Covenant: o que é e importância desse instrumento financeiro

Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 31 maio, 2024

Covenants são mecanismos essenciais no universo financeiro, pois atuam como salvaguardas que protegem os interesses de credores e investidores. 

Usados com frequência por organizações que emitem debêntures, eles estabelecem condições e limites que, quando bem definidos e gerenciados, podem fortalecer a confiança e a estabilidade nas relações financeiras. 

Neste artigo, exploraremos o que é covenant, sua relevância e seus tipos, bem como sua forma de influência positiva no ecossistema empresarial.

O que é covenant?

Um covenant é um compromisso formal inserido em contratos de financiamento ou empréstimo que estipula termos e condições a serem seguidos pelas partes envolvidas com a função de proteger os interesses do credor

Essas cláusulas são projetadas para assegurar que a empresa tomadora do crédito mantenha uma gestão saudável e transparente, de modo a mitigar riscos e assegurar que as obrigações financeiras sejam cumpridas. 

O covenant em debêntures, por exemplo, é conhecido como compromisso de proteção aos debenturistas.

Qual a importância desse instrumento financeiro?

Este instrumento financeiro é vital para a saúde econômica das empresas e a confiança do mercado. 

Ele funciona como uma bússola que guia as empresas em direção à sustentabilidade financeira, pois impõe disciplina fiscal e incentiva práticas de gestão prudentes. 

Para entender melhor o que é covenant financeiro e sua relevância, tenha em mente que, caso as condições não sejam cumpridas, o credor poderá executar antecipadamente a dívida

Dessa forma, consegue recuperar seu dinheiro assim que a organização devedora começa a apresentar problemas.

Por outro lado, o instrumento é igualmente importante para quem toma o empréstimo, pois é comum ter fácil acesso ao crédito para empresas e taxa de juros menor.

Além disso, ao cumprir com as cláusulas, as empresas não só evitam penalidades, mas também solidificam sua reputação e credibilidade, o que abre portas para melhores condições de crédito e oportunidades de investimento.

Leia também: Gestão de tesouraria: o que é, funções e como fazer

Exemplos comuns de covenant

As cláusulas financeiras que protegem o credor podem variar amplamente, mas alguns exemplos comuns incluem limites de endividamento, restrições a dividendos, e manutenção de certos índices financeiros. 

Confira alguns exemplos:

  • Manutenção do rating da companhia dentro de parâmetros pré-definidos;
  • Exigência de que a empresa mantenha um ratio de dívida sobre EBITDA abaixo de um certo limiar;
  • Determinação para que a organização não exceda um percentual específico de seu capital em dividendos;
  • Limite máximo de endividamento para evitar que a empresa assuma dívidas além de sua capacidade de pagamento;
  • Determinação de que os recursos obtidos com um empréstimo sejam direcionados especificamente para um projeto;
  • Autorização prévia para a entrada de novos sócios, de modo a preservar o controle e a estrutura societária da empresa em prol dos interesses dos credores existentes.

Essas cláusulas ajudam a garantir que a empresa permaneça dentro de parâmetros financeiros seguros, protegendo tanto a empresa quanto seus investidores.

Principais tipos de covenant

Essas ferramentas financeiras estratégicas podem ser positivas (indica a realização de ações específicas que contribuem para a saúde financeira) ou negativas (proibição de certas práticas ou recomendação para evitá-las).

Mas quando falamos nos principais tipos de covenants, estamos classificando as cláusulas conforme sua natureza. São elas:

  • Estatutários: relacionam-se a mudanças estruturais na empresa, como fusões, incorporações, mudança no controle societário e alteração do objeto social;
  • Ambientais: focam em empresas de setores sensíveis ao meio ambiente, obrigando a conformidade com regulações específicas e a obtenção de licenças necessárias;
  • Financeiros: avaliam a saúde financeira através de indicadores como a relação entre Dívida Líquida/EBITDA e EBITDA/Despesa Financeira Líquida, medindo alavancagem e capacidade de cobrir juros;
  • Operacionais: garantem a conformidade nas operações diárias, evitando situações como falência, recuperação extrajudicial, protestos de títulos significativos, utilização indevida de recursos e perda de licenças operacionais.

Como funciona o processo de repactuação de um covenant?

A repactuação de um covenant é um processo que envolve a renegociação dos termos estabelecidos entre a empresa e seus credores ou investidores. 

Esse processo pode ocorrer quando a empresa enfrenta dificuldades em cumprir com as cláusulas originais devido a mudanças no ambiente econômico ou em sua própria performance financeira. 

Por outro lado, imagine que o acordo foi feito durante um momento de crise econômica. A partir do momento em que há recuperação, é importante renegociar as cláusulas para acelerar o crescimento.

Vamos exemplificar o processo:

  1. Identificação de necessidade: a empresa percebe que não conseguirá atender aos termos estabelecidos e inicia uma comunicação proativa com os credores;
  2. Negociação: as partes discutem a situação financeira atual da empresa e as possíveis alterações nas cláusulas;
  3. Proposta de novos termos: apresentação da proposta de novos termos que sejam realistas e sustentáveis;
  4. Avaliação e aprovação: os credores avaliam a proposta, considerando a viabilidade e os riscos envolvidos, e chegam a um consenso sobre a repactuação.
  5. Formalização: uma vez acordados, os novos termos são formalizados em aditivos contratuais.

Leia também: Planejamento orçamentário: o que é, sua importância e como fazer

Consequências em caso de descumprimento de um covenant

O descumprimento de um covenant pode acarretar sérias consequências para as empresas, afetando sua saúde financeira e reputação no mercado. 

O primeiro é a aceleração da dívida, uma vez que os credores podem exigir o pagamento imediato do saldo devedor, independentemente do cronograma de pagamento original.

Há também penalidades financeiras, em que multas ou taxas adicionais podem ser aplicadas, aumentando o custo financeiro para a empresa.

Além disso, há restrições operacionais: a empresa pode enfrentar limitações em suas operações, como a proibição de novos investimentos ou aquisições.

E, como acabamos de mostrar, o descumprimento pode levar a uma renegociação forçada dos termos do empréstimo, o que muitas vezes resulta em condições menos favoráveis. 

Neste cenário, a confiança dos investidores pode ser abalada, o que dificulta a obtenção de novos financiamentos e pode até mesmo afetar o valor das ações da empresa. 

Portanto, é crucial que empresários e gestores monitorem continuamente seus termos e tomem medidas proativas para evitar tais cenários.

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Tudo isso com a segurança e a eficiência que os empresários e gestores necessitam. 

A plataforma é intuitiva e se adapta às necessidades específicas do seu negócio, o que garante uma visão clara da saúde financeira da empresa.

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Conclusão

Covenants são instrumentos financeiros de grande importância que requerem atenção e gestão cuidadosa. 

Eles não só protegem os interesses dos credores, mas também orientam as empresas para uma gestão financeira responsável e transparente. 

Com as ferramentas certas de gestão, como a TOTVS Gestão Financeira – Linha Gesplan, é possível manter o controle e a conformidade com esses acordos vitais. Quer aprimorar seu controle financeiro? Confira dicas para sua empresa!

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