As práticas de ESG no agronegócio representam uma mudança de paradigma na forma como a produção rural se organiza frente aos desafios ambientais, sociais e de governança atuais.
Diante das crescentes demandas por sustentabilidade e responsabilidade corporativa, integrar práticas ESG ao setor agropecuário não é apenas uma exigência regulatória ou de mercado, mas uma estratégia essencial para garantir competitividade, resiliência e acesso a novos investimentos.
Neste artigo, refletimos sobre como o setor pode aplicar efetivamente os princípios ESG, a partir da definição de indicadores estratégicos, da gestão de dados, riscos e do envolvimento de stakeholders.
Continue e tenha uma ótima leitura!
Como aplicar o ESG no agronegócio?
A implementação de estratégias ESG no agronegócio exige uma abordagem estruturada, incluindo etapas sequenciais que abrange desde a preparação (indicadores, metas e compromissos) até a gestão de riscos.
O primeiro passo é definir quais os indicadores ESG e alinhar os compromissos gerais da produção agro com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e Agenda 2030 da ONU.
Neste momento, é recomendado implementar soluções em ESG para a entrega de dados confiáveis, padronizados e atualizados, de modo a organizar os indicadores com os padrões exigidos pelo mercado.
Em seguida, é necessário realizar um mapeamento dos stakeholders envolvidos, comunicando-os sobre os objetivos, e realizar um conjunto de análises internas e externas (KPIs, recursos financeiros etc.), coletando dados ambientais por meio de ferramentas que centralizam os dados.
Tendo em vista o alinhamento de metas, mapeamento e coleta de dados, é necessário também realizar um levantamento de oportunidades para o desenvolvimento sustentável, considerando os aspectos ambientais, sociais e de governança.
Em sequência, a implementação deve ser realizada por meio de sistemas dedicados que monitoram a evolução dos KPIs, emissão de relatórios, possibilitam transparência por meio de sistemas de auditoria e permitem análises detalhadas e dados objetivos.
Como ressaltado em pesquisa conduzida no Departamento de Administração da USP, a integração de metodologias ESG com tecnologias e sistemas dedicados não só assegura conformidade, mas também gera eficiência operacional e vantagem competitiva.
Etapa | Ações principais |
Preparação | Definir indicadores ESG e alinhar compromissos com os ODS e Agenda 2030 da ONU |
Coleta de Dados | Implementar soluções para padronizar e atualizar dados ESG confiáveis |
Mapeamento de Stakeholders | Identificar e comunicar objetivos aos stakeholders (investidores, comunidades, órgãos reguladores) |
Análises Internas e Externas | Avaliar KPIs, recursos financeiros, impactos ambientais e sociais |
Levantamento de Oportunidades | Identificar oportunidades sustentáveis nos pilares ambiental, social e governança |
Implementação | Monitorar KPIs em tempo real, emitir relatórios e garantir transparência |
Gestão de Riscos | Avaliar riscos ESG e ajustar estratégias com base em dados e feedback contínuo |
Os 3 pilares do ESG e como se relacionam com o agro
O ESG no agronegócio se expressa em três pilares: ambiental, social e de governança. Cada qual apresenta desafios e oportunidades em sua implementação, dadas as especificidades do setor.
Confira abaixo como esses pilares se aplicam ao agro.
Ambiental
O pilar ambiental é crítico ao agronegócio, considerando a sua relação próxima e dependência produtiva às condições climáticas. Assim, práticas de agricultura de precisão, o uso eficiente de recursos naturais ou adoção de estratégias de energia renovável são fundamentais.
Social
O agronegócio representa um dos motores da economia nacional, gerando emprego e renda a milhares de brasileiros. Desse modo, iniciativas como a capacitação de trabalhadores rurais e programas de inclusão de jovens apresentam impactos positivos.
Governança
Por fim, a governança no agro também deve ser considerada, abarcando aspectos da estratégia do negócio frente às exigências de transparência e gestão de riscos. Por exemplo, a implementação de sistemas de auditoria, definição de KPIs e metas alinhadas aos ODS da ONU.
Por que o ESG se tornou importante para o setor agropecuário?
Considerando o atual cenário de reconhecidas alterações climáticas, torna-se essencial a adoção de práticas e princípios ESG no agronegócio, de modo que o setor se adapte às novas condições produtivas.
Em relatório oficial, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) destaca que o agronegócio é diretamente impactado pelos eventos climáticos extremos, como alterações na sazonalidade, períodos prolongados de seca ou chuvas intensas. Assim, comprometendo a produtividade e a estabilidade financeira.
Especialmente para o cenário brasileiro, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), em 2024 o agronegócio representou 23,2% do PIB, empregando mais de 28 milhões de pessoas. Neste sentido, safras irregulares impactam negativamente tanto o aspecto econômico quanto o social.
Desse modo, a adoção de práticas ESG no agronegócio representa uma resposta estratégica às necessidades atuais, considerando sua importância econômica, social e, evidentemente, ambiental.
Por um lado, as práticas em ESG se apresentam como uma resposta às necessidades produtivas frente às alterações climáticas. Por outro, também impactam positivamente na percepção dos stakeholders e na atração de investimentos e parcerias.
Um exemplo dos impactos financeiros das estratégias ESG é visto na Danone North que, em parceria com a National Fish and Wildlife Foundation, constituiu um fundo de US$3 milhões para a sua descarbonização.
Portanto, o ESG não é apenas uma resposta às crises climáticas e necessidades de adaptação às necessidades produtivas atuais, mas, também, um vetor de valorização do agronegócio perante mercados e sociedade conscientes.
Desafios do ESG no agronegócio brasileiro
Os desafios para o agronegócio na implementação de estratégias ESG foi tema de um estudo detalhado conduzido pela Embrapa, que analisou a trajetória do setor, a intensificação da sustentabilidade nos sistemas produtivos, entre outros aspectos.
De acordo com o estudo, no pilar ambiental, a necessidade de reduzir emissões de GEE e preservar recursos hídricos e solos é urgente, especialmente diante da pressão por sistemas de produção sustentáveis.
Desse modo, as mudanças climáticas exigem a adoção de tecnologias de adaptação, como agricultura de baixo carbono e recuperação de pastagens degradadas.
Considerando o âmbito social, a escassez de mão de obra qualificada e a pobreza rural persistem, demandando políticas de inclusão e capacitação. Além disso, a desigualdade regional e a falta de acesso a tecnologias por pequenos produtores ampliam as disparidades
Por sua vez, na governança, a complexidade de certificações e a demanda por transparência na cadeia produtiva exigem sistemas robustos de rastreabilidade e compliance, capazes de lidar com a diversidade de indicadores e ausência de padronização.
Portanto, superar esses desafios requer articulação entre setores público e privado, assim como massivo investimento em inovação, tecnologias e políticas integradas em ESG.
Principais indicadores ESG para o setor agropecuário
Monitorar e comunicar os indicadores de ESG é essencial ao agronegócio, de modo a apresentar o desempenho em sustentabilidade, atendendo às demandas dos investidores, órgão de regulação e os consumidores.
Assim, considerando os 3 pilares ESG, no contexto ambiental destacam-se as métricas relacionadas às emissões de gases de efeito estufa (GEE), eficiência hídrica e preservação da biodiversidade, considerando em paralelo às políticas de descarbonização.
Já no âmbito social, indicadores relacionados às condições trabalhistas, como redução nas taxas de acidentes ocupacionais, estratégias de inclusão e impacto comunitário também representam indicadores para o agro.
Por fim, considerando as políticas de governança, os indicadores de transparência, emissão de relatórios, conformidade com certificações e índices de sustentabilidade empresarial (ISE B3, IGTC B3, por exemplo) também devem ser avaliados.
- Ambiental: emissão de GEE, uso eficiente da água, biodiversidade;
- Social: segurança no trabalho, inclusão e diversidade, impacto comunitário;
- Governança: transparência em relatórios, conformidade e certificação, ética na cadeia produtiva
Gestão ESG by Deep: tecnologia a favor da sustentabilidade
Em um cenário onde a sustentabilidade se torna critério estratégico para a resiliência no campo, produtores e empresas do agronegócio são cada vez mais cobrados por transparência, responsabilidade e inovação em sua atuação ambiental, social e de governança (ESG).
Nesse contexto, a solução TOTVS Gestão ESG by Deep representa uma ferramenta indispensável para o agro.
Integrada ao ERP, a plataforma automatiza e centraliza indicadores ESG da produção, garantindo dados confiáveis e conformidade com os principais padrões exigidos pelo mercado e órgãos reguladores.
Por meio de dashboards inteligentes, módulos de emissão de carbono, coletas precisas e relatórios auditáveis, a solução oferece suporte real à transformação sustentável da cadeia produtiva agropecuária.
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Conclusão
Neste artigo, você aprendeu sobre os principais fundamentos, etapas e desafios na aplicação do ESG no agronegócio, um setor estratégico para a economia brasileira e profundamente influenciado pelas transformações ambientais e sociais contemporâneas.
A estruturação de uma estratégia ESG eficiente requer planejamento, definição de indicadores e metas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), bem como o uso de tecnologias que garantam a coleta e análise de dados confiáveis.
Além disso, torna-se indispensável o envolvimento dos stakeholders, a identificação de oportunidades sustentáveis e a construção de uma governança sólida, transparente e comprometida com a conformidade.
Portanto, diante das mudanças climáticas, da pressão por responsabilidade social e da crescente exigência dos mercados, adotar práticas ESG não é apenas uma opção ética, mas uma condição de competitividade e resiliência.Gostou do artigo? Aproveite e saiba também sobre sustentabilidade na agricultura.
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