O tritrem é uma das configurações mais robustas entre as combinações veiculares de carga (CVCs), sendo projetada para transportar grandes volumes com alta eficiência em longas distâncias.
Para o transporte rodoviário brasileiro, esse tipo de caminhão se destaca pela capacidade de carga superior e pela otimização dos custos logísticos por tonelada transportada.
Neste artigo, exploramos as diferenças entre bitrem e tritrem, suas características técnicas, regulamentações, capacidade de manobra e usos mais comuns. Continue e tenha uma ótima leitura!
Bitrem e tritrem: o que são e como funcionam?
As diversas combinações veiculares de carga (CVCs) são empregadas de modo a otimizar o transporte de grandes volumes, tendo em vista a eficiência logística.
Entre elas, destacam-se os caminhões bitrem e tritrem, ambos formados por cavalo mecânico e semirreboques interligados por mecanismos de engate específicos.
No caso do bitrem, este caminhão é composto por dois semirreboques acoplados a um cavalo mecânico, por meio de um sistema popularmente conhecido como “dolly”, engate direto ou reboque intermediário.
Esta configuração é regulamentada para circular com até sete eixos, com comprimento total variando entre 18,15 metros e 30 metros, conforme a legislação.
Já o caminhão tritrem é formado por três semirreboques interligados por dois dollys, o que confere à combinação uma extensão maior, podendo alcançar até nove eixos e cerca de 30 metros de comprimento.
Diferenças entre bitrem e tritrem
A principal diferença está na quantidade de semirreboques e dollys utilizados na composição.
Enquanto o bitrem possui dois semirreboques e, em alguns casos, um dolly, o tritrem apresenta três semirreboques conectados por dois dollys.
Essa diferença estrutural impacta diretamente a capacidade de carga, o comprimento total da composição, o número de eixos e a manobrabilidade.
Por sua extensão e número de eixos adicionais, caminhões com três semirreboques demandam maior capacidade operacional do condutor e, muitas vezes, rotas específicas para sua circulação.
Por outro lado, oferecem maior eficiência para o transporte de grandes volumes em longas distâncias.
| Bitrem vs Tritrem: comparação técnica | ||
|---|---|---|
| Aspecto | Bitrem | Tritrem |
| Quantidade de semirreboques | 2 semirreboques | 3 semirreboques |
| Número de dollys | 0 ou 1 dolly | 2 dollys |
| Capacidade de carga | Menor capacidade de carga | Maior capacidade de carga |
| Comprimento total | Menor comprimento | Maior comprimento |
| Número de eixos | Menos eixos | Mais eixos |
| Manobrabilidade | Mais simples | Mais complexa |
| Exigência operacional | Menor exigência técnica | Maior exigência técnica do condutor |
| Adequação à rota | Maior flexibilidade de rotas | Necessidade de rotas específicas |
| Eficiência logística | Menor eficiência para grandes volumes | Maior eficiência em longas distâncias |
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Características de um tritrem
A estrutura do tritrem o torna uma solução estratégica para empresas que operam com alto volume de cargas e necessitam otimizar o transporte em grandes distâncias. Suas principais características envolvem aspectos técnicos, legais e operacionais.
Regulamentações
Seu uso é regulamentado por resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), especialmente a Resolução nº 882/2021, que trata da circulação de CVCs com mais de sete eixos.
Para poder ser operado, é obrigatória a obtenção da Autorização Especial de Trânsito (AET), emitida pelos órgãos competentes, como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Essa autorização é condicionada à apresentação de projeto técnico detalhado, que comprove a compatibilidade da composição com a infraestrutura rodoviária da rota pretendida.
Além disso, o condutor deve possuir habilitação adequada (categoria E) e treinamento específico para operar esse tipo de veículo.
Manobrabilidade
A capacidade de manobra é mais complexa quando comparada a outras CVCs. O comprimento da composição, aliado à presença de dois dollys, torna as curvas fechadas, manobras em centros urbanos ou acessos restritos mais difíceis.
Por esse motivo, é mais adequado para trajetos com vias amplas e retas, especialmente em rodovias federais e estaduais com infraestrutura preparada para esse tipo de transporte. Em operações urbanas ou com muitas curvas, seu uso pode ser inviável.
Segurança
A segurança depende de diversos fatores, como manutenção adequada dos sistemas de frenagem, suspensão e iluminação.
Devido ao seu peso bruto total combinado (PBTC), que pode superar 74 toneladas, o sistema de freios deve ser dimensionado corretamente, muitas vezes utilizando tecnologias como freios ABS ou sistemas de frenagem eletrônica (EBS).
A estabilidade também é um ponto crítico. A presença de múltiplos pontos de articulação exige atenção especial a riscos de tombamento em curvas ou manobras bruscas.
Por isso, a capacitação do condutor e a observância aos limites de velocidade e carga são fundamentais.
Capacidade de carga
A principal vantagem técnica é sua elevada capacidade de carga. Com nove eixos, ele pode transportar, em média, entre 74 e 91 toneladas, dependendo da configuração específica e da legislação estadual vigente.
Essa capacidade permite maior produtividade no transporte, reduzindo o número de viagens necessárias e otimizando o custo operacional por tonelada transportada.
Contudo, para alcançar tais capacidades, é imprescindível o correto dimensionamento da suspensão, pneus, eixos e do cavalo mecânico. A sobrecarga ou a má distribuição do peso pode comprometer a segurança e gerar multas e apreensão da carga.
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Principais usos do tritrem
O tritrem é amplamente utilizado em setores que demandam o transporte de cargas pesadas e em grandes volumes, especialmente em rotas de longa distância.
Destacam-se as operações de transporte agrícola (como soja e milho), produtos minerais (como minério de ferro e calcário), além de madeira, papel e celulose.
Em ambientes onde há escoamento de produção em grande escala, como no agronegócio ou na indústria extrativista, possibilitando ganhos logísticos expressivos.
No entanto, seu uso requer infraestrutura adequada, como pátios de carga, balanças rodoviárias compatíveis e estradas com geometria e pavimentação aptas para seu tráfego.
Vantagens e desvantagens do tritrem
A decisão de adotar um tritrem na frota deve ser pautada por uma análise criteriosa dos benefícios e limitações dessa configuração. A seguir, são apresentados os principais pontos positivos e negativos associados ao seu uso.
Prós:
- Maior capacidade de carga: reduz o número de viagens para transportar o mesmo volume de mercadoria, aumentando a eficiência logística;
- Otimização de custos operacionais: menor custo por tonelada transportada, especialmente em rotas longas e com alto volume de carga;
- Redução do impacto ambiental por tonelada: a maior capacidade de carga por viagem pode resultar em menor emissão de poluentes por tonelada transportada, em comparação com veículos menores.
Contras:
- Manobrabilidade restrita: a operação é limitada em áreas urbanas e vias com geometria complexa, exigindo planejamento específico de rotas;
- Exigência de infraestrutura compatível: necessidade de estradas com pavimentação resistente, pátios com raio de giro suficiente e postos de pesagem adequados;
- Custo inicial elevado: o investimento para aquisição e a adaptação do cavalo mecânico podem ser significativamente superiores aos de outras CVCs;
- Maior exigência técnica: demanda motoristas treinados, manutenção rigorosa e gestão cuidadosa para evitar autuações e acidentes.
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Vale a pena investir em um tritrem?
Neste artigo, você aprendeu as principais distinções entre os caminhões bitrem e tritrem, com ênfase na estrutura, operação e aplicações do tritrem.
Como vimos, a configuração com três semirreboques interligados por dois dollys oferece vantagens expressivas em termos de capacidade de carga e eficiência para o transporte em longas distâncias.
No entanto, essas vantagens estão condicionadas a exigências técnicas e regulatórias mais rigorosas, como a necessidade de Autorização Especial de Trânsito (AET), condutores qualificados e infraestrutura adequada.
O tritrem não é indicado para qualquer tipo de trajeto ou operação, sendo mais eficaz em rotas com poucas restrições geométricas e bom estado de conservação.
Portanto, sua adoção deve considerar fatores como tipo de carga, viabilidade econômica, exigências legais e compatibilidade com a malha rodoviária utilizada. Gostou do artigo? Aproveite e saiba como funcionam os veículos autônomos e suas aplicações na logística!
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