Entenda os direitos do consumidor no cancelamento de contrato funerário

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Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 14 agosto, 2025

Você saberia o que fazer se um cliente pedisse o cancelamento de contrato funerário agora? Pode parecer só mais um processo administrativo, mas é importante considerar deveres e riscos que podem afetar a saúde financeira e a reputação da empresa.

Seja por inadimplência, insatisfação ou falecimento do titular, as solicitações de cancelamento podem acontecer a qualquer momento, e seu negócio precisa estar preparado para lidar com elas.

Nestes momentos, entender o que diz a legislação, quais os direitos do consumidor e como conduzir o processo é essencial para garantir segurança jurídica e evitar conflitos.

Para saber como elaborar um contrato bem estruturado e descobrir os passos para cancelar um plano funerário corretamente, é só seguir a leitura deste conteúdo!

Como fazer um contrato funerário?

Um contrato funerário bem estruturado deve determinar com clareza os serviços oferecidos, as condições de atendimento e as obrigações tanto da empresa quanto do contratante. 

A principal função do documento é garantir a segurança jurídica para ambas as partes, por isso é importante redigi-lo com atenção, mantendo a conformidade com a legislação vigente e buscando trazer as informações de maneira acessível ao consumidor.

O primeiro passo para elaborar um contrato é definir o tipo de plano funerário. Os mais comuns são:

  • Plano individual: destinado a uma única pessoa;
  • Plano familiar: oferece cobertura ao titular e seus dependentes;
  • Plano coletivo ou por adesão: oferecido a grupos, geralmente por meio de sindicatos, empresas ou associações.

Independentemente do tipo, o documento que formaliza a adesão ao plano deve conter alguns dados essenciais, como os serviços funerários disponíveis, os valores, as condições de rescisão e o prazo de carência.

O que diz a legislação sobre contrato funerário?

Os planos de assistência funerária são regulamentados pela Lei 13261/2016, também conhecida como lei do plano funerário. Ela define as informações essenciais do contrato, como nomeação do titular e dependentes, condições de rescisão, valores e cobertura.

Como se trata de uma prestação de serviços, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) também deve ser considerado na elaboração do contrato. 

O CDC protege os consumidores de práticas abusivas e garante o direito ao cancelamento da contratação, como explicaremos no próximo tópico.

Além disso, órgãos como o Procon e o Ministério Público atuam na fiscalização para assegurar o cumprimento desses direitos e deveres. 

O consumidor tem o direito de cancelar o serviço funerário contratado?

Sim, o consumidor tem direito ao cancelamento de contrato funerário, desde que respeitadas as condições do acordo. Isso é garantido tanto pela Lei 13261/2016, quanto pelo Código de Defesa do Consumidor. 

A legislação que regulamenta os planos funerários prevê que todo contrato deve conter uma cláusula garantidora do direito de rescisão a qualquer momento.

Nesta cláusula, é necessário destacar as condições para o cancelamento de forma clara, incluindo cobrança de multa e direito a reembolso.

A lei também esclarece que a rescisão do contrato pode acontecer mesmo após a utilização dos serviços. 

Isso garante à empresa o direito de se proteger contra possíveis prejuízos financeiros, sem limitar ou penalizar o consumidor de forma abusiva, com cobrança de multas desproporcionais, por exemplo.

Como fazer o cancelamento de contrato funerário?

O cancelamento do contrato funerário deve seguir um processo estruturado para garantir segurança tanto para o consumidor quanto para a empresa, incluindo formalização da solicitação, análise dos termos contratuais e comprovante de encerramento.

Para isso, o primeiro passo é entender que o pedido de encerramento pode acontecer por diversos motivos, e cada um deles exige um tratamento personalizado.

No caso de falecimento do titular, por exemplo, sua empresa pode ter um procedimento de cancelamento automático ou transferência para dependentes. 

Já se o pedido partiu do cliente por insatisfação com os serviços, é essencial buscar um feedback para avaliar quais pontos podem ser ajustados no atendimento.

O fluxo pode variar conforme cada situação, mas existem algumas etapas fundamentais no processo de cancelamento de contrato, como:

  1. Recebimento da solicitação formal de cancelamento: o ideal é que o pedido seja feito por escrito (físico ou digital), com os dados do contratante, número de contrato e motivo da rescisão. Você pode oferecer um formulário para facilitar essa etapa;
  2. Análise do contrato: verifique as cláusulas de carência, multas ou reembolsos para garantir o cumprimento de todos os direitos do consumidor. Além disso, certifique-se de que o plano está ativo e em dia com os pagamentos;
  3. Comunicação das condições de cancelamento: é importante repassar as condições previstas em contrato ao cliente, incluindo prazos, valores envolvidos, ressarcimento ou pagamentos pendentes;
  4. Encerramento do contrato: com as pendências resolvidas, a equipe deve finalizar o contrato no sistema de gestão da empresa, arquivando o documento e os registros do processo de cancelamento;
  5. Confirmação de encerramento: uma vez finalizado o contrato, disponibilize um comprovante ou declaração ao cliente para confirmar o cancelamento dos serviços.

Um sistema de gestão integrada otimiza todo esse processo, facilitando a gestão de contratos, automatizando tarefas e garantindo o direito do consumidor no plano funerário. 

Pontos a serem considerados no cancelamento

Durante o cancelamento de contrato funerário, é importante observar alguns pontos. Preparamos um checklist para te ajudar a manter um fluxo operacional eficiente, confira:

  • Confirme o período de carência: verifique se o cliente já cumpriu o tempo mínimo previsto em contrato;
  • Confira pendências financeiras: verifique se há parcelas em aberto ou inadimplência que possam impactar o cancelamento;
  • Verifique as cláusulas de rescisão: confirme a cobrança de multa no contrato, lembrando que ela deve ser proporcional e não pode ser abusiva;
  • Cheque a necessidade de reembolso: avalie se o consumidor tem direito à devolução parcial de valores pagos, conforme uso do serviço e cláusulas contratuais;
  • Informe a documentação exigida: oriente o cliente sobre quais documentos apresentar (RG, contrato, comprovante de residência, certidão de óbito em caso de falecimento do titular, etc.).
  • Registre todo o processo: mantenha todas as etapas documentadas, desde a solicitação até a confirmação do encerramento do contrato de prestação de serviços. Isso facilita consultas futuras e ajuda a comprovar informações em caso de conflito judicial.

Qual o tempo de carência de um plano funerário?

O tempo de carência é o período mínimo entre a contratação e a possibilidade de utilizar os serviços oferecidos. Esse prazo é definido pela empresa, por isso pode variar, mas costuma ficar entre 30 e 180 dias.

A carência existe para garantir o equilíbrio financeiro do plano e a sustentabilidade da operação: durante este período, o plano ou alguns serviços específicos ficam indisponíveis para o contratante.

Contudo, isso não significa que a carência pode ser usada como justificativa para negar o cancelamento do plano.

Ela serve como uma proteção para a empresa e deve ser justa para o cliente, respeitando os limites legais e evitando prazos abusivos. 

Os detalhes e condições de carência reduzida (em casos de morte acidental, por exemplo) precisam estar descritos de forma clara e objetiva, assim como os requisitos para cancelamento de contrato funerário.

O plano funerário pode ser cancelado por falta de pagamento?

Sim, um plano funerário pode ser cancelado por falta de pagamento, desde que essa possibilidade esteja prevista de forma clara no contrato, respeitando os direitos do consumidor.

O contrato deve especificar prazos e condições para o cancelamento nestes casos. Situações como cancelamentos automáticos ou sem aviso prévio, por exemplo, podem ser consideradas abusivas.

Na prática, um plano funerário cancelado por falta de pagamento exige equilíbrio entre o direito da empresa de manter a saúde financeira da operação e o dever de respeitar o consumidor.

Por isso, é importante esclarecer alguns pontos no contrato, como:

  • Prazo de tolerância para atrasos de pagamento;
  • Condições para renegociação ou reativação do plano funerário;
  • Número de parcelas em atraso que pode levar ao cancelamento;
  • Obrigatoriedade de notificar o cliente com antecedência sobre o cancelamento.

A inadimplência é um problema comum e altamente relevante no Brasil, por isso deve ser considerada com atenção pelas empresas.

Para se ter uma ideia, 4 em cada 10 brasileiros adultos estavam inadimplentes em março de 2025, ultrapassando 69 milhões de consumidores — um recorde, segundo os dados da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).

O dado considera um cenário amplo, mas é reflexo de um contexto macroeconômico difícil, marcado pela inflação, alta nos juros e, consequentemente, pela perda do poder de compra.

Isso gera impactos para empresas de todos os setores, inclusive no segmento de assistência funerária, e reforça a importância de ter um plano de ação para lidar com casos de inadimplência. 

A dica é estruturar um processo padronizado. Informe o consumidor sobre pendências financeiras, notifique previamente sobre o risco de cancelamento e ofereça a oportunidade de regularizar a situação.

Com o apoio de um sistema de gestão especializado, você tem maior controle sobre isso e consegue monitorar os pagamentos de forma centralizada.

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Com ele, você consegue acompanhar vendas, gerenciar cobranças e oferecer um ponto de comunicação de qualidade por meio do Portal do Cliente. 

O resultado é maior controle sobre os planos e tempo para focar em pontos mais estratégicos, incluindo a oferta de um atendimento mais humanizado, essencial neste setor.

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Conclusão

Para ser um processo tranquilo tanto para empresa como para o consumidor, o cancelamento de contrato funerário depende do conhecimento sobre os direitos do cliente e, claro, de uma boa gestão operacional.

Ao estruturar as etapas do cancelamento e proporcionar uma experiência fluida ao consumidor, independentemente do motivo para o fim do contrato, você facilita a organização interna e fortalece a imagem da empresa. 

Como vimos neste conteúdo, é essencial elaborar cláusulas claras, oferecer um atendimento transparente e contar com soluções para otimizar o fluxo de serviço.

O sistema Gestão Deathcare by Duofy ajuda neste ponto, simplificando toda a jornada de contratação, desde a adesão até o encerramento do plano funerário.

Quer entender mais sobre o encerramento da prestação de serviços? Então aproveite para conferir nosso conteúdo sobre distrato de contrato e saiba como lidar com a rescisão de maneira eficiente.

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