A gestão patrimonial é um processo muito importante para todo tipo de empresa, de modo a estabelecer estratégias de planejamento e controle de seus ativos (recursos) em relação aos passivos (obrigações).
Com um bom gerenciamento, é possível monitorar todo o ciclo de vida de um ativo, seja este tangível ou intangível, assim como proporcionar sustentabilidade e rentabilidade do negócio.
Porém, ainda muitos gestores têm dificuldade de manter esse controle, principalmente se isso nunca foi feito. Neste artigo, falaremos mais sobre como funciona esse processo e como fazê-lo em seu negócio.
O que é gestão patrimonial?
A gestão patrimonial é classificada como um conjunto de práticas e recursos utilizados com objetivo de planejar, controlar e administrar os bens, direitos e obrigações das empresas e organizações.
Esta prática está associada ao patrimônio da empresa registrado em balanço. Assim, a prática de gerenciamento está direcionada à otimização e bom uso dos recursos, objetivando rentabilidade, sustentabilidade e elasticidade empresarial.
Vale ressaltar aqui o conceito de patrimônio adotado por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas, em publicação da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP/FGV):
O patrimônio de uma empresa representa “o objeto efetivo que propicia a realização das atividades necessárias, através das operações, para que as organizações alcancem as suas finalidades e objetivos”
Assim, a gestão patrimonial representa uma atividade crucial na condução dos negócios, impactando em sua maior ou menor elasticidade, tendo em vista as movimentações de mercado.
Por isso, este tipo de gestão envolve a estruturação de função e processos que garantem o emprego racional e eficiente dos ativos da empresa, tendo em vista sua relação com o conjunto de passivos e obrigações.
Como funciona a gestão patrimonial?
Para fazer a gestão de patrimônio é preciso, em primeiro aspecto, compreender a relação de todos os ativos (recursos e fonte de capital) e passivos (obrigações financeiras) da empresa, presentes no balanço enquanto:
- Ativo Circulante: bens e direitos que podem ser mobilizados em um período de 12 meses a contar do último balanço
- Ativo não Circulante: investimentos, imobilizados ou intangíveis. Representam recursos realizáveis a longo prazo
- Passivo Circulante: qualquer obrigação financeira com data de vencimento até 12 meses, como salários ou tributos e impostos.
- Passivo não Circulante: empréstimos, financiamentos e quaisquer outras obrigações financeiras com duração superior a 12 meses
Ao comparar e estabelecer a relação entre ativos e passivos, compreende-se o patrimônio da empresa.
Após a análise de todos os recursos (tanto materiais, como mobiliário, quanto o capital circulante, licenças adquiridas, entre outros bens) é possível identificar e compreender o ciclo de vida destes ativos na organização.
Assim, é possível à gestão antecipar cenários que demandam maior mobilização de capital ou aqueles que, em planejamento financeiro empresarial, estipula-se a composição de reservar para investimentos futuros em infraestrutura, expansão ou outra decisão estratégica.
Do mesmo modo, compreender o conjunto de passivos auxilia na compreensão ampla, mas detalhada, das obrigações financeiras da empresa. Estas, quando postas em paralelo com os bens e direitos, demonstram a capacidade da empresa em assumir riscos, reposicionar-se ou, ainda, adotar outros movimentos.
Por estes aspectos, a gestão patrimonial funciona como uma prática direcionada à manutenção da saúde financeira do negócio, objetivando a rentabilidade, sustentabilidade e elasticidade empresarial.
Principais tipos de gestão patrimonial
Na gestão do patrimônio de uma empresa, diretores e gestores podem adotar diferentes abordagens. Estas estão, convencionalmente, relacionadas à gestão de ativos tangíveis, intangíveis e nos passivos.
- Gestão de Ativos Tangíveis: prática focada nos bens materiais da empresa, como imóveis, equipamentos, veículos e mobiliário. A principal função é monitorar o ciclo de vida desses bens, desde a aquisição até a sua substituição ou alienação, visando a preservação de valor e o uso adequado.
- Gestão de Ativos Intangíveis: refere-se ao controle de recursos não físicos, como marcas, patentes, direitos autorais e licenças de softwares. Esse tipo de gestão busca maximizar o valor desses ativos ao longo do tempo, protegendo a propriedade intelectual e os direitos da empresa.
- Gestão de Passivos: envolve o monitoramento e a administração das obrigações financeiras da empresa, como dívidas, empréstimos e tributos. Assim, o objetivo é garantir que os passivos sejam geridos de maneira a minimizar riscos e evitar desequilíbrios financeiros.
Para quem a gestão patrimonial é recomendada?
A gestão patrimonial é recomendada para empresas de todos os portes e setores que buscam otimizar o uso de seus ativos e manter um controle eficiente sobre seus passivos.
Por exemplo, negócios com grande volume de bens tangíveis, como indústrias e empresas do setor imobiliário, podem se beneficiar particularmente ao garantir que seus ativos físicos sejam bem administrados ao longo do tempo.
Além disso, organizações com ativos intangíveis significativos, como empresas de tecnologia e aquelas que lidam com propriedade intelectual, também se beneficiam ao proteger e maximizar o valor desses recursos.
Em paralelo, as empresas em fase de expansão ou que enfrentam alta volatilidade de mercado encontram na gestão patrimonial uma ferramenta estratégica para sustentar crescimento e minimizar riscos financeiros.
Por estes aspectos, adotar práticas de gestão inteligente sobre o patrimônio da empresa é crucial aos gestores que desejam aprimorar a tomada de decisões financeiras e assegurar a sustentabilidade e rentabilidade de longo prazo.
A importância da gestão patrimonial de empresas
O controle patrimonial de uma empresa permite um planejamento orçamentário mais eficiente e preciso. Os balanços mais detalhados ajudam os gestores na tomada de decisões, além de evitar investimentos desnecessários e possíveis desperdícios.
Com a gestão é possível avaliar quanto o negócio realmente vale, e isso simplifica o processo de conseguir investidores. Também auxilia no controle de custos e na projeção do tempo de uso dos materiais e equipamentos. Assim, as compras serão feitas conforme a real necessidade da entidade.
Evita também problemas fiscais envolvendo omissão de receita, já que a lei exige o controle patrimonial. Caso contrário, a companhia pode sofrer instauração de processos administrativos e fiscais, inclusive com aplicação de multas.
Em que momento essa prática deve ser realizada?
Este tipo de gestão deve ser realizado em qualquer momento, independentemente do estágio em que a empresa se encontra.
Essencialmente, a gestão do patrimônio de uma empresa envolve o planejamento, controle e administração dos bens, direitos e obrigações; elementos fundamentais para a saúde financeira e operacional de qualquer organização.
Seja no início de um negócio, durante sua fase de expansão ou mesmo em períodos de estabilidade, a gestão patrimonial garante que os ativos sejam utilizados de maneira eficiente e os passivos sejam devidamente controlados.
Além disso, essa prática permite que a empresa antecipe cenários, tome decisões estratégicas e evite desperdícios, contribuindo para a rentabilidade e sustentabilidade a longo prazo.
Dicas de como fazer a gestão patrimonial
Para fazer a gestão do patrimônio empresarial é possível seguir alguns passos. Entretanto, vale lembrar que cada empresa apresenta especificidades que devem ser consideradas, de modo que o gerenciamento seja efetivo, apresentando resultados positivos.
Faça o inventário de bens
Depois de escolher o sistema de gestão, comece a fazer o levantamento de todos os ativos da empresa. A identificação dos ativos tangíveis e intangíveis pode ser feita por meio de um sistema de classificação.
No caso dos ativos materiais e tangíveis, como equipamentos e mobiliário, o registro fotográfico também é importante, assim como o registro exato da localização dos itens.
Se, por acaso, os objetos forem mudados de lugar, é preciso que o inventário seja atualizado. Do mesmo modo, se forem adquiridos novos itens, eles também devem ser catalogados.
Avalie os ativos existentes
Nessa etapa, você deve identificar o custo de reposição e o valor justo dos ativos. Também é necessário identificar o valor residual, ou seja, o que se espera receber pelo item no fim de sua vida útil. Aqui, pode ser avaliado também o custo de reposição do bem no futuro.
Avalie a vida útil dos itens
Para manter a organização e controle patrimonial, é essencial fazer a avaliação da vida útil de cada um dos bens.
Com isso, é possível estimar quanto tempo mais será possível utilizar aquele item. Isso é importante, especialmente, para o setor de serviços, em relação aos equipamentos e materiais usados em sua prestação.
Realize a manutenção preventiva
Manter os ativos em bom estado é essencial para garantir sua longevidade e evitar custos desnecessários com substituições prematuras. A manutenção preventiva deve ser planejada e executada de acordo com o ciclo de vida de cada bem.
Equipamentos, máquinas e outros ativos tangíveis precisam ser inspecionados e, quando necessário, receber reparos ou ajustes.
Registre todas as movimentações
É crucial acompanhar cada movimentação de ativos dentro da empresa, como transferências de local, empréstimos de equipamentos ou alienações.
Para isso, é necessário que todas as mudanças sejam documentadas com precisão, incluindo a data da movimentação, o responsável e o novo local de alocação.
Essa prática garante que o inventário esteja sempre atualizado e que a empresa tenha um controle exato sobre o uso e localização de seus bens, evitando perdas ou descuidos.
Faça a atualização dos bens
Atualize os valores dos bens da empresa, para que haja um controle mais eficiente dos itens que compõem seu empreendimento. É necessário que seja feita a contabilização da depreciação do valor dos ativos presentes.
Concilie o físico e o contábil
É importante também que seja feita a comparação dos dados levantados com a base contábil. Devem ser identificados os bens existentes no inventário que não possuem o registro contábil, além dos que o contém, mas sem a existência física. Então, são gerados três tipos diferentes de relatórios:
- Bens conciliados;
- Sobras contábeis,
- Sobras físicas.
Implemente um sistema de gestão
Os softwares de gestão financeira e empresarial podem ajudar muito nesse processo. Isso porque, com ele, é possível otimizar algumas etapas e realizar tudo com maior agilidade e precisão. O controle de ativo fixo, correção monetária e também a catalogação de bens pode ser feita através da solução.
Trata-se de um sistema flexível, que se adapta ao seu negócio e dá o controle das atividades administrativas e financeiras ao gestor. Evita-se o gerenciamento por meio de planilhas, que pode acabar resultando em erros e consequentemente prejuízos para a empresa.
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Assim, a plataforma facilita o cumprimento de obrigações administrativas e financeiras, proporcionando controle total sobre o back-office com apenas alguns cliques.
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Conclusão
Neste artigo você aprendeu sobre o conceito e prática de gestão patrimonial, uma atividade essencial para garantir a eficiência financeira e a sustentabilidade de longo prazo das empresas.
Ao administrar adequadamente os ativos e passivos, as organizações podem otimizar seus recursos, evitando-se desperdícios, assim como são capazes de maximizar o valor de seus bens tangíveis e intangíveis.
Portanto, a implementação de um gerenciamento patrimonial eficaz fortalece a capacidade de adaptação às variações de mercado e auxilia na tomada de decisões estratégicas; independentemente do porte ou setor da empresa.
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