DRE: O que é, importância, como fazer e como analisar

Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 21 julho, 2023

Todo empreendedor ou gestor de um negócio vai ter que lidar com a DRE, a tal Demonstração do Resultado Financeiro.

Para alguns, é um documento simples. Para outros, uma burocracia um tanto complexa. Afinal, para que serve e qual a importância da DRE?

A verdade é que entender o que é, a sua função e o seu impacto nas decisões de um negócio ajuda na administração da empresa.

Aqui no blog, falamos muito sobre como os dados têm o poder de transformar sua empresa.

A Demonstração do Resultado Financeiro, neste caso, é como um instrumento que ajuda você a compilar os principais indicadores financeiros da organização e entender, de uma vez por todas, sua situação financeira!

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O que é a DRE na contabilidade?

A Demonstração do Resultado do Exercício é um documento com importância tanto contábil quanto gerencial. Com ela, é possível ter uma visão sintetizada e estruturada dos principais indicadores financeiros do negócio, entendendo de maneira transparente os resultados: se houve lucro ou prejuízo e os seus porquês.

Ou seja, é possível encontrar os resultados líquidos da empresa durante um determinado período de tempo.

Esses resultados são conquistados a partir da confrontação de diversos dados financeiros do negócio, como receitas, custos e despesas, de acordo com o regime de competência.

O seu modelo foi estabelecido pela Lei 6.404/1976, devendo ser seguida por todas as empresas.

Qual a finalidade da DRE?

Mas, afinal, se a Demonstração do Resultado do Exercício é um tipo de relatório, o que faz desse documento algo tão especial e necessário? Para o que ele serve?

Essa é uma dúvida interessante!

Sem a resposta mais adequada, é comum que os gestores não procurem saber mais sobre o demonstrativo contábil, o que pode trazer complicações no futuro.

De maneira prática, é possível apontar que a função mais pragmática da DRE é destrinchar o resultado líquido do negócio em um determinado exercício.

Sua utilidade aos gestores deve-se ao fato de ser um demonstrativo bastante simples de compreender. Ou seja, todos podem entendê-lo e interpretar suas informações.

Assim, não é necessário se desdobrar para descobrir quais ações e períodos da empresa trouxeram melhores resultados, e quais acabaram por prejudicar o caixa de alguma forma.

Outro ponto importante tem relação com o governo.

Toda empresa deve compartilhar a DRE com a Receita Federal, que vai verificar se o cálculo dos impostos foi feito de maneira correta.

Ele também impacta na Declaração de IRPF dos sócios da organização, uma vez que a Receita confronta os valores de lucros declarados nele com os valores informados na demonstração.

Por fim, este é um documento bastante popular em outras áreas do mercado.

Por isso, se você quiser abrir uma linha de crédito para empresas em um banco, é possível que a instituição solicite a DRE como um dos documentos de avaliação.

Qual é a importância da DRE para administração de um negócio?

Algo que nem todos os gestores consideram ao analisá-la é a sua importância para a gestão de uma empresa

Afinal, o documento lhe dá acesso a um espectro detalhado da situação financeira do negócio.

Ou seja, quais são as principais despesas? E os custos mais elevados da sua operação? Falando em lucro: quais os períodos mais lucrativos para sua empresa?

Respostas para essas e outras perguntas do gênero você consegue apenas analisando a DRE.

Ao unir esses números com os que compõem o seu fluxo de caixa, por exemplo, você consegue entender perfeitamente seu ciclo financeiro.

Assim, pode preparar melhorias e adaptações ao planejamento empresarial, aproveitando as oportunidades do mercado que encontrar nos dados!

Qual é a diferença entre DRE e fluxo de caixa?

Tanto o fluxo de caixa como a DRE permitem que o gestor realize o acompanhamento do desempenho financeiro da sua empresa.

Ambos são muito úteis, porém tratam-se sim de ferramentas diferentes.

A principal diferença é o tipo de indicadores que utilizam — o primeiro é elaborado de acordo com o regime de caixa, já o segundo de acordo com o regime de competência.

O fluxo de caixa facilita a visualização em curto prazo do capital em caixa do seu negócio. Ou seja, o dinheiro que você tem agora.

Já a DRE amplia essa perspectiva e oferece um panorama mais amplo do cenário financeiro do negócio.

Isso porque o documento não conta apenas entradas e saídas, mas todos os custos e despesas.

Além disso, a DRE possui uma cadência de emissão que, normalmente, é anual. Porém, para melhor gerenciar as empresas, alguns empreendedores solicitam à sua contabilidade a sua emissão mensal ou trimestral.

Qual a diferença entre balanço patrimonial e a DRE?

Ambos são documentos contábeis que mostram a situação financeira e o resultado do negócio em um determinado período. Porém, não são a mesma coisa e têm características próprias que você precisa conhecer.

O balanço patrimonial é um relatório que apresenta os bens, direitos e obrigações da empresa em uma data específica, geralmente no final do ano. Ele é dividido em dois grupos: ativo e passivo. 

  • Ativo: representa tudo o que a empresa possui ou tem a receber, como dinheiro, estoque, máquinas e contas a receber. 
  • Passivo: representa tudo o que a empresa deve ou tem a pagar, como fornecedores, impostos e empréstimos. 

A diferença entre o ativo e o passivo é chamada de patrimônio líquido, que corresponde ao valor da empresa.

A DRE é um documento que mostra as receitas e despesas da sua empresa em um determinado período, geralmente um ano. Ela é composta por várias linhas que indicam os valores de vendas, custos, impostos, lucro bruto, lucro operacional e lucro líquido. 

O seu objetivo é mostrar se a empresa teve lucro ou prejuízo no período analisado.

A diferença entre eles é que o primeiro mostra a situação patrimonial da empresa em uma determinada data, enquanto o segundo mostra o desempenho econômico da empresa em um período específico. 

Os dois documentos se complementam e são essenciais para a gestão financeira e contábil do seu negócio.

Quem precisa fazer a DRE?

Primeiro, vamos falar das empresas que são obrigadas a desenvolver e também divulgá-la, que são as empresas de capital aberto.

Organizações com ações negociadas na bolsa devem, de acordo com a lei, elaborar e divulgar a Demonstração de Resultados do Exercício a cada 6 meses (ou a cada período fiscal).

Essa publicação deve ser feita no diário oficial da empresa, bem como em veículos de comunicação, e tem como objetivo informar aos investidores e ao mercado de ações o desempenho da empresa.

As Sociedades Limitadas (LTDA), devem elaborar a DRE, mas não são obrigadas a publicá-las.

No entanto, devem se responsabilizar por armazenar o demonstrativo em formato impresso e encadernado. Assim, caso o Fisco audite a empresa, o documento deve ser entregue.

As outras empresas não precisam elaborar a DRE, mas a nossa recomendação é que o façam mesmo assim! Afinal, ela é um instrumento riquíssimo para sua análise financeira, que pode ajudar você a melhorar sua tomada de decisão!

O que compõe a DRE?

Apesar da lei sintetizar o que deve fazer parte da sua composição, nem todas as empresas apresentam o mesmo relatório.

Normalmente, essas questões mudam conforme seu porte e atividade, pois há variações nos tipos de despesas ou receitas, por exemplo.

A seguir, preparamos uma lista com as principais e mais importantes informações sobre a estrutura da DRE. Confira!

Receita bruta

Primeiro de tudo, adicione a sua receita bruta. Ou seja, todo o dinheiro que entrou no caixa durante o período considerado.

Falamos de vendas, prestações de serviços, recebimento de juros, rendimentos sobre investimentos, aluguéis, etc.

Deduções e abatimentos

Também deve-se descontar as deduções sobre as vendas, como os impostos (ICMS ou ISS). Descontos, devoluções e abatimentos também devem ser considerados no cálculo.

Receita líquida

Após descontar todos os impostos e deduções de vendas (devoluções, descontos, abatimentos etc.), você terá em mãos a sua receita líquida.

Custos de produtos e serviços

Agora, deve-se abater os custos de produtos, serviços e de vendas.

Esses gastos estão atrelados à operação e mantêm o funcionamento da empresa, possibilitando que produza ou preste serviços.

Aqui, nos referimos aos custos de logística, aos gastos com matéria-prima ou embalagens. Ou seja, quanto maior a produtividade, maior os custos de vendas.

Lucro bruto

Para obter o lucro bruto, basta subtrair os custos de vendas do valor da receita líquida.

Despesas administrativas, financeiras e de vendas

Considere subtrair as despesas gerais da empresa, chamadas de fixas (e que, por isso, independem da operação da empresa).

É o caso dos salários, aluguel do espaço físico, contas de energia elétrica, água, internet e telefone.

Outro ponto de atenção é referente às despesas financeiras, como variações cambiais registradas no período, juros, multas etc.

Despesas de vendas, como as comissões ou contas consideradas como pós-vendas, também devem ser consideradas.

Lucro/Prejuízo operacional

Após descontar todas as despesas acima do lucro bruto, você tem o resultado operacional da empresa.

É conhecido como “lucro operacional” ou “prejuízo operacional”.

Impostos

Por fim, é preciso deduzir o valor dos impostos pagos, como IRPJ e CSLL.

Resultado líquido do exercício

Após abater todos os custos e despesas do lucro bruto, você alcança o valor conhecido como resultado líquido do exercício.

Depreciação entra na DRE?

A depreciação é um recurso contábil que tem o objetivo de atribuir o custo financeiro de um ativo tangível, durante a sua vida útil. As empresas utilizam esse recurso para avaliar os seus ativos de longo prazo, considerando seus projetos, planos fiscais e contábeis.

A depreciação entra na DRE porque representa a perda de valor dos bens pelo desgaste ou perda de utilidade, seja por ação da natureza ou obsolescência. Ela pode ser classificada como custo ou despesa operacional, dependendo do setor em que o ativo depreciado é utilizado. 

Por exemplo, se o ativo é um equipamento da produção, a depreciação será alocada como custo. Se o ativo é um móvel do escritório, a depreciação será alocada como despesa. 

Além disso, a depreciação também entra na conta redutora do ativo imobilizado chamada depreciação acumulada, que diminui o valor contábil dos bens ao longo do tempo. 

Ela é importante para que a empresa tenha dinheiro em caixa para comprar um novo ativo quando o antigo se tornar obsoleto ou inútil. 

É importante ressaltar que a depreciação afeta o resultado da empresa, pois reduz o lucro tributável e, consequentemente, o imposto de renda a pagar.  

Como fazer uma DRE simples?

E agora que você sabe tudo sobre a DRE, basta sentar e dedicar algumas horas para fazer a sua… Certo?

Bom, você até pode fazê-la de forma autônoma, mas temos algumas dicas para facilitar a tarefa:

A prática mais comum entre empresas é contratar um contador. A ajuda de um profissional habilitado vai garantir maior segurança e conformidade na elaboração do documento.

Lembre-se: a Demonstração do Resultado do Exercício necessita de precisão dos dados para que os resultados sejam o mais assertivos o possível.

Porém, há uma outra forma de fazê-la — mais fácil, barata e que necessita apenas de alguns cliques.

Logo mais a gente te explica, continue a leitura!

Como analisar a DRE?

Existem algumas formas já aplicadas de análise, conhecidas como análise vertical e análise horizontal.

Na análise vertical, você pode ter um olhar mais específico, entendendo o percentual de cada despesa, custo ou receita em relação ao faturamento bruto.

Ou seja, com isso, você pode identificar quais receitas mais contribuíram para o caixa da empresa e quais despesas mais o afetam, por exemplo.

Já a análise horizontal, busca selecionar uma despesa, custo ou receita específica para entender sua evolução ou redução com o passar dos meses.

Modelo de DRE

Um modelo de Demonstração do Resultado do Exercício é um relatório que mostra o resultado financeiro de uma empresa em um período de tempo, comparando as receitas e as despesas. 

Ele pode ter diferentes formatos e níveis de detalhamento, mas geralmente segue uma estrutura vertical e dedutiva, que começa com a receita bruta e termina com o resultado líquido. 

Um exemplo de modelo de DRE simplificado é o seguinte:

Demonstração do Resultado do Exercício

Empresa Ômega Ltda.

Período: Janeiro a Dezembro de 2023

Receita Bruta de Vendas ………………….. R$ 1.000.000,00

(-) Deduções e Impostos sobre Vendas ……….. R$ 150.000,00

(=) Receita Líquida de Vendas ……………… R$ 850.000,00

(-) Custo dos Produtos Vendidos ……………. R$ 400.000,00

(=) Lucro Bruto ………………………….. R$ 450.000,00

(-) Despesas Operacionais …………………. R$ 300.000,00

(=) Resultado Operacional …………………. R$ 150.000,00

(-) Despesas Financeiras ………………….. R$ 50.000,00

(+) Receitas Financeiras ………………….. R$ 10.000,00

(=) Resultado Antes do IR e CSLL …………… R$ 110.000,00

(-) IR e CSLL ……………………………. R$ 30.000,00

(=) Resultado Líquido do Exercício …………. R$ 80.000,00

Esse modelo de DRE mostra que a empresa Ômega teve um lucro líquido de R$ 80.000,00 no ano de 2023, após deduzir todas as suas despesas e impostos das suas receitas. 

Esse modelo também permite analisar a margem bruta (lucro bruto / receita líquida), que foi de 52,94%, e a margem líquida (lucro líquido / receita líquida), que foi de 9,41%. 

Essas margens indicam a rentabilidade da empresa e podem ser comparadas com as de outras empresas do mesmo setor ou com as de períodos anteriores.

Para fazer um modelo mais completo e personalizado para a sua empresa, você pode usar uma planilha eletrônica como o Excel ou um software de gestão financeira para facilitar o registro e a organização das informações contábeis, além de gerar relatórios automáticos e atualizados.

Como um software pode ajudar a elaborar sua Demonstração do Resultado do Exercício?

Agora, lembra que comentamos acima que há uma outra forma de elaborar a DRE? É o caso de um software de gestão financeira!

Algumas empresas, até mesmo de menor porte, possuem várias receitas e despesas diferentes.

É um volume de dados muito grande a ser considerado — isso sem falar nos impostos e demais deduções que enchem as planilhas.

Sem automação, é quase impossível garantir assertividade nos dados, concorda?

Neste ponto, o uso de um software de gestão financeira pode ser determinante, facilitando a elaboração da DRE — com poucos cliques, você tem o documento em mãos!

Vantagens de investir em um software de gestão financeira 

Um sistema de gestão financeira traz incontáveis benefícios a um negócio, mas a automatização de processos talvez seja sua maior contribuição.

Isto porque é algo que vai além da operacionalização em si.

Por exemplo, para que tarefas sejam automatizadas, é preciso contar com uma eficiente integração de dados.

Você sabe como é: sem um controle eficiente, pode acontecer de uma compra ou outra serem feitas sem solicitar nota fiscal.

Isso é apenas uma das ações que podem gerar uma bola de neve e prejudicar o demonstrativo financeiro do negócio.

Ou seja, você e seu time se sabotam e impedem a visualização ampla e transparente dos resultados.

O software de gestão financeira resolve isso. Cada compra, venda, pagamento e movimentação em geral fica armazenada em seu banco de dados.

Lançamentos? São automáticos. Definição da categoria de cada despesa? Tudo automático.

Assim, você e seu time podem focar no negócio e nas dores dos clientes, enquanto a tecnologia se encarrega da parte burocrática — que, apesar de tudo, é ainda essencial.

Sistemas de backoffice da TOTVS

A ferramenta que contribui para apoiar a administração de contas e demais  necessidades do seu negócio tem nome: sistemas de backoffice da TOTVS!

Os sistemas desenvolvidos pela TOTVS são a escolha certeira do mercado brasileiro — e não à toa, já que oferecem a oportunidade de automatizar todo seu backoffice!

Ou seja, ERPs que vão muito além e entregam recursos, funcionalidades e diferenciais incríveis para melhorar de vez a gestão do seu negócio, potencializando seu crescimento.

Isso inclui, é claro, a possibilidade de automatizar tarefas financeiras e ter uma visão gerencial completa dos números da operação por meio de dashboards intuitivos, com dados em tempo real da situação da sua empresa.

Ou seja, com alguns cliques, você acessa sua DRE do período, bem como seu fluxo de caixa, e pode potencializar a tomada de decisões.

Coloque sua empresa no topo com os sistemas de backoffice da TOTVS!

Nova call to action

Conclusão

A DRE é um documento com alto valor gerencial e contábil, que pode servir de insumo para uma análise aprofundada do seu negócio.

No fundo, esse demonstrativo é uma verdadeira ferramenta para que um gestor tenha acesso a informações valiosas por trás dos resultados da empresa.

Além disso, ela mostra caminhos que podem levar a tendências de mercado — oportunidades muitas vezes escondidas nos dados.

Neste artigo, você pôde entender tudo isso e como ela pode contribuir para sua gestão.

No entanto, lembre-se também que sua elaboração é complexa. Por isso, contar com o auxílio da tecnologia é essencial!

Gostou do que leu? Então fique por aqui e leia mais conteúdos que vão enriquecer seus conhecimentos gerenciais e contábeis!

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Comentários deste post

  1. Dayse Camargo diz:

    Boa tarde, Trabalho numa clínica e estamos precisando fazer a DRE mensal. Gostaria de saber maiores informações sobre como funciona, se é simples para manusear o programa, e quanto a valores. Aguardo informações Dayse

  2. Equipe TOTVS diz:

    Olá, Dayse! Tudo bem? Nosso time comercial te mandou um e-mail, mas não receberam retorno! Para agilizar nossa comunicação, pode nos passar seu telefone de contato? Abraço, Equipe TOTVS

  3. Equipe TOTVS diz:

    Obrigada pela mensagem, Dayse! Nosso time comercial vai entrar em contato com você. Abraço. Equipe TOTVS

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