Make or buy: como avaliar a melhor escolha para sua empresa

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Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 30 maio, 2025

A decisão entre make or buy, ou seja, comprar ou produzir envolve uma análise completa de qual estágio a empresa está, seus pontos fortes e suas necessidades. 

Antes de ser uma decisão financeira, é, sobretudo, uma autoavaliação profunda da capacidade de produção e das nuances do mercado. 

A logística, por exemplo, é um setor conhecido pela terceirização, pelo foco na opção de “buy”. Principalmente porque uma cadeia de suprimentos é um movimento complexo de produtos, pessoas, meios de transporte, etc.

Ainda assim, algumas empresas optam por manter diversas operações internamente. O que determina isso é o nível de maturidade e o alinhamento daquele processo com o negócio.

Entenda melhor esses conceitos e saiba como escolher qual é o mais relevante para sua empresa.

O que é a estratégia make or buy?

A essência do make or buy consiste em avaliar se convém produzir internamente um insumo ou adquiri‑lo pronto. 

Nesse caso, são considerados custos diretos e indiretos. Você examina gastos com matéria‑prima, salários e depreciação de equipamentos, por exemplo. Além disso, avalia prazos de entrega e flexibilidade na produção.

O primeiro passo envolve selecionar o componente ou serviço-alvo da análise. Em seguida, é preciso detalhar custos de produção interna. Isso inclui horas de máquina, encargos trabalhistas e manutenção. Depois, é necessário buscar propostas de fornecedores externos. A comparação deve abranger preço, qualidade, condições de pagamento e prazo.

Contudo, a análise vai além de números. É preciso avaliar riscos de dependência e impactos na estratégia de longo prazo. Você pode descobrir que um fornecedor externo oferece preço competitivo, mas não garante exclusividade. 

Nesses casos, manter parte da produção interna pode proteger sua operação. Pois essa escolha indica o grau de controle que a empresa deseja manter sobre processos críticos.

Vamos considerar como exemplo a SoftWear, startup fictícia de moda fitness. Ela avaliou costurar suas próprias camisetas ou contratar uma fábrica terceirizada. 

Os cálculos internos apontaram custo de R$ 20 por unidade. A terceirizada cobrou R$ 18. Contudo, a SoftWear precisaria esperar 30 dias pelo lote externo, enquanto sua equipe interna entregaria em 15 dias. 

A decisão final combinou as duas opções: produzir internamente quantidades críticas e comprar volumes extras em períodos de baixa demanda.

Em que momento usar a estratégia make or buy?

Imagine‑se dirigindo no horário de pico. Você enfrenta dois caminhos. Um é mais curto, mas repleto de semáforos; o outro é mais longo, mas flui melhor. 

A escolha depende de suas prioridades naquele momento: rapidez ou economia de combustível. No mundo corporativo, a estratégia make or buy funciona de forma similar.

Essa análise torna‑se essencial quando sua empresa atravessa picos de demanda, como uma campanha de marketing que gera muitos pedidos em curto prazo. 

Se a linha interna não absorver o volume, atrasos podem gerar prejuízos. Já em fases de lançamento, manter flexibilidade produtiva permite testar o mercado com mais liberdade.

Entretanto, a decisão também vale em períodos de reorganização interna. Se sua companhia planeja modernizar máquinas ou realocar equipe, terceirizar parte do processo mantém o fluxo de caixa estável. 

Além disso, sempre que surgem novas tecnologias que exigem investimentos altos, comprar de especialistas pode acelerar a adoção sem comprometer o orçamento.

Alinhamento com os objetivos da empresa

Toda decisão deve refletir a estratégia global. Se sua meta for ganhar market share rapidamente, optar pela compra acelera a entrada no mercado. 

Por outro lado, se busca construir vantagem competitiva baseada em know‑how interno, o make ganha força. Gestores precisam equilibrar esses aspectos.

Vantagens e desvantagens de comprar (buy)

Quando você opta pela compra, ganha em agilidade e libera capital. Contudo, abre mão de certo controle. A seguir, vamos explorar vantagens e desvantagens dessa escolha.

Desvantagens

Ao depender de terceiros, você se expõe a riscos de atrasos e falhas. Um fornecedor pode enfrentar dificuldades de produção ou problemas logísticos e isso afeta diretamente o seu planejamento. 

Além disso, ajustar o design de um componente pode se tornar burocrático. Se você identificar um defeito em um lote comprado, será necessário negociar correções ou devoluções. 

Isso consome tempo e recursos. Em contrapartida, produzir internamente permitiria alterações rápidas, uma vez que a equipe interna conhece o processo.

A dependência também reduz sua capacidade de inovar. Você fica limitado às soluções que o fornecedor oferece. 

Se o mercado exigir uma nova funcionalidade, talvez precise buscar outro parceiro ou desenvolver internamente do zero. Essa troca pode atrasar o lançamento de novos produtos.

Vantagens

Comprar traz benefícios imediatos. Você evita investir em equipamentos e em contratação de profissionais especializados. Esse cenário alivia o caixa e reduz despesas fixas. 

Além disso, fornecedores especializados já dispõem de processos otimizados e trabalham em escala. Isso gera ganhos de produtividade e qualidade. Em picos de demanda, é possível aumentar o volume de compra sem expandir a fábrica. 

Por fim, a terceirização libera sua equipe para atividades estratégicas. 

Ao não lidar com processos de produção, você ganha tempo para desenvolver novos produtos e explorar oportunidades de mercado. É viável dedicar esforço ao que realmente faz diferença no crescimento do negócio.

Vantagens e desvantagens de produzir internamente (make)

Vamos analisar agora os pontos positivos e negativos de produzir. 

Desvantagens

Produzir internamente costuma exigir investimento inicial elevado. Você precisa adquirir máquinas, montar instalações e capacitar a equipe. Isso pesa no orçamento. 

Além disso, a linha de produção demanda manutenção e atualização tecnológica. Se o maquinário ficar obsoleto, haverá gasto extra para substituição. 

Outro ponto crítico é a curva de aprendizado. Adotar processos complexos toma tempo, pois você corre o risco de ter erros de produção e desperdício de matéria‑prima. 

Também vale considerar a flexibilidade reduzida. Quando a demanda varia, adaptar a produção exige mudanças na equipe e nos equipamentos. Esse processo pode levar semanas. Em um mercado volátil, essa rigidez interna pode comprometer o atendimento rápido ao cliente.

Vantagens

Em contrapartida, produzir internamente garante controle total sobre o processo. Você define padrões de qualidade e ajusta parâmetros sem depender de terceiros. 

Além disso, a customização alcança níveis que dificilmente um fornecedor terceirizado entrega. Se você criar um componente exclusivo, a equipe interna consegue alterar o projeto em horas — essa agilidade acelera a inovação. 

Outro benefício relevante é o acúmulo de conhecimento. Cada etapa de produção fica registrada em manuais e treinamentos internos. 

Em geral, a equipe ganha expertise. A longo prazo, isso gera vantagem competitiva. Quando o mercado exigir alta complexidade, você terá capital humano preparado para responder sem recorrer a terceiros.

Casos de referência

Antes de concluir, vamos examinar exemplos reais que ilustram a aplicação da estratégia make or buy em larga escala.

Boeing 787 Dreamliner (make)

A Boeing decidiu fabricar internamente partes críticas da fuselagem do 787. Isso exigiu a construção de fábricas em Charleston (EUA) e Everett (EUA), elevando o custo do programa para cerca de US$ 32 bilhões, quase o dobro do orçamento inicial. 

O investimento trouxe maior controle sobre materiais compostos, mas também atrasos nas entregas das primeiras aeronaves.

Tesla Gigafactory (make)

Para dominar a produção de baterias, a Tesla tem sua Gigafactory. Nos primeiros anos, enfrentou falhas de qualidade e dificuldades logísticas. 

Essas falhas atrasaram a produção do Model 3 e geraram custos extras em retrabalho. Contudo, a fábrica hoje é referência em escala e eficiência, reforçando o know‑how interno da Tesla.

Netflix Open Connect (make)

A Netflix criou sua própria rede de distribuição de conteúdo, o Open Connect. Com servidores dedicados e roteamento personalizado, a empresa ajusta prioridades regionais e garante streaming estável em horários de pico. 

Essa infraestrutura interna eleva a experiência do usuário e reduz custos de banda paga a terceiros.

AMD e TSMC (buy)

A AMD é bom exemplo de “buy”, pois segue o modelo “fabless”: ela projeta CPUs e GPUs internamente, mas contrata a TSMC para a fabricação. 

Em abril de 2025, a TSMC iniciou a produção dos processadores EPYC de quinta geração em sua planta do Arizona, marcando a primeira vez que chips da AMD são fabricados nos EUA. 

Boeing e Spirit AeroSystems (buy & make)

A Boeing, que já apareceu por aqui, terceirizou por muito tempo componentes estruturais — asas e seções de fuselagem — à Spirit AeroSystems. Inclusive, essa decisão de terceirização rendeu problemas e críticas, devido a problemas no modelo 737. 

Em abril de 2024, a Boeing concordou em adquirir a Spirit para resolver problemas de inventário e fluxo de caixa, o que garantiu a continuidade do fornecimento. Nesse caso, o “buy” se tornou “make”.

Ambev & Grupo Imediato (buy)

Em março de 2021, a Ambev transferiu 100 % das operações de seu Centro de Distribuição Direta (CDD) em Paulínia (SP) para o 3PL brasileiro Grupo Imediato. 

O parceiro assumiu a gestão completa de armazenagem e distribuição urbana, com investimento de R$ 30 milhões em frota e infraestrutura até o final daquele ano.

Perguntas para guiar a decisão Make or Buy

Para que você tome a decisão certa, é preciso considerar algumas perguntas-chave. São elas: 

Isso faz parte do core business da empresa?

Essa pergunta orienta sua escolha. Se a atividade for essencial à proposta de valor, produzir internamente faz sentido. A essência de um negócio se sustenta no que o diferencia. 

Se a fabricação de um componente crítico sustenta essa diferenciação, vale mantê‑la sob seu teto. Caso contrário, terceirizar pode liberar energia para focar no que gera valor real.

Tenho os recursos técnicos e financeiros para produzir?

Avalie sua capacidade de investimento. Montar uma linha de produção requer recursos significativos. Se o caixa estiver apertado, comprar de um fornecedor experiente pode ser a saída. 

Por outro lado, se sua empresa dispõe de reservas ou acesso a crédito vantajoso, investir em produção própria pode trazer retorno no médio prazo. Pense no fluxo de caixa. Considere os prazos de retorno do investimento. 

O fornecedor é confiável e estável?

Antes de fechar com um parceiro externo, verifique histórico e solidez financeira. Faça auditoria de processos e consulte outros clientes. 

Se a empresa apresentar instabilidade ou tiver pendências legais, o risco de interrupção do fornecimento aumenta. Pesquisa de mercado e referências diretas ajudam a reduzir essa incerteza.

A terceirização vai comprometer a qualidade?

Qualidade é prioridade. Se você delegar etapas críticas, será necessário estabelecer acordos de nível de serviço claros. 

Auditorias regulares asseguram que o produto entregue cumpra especificações. Sugerimos incluir cláusulas de penalidade em caso de não conformidade, assim, você protege sua reputação e evita surpresas desagradáveis.

Suíte Logística TOTVS: acelere suas operações e garanta eficiência total

Na logística, decidir entre terceirizar e se encarregar das operações internamente é uma questão crítica. Com boas soluções, no entanto, é possível garantir um serviço terceirizado, em cadeia, com uma ótima qualidade e transparência. 

Uma solução que ajuda de ponta a ponta é a Suíte Logística da TOTVS — esse pool de soluções transforma processos complexos em um fluxo ágil e integrado. 

Com módulos especializados, você gerencia toda a cadeia — do agendamento à entrega — em uma única plataforma:

  • Agendamentos: centralize marcações de coletas e entregas, conectando embarcadores, transportadoras e destinatários com total rastreabilidade;
  • Checklist: realize inspeções digitais de veículos, equipamentos e mercadorias; receba alertas em tempo real e gere relatórios automáticos; 
  • YMS: otimize o fluxo de pátio, controlando recebimento, expedição e liberação de veículos para reduzir gargalos e aumentar a segurança; 
  • WMS SaaS: gerencie estoque com precisão milimétrica — endereçamento, picking, conferência e expedição totalmente integrados na nuvem; 
  • Coleta e Entrega: planeje rotas inteligentes, emita documentos fiscais eletrônicos e capture assinaturas digitais diretamente no app.

Em poucos cliques, você conecta todas as etapas logísticas, reduz custos operacionais e ganha agilidade para escalar seu negócio. 

Experimente a revolução logística da TOTVS e esteja pronto para os desafios do mercado!

Conclusão

A análise sobre make or buy envolve múltiplos fatores. Cada empresa vive uma realidade distinta, por isso, não existe fórmula mágica. Você deve avaliar custos, capacidades internas, riscos e impacto estratégico. 

Ao listar prós e contras de produzir, fica evidente o peso dos investimentos e da flexibilidade que o controle interno oferece. Já ao considerar as vantagens e desvantagens de comprar, percebemos a agilidade e a liberação de capital.

As perguntas apresentadas guiam o processo de decisão. Elas ajudam a identificar se a produção faz parte do seu core business, se você tem condições técnicas e financeiras e se o parceiro externo atende aos requisitos de qualidade e confiabilidade.

No fim das contas, a melhor escolha será aquela que equilibra controle operacional e agilidade estratégica. 

Use essas orientações como base para conduzir análises precisas. Assim, você garante respostas rápidas aos desafios do mercado e sustenta o crescimento com segurança. Para continuar aprofundando seus conhecimentos, entenda o que é logística omnichannel.

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