Sistemas Agroflorestais (SAFs): o que são e como implementar na sua cultura

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Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 06 junho, 2025

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) representam uma alternativa sustentável e eficiente para a produção agrícola, combinando diferentes espécies vegetais e animais em uma mesma área produtiva.

Esse modelo de cultivo se destaca por aliar produtividade e conservação ambiental, proporcionando benefícios tanto para o solo quanto para a biodiversidade.

Especialmente em um cenário onde a busca por soluções agrícolas sustentáveis se torna cada vez mais necessária, os SAFs representam uma resposta sustentável às demandas ambientais do século XXI.

Neste artigo, exploramos as características deste sistema, os seus principais benefícios e como implementá-lo de maneira eficiente para maximizar seus resultados agrícolas.

Boa leitura!

O que quer dizer SAFs?

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) representam o conjunto de práticas, tecnologias e manejos de culturas baseadas nas interações ecológicas entre diversas espécies numa dada área, de modo a produzir efeitos econômicos e sociais positivos.

O conceito amplamente adotado tem por base a definição apresentada pela International Center for Research in Agroforestry:

“[…] nome coletivo para sistemas de uso da terra e tecnologias em que plantas lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras, bambus etc.) são deliberadamente usadas na mesma unidade de manejo de culturas agrícolas e/ou animais, ambas na forma de arranjos especiais ou sequências temporais.

Portanto, estes sistemas apresentam uma postura diferente à prática de manejo em monocultura, que por vezes ignoram os benefícios decorrentes das interações entre espécies, sendo uma delas sempre lenhosa (árvores, etc.).

Como implementar um Sistema Agroflorestal

A implementação do SAF em uma unidade produtiva deve ser realizada por meio de um ciclo composto por: planejamento, adoção, tratos culturais e manejo.

De modo que ocorra de maneira adequada, o primeiro passo é identificar as espécies nativas e compreender as suas interações em um sistema biodiverso. Após este processo, é necessário empregar mão de obra dedicada e qualificada para o tipo de manejo demandado.

Por fim, de modo a auxiliar todo o processo produtivo, agregar valor e possibilitar a comercialização eficiente, é necessário empregar sistemas tecnológicos para maior eficiência e controle agrícola.

Para isso, é importante:

  • Compreender a biodiversidade local de modo a melhor integrá-la no sistema agroflorestal;
  • Emprego de mão de obra qualificada para este tipo de sistema;
  • Ampliação e investimento em infraestrutura tecnológica.

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Tipos e exemplos de SAFs no Brasil

Os sistemas agroflorestais se organizam em três categorias, classificadas a partir das espécies em interação e a maneira pela qual estão organizadas em uma determinada área de manejo.

De acordo com o Prof. Dr. Ciro Abbud Righi, da USP, os três tipos são:

  • Agrossilvicultural: combinação de árvores com cultivos agrícolas anuais;
  • Silvipastoril: relação entre árvores e pastagem;
  • Agrosilvipastorial: presença de árvores com cultivos agrícolas e animais.

No entanto, devido às múltiplas combinações de espécies em interação, considerando as diferenças regionais de bioma (animais, plantas, condições climáticas), as SAFs também apresentam potenciais diversos que devem ser considerados.

No Brasil, em estudo publicado pela Embrapa, pesquisadores identificaram a trajetória de implementação do sistema agroflorestal no Mato Grosso do Sul, observando um cenário favorável e em expansão.

Em 2013, por exemplo, o estado contava com 166.764 hectares com o sistema, indicando uma produção integrada à lavoura e ao pastoreio.

Em publicação recente do Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pantanal, pesquisadores da Universidade Federal de Grande Dourados e da Embrapa mapearam o perfil dos agricultores que adotaram a SAF.

O levantamento abarcou sistemas produtivos no estado do Mato Grosso do Sul e, a partir dos dados coletados, foi identificado que 90% possuíam propriedades (UPs) entre 6 a 30 hectares, indicando forte adesão do sistema pela agricultura familiar.

Vantagens de implementar Sistemas Agroflorestais

Representando uma alternativa sustentável e alinhada às demandas ambientais, os sistemas agroflorestais apresentam um conjunto de vantagens aos produtores que abarcam desde o manejo inteligente até a possibilidade de redução de custos com insumos ou maquinário. 

Preservação e recuperação do solo

A preservação e recuperação do solo são aspectos fundamentais dos sistemas agroflorestais, uma vez que a interação entre diferentes espécies vegetais é capaz de reduzir a erosão, melhorar a retenção de água e aumentar a fertilidade natural do solo.

A presença de árvores e arbustos em conjunto com cultivos agrícolas também auxilia na fixação de nutrientes e na criação de um microclima mais equilibrado, favorecendo o desenvolvimento das culturas

Aumento da biodiversidade

Ao contrário da monocultura, os SAFs incentivam a presença de múltiplas espécies vegetais e animais, promovendo o equilíbrio ecológico.

Esse fator, além de contribuir para a conservação dos biomas, também é capaz de reduzir a incidência de pragas e doenças e diminuir a necessidade de defensivos químicos.

Rentabilidade a longo prazo

A diversificação produtiva possibilitada por estes sistemas também reduz riscos econômicos e amplia as fontes de renda para os produtores, uma vez que diferentes espécies podem ser exploradas em períodos distintos.

Redução de custos

A fertilidade do solo se mantém de forma natural e a necessidade de defensivos e adubos químicos é reduzida. Assim, os SAFs promovem maior eficiência no uso dos recursos naturais, como água e energia, o que otimiza o manejo agrícola.

Sustentabilidade na produção

Por fim, a sustentabilidade na produção se fortalece com a implementação destes sistemas, uma vez que minimizam impactos ambientais, favorecendo a regeneração dos ecossistemas e garantindo uma atividade agrícola mais resiliente.

A importância das SAFs na sustentabilidade

Como vimos, os sistemas agroflorestais partem de uma premissa diversa à monocultura ou à segregação entre cultivos agrícolas e de animais. 

Esta alteração no manejo da terra impacta, de maneira positiva, tanto os aspectos econômicos dado o aumento de produtividade da terra quanto aspectos sociais e ambientais.

Por um lado, a implementação das SAFs possibilita uma redução dos impactos ambientais decorrentes da atividade agropastoril, uma vez que adota outras modalidades de cultivo e relação com a terra.

Além disso, os sistemas agroflorestais também diminuem a dependência de insumos ou maquinário, como sementes transgênicas, tratores ou tecnologias obsoletas, que podem encarecer os processos e reduzir a margem de lucro.

Desse modo, a implementação de sistemas ambientalmente corretos, economicamente viáveis e socialmente responsáveis apresenta o potencial de impactar não somente a realidade da produção agropastoril, mas a cadeia que dela depende: por exemplo, logística de distribuição, comercialização e consumo.

A conjugação destes fatores, realizados com base em práticas ESG, reforçam um ciclo virtuoso no qual a sustentabilidade ganha protagonismo, impulsionando uma economia verde e atenta às necessidades ambientais do século XXI.

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A TOTVS oferece aos produtores um conjunto de tecnologias abrangentes e integradas que otimizam todas as etapas da produção, desde o planejamento até a expedição.

Os sistemas TOTVS digitalizam rotinas essenciais ao agronegócio, com funcionalidades específicas para planejamento e orçamento, controle de frotas, preparo, plantio, manejo, colheita, logística e industrialização.

Além disso, oferece suporte para análises de clima, controle de insumos, qualidade e fitossanidade, assim como gestão de custos detalhada, consolidando dados agrícolas e industriais.

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Conclusão

Neste artigo, você aprendeu sobre os Sistemas Agroflorestais (SAFs) e seu papel fundamental na integração sustentável entre cultivos agrícolas, árvores e pastagens.

Como vimos, ao adotar essa abordagem, produtores podem beneficiar-se da recuperação do solo, aumento da biodiversidade e redução de custos operacionais, além de garantir maior resiliência produtiva a longo prazo.

No entanto, a implementação desses sistemas exige planejamento estratégico, contemplando a compreensão do bioma, emprego de mão de obra qualificada e o uso de tecnologias que otimizam o manejo e a produtividade.

Os sistemas agroflorestais, além de rentáveis, se consolidam como um modelo produtivo alinhado às exigências do século XXI e à necessidade de uma economia verde e sustentável. Gostou do artigo? Aproveite e saiba também sobre agricultura regenerativa!

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