Covenants são mecanismos essenciais no universo financeiro, pois atuam como salvaguardas que protegem os interesses de credores e investidores.
Usados com frequência por organizações que emitem debêntures, eles estabelecem condições e limites que, quando bem definidos e gerenciados, podem fortalecer a confiança e a estabilidade nas relações financeiras.
Neste artigo, exploraremos o que é covenant, sua relevância e seus tipos, bem como sua forma de influência positiva no ecossistema empresarial.
O que é covenant?
Um covenant é um compromisso formal inserido em contratos de financiamento ou empréstimo que estipula termos e condições a serem seguidos pelas partes envolvidas com a função de proteger os interesses do credor.
Essas cláusulas são projetadas para assegurar que a empresa tomadora do crédito mantenha uma gestão saudável e transparente, de modo a mitigar riscos e assegurar que as obrigações financeiras sejam cumpridas.
O covenant em debêntures, por exemplo, é conhecido como compromisso de proteção aos debenturistas.
Qual a importância desse instrumento financeiro?
Este instrumento financeiro é vital para a saúde econômica das empresas e a confiança do mercado.
Ele funciona como uma bússola que guia as empresas em direção à sustentabilidade financeira, pois impõe disciplina fiscal e incentiva práticas de gestão prudentes.
Para entender melhor o que é covenant financeiro e sua relevância, tenha em mente que, caso as condições não sejam cumpridas, o credor poderá executar antecipadamente a dívida.
Dessa forma, consegue recuperar seu dinheiro assim que a organização devedora começa a apresentar problemas.
Por outro lado, o instrumento é igualmente importante para quem toma o empréstimo, pois é comum ter fácil acesso ao crédito para empresas e taxa de juros menor.
Além disso, ao cumprir com as cláusulas, as empresas não só evitam penalidades, mas também solidificam sua reputação e credibilidade, o que abre portas para melhores condições de crédito e oportunidades de investimento.
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Exemplos comuns de covenant
As cláusulas financeiras que protegem o credor podem variar amplamente, mas alguns exemplos comuns incluem limites de endividamento, restrições a dividendos, e manutenção de certos índices financeiros.
Confira alguns exemplos:
- Manutenção do rating da companhia dentro de parâmetros pré-definidos;
- Exigência de que a empresa mantenha um ratio de dívida sobre EBITDA abaixo de um certo limiar;
- Determinação para que a organização não exceda um percentual específico de seu capital em dividendos;
- Limite máximo de endividamento para evitar que a empresa assuma dívidas além de sua capacidade de pagamento;
- Determinação de que os recursos obtidos com um empréstimo sejam direcionados especificamente para um projeto;
- Autorização prévia para a entrada de novos sócios, de modo a preservar o controle e a estrutura societária da empresa em prol dos interesses dos credores existentes.
Essas cláusulas ajudam a garantir que a empresa permaneça dentro de parâmetros financeiros seguros, protegendo tanto a empresa quanto seus investidores.
Principais tipos de covenant
Essas ferramentas financeiras estratégicas podem ser positivas (indica a realização de ações específicas que contribuem para a saúde financeira) ou negativas (proibição de certas práticas ou recomendação para evitá-las).
Mas quando falamos nos principais tipos de covenants, estamos classificando as cláusulas conforme sua natureza. São elas:
- Estatutários: relacionam-se a mudanças estruturais na empresa, como fusões, incorporações, mudança no controle societário e alteração do objeto social;
- Ambientais: focam em empresas de setores sensíveis ao meio ambiente, obrigando a conformidade com regulações específicas e a obtenção de licenças necessárias;
- Financeiros: avaliam a saúde financeira através de indicadores como a relação entre Dívida Líquida/EBITDA e EBITDA/Despesa Financeira Líquida, medindo alavancagem e capacidade de cobrir juros;
- Operacionais: garantem a conformidade nas operações diárias, evitando situações como falência, recuperação extrajudicial, protestos de títulos significativos, utilização indevida de recursos e perda de licenças operacionais.
Como funciona o processo de repactuação de um covenant?
A repactuação de um covenant é um processo que envolve a renegociação dos termos estabelecidos entre a empresa e seus credores ou investidores.
Esse processo pode ocorrer quando a empresa enfrenta dificuldades em cumprir com as cláusulas originais devido a mudanças no ambiente econômico ou em sua própria performance financeira.
Por outro lado, imagine que o acordo foi feito durante um momento de crise econômica. A partir do momento em que há recuperação, é importante renegociar as cláusulas para acelerar o crescimento.
Vamos exemplificar o processo:
- Identificação de necessidade: a empresa percebe que não conseguirá atender aos termos estabelecidos e inicia uma comunicação proativa com os credores;
- Negociação: as partes discutem a situação financeira atual da empresa e as possíveis alterações nas cláusulas;
- Proposta de novos termos: apresentação da proposta de novos termos que sejam realistas e sustentáveis;
- Avaliação e aprovação: os credores avaliam a proposta, considerando a viabilidade e os riscos envolvidos, e chegam a um consenso sobre a repactuação.
- Formalização: uma vez acordados, os novos termos são formalizados em aditivos contratuais.
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Consequências em caso de descumprimento de um covenant
O descumprimento de um covenant pode acarretar sérias consequências para as empresas, afetando sua saúde financeira e reputação no mercado.
O primeiro é a aceleração da dívida, uma vez que os credores podem exigir o pagamento imediato do saldo devedor, independentemente do cronograma de pagamento original.
Há também penalidades financeiras, em que multas ou taxas adicionais podem ser aplicadas, aumentando o custo financeiro para a empresa.
Além disso, há restrições operacionais: a empresa pode enfrentar limitações em suas operações, como a proibição de novos investimentos ou aquisições.
E, como acabamos de mostrar, o descumprimento pode levar a uma renegociação forçada dos termos do empréstimo, o que muitas vezes resulta em condições menos favoráveis.
Neste cenário, a confiança dos investidores pode ser abalada, o que dificulta a obtenção de novos financiamentos e pode até mesmo afetar o valor das ações da empresa.
Portanto, é crucial que empresários e gestores monitorem continuamente seus termos e tomem medidas proativas para evitar tais cenários.
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Conclusão
Covenants são instrumentos financeiros de grande importância que requerem atenção e gestão cuidadosa.
Eles não só protegem os interesses dos credores, mas também orientam as empresas para uma gestão financeira responsável e transparente.
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