permite distinguir entre operações com ou sem movimentação física de mercadorias, influenciando diretamente a qualidade dos dados presentes nos Conhecimentos de Transporte Eletrônico (CTe).

Por outro lado, o uso incorreto ou genérico do CFOP de transporte compromete a consistência dos registros, gerando distorções fiscais e logísticas.

Portanto, compreender a lógica do CFOP de transporte e aplicá-lo com precisão é essencial para o cumprimento das obrigações tributárias, assim como na promoção de eficiência e transparência na cadeia de suprimentos. Gostou do artigo? Aproveite e saiba como tornar a distribuição logística mais eficiente.

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