As IFRS S1 e S2 são normas desenvolvidas por entidades internacionais para monitorar a conformidade das empresas com a sustentabilidade.
Gestores corporativos comprometidos com a sustentabilidade e práticas de ESG (Environmental, Social, and Governance) precisam integrar essas normas a suas operações com eficiência.
Especialmente no Brasil, a aplicação dessas normas indica uma direção onde transparência e responsabilidade ambiental se tornam aspectos essenciais da gestão corporativa sustentável.
Para que as empresas possam se adaptar a essas práticas, é preciso planejamento e recursos para uma estruturação adequada da operação.
Entenda qual o papel da tecnologia nesse gestão e veja os principais aspectos dessas normas antes de aplicar na sua empresa.

O que são as normas IFRS S1 e S2?
As normas IFRS S1 e S2, desenvolvidas pela International Financial Reporting Standards Foundation (IFRS), representam uma evolução significativa no campo da contabilidade e reporte financeiro, com foco em sustentabilidade.
A norma IFRS S1 diz respeito à divulgação de informações de sustentabilidade geral, abordando tópicos como governança, estratégias, riscos e oportunidades relacionadas ao desempenho sustentável da empresa.
Por sua vez, a IFRS S2 se concentra em divulgar detalhes específicos sobre impactos climáticos, incluindo as emissões de gases de efeito estufa e riscos relacionados ao clima, que possam afetar a saúde financeira da organização.
Em conjunto, essas diretrizes buscam padronizar e aprimorar a transparência das informações relacionadas à sustentabilidade nas práticas corporativas globais.
Por que essas regulamentações foram criadas?
As normas IFRS S1 e S2 surgiram como uma resposta à crescente demanda por transparência e responsabilidade corporativa em questões ambientais, sociais e de governança (ESG).
Diante de desafios globais como as mudanças climáticas e a sustentabilidade, essas regulamentações foram criadas para estabelecer padrões de relatórios financeiros.
Os documentos devem incluir os impactos não financeiros relevantes para a tomada de decisão dos stakeholders.
Ao padronizar a divulgação de informações relacionadas à sustentabilidade, as IFRS S1 e S2 visam melhorar a comparabilidade e a relevância das informações, incentivando assim as empresas a adotarem práticas mais sustentáveis.
Evolução das normas IFRS
O desenvolvimento das normas IFRS está associado à criação e atuação do International Accounting Standards Committee (IASC), fundado na década de 1970 e que tinha por objetivo desenvolver normas técnicas contábeis aplicadas em âmbito internacional.
O IASC, que contava com nove países fundadores, emitiu, regularmente durante três décadas, diversas orientações técnicas conhecidas como padrão IAS (International Accounting Standards).
No início do século XXI, o comitê passou por reestruturações, transformando-se em junta ou conselho internacional, cuja diretoria era comandada pela atual IFRS Foundation.
Com a adoção dos padrões IAS e as novas regulamentações da IFRS pela União Europeia, as diretrizes gerais da fundação tornaram-se referência internacional, com reconhecimento e aplicabilidade em diversos contextos de governança local.
Por ocasião da COP26, em Glasgow (Escócia), a IFRS lançou o International Sustainability Standards Board (ISSB), de modo a responder à crescente demanda por transparência em questões ambientais, sociais e de governança.
Assim, foram lançadas em 2023 as normas IFRS S1 e IFRS S2, destinadas, como vimos anteriormente, para a comunicação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade.
Recentemente, no ano de 2024, a IFRS publicou seu work plan contemplando o biênio 2024-2026. De acordo com Emmanuel Faber, presidente da ISSB:
“A IFRS S1 continuará servindo como pedra-fundamental sobre a qual construímos. A IFRS S1 estabelece um conteúdo central para um conjunto completo de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade. […] Nossos stakeholders se manifestaram, em alto e bom tom, no apoio à implementação da IFRS S1 e IFRS S2 como principal prioridade”
Entenda melhor o que diz cada uma dessas normas
Entenda os detalhes das normas IFRS S1 e S2, que estruturam a governança corporativa em questões de sustentabilidade e impacto climático:
IFRS S1
A norma IFRS S1 é voltada para a divulgação de informações de sustentabilidade geral das empresas.
Estabelece uma estrutura padronizada para reportar aspectos essenciais sobre governança, estratégias, políticas e práticas relacionadas à sustentabilidade.
Considera também as metas, riscos e oportunidades que a prática sustentável acrescenta às corporações.
Isso inclui a forma como essas questões integradas à sustentabilidade são geridas e influenciam a tomada de decisões.
Seu objetivo é assegurar que os investidores e outras partes interessadas recebam dados consistentes e comparáveis para avaliar o desempenho ESG das organizações.
IFRS S2
A norma IFRS S2 zela por uma divulgação transparente e detalhada do impacto climático das operações de uma empresa.
É uma ferramenta-chave para a adaptação às demandas crescentes por responsabilidade ambiental, exigindo das entidades o reporte de emissões de gases de efeito estufa, exposição a riscos climáticos e as respectivas estratégias de mitigação.
No Brasil, a conformidade com a norma reforça o compromisso empresarial com a sustentabilidade, além de se alinhar com expectativas globais, promovendo resiliência e competitividade no mercado.
Comparação entre IFRS S1/S2 e outras normas de sustentabilidade
Como vimos, a IFRS S1 estabelece os requisitos gerais para a divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade. Já a IFRS S2 complementa a S1 ao se concentrar especificamente em riscos e oportunidades relacionados ao clima.
Comparando-as com outras normas internacionais, como o GRI (Global Reporting Initiative) e o TCFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosures), as IFRS S1/S2 diferenciam-se pelo:
- Alinhamento explícito à mensuração de impactos financeiros;
- Pela integração com relatórios financeiros tradicionais.
Enquanto o GRI enfatiza impactos socioambientais para uma gama ampla de stakeholders, as normas da ISSB (International Sustainability Standards Board) focam nos riscos e oportunidades financeiras. O TCFD, por sua vez, é diretamente incorporado à IFRS S2, sendo sua principal referência conceitual.
Aspecto | IFRS S1 | IFRS S2 | GRI | TCFD |
Foco principal | Sustentabilidade geral com impacto financeiro | Riscos e oportunidades climáticos com impacto financeiro | Impacto socioambiental amplo | Riscos financeiros relacionados ao clima |
Usuário-alvo | Investidores e credores | Investidores e credores | Stakeholders diversos | Investidores e reguladores |
Abordagem | Financeira (materialidade financeira) | Financeira e climática | Triple bottom line (econômico, social, ambiental) | Financeira (materialidade financeira) |
Integração com relatórios financeiros | Sim | Sim | Não | Recomendado, mas não mandatado |
Caráter normativo | Normas obrigatórias (quando adotadas) | Normas obrigatórias (quando adotadas) | Voluntário, orientação | Voluntário, mas amplamente adotado |
Base conceitual | IASB / ISSB | TCFD + ISSB | Padrões GRI | Recomendação do FSB |
Impactos e aplicações da IFRS S1 e S2 no Brasil
No Brasil, as normas IFRS S1 e S2 estão redefinindo a maneira como as empresas reportam questões de sustentabilidade e impactos climáticos.
Isso implica uma evolução significativa na governança corporativa, aumentando a credibilidade e a confiança dos investidores.
Ao se comprometer com esses padrões internacionais, o país se destaca no cenário global para negócios sustentáveis e investimentos responsáveis.
Porém, a transição exige que as companhias ajustem seus sistemas contábeis e de gestão — um desafio técnico, estratégico e tecnológico.
As empresas devem se preparar para as mudanças, utilizando tanto a expertise interna quanto soluções especializadas para garantir conformidade e excelência no novo paradigma de reportes financeiros e de sustentabilidade.
Implementação das normas IFRS S1 e S2
A implementação das normas deve ocorrer de maneira integrada e progressiva, respeitando a capacidade e flexibilidade das empresas para a identificação, estruturação e aplicação gradual das diretrizes gerais.
Baseando-se nos princípios de clareza, robustez e conectividade, conforme os documentos técnicos da IFRS, a implementação deve observar as seguintes etapas:
1. Identificação de riscos e oportunidades materiais
2. Estruturação das divulgações (governança, estratégia, riscos e métricas)
3. Integração com demonstrações financeiras
4. Usos de fontes como SASB, CDSB e GHG Protocol
5. Definição de metas e métricas climáticas
6. Aplicação gradual com uso de abordagens qualitativas
Desse modo, é crucial que as organizações direcionem sua atenção às divulgações em governança, estratégia e gestão de risco a partir da efetiva materialidade financeira. Isto é, realizando a integração com as suas demonstrações e oferecendo dados confiáveis.
Para além destes aspectos, a implementação também deve seguir um direcionamento que detalhe os riscos climáticos, o que demanda análises, definição de metas e métricas específicas com base no setor econômico de atuação da empresa.
Por fim, vale reforçar que a IFRS reconhece que o processo de implementação deve ser conduzido de maneira progressiva e gradual, valendo-se de estratégias e recursos que otimizem processos, acelerem etapas e proporcionem maior controle sobre os dados e indicadores em sustentabilidade.
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O campo de critérios ambientais, sociais e de governança está em constante evolução, com novas abordagens e soluções surgindo regularmente para atender às crescentes demandas por sustentabilidade e responsabilidade corporativa. As finanças corporativas também fazem parte desse movimento.
A Gestão ESG by Deep é uma plataforma integrada da TOTVS que simplifica a agregação de dados dentro de sua organização, automatizando a coleta de indicadores relevantes.
Esse sistema assegura a conformidade dos seus negócios com os requisitos regulatórios, seja em âmbito local, nacional ou global.
Assim, diminui diversos riscos, incluindo os operacionais, financeiros e comerciais, ao conectar-se diretamente ao seu ERP, sistemas existentes e planilhas.
Com a Gestão ESG by Deep, você obtém dados padronizados e confiáveis, atualizados mensalmente, o que garante o cumprimento dos prazos de divulgação e previne possíveis penalidades à sua empresa.
Além disso, a plataforma aprimora a eficiência operacional e libera o tempo de suas equipes para focar em estratégias, minimizando a necessidade de recorrer a consultorias externas e reduzindo custos com auditorias.
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Conclusão
O universo das normas IFRS S1 e S2 implica em um novo paradigma para as empresas quando o assunto é sustentabilidade.
Compreender suas funções, importância de sua criação e como adequar as operações às demandas de ESG é fundamental para responsabilidade corporativa.
Vimos também os impactos significativos que essas diretrizes trarão para as empresas no Brasil, ressaltando a necessidade de gestores estarem preparados para integrá-las em suas práticas de negócios.
A ferramenta fornece os recursos necessários para as empresas não somente atenderem às exigências das normas, mas também elevarem seus critérios de ESG.
Além disso, a integração com outras soluções TOTVS pode potencializar a eficiência na gestão da sua empresa.Gostou do artigo? Aproveite e saiba como implementar o ESG em sua empresa!
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