O Make to Order (MTO) é um dos principais modelos adotados na produção industrial, sendo utilizado para alinhar a fabricação de produtos à demanda específica de cada cliente.
No entanto, além do MTO, existem outros formatos amplamente adotados por empresas de diversos setores, como o Make to Stock (MTS), Assemble to Order (ATO) e Engineer to Order (ETO).
Cada modelo possui características operacionais específicas, atendendo a diferentes níveis de previsibilidade da demanda de mercado, grau de personalização e tempo de resposta necessário.
Neste conteúdo, exploramos as definições, características e exemplos práticos de setores e produtos que adotam cada um desses modelos.
Além disso, apresentamos orientações claras, levando em conta variáveis como o lead-time e o ponto de desacoplamento do pedido do cliente (CODP).
Continue lendo e saiba como escolher o melhor modelo de produção para o seu negócio!
Quais são os modelos de produção industrial?
O conceito de modelos de produção industrial designa as diferentes maneiras de alinhar a produção às necessidades de mercado. Assim, cada modelo representa uma estratégia para atender às demandas e características dos produtos.
Entre os principais modelos estão:
- Make to Order (MTO);
- Make to Stock (MTS);
- Assemble to Order (ATO);
- Engineer to Order (ETO).
MTO (Make to Order): produção sob encomenda
No modelo Make to Order (MTO), a produção é iniciada apenas após o recebimento de um pedido.
Assim, não há fabricação para estoque e, por isso, também não há custos relacionados à armazenagem de produtos prontos.
Esse modelo se destaca pela customização, uma vez que os produtos podem ser adaptados às especificações individuais dos compradores.
As indústrias que mais utilizam o modelo Make to Order (MTO) são aquelas que trabalham com produtos complexos ou sob demanda específica, como a indústria de defesa, aeroespacial e de máquinas.
Além disso, o Make to Order (MTO) está fortemente associado à abordagem Just-In-Time, exigindo decisões estratégicas em relação ao uso de recursos, terceirização e planejamento da capacidade, especialmente em ambientes com múltiplos contratos e prazos.
| Definição | Produção iniciada somente após o recebimento de um pedido do cliente. |
| Características | Lead-time definido sob demanda; sem estoque de produto final; alta customização. |
| Exemplo | Equipamentos médicos personalizados. |
MTS (Make to Stock)
Já o modelo Make to Stock (MTS) é caracterizado pela produção com base em previsões de demanda.
Dessa forma, os produtos são fabricados antecipadamente e armazenados para pronta entrega, reduzindo o tempo de resposta ao cliente, mas elevando os custos com estocagem.
Portanto, o MTS é mais apropriado para produtos padronizados, com demanda estável e volume elevado de vendas.
Uma operação em modelo Make to Stock normalmente possui um período de congelamento da produção, em que não são permitidas alterações no planejamento, demandando estratégias de logística empresarial.
| Definição | Produção baseada em previsão de demanda, com produtos finalizados mantidos em estoque. |
| Características | Alta disponibilidade; entrega rápida; custos de estocagem elevados. |
| Exemplo | Produtos alimentícios industrializados. |
ATO (Assemble to Order)
Por sua vez, o modelo Assemble to Order (ATO) representa uma estratégia que busca conciliar agilidade e customização moderada.
Assim, os componentes dos produtos são produzidos ou adquiridos com base em previsões de demanda, sendo mantidos em estoque, e a montagem final só ocorre após o recebimento do pedido.
Comparativamente, essa abordagem permite uma resposta mais rápida ao cliente em relação ao Make to Order, assim como maior flexibilidade do que o Make to Stock.
Portanto, o ATO é sugerido para aquelas operações envolvendo produtos com várias combinações possíveis de montagem, como equipamentos eletrônicos ou mobiliário modular.
| Definição | Componentes são produzidos e estocados com antecedência; montagem ocorre após o pedido. |
| Características | Montagem sob demanda; estoque de componentes; entrega mais rápida que o MTO. |
| Exemplo | Computadores com configurações personalizadas. |
ETO (Engineer to Order): produto projetado do zero
Por fim, no modelo Engineer to Order (ETO) o produto é projetado e fabricado do zero a partir das especificações detalhadas do cliente.
Devido à necessidade de engenharia de ponta, o ETO exige desenvolvimento técnico específico antes mesmo do início da produção.
Apesar de semelhante ao Make to Order, o ETO estabelece que todo o produto seja projetado de acordo com a necessidade do cliente, implicando processos e operações customizadas.
Neste sentido, o ETO se diferencia do MTO devido à necessidade de planejamento, capacidade produtiva, engenharia e desenvolvimento técnico específico, desde o início da produção.
Portanto, esse modelo é comum em indústrias que desenvolvem soluções únicas, como a construção civil pesada, plantas industriais e equipamentos de grande porte.
| Definição | Produto é projetado e fabricado do zero conforme as especificações do cliente. |
| Características | Projeto exclusivo; longo lead-time; produção altamente customizada. |
| Exemplo | Plantas industriais sob encomenda. |
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Como escolher o modelo ideal para o seu negócio
Definir qual o modelo de produção que melhor atende o negócio representa uma tarefa dividida em fases de análise de fatores operacionais, identificação de ganhos estratégicos e definição de modos produtivos.
Assim, o processo de escolha envolve considerar variáveis como:
- Tempo de resposta ao cliente (lead-time);
- Custos de armazenamento;
- Previsibilidade da demanda;
- Grau de customização do produto.
Vale reforçar que, a depender dos critérios e aspectos avaliados e seu impacto na cadeia produtiva, cada modelo oferece respostas diferentes.
Negócios com produtos padronizados e demanda constante tendem a se beneficiar do modelo Make to Stock (MTS). No entanto, empresas que lidam com pedidos únicos e personalizados podem optar pelo Engineer to Order (ETO) ou Make to Order (MTO).
Neste aspecto, um elemento central para essa decisão é o ponto de desacoplamento da ordem do cliente (Customer Order Decoupling Point – CODP), ou seja, o momento na cadeia de suprimentos em que a demanda específica do cliente começa a influenciar diretamente a produção.
De acordo com pesquisadores da University of Groningen (NL), o CODP pode ser classificado como:
“[…] ponto de desacoplamento do pedido do cliente divide as atividades orientadas pelo pedido [order-driven activities] das atividades orientadas pela previsão [forecast driven activities], sendo o principal ponto de estocagem a partir do qual as entregas aos clientes são feitas”.
Assim, conhecer o perfil da demanda, os recursos disponíveis e a estratégia de serviço ao cliente é essencial para a definição do modelo produtivo mais adequado.
Para apoiar a escolha e a operacionalização do modelo adequado, é fundamental contar com o suporte de tecnologias integradas, como os sistemas logísticos especializados.
Essas ferramentas possibilitam a automatização das etapas da cadeia logística, por exemplo, agendamentos, gerenciamento de rotinas, fluxo de envios e coletas, roteiros, controle de armazenagem, entre outras funcionalidades.
Além disso, esses softwares tornam possível o planejamento de recursos, o controle do lead-time, a análise de custos e a definição de políticas de produção mais alinhadas aos objetivos estratégicos da empresa.
Considerando esses aspectos, tenha em mente:
- Avaliar o lead-time exigido pelo seu mercado: se os clientes esperam entregas rápidas, modelos com estoque (MTS ou ATO) podem ser mais apropriados;
- Considerar os custos de armazenamento: se o custo de estocagem é alto ou o produto tem baixa rotatividade, modelos sob encomenda (MTO ou ETO) são preferíveis;
- Analisar a previsibilidade da demanda: demanda estável favorece o uso de MTS, já a demanda incerta ou altamente variável favorece MTO, ATO ou ETO;
- Identificar o grau de customização do produto: produtos padronizados combinam com MTS, no entanto, produtos personalizados demandam MTO ou ETO;
- Identificar o CODP: determine em que etapa da produção o pedido do cliente começa a impactar diretamente a operação;
- Implementar tecnologias especializadas: adote ferramentas e softwares especializados, de modo a integrar as operações, aumentando o controle sobre a cadeia de suprimentos;
- Entender a natureza do seu produto e setor: produtos complexos ou sob medida indicam ETO, contudo, produtos com montagem modular indicam ATO;
- Considerar os recursos e capacidades da empresa: avalie se existe estrutura para produção sob demanda ou se a empresa depende de volume e previsibilidade para operar;
- Adotar um modelo híbrido, se necessário: em alguns casos, a combinação de estratégias (ex: MTS para itens de alto giro e MTO para itens especiais) pode ser a melhor solução.
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Conclusão
A escolha do modelo de produção ideal, seja Make to Order ou Make to Stock, deve partir de uma análise integrada entre as demandas do mercado, os objetivos da empresa e sua estrutura operacional.
Cada um desses sistemas oferece vantagens e limitações que devem ser avaliadas de forma técnica e estratégica. Ou seja, avaliar aspectos como o lead-time e CODP é fundamental, uma vez que possibilitam informações decisivas para a definição do modelo produtivo.
Portanto, ao compreender essas variáveis, a empresa poderá adotar a estratégia mais eficiente para garantir competitividade, qualidade e desempenho logístico em sua cadeia de produção. Gostou do artigo? Aproveite e saiba como funciona e quais os ganhos da integração logística.
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