O que é e como calcular o custo médio de estoque

Entre os indicadores que ajudam a garantir o controle de estoque, o custo médio se destaca como um dos mais utilizados — tanto pela simplicidade quanto pela eficiência na hora de avaliar o valor das mercadorias armazenadas.

Para você ter uma ideia da importância do tema, os custos com estoque representaram 7% do PIB brasileiro em 2023. Esse foi o maior índice da série histórica, segundo levantamento do ILOS. 

Ou seja, além de afetar diretamente a rentabilidade de cada negócio, a gestão de estoque tem um impacto macroeconômico expressivo no Brasil.

Ao acompanhar de perto essa métrica, você tem mais clareza sobre seus gastos, além de uma perspectiva maior dos lucros. Com isso, pode otimizar os processos de precificação dos itens. 

Quer saber como calculá-lo?

Neste conteúdo, você vai descobrir isso e muito mais: desde como funciona essa métrica até sua importância para a gestão de estoques e como a tecnologia pode facilitar esse processo no dia a dia. Vamos lá?

O que é o custo médio?

O custo médio representa o valor da média dos gastos com a compra de cada produto. É uma métrica utilizada para entender quanto, em média, a empresa paga por item em estoque, considerando possíveis variações de preço ao longo do tempo.

Esse cálculo dilui as oscilações de preços entre diferentes compras, o que garante uma visão equilibrada para os gestores sobre o valor das mercadorias armazenadas.

Na prática, isso é muito útil em mercados com alta volatilidade, nos quais o valor de reposição dos itens pode mudar com maior frequência.

Por que calcular o custo médio de estoque?

Calcular o custo médio é importante para manter o controle de estoque e a saúde financeira da empresa.

A prática ajuda a evitar distorções na contabilidade, garante uma precificação mais precisa dos produtos e permite uma gestão mais eficiente das compras e do estoque. 

É possível observar diversos benefícios ao monitorar esse indicador, como:

• Garante a conformidade fiscal e contábil;
• Melhor controle e valorização do estoque;
• Maior eficiência no planejamento de compras e fluxo de caixa;
• Identificação de valores elevados e de oportunidades para redução de custos.

Na prática, é uma ferramenta essencial para ter maior previsibilidade financeira e evitar problemas na gestão de estoque.

Além disso, quando olhamos para o cenário macroeconômico, os custos com estoque têm um peso significativo nas operações das empresas brasileiras.

Como mencionamos logo no início deste conteúdo, eles representaram 7% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional em 2023: isso elevou os custos logísticos totais a 18,4% do PIB, de acordo com a pesquisa da ILOS. 

Esse número ajuda a entender por que uma gestão estratégica de estoque — com monitoramento eficiente de indicadores como o custo médio — é um diferencial competitivo e financeiro.

Como se calcula o custo médio?

O cálculo do custo médio é simples: basta dividir o custo total dos produtos em estoque pela quantidade de unidades armazenadas. 

Além do valor pago pelo próprio produto, o cálculo também considera os acréscimos de impostos, frete e demais despesas relacionadas às aquisições de cada item.

Dessa maneira, a fórmula funciona assim:

Custo médio (CM) = custo total dos produtos em estoque / total de unidades em estoque

Ou seja, você deve considerar a nova quantidade de produtos adquiridos e multiplicá-lo pelo preço unitário do produto na última compra realizada.  

Esse valor será somado ao custo total do estoque anterior (quantidade anterior × CM anterior). 

Por fim, divide-se o resultado pelo novo total de unidades em estoque.

Vamos a um exemplo para entender o cálculo na prática:

Imagine que sua empresa tinha 100 unidades de um produto em estoque, com custo médio de R$ 10. Portanto, um custo total de R$ 1.000.

Em uma nova compra, foram adquiridas 50 unidades a um custo unitário de R$ 10, totalizando R$ 500.

Neste caso, a fórmula será:

CM = (1.000 + 500) / (100 + 50) = R$ 1.500 / 150 = R$ 10

Portanto, a média do custo unitário é de R$ 10.

Com que frequência o cálculo deve ser realizado?

A frequência ideal para calcular a média de custo dos produtos varia conforme a dinâmica de compra e venda da empresa. Se o seu negócio tem alta rotatividade de estoque, por exemplo, é importante fazer o cálculo com mais regularidade.

O mesmo vale para operações que trabalham com insumos mais voláteis, com variações de preços mais frequentes, como é o caso do varejo alimentício, por exemplo. 

Já empresas com menor volume de movimentação podem fazer cálculos mais espaçados, semanal ou mensalmente.

Neste contexto, existem duas maneiras de calcular a média de custo: a fixa e a móvel. Vamos entender como cada uma delas funciona a seguir.

Custo médio fixo

Neste método, o valor unitário médio de cada produto permanece inalterado durante um determinado período, mesmo que novas compras sejam realizadas com preços diferentes.

O custo é alterado em momentos específicos, como no fechamento do mês, do trimestre ou após o inventário de estoque. 

É uma opção comum em operações que buscam maior estabilidade nos registros contábeis, mas pode não refletir com precisão as variações de preços ao longo do tempo. 

Isso pode ter um impacto direto na margem de lucro, principalmente se não houver um controle rigoroso deste indicador. 

Custo médio móvel

O custo móvel, também conhecido como custo médio ponderado móvel, é recalculado sempre que uma nova mercadoria entra em estoque.

Isso significa que o valor médio dos produtos é atualizado de maneira constante, por isso reflete as mudanças de preços de forma mais precisa e em tempo real.

É o método de cálculo mais indicado para empresas com alto volume de compras ou variações frequentes nos preços de aquisição, já que permite um controle mais apurado dos custos.

Na prática, isso ajuda a fazer ajustes rápidos na precificação dos produtos e, consequentemente, garante uma gestão financeira mais eficiente. 

Como usar o custo médio ao seu favor?

Para ter uma média de custos precisa, você deve sempre manter os lançamentos atualizados no sistema, conforme as operações do dia a dia.  

Isso significa evitar práticas como vender produtos que ainda não constam no estoque — o que pode gerar saldo negativo — ou registrar notas fiscais fora da data correta, o que compromete o cálculo da média de custo.

Além disso, é importante evitar ajustes manuais desnecessários no estoque. Manter os saldos sempre atualizados é a base para uma gestão eficiente e uma tomada de decisões mais precisa.

O segredo para melhorar as margens de lucro é saber como, quando e quanto comprar. 

E, para isso, contar com um sistema de gestão é fundamental. Com a tecnologia certa, você pode:

• Analisar o giro dos seus produtos e entender quais têm maior ou menor saída;  
• Aplicar o método de Curva ABC para priorizar os itens mais relevantes nas compras;
• Analisar o valor disponível para compras com base no seu fluxo de caixa e nos recebíveis;
• Avaliar sua situação econômica por meio do demonstrativo de resultados do exercício (DRE).

O que fazer para colocar tudo isso em prática?

Agora que você já entendeu para que serve o custo médio, é hora de colocar os aprendizados em prática para alcançar os resultados desejados.

Com o monitoramento desse indicador, é possível manter rotinas de atualização de preços por produto ou por entrada de estoque, o que permite definir uma margem de markup mais precisa.

Isso facilita a composição do preço de venda, alinhando estratégia comercial e rentabilidade.

Além disso, outras práticas podem tornar o uso da métrica mais eficiente no dia a dia, como:

• Utilizar relatórios de análise de lucratividade para embasar decisões mais estratégicas;
• Acompanhar o CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) para entender o impacto real da média de gastos na lucratividade;
• Realizar análises de vendas com base na média de custos, observando os resultados por período, por item ou serviço;
• Definir a margem de lucro com base na média de custos, utilizando-o como referência para calcular o markup ideal por produto.

Como dissemos, trata-se de um indicador importante para facilitar sua análise de negócios.

Quando utilizado da forma correta, é um grande aliado para compor o preço de venda e, consequentemente, impactar na lucratividade dos produtos.

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Conclusão

O custo médio é um indicador importante para o planejamento de compras e estoque da sua empresa. 

Neste conteúdo, falamos sobre os benefícios desta métrica, além de explicar como calculá-la e compartilhar algumas boas práticas essenciais para aplicá-la corretamente.

Quando bem utilizada, a média de custos ajuda a manter a saúde financeira do negócio, evita distorções nos preços e garante decisões mais seguras no dia a dia, além de contribuir diretamente para a lucratividade da sua operação.

Mas, para que tudo isso funcione na prática, é fundamental contar com processos bem definidos e com o apoio da tecnologia certa. 

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