A gestão sustentável representa a reunião de práticas e diretrizes que orientam as organizações a conciliarem desempenho econômico com responsabilidade social, ambiental e de governança.
Assim, a gestão alinhada à sustentabilidade implica um novo modo de pensar o papel das empresas em suas relações corporativas, no tecido social e ecológico em que estão inseridas.
Essa abordagem não se limita à conformidade com exigências legais ou à redução de danos ambientais. Essencialmente, a gestão sustentável redefine o conceito de sucesso empresarial, incluindo transparência, ética, inclusão e governança.
Neste artigo, exploramos os princípios que fundamentam esta prática, seus benefícios, desafios e quais os possíveis direcionamentos para as empresas que desejam crescer sem abrir mão da responsabilidade.
Continue no artigo e tenha uma ótima leitura!
O que é gestão sustentável?
A gestão sustentável é entendida como um conjunto de práticas, recursos e abordagens corporativas destinado a aumentar a capacidade de uma empresa manter a sua competitividade no longo prazo, equilibrando as dimensões econômica, social e ambiental.
De acordo com o Prof. Dr. João Salvador Furtado, um dos pioneiros na promoção da sustentabilidade, trata-se de um modelo de gestão que assegura a permanência da empresa por meio da preservação dos recursos naturais, sociais e econômicos.
Essa visão está alinhada ao conceito de triple bottom line, que enfatiza a integração harmônica entre os três pilares da sustentabilidade (ambiental, social e econômica).
Esse direcionamento apresenta, por princípio, que uma organização sustentável não deve buscar apenas resultados econômicos (lucro), mas também atuar de forma responsável em relação ao meio ambiente e promover o bem-estar social, tanto interna quanto externamente.
Para isso, a implementação, uso e monitoramento de indicadores ESG são essenciais, uma vez que permite avaliar o desempenho da organização e orientar a tomada de decisões estratégicas.
Portanto, a gestão sustentável representa uma prática mensurável e integrada ao planejamento estratégico das empresas, promovendo o desenvolvimento sustentável da sociedade e demais negócios.
Qual a importância da gestão sustentável nas empresas?
Atualmente, a gestão sustentável nas empresas representa uma abordagem estratégica, ética e inteligente frente às demandas de mercado e exigências por práticas atentas às crises ambientais, desigualdades sociais e pressões econômicas.
Conforme apontam os relatórios internacionais e a literatura especializada, o modelo tradicional de crescimento econômico revela-se progressivamente insustentável diante da exaustão dos recursos naturais e da exclusão social.
Neste cenário, a adoção de práticas sustentáveis passa a ser fundamental, sobretudo para a perenidade e elasticidade dos negócios.
Este conjunto de práticas gerenciais exige uma abordagem integrada que considere simultaneamente os impactos ambientais, sociais e econômicos das atividades corporativas (ESG).
Isso implica repensar processos produtivos, valorizar a eficiência no uso de recursos, implementar tecnologias sustentáveis, investir em responsabilidade social e adotar estratégias que conciliam lucro com bem-estar coletivo e preservação ambiental.
No entanto, a importância da internalização da lógica gerencial da sustentabilidade não impacta somente a maneira como a empresa desenvolve suas operações em relação às novas práticas. Mas, essencialmente, a sua capacidade de obter vantagens competitivas, como:
- Fidelização de consumidores;
- Acesso a novos mercados;
- Inovação em produtos;
- Redução de riscos regulatórios e reputacionais.
Portanto, adotar práticas, recursos e desenvolver políticas de sustentabilidade assegura a continuidade da organização em um mundo que exige cada vez mais coerência entre discurso e prática.
Benefícios da implementação da gestão sustentável | |
Ambiental | Redução da emissão de poluentes; uso eficiente de recursos; menor geração de resíduos. |
Social | Valorização dos colaboradores; investimento em comunidades; equidade e inclusão. |
Econômica | Redução de custos operacionais; aumento da competitividade; acesso a novos mercados. |
Reputacional | Melhoria da imagem institucional; fidelização de clientes; atração de talentos. |
Estratégico | Aumento da resiliência organizacional; melhor gestão de riscos; visão de longo prazo. |
Quais são os três pilares da sustentabilidade?
O conceito de sustentabilidade se ancora em três pilares essenciais: o ambiental, o social e o de governança. Em conjunto, são conhecidos pela sigla ESG (Environmental, Social and Governance).
- Pilar ambiental: trata da preservação dos recursos naturais, da mitigação das mudanças climáticas e da adaptação a seus efeitos;
- Pilar social: refere-se ao respeito aos direitos humanos, às condições de trabalho dignas, à inclusão, à igualdade de gênero e ao impacto das atividades da empresa nas comunidades afetadas;
- Pilar de governança: diz respeito à forma como a organização é administrada, incluindo a ética nos negócios, a transparência na divulgação de informações e a integridade dos processos decisórios.
Os três pilares estão interligados e sustentam o conceito de desenvolvimento sustentável, que busca atender às necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras.
Eles formam a base para os relatórios de sustentabilidade, por exemplo, alinhados às premissas e diretrizes das normas IFRS S1 e S2, desenvolvidas para padronizar a divulgação de informações gerais sobre sustentabilidade empresarial.
Como adotar a gestão sustentável?
A implementação de práticas de gestão sustentável demanda uma abordagem estruturada, progressiva e alinhada às diretrizes internacionais atualmente vigentes.
Desse modo, um dos aspectos fundamentais é desenvolver e incentivar a compreensão gerencial de que sustentabilidade integra aspectos sociais, ambientais e econômicos de maneira equilibrada.
Portanto, reconhecendo que as empresas, além de gerarem riqueza, causam impactos ambientais e sociais que precisam ser mitigados. Assim, é necessário incorporar uma ética que leve em conta as futuras gerações e a sobrevivência do próprio negócio.
De acordo com pesquisadores da UFRJ e Instituto Estadual do Meio Ambiente (INEA/RJ), a adoção de uma gestão sustentável possibilita:
“[…] à rotina executiva, um novo estilo de gestão, por demandar uma ética preocupada com as gerações futuras, inclusive da própria sobrevivência das organizações.”
Neste sentido, esta abordagem gerencial envolve a transição de um pensamento alinhado à produção mecânica para um outro plano de práticas, políticas e adoção de tecnologias que contemplem a percepção ESG.
Por fim, as organizações devem adotar práticas internacionais de identificação, mensuração, monitoramento e compartilhamento de dados relativos à sustentabilidade. Isso aumenta a percepção de transparência e responsabilidade social corporativa.
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Quais os desafios da gestão sustentável?
Os desafios para uma gestão sustentável são complexos e envolvem: integrar práticas ESG, adotar tecnologias e implementar uma cultura direcionada às novas práticas e exigências dos mercados.
Por um lado, a adoção de tecnologias inovadoras é fundamental para otimizar processos, reduzir impactos ambientais e aumentar a eficiência produtiva.
Por outro, implementar uma cultura organizacional direcionada às novas práticas é outro grande desafio, pois demanda mudanças profundas no comportamento, valores e competências dos colaboradores.
Desse modo, as empresas também precisam responder às crescentes exigências dos mercados e dos consumidores, que valorizam transparência, ética e sustentabilidade.
Por fim, equilibrar resultados econômicos com o compromisso socioambiental demanda da gestão a tomada de decisões estratégicas e investimentos contínuos, sobretudo, considerando-se a pressão competitiva atual.
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Conclusão
Neste artigo, você aprendeu que a gestão sustentável representa um conjunto de práticas e alinhamentos estratégicos direcionadas à longevidade e elasticidade das empresas frente às necessidades dos mercados atuais.
Desse modo, sua implementação e efetiva condução exige ação coordenada, compromisso institucional e visão ampliada sobre o papel das organizações no mundo.
Ao integrar critérios ESG, repensar processos e cultivar uma cultura voltada ao equilíbrio entre lucro, responsabilidade social e preservação ambiental, as empresas tornam-se mais resilientes, inovadoras e preparadas para os desafios do futuro.
A sustentabilidade empresarial não se resume à emissão de relatórios ou certificações; ela se amplia às decisões cotidianas, parcerias comerciais e na forma como a organização se relaciona com seu meio.
Portanto, nesse caminho de novas abordagens, o emprego da tecnologia, a transparência e a coerência nas decisões gerenciais são aliadas indispensáveis para que o discurso sobre sustentabilidade se transforme, de fato, em uma prática contínua, mensurável e com impacto real.
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