CKD e SKD: entenda os modelos logísticos e seus impactos na eficiência operacional

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Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 24 outubro, 2025

A produção industrial global está cada vez mais fragmentada. Componentes são fabricados em um país, montados em outro e distribuídos para o mercado final em diferentes regiões do mundo. Dentro dessa dinâmica, dois conceitos ganham destaque na gestão da cadeia de suprimentos: CKD (Completely Knocked Down) e SKD (Semi Knocked Down).

Esses modelos de montagem e importação determinam como os produtos são enviados entre as unidades produtivas — totalmente desmontados ou parcialmente montados — e influenciam diretamente os custos logísticos, as estratégias fiscais e o tempo de entrega ao mercado.

Na prática, a escolha entre CKD e SKD depende de fatores como políticas de importação, disponibilidade de infraestrutura local, capacidade produtiva e metas de nacionalização da produção. Entender essas diferenças é essencial para empresas que buscam eficiência na gestão industrial e controle sobre os custos de transporte e armazenagem.

Neste artigo, você vai entender como os conceitos de CKD e SKD funcionam, quais são suas vantagens e desafios e de que forma a tecnologia pode apoiar todo o processo logístico, garantindo eficiência, visibilidade e conformidade em operações complexas de importação e montagem.

Continue lendo!

O que são CKD e SKD?

Os termos CKD (Completely Knocked Down) e SKD (Semi Knocked Down) descrevem estratégias de fabricação e envio de produtos em diferentes estágios de montagem. Ambos os modelos envolvem o transporte de mercadorias desmontadas, mas com graus distintos de complexidade.

No modelo CKD, o produto é enviado completamente desmontado. Cada componente é embalado, catalogado e transportado separadamente, para que a montagem total ocorra no país de destino. 

Essa prática é comum em setores como o automotivo, o de eletroeletrônicos e o de máquinas industriais, onde a montagem local pode reduzir tarifas de importação e facilitar a customização para cada mercado.

Já o modelo SKD prevê o envio do produto parcialmente montado. Algumas partes, como motores, chassis e módulos eletrônicos, já são integradas na origem, restando apenas a instalação final de componentes menores, como portas, rodas ou painéis. 

O processo de finalização é mais rápido e demanda menos estrutura de montagem no destino.

Esses dois formatos surgiram como alternativas ao modelo CBU (Completely Built-Up), em que o produto é exportado pronto para uso. A principal diferença é que CKD e SKD permitem maior controle sobre custos e tributos, além de estimular a produção local, reduzindo a dependência de importações diretas.

Quais as diferenças entre CKD e SKD?

Embora os dois modelos envolvam o envio de produtos desmontados, CKD e SKD apresentam diferenças na complexidade da montagem, na estrutura logística e nos custos operacionais. Entender essas distinções é essencial para definir o modelo mais adequado à estratégia de produção e ao planejamento da cadeia de suprimentos.

No formato CKD, o produto é totalmente desmontado, e cada componente precisa ser montado no destino. Isso exige uma estrutura fabril completa, com mão de obra qualificada e sistemas de controle rigorosos.

Já no modelo SKD, parte da montagem é feita no país de origem, o que reduz o tempo de finalização e simplifica o processo local, ainda que com menor flexibilidade de customização.

Além disso, as exigências fiscais e regulatórias variam conforme o nível de montagem. Países que incentivam a produção nacional costumam aplicar tarifas menores para produtos CKD, estimulando o desenvolvimento industrial interno. 

Por outro lado, o SKD tende a ter menor custo logístico e prazos mais curtos, já que envolve o transporte de módulos parcialmente montados.

A tabela abaixo resume as principais diferenças entre os dois modelos:

Comparativo entre os modelos CKD e SKD
AspectoCKD (Completely Knocked Down)SKD (Semi Knocked Down)
Nível de montagemProduto totalmente desmontadoProduto parcialmente montado
Montagem no destinoExige montagem completa localExige apenas finalização parcial
Complexidade logísticaAlta, com grande volume de peçasMenor, com módulos pré-montados
Tempo de montagemMaior, devido à montagem integralMenor, pela pré-montagem de partes
Custo de transporteMais elevado, com mais volumes e embalagensMenor, por concentrar componentes
Tarifas de importaçãoPode ter redução ou isenção parcialTambém pode ter benefícios, mas menores
Flexibilidade de customizaçãoAlta, com possibilidade de ajustes locaisLimitada às partes já montadas
Infraestrutura necessáriaExige plantas industriais completasDemanda menor estrutura fabril

Quais são os benefícios e desafios de cada modelo?

A adoção de modelos de importação CKD e SKD envolve uma série de decisões estratégicas que afetam custos, prazos e a eficiência da cadeia logística. Cada formato oferece vantagens específicas e traz desafios que precisam ser considerados no planejamento operacional.

Saiba mais sobre eles a seguir!

Vantagens do modelo CKD

O modelo CKD (Completely Knocked Down) é amplamente utilizado por empresas que buscam eficiência fiscal e maior autonomia produtiva. Ele permite que a montagem ocorra integralmente no destino, o que amplia o controle sobre o processo e o potencial de adaptação às demandas locais.

Esses são os seus principais benefícios:

  • Redução de tarifas de importação: em muitos países, produtos totalmente desmontados se enquadram em regimes fiscais mais vantajosos. Essa estratégia reduz o custo de importação e incentiva a instalação de linhas de montagem locais;
  • Flexibilidade de customização: como a montagem é feita integralmente no destino, é possível adaptar o produto a normas, preferências ou condições regionais, sem alterar a linha de produção na origem;
  • Desenvolvimento da indústria local: o CKD estimula a criação de cadeias produtivas regionais, com fornecedores nacionais e geração de empregos diretos e indiretos. Esse movimento fortalece a economia e favorece políticas de conteúdo local.

Desafios do modelo CKD

Apesar das vantagens, o modelo CKD requer investimentos e controle operacional mais rigoroso. Ele envolve maior volume de peças, processos de montagem complexos e necessidade de coordenação entre diferentes agentes da cadeia.

Esses são alguns dos seus principais desafios:

  • Alta complexidade logística: o envio e o armazenamento de um grande número de componentes exigem planejamento minucioso, rastreabilidade e sistemas de gestão integrados;
  • Custo de estrutura fabril: para realizar a montagem completa no destino, a empresa precisa investir em infraestrutura, ferramentas e mão de obra especializada;
  • Dependência de planejamento preciso: qualquer atraso na entrega de peças ou falha na coordenação entre fornecedores pode interromper a linha de montagem e gerar custos adicionais.

Vantagens do modelo SKD

O modelo SKD (Semi Knocked Down) é uma alternativa mais simples e rápida de implementação. Ele reduz a carga de montagem local, mantendo parte do processo produtivo no país de origem e otimizando o transporte internacional.

Confira os principais benefícios desse formato:

  • Redução do tempo de montagem: como parte do produto já chega montada, o processo de finalização é mais rápido e requer menos etapas;
  • Custo logístico mais baixo: o transporte de módulos pré-montados diminui o número de volumes e embalagens, além de otimizar o uso de contêineres;
  • Maior previsibilidade operacional: o processo de montagem é mais padronizado e menos sujeito a falhas, o que melhora a estabilidade do cronograma de entrega.

Desafios do modelo SKD

Mesmo com a operação simplificada, o modelo SKD tem limitações que precisam ser consideradas, principalmente em mercados que exigem alto grau de personalização ou incentivo à produção local.

Veja os principais desafios desse modelo:

  • Menor flexibilidade de customização: como parte do produto é montada na origem, há pouca margem para ajustes no destino;
  • Menor geração de valor local: a redução das etapas de montagem limita o impacto econômico na região e pode restringir o acesso a incentivos fiscais;
  • Cuidados adicionais no transporte: os módulos semi-montados exigem controle rigoroso de movimentação e armazenamento para evitar danos e garantir a qualidade final do produto.

Aspectos legais e fiscais no Brasil

As operações com CKD e SKD no Brasil estão sujeitas a um ambiente regulatório em constante mutação.

Recentemente foram aprovadas medidas que alteram alíquotas, regimes de cotas e isenções específicas para kits montados ou semi montados.

Entender essas regras é essencial para planejar sua cadeia logística com segurança e evitar surpresas fiscais.

Confira abaixo os principais pontos da legislação brasileira aplicável em 2025:

  • Resolução Gecex / Camex sobre cotas e alíquotas: a partir de 2027, kits desmontados (CKD) terão alíquota de importação de 35 %, segundo deliberação aprovada recentemente;
  • Isenção provisória para montadoras habilitadas: foi publicada a Portaria Secex nº 420/2025, que concede alíquota zero para importações de veículos CKD e SKD dentro de uma cota de até US$ 463 milhões por seis meses;
  • Resolução GECEX nº 314/2022: estabeleceu que veículos semidesmontados ou desmontados poderão ter redução de imposto de importação sob certas condições;
  • Criação de quotas específicas: para CKD e SKD, o governo pode estabelecer critérios de alocação de quotas para importação com regime diferenciado.

Como a tecnologia apoia o processo de CKD e SKD?

Operações baseadas em CKD e SKD envolvem centenas de peças, múltiplos fornecedores, prazos rígidos e diferentes exigências fiscais. Por isso, a tecnologia é indispensável para garantir controle, rastreabilidade e integração em todas as etapas da cadeia logística.

Sistemas de gestão logística integrados tornam possível acompanhar cada fase do processo, desde o embarque das peças na origem até a montagem final no destino. Eles centralizam dados, automatizam tarefas e reduzem falhas de comunicação entre unidades produtivas e parceiros externos.

A seguir, veja como a tecnologia contribui para otimizar a execução desses modelos.

Controle de inventário e rastreamento de componentes

Em operações CKD e SKD, é essencial saber exatamente onde cada item está. Plataformas de gestão permitem registrar entradas, saídas e movimentações internas, mantendo a rastreabilidade de todos os componentes.

Isso evita perdas, facilita auditorias e garante que o processo de montagem siga o cronograma previsto.

Planejamento de transporte e roteirização

O transporte de peças desmontadas requer organização minuciosa. Ferramentas de planejamento logístico ajudam a consolidar cargas, definir rotas mais eficientes e acompanhar a execução das entregas em tempo real.

Com esses recursos, as empresas reduzem custos de frete, evitam atrasos e aumentam a previsibilidade do fluxo de materiais.

Gestão aduaneira e compliance fiscal

Cada remessa pode ter diferentes códigos tarifários e obrigações legais. Sistemas integrados de gestão fiscal e aduaneira automatizam o controle de documentos, garantem o cumprimento da legislação e reduzem riscos de inconsistências no processo de importação.

Isso é especialmente importante em modelos CKD e SKD, onde os volumes de dados são elevados e as exigências regulatórias são detalhadas.

Comunicação entre plantas e fornecedores

A integração de informações entre diferentes fábricas e fornecedores é um dos maiores desafios desses modelos. Plataformas colaborativas permitem que todos os envolvidos compartilhem dados de produção, recebimento e transporte em tempo real.

Essa visibilidade reduz erros, melhora a sincronização das etapas e torna a cadeia mais responsiva a imprevistos.

Dados integrados e processos padronizados

A base de qualquer operação eficiente está na padronização. Sistemas integrados consolidam informações de diferentes áreas (produção, estoque, transporte e finanças) em um único ambiente. 

Essa visão unificada facilita a análise de desempenho, a tomada de decisão e o cumprimento das exigências legais que envolvem o processo de importação e montagem.

Conheça a Suíte Logística da TOTVS e aumente a eficiência dos seus processos

O gerenciamento de operações CKD e SKD exige controle total, visibilidade e integração entre todos os elos da cadeia. A Suíte Logística da TOTVS foi desenvolvida para oferecer exatamente isso: tecnologia completa, da chegada da matéria-prima à entrega do produto final.

Do agendamento à coleta e entrega, os sistemas TOTVS conectam todas as etapas, garantindo rastreabilidade e automação em tempo real.

Conheça os sistemas que compõem a Suíte Logística TOTVS:

  • Agendamentos: configure rotinas de inbound e outbound, consulte horários disponíveis e otimize janelas de carga e descarga com integração ao TOTVS YMS;
  • Checklist: crie roteiros de inspeção personalizados e registre informações de vistorias e execuções em formato digital;
  • WMS: automatize recebimentos, controle estoques e realize inventários com tecnologia móvel pelo app Meu WMS;
  • YMS: planeje etapas logísticas, controle o acesso ao pátio e gerencie filas de veículos com integração ao TOTVS Agendamentos;
  • Coleta e Entrega: associe rotas e cargas, acompanhe a localização em tempo real e consulte detalhes da viagem, como horários e comprovantes.

Com a TOTVS, sua empresa ganha produtividade, reduz custos e mantém a conformidade com as exigências legais, operando com dados integrados e processos inteligentes em toda a cadeia logística.

Conclusão

A adoção dos modelos CKD e SKD é uma estratégia cada vez mais importante para empresas que atuam em cadeias produtivas globais. Essas modalidades permitem equilibrar custos de importação, flexibilidade de montagem e tempo de entrega, mas exigem uma gestão logística de alta precisão.

Como vimos ao longo do artigo, a tecnologia tem papel central nesse processo. Sistemas integrados de planejamento, rastreamento e controle fiscal garantem eficiência, reduzem riscos e permitem que todas as etapas — da chegada das peças à montagem final — operem de forma sincronizada.

Entender a dinâmica do CKD e do SKD é apenas um dos passos para construir uma operação logística moderna, conectada e preparada para o futuro.

Se você quer se aprofundar na gestão de ponta a ponta da cadeia de suprimentos, confira o nosso Guia Completo de Supply Chain e descubra como otimizar processos, reduzir custos e integrar todas as etapas do seu negócio!

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