Saiba o que é e como calcular a margem de lucro

O gerenciamento econômico de uma empresa precisa planejar e estimar uma margem de lucro satisfatória. Desse modo, é possível fazer uma boa precificação para manter a competitividade do negócio. Isso é essencial para o planejamento da empresa, podendo comprometer a sua sobrevivência. Para se prevenir de problemas financeiros, é importante saber calcular a margem de …

Equipe TOTVS | 09 março, 2021

O gerenciamento econômico de uma empresa precisa planejar e estimar uma margem de lucro satisfatória. Desse modo, é possível fazer uma boa precificação para manter a competitividade do negócio. Isso é essencial para o planejamento da empresa, podendo comprometer a sua sobrevivência.

Para se prevenir de problemas financeiros, é importante saber calcular a margem de lucro e entender os elementos que afetam a lucratividade. Neste artigo, falamos mais sobre como fazer isso.

O que é margem de lucro?

A margem de lucro corresponde à porcentagem de lucro obtido sobre a venda de um serviço, de um conjunto deles ou de um negócio. A margem de lucro serve para determinar o preço pelo qual um produto deve ser vendido. É estimada com base em fatores mercadológicos ou projetada conforme o desejo de ganhos da empresa durante a precificação.

Isso ocorre, em geral, depois de descontados os custos/despesas para a realização e comercialização dos serviços. No entanto, a empresa pode definir a lucratividade desejada e, em seguida, verificar os gastos, buscando reduzi-los. Desse modo, o preço final do serviço comporta a margem de lucro pretendida e não se torna desvantajoso para a empresa.

Quais elementos considerar para aplicar uma boa margem de lucro?

Para aplicar a margem de lucro ideal sobre o item desejado, é importante considerar os seus gastos de produção, de comercialização, de transporte etc. Nesse caso, é preciso diferenciar custos, despesas e investimentos.

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Custos

Os custos entram no cálculo de margem de lucro e correspondem a gastos da organização com o produto ou serviço final. Estão ligados à produção ou aquisição de mercadorias, bem como à realização das atividades. Ou seja, é o valor gasto para a produção de bens e serviços, estando vinculado à atividade-fim.

Por exemplo, mão de obra e insumos. A energia elétrica usada nesses fatores é considerada custo. Também entra no grupo a depreciação de equipamentos utilizados para execução de serviços. Vale diferenciar os custos fixos dos variáveis.

  • Os custos fixos correspondem a valores que não se alteram conforme a execução ou demanda por serviços cresce ou diminui. Por exemplo, o salário de colaboradores que, independentemente do faturamento, precisa ser pago todo mês,
  • Os custos variáveis são aqueles que mudam conforme as vendas. Por exemplo, insumos gastos na prestação de serviços. Nesse segundo caso, para ficar mais claro, imagine uma empresa que realiza atividades de higienização e conservação.

Despesas

As despesas correspondem a desembolsos necessários para assegurar a manutenção da estrutura da organização e também para a comercialização de suas atividades. Desse modo, dificilmente é possível vinculá-las a algum serviço. Portanto, costumam ter caráter geral.

Alguns exemplos são os gastos com administração da empresa e com a área comercial, responsável por vender seus bens/serviços. Além disso, as despesas também são divididas em variáveis e fixas.

O salário da equipe de administração e do time de vendas são dois exemplos de despesas que se mantêm constantes havendo ou não faturamento, sendo consideradas fixas. A compra de materiais de escritório e o gasto de internet para esses dois setores, também. Por outro lado, a comissão de vendedores varia conforme a comercialização de serviços. Portanto, é uma despesa variável.

Investimentos

Ainda entram no cálculo de margem de lucro os investimentos, que são os gastos para elevar os ganhos da empresa ou reduzir os seus custos futuramente. Eles também podem melhorar a imagem da empresa no mercado. Se bem empregados, são capazes de gerar benefícios para ela.

Por exemplo, a aquisição ou modernização de equipamentos para prestar um volume maior de serviços, o que gerará um faturamento maior. Cursos e programas de desenvolvimento do colaborador são capazes de contribuir para que a equipe aumente a sua produtividade, de modo que também entram nesse grupo.

Ponto de equilíbrio

O ponto de equilíbrio corresponde ao valor mínimo que a empresa necessita faturar para não ter prejuízo em um período. É quando nem perde dinheiro, nem ganha (obtém lucro).

Conhecê-lo ajuda a mensurar a quantidade de contratos que a empresa deve fechar ou serviços que precisa realizar para equilibrar as suas contas e não fechar no vermelho.

Acima desse ponto, passa a gerar lucro, de modo que esse indicador contribui para melhorar a definição da margem de lucro do negócio, além de permitir o estabelecimento de metas mais precisas.

Como calcular a margem de lucro?

É importante mapear os gastos para calcular a margem de lucro da empresa. Com isso, será possível precificar de uma forma estratégica os serviços ofertados, no intuito de melhorar a lucratividade e também aumentar o volume de vendas.

Dessa forma, é possível organizar as conta do negócio a fim de obter maior saúde financeira. Contudo, não são só os gastos e a expectativa de ganhos da organização que precisam ser considerados. Existem aspectos estratégicos que também devem ser avaliados para uma boa definição de margem de lucro.

O que considerar?

  • Valor percebido: normalmente, quanto maior o valor percebido pelo cliente sobre o que é ofertado pela companhia, maior é o preço que ele aceita pagar por isso. Dessa forma, é preciso investir na qualidade ofertada e em adicionais que compensem cobrar um valor maior, para ter uma boa margem de lucro;
  • Status gerado: outro aspecto que interfere é o status gerado. Por exemplo, se a sua empresa é a mais renomada ou uma das mais prestigiadas em seu segmento, o serviço realizado pode agregar status ao cliente. Isso também pode ser feito por meio de um nível ou tipo de serviço especial;
  • Concorrência: estabelecer uma margem de lucro muito alta pode tornar o seu serviço caro, com um valor acima da média praticada pela concorrência. Nesse caso, muitos clientes e potenciais clientes tendem a ir para outras empresas;
  • Oferta e demanda: quando há escassez de mão de obra que execute um determinado serviço, o preço por essa atividade tende a aumentar. Nesse caso, é comum que se aumente a lucratividade sobre a atividade;
  • Complexidade: existem serviços que exigem um conhecimento especializado para que sejam executados. Nesse caso, é possível aplicar uma margem de lucro maior. Outros fatores para isso são: periculosidade, insalubridade e outros riscos envolvidos;
  • Lançamento: é possível estipular uma margem de lucro alta em serviços que estão sendo lançados e são novidade. Isso costuma ser mais comum em serviços inovadores, que facilitam a vida das pessoas,
  • Público-alvo: o poder de compra de seu público-alvo também precisa ser considerado. Uma solução para não perder atratividade e ainda manter uma lucratividade boa é compor um orçamento de serviços com diferentes pacotes de atividades. Dessa forma, o cliente poderá escolher a que condiz mais com as suas possibilidades financeiras.

Diferença entre margem de lucro líquida e bruta

A margem de lucro bruta corresponde à porcentagem de lucro obtida após a dedução dos custos de realização dos serviços. Ela mensura a rentabilidade do negócio, apontando a porcentagem de retorno do investimento (ROI) alcançada pela organização.

A margem líquida, por sua vez, indica a porcentagem que um empreendimento consegue de lucro real. Isto é, após a dedução das despesas e de alguns tributos, como Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ).

Há ainda a margem de contribuição (MC), que aponta o quanto o negócio gera de recursos para quitar as suas despesas/os seus custos fixos e conseguir lucro. Basicamente, é o valor ou porcentagem do faturamento que fica para o pagamento dos gastos fixos, depois de descontados os custos/as despesas variáveis e os tributos sobre vendas.

Cálculo da margem de lucro líquida

A margem de lucro líquida corresponde à lucratividade final do negócio, após a dedução não só dos gastos variáveis, como também dos fixos e dos tributos. Sua fórmula é a seguinte:

  • margem líquida = lucro líquido / faturamento total x 100.

Considerando o exemplo anterior, digamos que os gastos com aluguel de espaço físico, consumo de energia elétrica, IRPJ etc. ficaram em R$ 30.000,00, gerando R$ 20.000,00 de lucro líquido. Com base na fórmula, teremos:

  • margem de lucro líquida = R$20.000,00 / R$100.000,00 x 100;
  • margem de lucro líquida = 0,2 x 100,
  • margem de lucro líquida = 20%.

Como resultado, temos uma lucratividade de 20% sobre o contrato. Para saber a margem líquida total da empresa, em um ano, será preciso somar todos os faturamentos por contratos e deduzir os gastos totais.

Cálculo da margem bruta

A fórmula da margem de lucro bruta corresponde ao lucro bruto (após descontar gastos variáveis da receita total) dividido pelo faturamento total. O valor obtido é multiplicado por 100 para encontrar o percentual. Nesse caso, o cálculo fica assim:

  • margem de lucro bruta = lucro bruto / faturamento total x 100

Por exemplo, uma empresa fecha um contrato anual que rende R$ 100.000,00. Para executá-lo, gasta R$ 50.000,00 com mão de obra e outros insumos para realização das atividades. Dessa forma, “sobram” R$ 50.000,00 de lucro bruto. Se aplicarmos a fórmula acima, teremos uma margem de 50% de lucro bruto.

Vale destacar que a margem de lucro bruto total da empresa, em um ano, será uma espécie de média de lucratividade bruta obtida em todos os seus contratos. Isso porque será necessário somar todas as receitas e diminuir todos os gastos brutos, para encontrar uma porcentagem representativa da margem de lucro bruto geral do negócio.

Dessa forma, é possível que, em alguns contratos, ele tenha resultados menores do que em outros, a depender dos tipos de serviços efetuados. No exemplo, a média final poderá ser inferior ou superior aos 50% apontados.

Como um sistema de gestão pode ajudar?

Um sistema de gestão empresarial possui um módulo financeiro que automatiza o controle de entradas e saídas de recursos, permitindo um monitoramento dos custos e receitas. Assim, é possível fazer o cálculo de forma mais precisa e prática.

Com essa solução, é possível organizar as informações contábeis para emitir demonstrações financeiras. Isso simplifica o trabalho do gestor da área e do responsável pela parte fiscal e contábil da empresa.

Além disso, com uma funcionalidade de gestão de contratos, fica mais simples acompanhar de maneira isolada cada contrato fechado. Entenda mais sobre a margem de lucro ideal para sua empresa e como um sistema de gestão pode ajudar.

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Comentários deste post

  1. Pousada na Praia do Rosa diz:

    Excelente post

  2. Alan Amorim diz:

    Obrigado pelo comentário! Estamos sempre com conteúdos novos que podem interessar a ajudar na sua gestão, então não deixe de nos acompanhar ;)

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