A logística humanitária desempenha um papel essencial em situações de crise e desastres, garantindo que suprimentos e assistência cheguem rapidamente a quem mais precisa.
Seu foco não está na eficiência e na lucratividade, mas em salvar vidas e mitigar o sofrimento em áreas afetadas por calamidades naturais, conflitos armados ou crises de saúde.
Com o aumento das ocorrências de desastres ao redor do mundo, a demanda por operações logísticas ágeis e eficazes é cada vez maior.
Neste artigo, vamos explorar o que é a logística humanitária, como ela funciona, quem são os principais atores envolvidos, seus desafios e as tecnologias que ajudam a otimizar esse tipo de operação essencial.
O que é logística humanitária?
A logística humanitária é um conjunto de práticas e operações voltadas para o planejamento, execução e controle de fluxos de bens e serviços em cenários de emergência humanitária.
Seu principal objetivo é garantir que os recursos adequados – como alimentos, medicamentos, roupas e equipamentos – cheguem às regiões afetadas por desastres ou crises de forma eficiente e em tempo hábil.
O conceito se diferencia da logística tradicional, pois sua principal prioridade não é o lucro ou a otimização de custos, mas sim a assistência a populações vulneráveis, focando na preservação de vidas e no atendimento a necessidades básicas.
Organizações como ONGs, governos e entidades internacionais, como a ONU, desempenham um papel fundamental nesse tipo de operação.
Em quais situações este tipo de logística se faz necessária?
No Brasil, vimos recentemente as operações de logística humanitária no Rio Grande do Sul.
Mas ela é essencial em uma variedade de situações críticas, incluindo:
- Desastres naturais: terremotos, furacões, enchentes e incêndios florestais são exemplos típicos que exigem uma resposta rápida para atender às vítimas e restabelecer os serviços básicos;
- Crises humanitárias e conflitos armados: em regiões devastadas por guerras ou onde há grandes fluxos de refugiados, este tipo de logística é vital para levar alimentos, medicamentos e abrigo a populações deslocadas;
- Pandemias e emergências de saúde pública: esse modelo foi amplamente utilizado durante a pandemia de COVID-19, transportando vacinas, equipamentos de proteção e medicamentos em um esforço global para combater o vírus.
Após entender o que é logística humanitária, vamos conhecer melhor seu funcionamento.
Como funciona a logística humanitária?
Este modelo logístico envolve várias etapas, desde o planejamento até a execução e controle de operações.
Primeiramente, é feita uma análise rápida das necessidades do local afetado. A partir daí, a logística é ativada para coordenar a entrega de itens essenciais, como água, alimentos, medicamentos, abrigo e itens de higiene.
Essas operações precisam ser extremamente ágeis, com uma forte coordenação entre diferentes agentes: governos, ONGs, empresas privadas e organizações internacionais. É a chamada força-tarefa da logística humanitária.
Dependendo do cenário, ela pode ser montada em questão de horas ou dias, mas em todos os casos, a prioridade é a entrega imediata dos itens mais urgentes.
Outro ponto essencial no funcionamento deste modelo é a necessidade de flexibilidade.
Durante um desastre, as rotas de transporte podem ser interrompidas, e muitas vezes é preciso adaptar rapidamente as operações para garantir que os suprimentos cheguem ao destino.
Conheça agora os principais atores envolvidos neste tipo de operação.
Principais atores envolvidos
A força-tarefa da logística humanitária é composta por diferentes atores, incluindo:
- Governos locais e internacionais: responsáveis pela coordenação geral das operações, muitas vezes em conjunto com entidades militares e de defesa civil;
- Empresas privadas: em alguns casos, empresas especializadas em logística e transporte podem ser contratadas para fornecer suporte técnico e infraestrutura em operações humanitárias;
- Organizações Não Governamentais (ONGs): grupos como Médicos Sem Fronteiras e a Cruz Vermelha desempenham um papel vital na entrega de serviços e suprimentos diretamente às comunidades afetadas;
- Organizações internacionais: a ONU, por meio do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), atua como um dos principais coordenadores das operações humanitárias em nível global.
E no Brasil? Para entender melhor o que é logística humanitária, os exemplos recentes em nosso país são um bom ponto de partida.
Leia também: Operadores logísticos: como potencializar suas operações
Exemplos da logística humanitária no Brasil
A logística humanitária no Brasil tem atuado em várias situações críticas.
Dois exemplos recentes ficaram marcados pelo envolvimento de diversos atores, não só da força-tarefa, mas também da população.
O primeiro deles foi a tragédia de Brumadinho (2019), Minas Gerais, quando ocorreu o rompimento da barragem de rejeitos da Vale.
Uma força-tarefa foi mobilizada para resgatar vítimas e prestar socorro imediato. A logística humanitária em Brumadinho foi fundamental para coordenar as operações de busca e o envio de recursos como água, alimentos e materiais médicos para as áreas mais afetadas.
Mais recentemente, ocorreram as enchentes no Rio Grande do Sul. Em setembro de 2023, o estado foi atingido por fortes chuvas e enchentes que deixaram milhares de desabrigados.
A logística humanitária no Rio Grande do Sul foi ativada rapidamente para garantir o envio de alimentos, roupas e medicamentos para as regiões afetadas.
As ações de ajuda também incluíram a instalação de abrigos temporários e assistência psicológica para as vítimas.
Muitas empresas colocaram, inclusive, sua frota e seus equipamentos à disposição para contribuir de alguma forma com a situação.
A propósito, é importante abordar a diferença entre a logística empresarial e a humanitária.
A diferença entre a logística empresarial e a humanitária
A logística empresarial e a humanitária diferem fundamentalmente em seus objetivos e prioridades. Veja:
Logística empresarial ou tradicional:
- Previsibilidade e planejamento de longo prazo;
- Foco em eficiência, redução de custos e maximização de lucros;
- Prazos de entrega que podem variar de acordo com a demanda;
- A cadeia de suprimentos é cuidadosamente planejada, com estoques gerenciados para evitar excessos ou faltas de produtos;
Logística humanitária (no Brasil e no mundo):
- Situações de imprevistos e urgências;
- Planejamento realizado em tempo real;
- Prazos extremamente curtos, onde cada minuto pode representar uma vida;
- Foco na agilidade, independentemente dos custos envolvidos, para salvar vidas e atender às necessidades básicas de populações em crise.
Na tabela abaixo, você confere outras diferenças:
Empresarial | Humanitária | |
Demanda | Fixa ou estável | Aleatória |
Tempo de Espera | Determinado desde o fornecedor até o consumidor final | Quase zero entre a ocorrência da demanda e a necessidade da mesma |
Centrais de Distribuição | Bem definidas nas quantidades e na localização | Sem definição, de acordo com a última milha |
Controle de Estoques | Baseados no tempo de espera, na demanda e no nível de serviço | Sem definição devido à variação de demanda e localização |
Sistemas de Informação | Bem definidos, com o uso de alta tecnologia | Informações conflitantes, pouco confiáveis ou inexistentes |
Objetivos | Maximizar a satisfação do cliente com maior qualidade e menor custo | Minimizar perdas de vidas e mitigar o sofrimento com o menor custo |
Foco | Produtos e serviços | Pessoas e suprimentos |
Fonte: PUC Rio
Leia também: Nível de criticidade: como usar a matriz e organizar suas prioridades
Quais são os principais desafios na logística humanitária?
Os desafios da logística humanitária são bastante complexos e envolvem diversos aspectos, como infraestrutura, comunicação, diferenças culturais, entre outros.
Veja alguns:
- Infraestrutura danificada: após desastres, estradas, pontes e portos podem estar destruídos, dificultando a entrega de suprimentos;
- Logística reversa: o retorno de materiais não utilizados ou a gestão de resíduos gerados durante as operações humanitárias também representa um desafio logístico considerável;
- Financiamento e recursos limitados: muitas operações humanitárias dependem de doações e fundos de emergência, o que pode limitar a capacidade de ação das organizações;
- Diferenças culturais e políticas: cada país ou região pode ter suas próprias leis, culturas e burocracias, que devem ser respeitadas e compreendidas para garantir o sucesso da operação;
- Falta de comunicação: em muitas situações, como em áreas de conflito ou após um desastre natural, os sistemas de comunicação podem estar inoperantes, prejudicando a coordenação das operações.
A tecnologia como aliada para superar tais desafios
A tecnologia tem se tornado uma grande aliada para superar os desafios da logística humanitária.
Ferramentas como softwares de gestão de logística e sistemas de rastreamento via satélite têm permitido uma maior visibilidade e controle sobre os suprimentos em tempo real, o que garante uma entrega mais rápida e precisa.
Drones também estão sendo usados para entregar itens essenciais em áreas de difícil acesso. Eles são especialmente úteis em regiões onde a infraestrutura está severamente danificada ou onde é perigoso para os trabalhadores humanitários operarem.
Outra tecnologia que está transformando este tipo de logística é o uso de big data e inteligência artificial.
Essas ferramentas ajudam a prever onde e quando desastres podem ocorrer, permitindo um planejamento antecipado das operações e uma alocação mais eficiente de recursos.
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Com ela, as organizações podem centralizar suas operações, acompanhar a movimentação de recursos em tempo real e garantir que os suprimentos cheguem rapidamente ao destino, mesmo em cenários críticos.
Além disso, a ferramenta é altamente flexível e pode ser adaptada a diferentes tipos de operações, garantindo uma resposta eficiente em crises humanitárias.
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Conclusão
A logística humanitária é uma operação essencial para garantir a assistência em momentos críticos, como desastres naturais, conflitos e crises sanitárias.
Diferente da logística empresarial, sua prioridade é salvar vidas e atender necessidades básicas de forma rápida e eficiente.
No entanto, essa operação enfrenta grandes desafios, desde infraestrutura danificada até a falta de comunicação.
Felizmente, a tecnologia tem sido uma grande aliada, oferecendo soluções inovadoras para superar essas barreiras e garantir uma resposta mais ágil e eficaz.
Organizações que investem em ferramentas como a Suíte Logística da TOTVS estão melhor preparadas para lidar com as complexidades da logística, proporcionando mais rapidez e precisão em suas operações.
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