Você já parou para pensar em como as diferentes regiões e países do mundo se conectam? Em muito, a partir dos blocos econômicos que surgiram no século passado e possibilitam as trocas comerciais, culturais e sociais — para citar algumas.
Apesar do tópico parecer bastante simples, entendê-lo é essencial para empreendedores e gestores — especialmente para quem trabalha com negócios que apresentam interface com empresas de fora do Brasil.
Em geral, esses blocos têm como objetivo facilitar as negociações entre diversos países, bem como propiciar vantagens às nações participantes.
Que tal entender mais? A gente preparou um guia definitivo sobre o tema. Continue a leitura para aprender mais!
O que são blocos econômicos?
Os blocos econômicos são acordos econômicos regionais entre dois ou mais países. O propósito de um bloco econômico é encorajar o comércio e o investimento entre as nações participantes e reduzir as barreiras comerciais. Os tipos comuns de blocos incluem áreas de livre comércio, uniões aduaneiras e mercados comuns.
Os blocos econômicos podem ser benéficos para as nações envolvidas porque podem melhorar a eficiência econômica e promover o crescimento em várias esferas.
Hoje em dia, o objetivo dos blocos tem se alterado conforme o mundo como um todo se moderniza e enfrenta novos desafios.
Nos seus primórdios, a reunião de países tinha como intuito se reerguer diante das consequências de guerras, por exemplo.
Hoje é diferente: mira-se à expansão de indicadores econômicos, como o PIB e a geração de empregos, bem como a troca de conhecimentos científicos e acadêmicos.
Entenda a origem dos blocos econômicos
Os blocos econômicos são uma resposta dos países à globalização. Apesar de o modelo variar, normalmente o intuito em formar um bloco é aproximar as nações signatárias e favorecer o comércio interno e também externo com outros blocos.
Na prática, a formação de um bloco de países é um processo de intensa negociação intergovernamental, que leva em conta a proximidade das nações e suas fronteiras, afinidades regionais e outras características.
O primeiro bloco “oficial” a ser criado foi o Benelux, conhecido como o precursor do que hoje é a União Europeia, uma prova da relação da globalização e blocos econômicos.
À época, em 1944, foi uma união da Bélgica, Holanda e Luxemburgo, com o intuito de fortalecer a economia dos países no pós-Segunda Guerra Mundial.
O bloco, no entanto, somente entrou em vigor no começo da década de 1960.
Além disso, em 1956, a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) foi constituída, que unia Bélgica, Holanda, Luxemburgo — os entes originais da Benelux — com a adição da Alemanha Ocidental, Itália e França.
Posteriormente, em 1957, os seis países deram início à CEE (Comunidade Econômica Europeia).
Do outro lado do mundo, nas Américas, o primeiro bloco foi uma zona livre de comércio chamada de NAFTA — integrada por Estados Unidos, Canadá e México —, criada em 1988.
Já em 1991, Brasil, Argentina e Uruguai se uniram para a criação do Mercosul.

Quais são os tipos de blocos econômicos?
Existem três tipos principais de blocos econômicos: áreas de livre comércio, uniões alfandegárias e uniões econômicas.
- Áreas de livre comércio são acordos entre países para remover barreiras ao comércio entre eles. Isto inclui tarifas e cotas. Um exemplo é o NAFTA, composto por Estados Unidos, Canadá e México.
- As uniões aduaneiras referem-se a países que não apenas removem barreiras comerciais, mas também adotam uma tarifa externa comum. Um exemplo é a União Europeia.
- As uniões econômicas existem quando os países participantes coordenam suas políticas econômicas em maior escala e em conjunto. Este é o tipo mais integrado de bloco econômico, em que normalmente os signatários dividem uma mesma moeda. A União Europeia é também um exemplo.
Além disso, existem os blocos de mercado comum, em que o comércio e a circulação de pessoas, capitais e bens é livre, como no caso do Mercosul.
E também existem as zonas de preferência tarifárias, em que alguns produtos contam com vantagens tarifárias.
Vantagens e desvantagens dos blocos econômicos
Os blocos econômicos, como conceito, apresentam vários benefícios para os países participantes.
Eles podem se beneficiar do aumento dos níveis de comércio, redução de tarifas e acesso a um mercado maior.
Além disso, há maior eficiência econômica, existe maior possibilidade de investimentos e é possível tornar as indústrias específicas de cada nação mais forte na concorrência interna e, especialmente, externa.
Mas, como diz o ditado, “nem tudo são flores”, já que a criação dos blocos também pode trazer algumas desvantagens, como a criação do desvio de comércio, que ocorre quando o comércio é desviado de produtores nacionais menos eficientes para produtores estrangeiros mais eficientes.
Quando isso acontece, pode levar à perda de empregos e salários mais baixos para os trabalhadores da economia doméstica.
Os blocos também frequentemente envolvem uma perda de soberania para órgãos de governo supranacionais (como a necessidade de um governo precisar obedecer às diretrizes do bloco como um todo), o que pode ocasionar desequilíbrios na distribuição da riqueza.
Além disso, os blocos podem restringir a capacidade de um país de estabelecer suas próprias políticas econômicas ou de buscar acordos comerciais independentes.
É importante que as nações pesem cuidadosamente os prós e os contras antes de aderir ou criar um bloco econômico. Embora eles possam ter benefícios substanciais, não se deve desconsiderar os possíveis pontos negativos.
Quais são os principais blocos econômicos?
Você certamente conhece alguns dos principais blocos de países do mundo. Mas sabe detalhes sobre cada um? Preparamos um breve guia para situar você com tudo do básico sobre os blocos do mundo. Confira!
1. União Europeia
A União Européia é uma união supranacional e intergovernamental de 27 estados membros que estão localizados na Europa.
A principal característica da UE é que seus membros integraram suas economias a tal ponto que adotaram uma moeda comum: o euro.
Além disso, a UE tem várias outras características, tais como a livre circulação de bens, serviços, pessoas e capital, uma política comercial comum e a coordenação das políticas econômicas e sociais.
2. Mercosul
O Mercosul é um bloco comercial sul-americano constituído pela Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e a Venezuela, que atualmente está suspensa.
É o único dos blocos econômicos que o Brasil faz parte.
Existem também os países associados (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname) e observadores, como México e Nova Zelândia.
O Mercosul foi estabelecido no início dos anos 1990 com a intenção de promover o livre comércio e a integração econômica entre os países-membros.
Suas principais características incluem a eliminação de tarifas sobre mercadorias entre países-membros, tarifas externas comuns sobre importações de países não-membros e a livre circulação de pessoas e serviços.
Além dos benefícios econômicos, o Mercosul também busca promover a justiça social, a diversidade cultural e a sustentabilidade ambiental dentro da região.
A organização continua a explorar oportunidades de expansão e colaboração com outros grupos comerciais globais, como a União Europeia.
3. Nafta
O bloco NAFTA, tradução para Acordo de Livre Comércio Norte-Americano, unia os Estados Unidos, Canadá e México, com objetivo de criar um mercado de livre comércio entre os três países, eliminando tarifas e direitos sobre mercadorias comercializadas entre eles.
Entretanto, não foi sem controvérsia — muitos argumentaram que o NAFTA levaria à perda de empregos devido à terceirização, assim como prejudicaria as indústrias domésticas.
Em 2018, os EUA se retiraram do NAFTA, o que levou à criação de um novo acordo chamado USMCA (United States-Mexico-Canada Agreement).
4. Opep
A OPEP é uma organização intergovernamental de 14 países produtores de petróleo que estão localizados na África, no Oriente Médio e na América do Sul.
O principal objetivo da OPEP é coordenar as políticas dos países-membros em relação à produção e preços do petróleo.
Para conseguir isso, os países da OPEP concordaram em limitar sua produção de petróleo, estabelecer preços comuns e investir em projetos conjuntos.
A OPEP tem sido bem-sucedida na manutenção de preços relativamente altos do petróleo, mas seu poder tem sido limitado nos últimos anos devido ao aumento de produtores não-membros do bloco, como os Estados Unidos.
5. APEC
APEC é um bloco econômico composto por 21 economias que estão localizadas na região banhada pelo oceano Pacífico.
A APEC foi criada em 1989 com o objetivo de promover o livre comércio e a cooperação econômica na região. No caso, o livre comércio não existe, dadas as divergências de nações participantes, como Estados Unidos e China.
Suas principais características incluem a eliminação de tarifas sobre mercadorias comercializadas entre os países-membros e a promoção de oportunidades de investimento.
A APEC tem sido bem-sucedida na redução de tarifas e barreiras ao comércio, mas seu progresso foi limitado pelos diferentes níveis de desenvolvimento das economias de seus membros.
6. CEI
A Comunidade de Estados Independentes, ou CEI, é um bloco econômico composto por 11 países-membros que antes faziam parte da União Soviética, tendo a Rússia como principal membro.
Diferente da URSS, a CEI possibilita que as nações sejam soberanas, mas vai muito além de um sistema econômico em si, já que os participantes também possuem um sistema de defesa incorporado.
7. USMCA
O Acordo Estados Unidos-México-Canadá, ou USMCA, é um acordo comercial que substitui o NAFTA.
Os principais objetivos do USMCA são: promover o crescimento econômico e a criação de empregos, apoiar salários mais altos e a proteção ambiental.
Embora alguns dos princípios centrais permaneçam os mesmos da NAFTA, há também novas disposições destinadas a proteger a indústria automobilística americana e aumentar o acesso aos mercados leiteiros canadenses.
8. SADC
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, ou SADC, é uma organização intergovernamental regional.
Ela foi estabelecida em 1980 com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social entre seus países-membros.
Atualmente, a SADC tem 15 estados membros: Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malawi, Maurício, Moçambique, Namíbia, Seicheles, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
Os principais pilares da SADC incluem:
- cooperação política e de segurança;
- cooperação e integração econômica;
- desenvolvimento social e humano;
- cooperação industrial e setorial.
Uma de suas principais realizações tem sido a criação de uma área de livre comércio entre os estados membros que permite um comércio mais aberto e um maior fluxo de bens e serviços dentro da região.
A SADC também procura abordar desafios comuns como a insegurança alimentar e HIV/AIDS por meio de várias iniciativas e programas.
9. ASEAN
A ASEAN é a Associação das Nações do Sudeste Asiático, uma organização internacional com dez membros, fundada em 1967.
Como missão, a organização busca promover a paz e a estabilidade regional, o desenvolvimento econômico e o intercâmbio cultural.
Os membros da ASEAN são: Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei, Camboja, Laos, Mianmar (Birmânia) e Vietnã.
Coletivamente, essas nações têm uma população de mais de 600 milhões de pessoas e uma área de 4,5 milhões de quilômetros quadrados.
A ASEAN é caracterizada por sua diversidade cultural, seu compromisso com a cooperação regional e seu foco na promoção do crescimento econômico.
A organização tem fomentado um espírito de unidade regional e ajudado a construir pontes entre diferentes culturas.
Ela também tem desempenhado um papel fundamental na promoção do desenvolvimento econômico no Sudeste Asiático, facilitando o comércio e o investimento.
Nos últimos anos, a ASEAN tem sido cada vez mais vista como um modelo para a cooperação regional e tem assumido um papel cada vez mais importante nos assuntos globais.
10. Comunidade Andina de Nações
A Comunidade Andina de Nações é uma organização regional que reúne os países da Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.
Os principais objetivos da organização são promover a integração econômica e a coesão social na região.
Para isso, a Comunidade Andina se esforça para reduzir as desigualdades e promover o desenvolvimento sustentável.
A organização também trabalha para fortalecer os laços políticos e institucionais entre seus países-membros.
Uma das realizações mais notáveis da Comunidade Andina das Nações é a assinatura do Acordo Andino de Livre Comércio, que tem ajudado a impulsionar o comércio e os investimentos na região.
11. Tigres Asiáticos
Os Tigres Asiáticos é um termo usado para se referir às economias de quatro países asiáticos: Hong Kong, Cingapura, Coréia do Sul e Taiwan.
Estes países têm alcançado rápido crescimento econômico e industrialização desde os anos 1960.
Eles também são caracterizados por seus altos níveis de exportação, capital humano e inovação tecnológica.
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Conclusão
Entender o que são os blocos econômicos é essencial para compreender a situação financeira dos países, bem como o panorama geopolítico atual (e futuro, claro!).
Neste artigo, explicamos o que são, quais os tipos de blocos, as vantagens e desvantagens em sua formação e quais os principais, como a União Europeia e Mercosul.
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