Psicologia positiva: o que é, fundamentos, técnicas e benefícios

Equipe TOTVS | 01 março, 2022

A psicologia positiva é uma das novas ciências por trás do estudo do comportamento humano. Ao entender como se tornar verdadeiramente feliz, a pessoa pode focar nas qualidades positivas da vida — inclusive no ambiente de trabalho.

Muito além de consultórios, a psicologia positiva já é estudada e aplicada em consultorias, processos de coaching e demais tipos de treinamento e capacitação.

Ok, e como a psicologia positiva se encaixa no ambiente de trabalho?

Nós vamos explicar em detalhes, mas saiba que ela pode ser responsável por melhorar o clima organizacional, potencializando a colaboratividade das equipes.

Neste guia completo, você vai aprender tudo sobre a psicologia positiva, confira os tópicos:

  • O que é psicologia positiva?
  • A psicologia positiva é reconhecida pelo CRP?
  • Quais são os fundamentos da psicologia positiva?
  • Quais os 3 pilares da psicologia positiva?
  • Psicologia positiva: a relação com autoestima e ansiedade
  • Psicologia positiva e mindfulness
  • As principais técnicas de psicologia positiva
  • Quais os benefícios da psicologia positiva para as empresas?
  • Como a psicologia positiva pode ser aplicada no trabalho?
  • A importância da tecnologia para o setor de RH

Vamos lá? É só seguir a leitura!

O que é psicologia positiva?

A psicologia positiva é o estudo científico “daquilo que faz a vida valer a pena”. Sua abordagem a pensamentos, sentimentos e comportamentos possui foco nas forças de uma pessoa — em vez de focar em suas fraquezas.

O objetivo da psicologia positiva é ajudar as pessoas a construírem uma realidade boa para elas mesmas, ao contrário de outros métodos que buscam focar no passado e somente consertar aquilo que é considerado “ruim”.

Em sua aplicação prática, a disciplina busca focar nos eventos positivos que influenciam a vida das pessoas, como:

  • Experiências positivas: aquilo que lhes traz felicidade, que lhes inspira e suscita o amor.
  • Estados positivos: situações que geram gratidão, sentimento de resiliência ou compaixão.
  • Instituições positivas: os princípios positivos que aplicam nas organizações em que estão envolvidas — incluindo seu trabalho.

Como um campo da psicologia, essa disciplina se preocupa em entender a força de caráter, a felicidade, o bem-estar, a gratidão, a compaixão, a autoconfiança, entre muitos outros aspectos bons da vida.

Qual é a origem da psicologia positiva?

A origem da psicologia positiva pode ser mapeada desde a década de 1950, no pós-Segunda Guerra Mundial, com a abordagem humanista que começou a se espalhar na psicologia, com intuito de tratar traumas, comportamentos anormais e doenças mentais.

Esse foi o panorama da psicologia durante décadas, até que a disciplina positivista começou a dar as caras no fim da década de 1990.

No entanto, falta conhecer o nome por trás dessa revolução: Martin Seligman, psicólogo americano, que é até hoje professor universitário e também foi presidente da Associação Americana de Psicologia.

Apesar do termo ter sido originalmente cunhado por Abraham Maslow, outro psicólogo americano, foi Seligman quem aprofundou os estudos.

Por meio de métodos científicos, Seligman criou uma teoria sistêmica sobre o porquê de as pessoas felizes serem de fato felizes.

A origem de seus estudos, porém, começou no fim da década de 1960 e culminou na teoria “Learned Helplessness” (ou “Desamparo Aprendido“).

Essa teoria ajudou a fundamentar vários tipos de tratamentos para depressão nos anos seguintes e serviu para consolidar a carreira de Seligman.

Martin Seligman e a psicologia positiva

O aprofundamento de Seligman no estudo da psicologia positiva aconteceu após ele aprender muito sobre o que causa a depressão e os sintomas dessa doença nas pessoas (e mesmo em animais).

Assim, ele começou a trabalhar em cima dos aspectos positivos e inspiradores da vida.

Com isso, Seligman começou a estruturar sua teoria sobre resiliência e otimismo aprendido (ao contrário de seu estudo anterior).

Uma das primeiras aplicações aconteceram em programas de resiliência destinados a membros de forças militares.

Ao mesmo tempo, o acadêmico e pesquisador ficou frustrado com o foco tradicional da psicologia na época: extremamente pautado no negativo.

Assim, ao ser eleito presidente da Associação Americana de Psicologia em 1998, ele encontrou a plataforma perfeita para estimular o crescimento da disciplina que tanto estudava.

O artigo considerado elementar para a psicologia positiva foi publicado em 2000 por Seligman e seu colega Mihaly Csikszentmihalyi, psicólogo croata criador do conceito de psicologia de fluxo.

Desde então, o assunto começou a ser estudado por vários psicólogos, o que provocou uma reação em massa com foco nos princípios positivos da vida.

Até hoje, é esse movimento que guia os processos de coaching, mentoria, treinamento e qualificação para a vida pessoal e profissional das pessoas.

A psicologia positiva é reconhecida pelo CRP?

Até o momento da publicação deste artigo, não existe manifestação contrária do Conselho Regional de Psicologia (CRP) à aplicação da psicologia positiva pelos profissionais graduados.

A dúvida é pertinente, já que profissionais e alguns CRPs já demonstraram preocupação com a aplicação de métodos de coaching e psicologia positiva.

No entanto, as críticas (em que vamos nos aprofundar logo mais) têm a ver com a execução errônea dos princípios e disciplinas da ciência da psicologia.

Como uma abordagem, a psicologia positiva não busca ser mais do que um movimento científico com foco nos aspectos positivos da vida das pessoas.

Quais são os fundamentos da psicologia positiva?

Esta vertente busca se aprofundar nos princípios por trás da felicidade das pessoas. Ao aplicá-la, enfatiza-se o desenvolvimento da inteligência emocional, bem-estar e alegria do indivíduo.

Referente aos pilares, já explicamos os 3 principais (e ainda vamos voltar a eles logo em seguida).

No entanto, em seu próprio trabalho, Seligman viu que existe certo padrão para o bem-estar.

Nesse sentido, ele propôs o modelo PERMA para explicar e definir o bem-estar em um sentido mais amplo. Confira:

P – Positive emotions (Emoções positivas):

Emoções positivas podem surgir em vários momentos, como quando se é grato quanto a eventos passados ou capaz de se divertir no momento presente e mesmo ao ser otimista sobre o futuro.

E – Engagement (Engajamento):

Para melhorar o bem-estar, também é importante desenvolver um senso de engajamento com as atividades que se pratica. Essa sensação é responsável pelo “fluxo” (que Csikszentmihalyi criou), que diz respeito à sensação de ser suficiente para cumprir um objetivo ou encarar um desafio específico.

R – Relationships (Relações):

Como seres sociais, os indivíduos geralmente dependem da construção de conexões com outras pessoas para prosperar, e o apoio que derivamos dessas conexões pode dar propósito e significado à vida.

M – Meaning (Significado):

Experimentar emoções positivas não é suficiente para levar uma vida feliz. É necessário encontrar o significado da felicidade, servindo a uma causa maior — como uma ação de caridade, por exemplo.

A – Accomplishment (Realização):

É o sentimento que se busca ao alcançar objetivos e atingir o “sucesso”. É a sensação que impulsiona as pessoas e contribui para o verdadeiro bem-estar.

Quais os 3 pilares da psicologia positiva?

Como mencionamos, os princípios da psicologia positiva são resumidos em três. Na introdução do assunto, explicamos de forma breve, mas saiba que são três níveis: subjetivo, individual e em grupo.

Que tal conhecê-los?

Experiência subjetiva

A experiência subjetiva concentra-se em sentimentos de felicidade, bem-estar e otimismo, e como esses sentimentos transformam a experiência da pessoa em seu dia a dia.

O “subjetivo” é óbvio: falamos de sentimentos, coisas abstratas que são difíceis de mensurar e quantificar.

Características individuais

As características individuais voltam-se às virtudes e forças pessoais, como resiliência, talento, capacidade de afeto e habilidades interpessoais.

Ou seja, são traços positivos que as pessoas desenvolvem individualmente e acabam se tornando os seus “pontos fortes”.

Comunidades e instituições

E no nível de grupo, falamos basicamente de comunidades e instituições em que a pessoa está inserida.

No caso, pode-se tratar da família do indivíduo, a sala de aula do mesmo e, claro, a empresa em que trabalha.

O objetivo é proporcionar uma interação mais positiva com essas comunidades, fortalecendo seus laços sociais e engajando-os em virtudes enriquecedoras, como o altruísmo.

Psicologia positiva: a relação com autoestima e ansiedade

Uma das grandes contribuições da psicologia positiva é incentivar as pessoas a descobrirem e nutrirem suas forças de caráter.

Assim, destaca-se a necessidade de transformar a perspectiva negativa da vida e seus problemas a partir de uma visão mais otimista.

Isso se aplica para todas as situações, especialmente àquelas que envolvam a autoestima e também que geram ansiedade.

Segundo prega a psicologia positiva, a positividade é uma das principais forças motrizes da vida.

Em nosso dia a dia, é como experimentarmos experiências e situações de todos os tipos: boas ou ruins.

Porém, muitas vezes, parece mais fácil se concentrar nos resultados negativos, ignorando o efeito das coisas boas — que podem servir para remediar as ruins.

Uma das aplicações da psicologia positiva é justamente focar nesse último ponto, de modo a levar a pessoa a se voltar àquilo que é positivo em sua jornada.

Desse modo, é possível trabalhar o bem-estar, desenvolvendo emoções e comportamentos positivos que amenizem (e, no melhor dos casos, mitiguem) sintomas como ansiedade e problemas de autoestima.

Psicologia positiva e mindfulness

O mindfulness é uma prática popular hoje em dia e que pode ser ligada à psicologia positiva. O conceito não é exatamente uma unanimidade, mas pode ser considerado um tipo de meditação que busca colocar o indivíduo em contato com tudo que o cerca, bem como com seus investimentos.

Acontece que o mindfulness pode ser aplicado em conjunto com a psicologia positiva, trazendo incontáveis benefícios.

Apesar de não fazer parte dos princípios da psicologia positiva, o mindfulness serve para ajudar as pessoas a obterem maior senso de coerência, positividade, empatia, melhores e mais saudáveis relacionamentos e, com isso, uma melhor qualidade de vida.

Mas como aplicar o mindfulness em conjunto com a psicologia positiva? Confira:

  • Como forma de aumentar o bem-estar dos funcionários;
  • Como método de enfrentamento e estratégia de relaxamento;
  • Como uma ferramenta terapêutica para pessoas que lutam com depressão e outros transtornos de humor;
  • Como uma ferramenta de autocuidado para qualquer pessoa interessada, já que pode ser aplicada em qualquer hora e lugar;
  • Como uma técnica de redução de estresse para estudantes, pessoas em posições de estresse e qualquer indivíduo que sofra de ansiedade.

As principais técnicas de psicologia positiva

E como aplicar a psicologia positiva? Bom, a primeira dica é buscar um profissional certificado, graduado e com especialização no tema.

Porém, como qualquer exercício, é possível descobrir as suas técnicas para replicá-las em seu dia a dia. Vamos lá?

Identifique seus pontos fortes

Em quais áreas da sua vida você sabe que se sobressai?

Esse é um aspecto essencial da psicologia positiva, em que o foco está naquilo que a pessoa faz de melhor e que a faz feliz.

Envie uma carta a alguém a quem você é grato

Enviar uma carta de gratidão (ou fazer uma visita) a alguém a quem a pessoa é grata é uma técnica de mentoria baseada na psicologia positiva.

O objetivo é explicar à pessoa o porquê do sentimento de gratidão. É uma atitude apreciada pela maioria e que pode servir para potencializar o senso de bem-estar.

Escreva um diário de gratidão

Manter um diário de gratidão é uma técnica que segue o mesmo princípio da que explicamos acima, mas com objetivo de enaltecer o próprio indivíduo.

O objetivo é registrar e refletir sobre tudo de bom que aconteceu em sua vida, bem como às coisas a que é grato.

Dispare alertas ao longo do seu dia

Essa técnica é conhecida como Experience Sampling Method (ESM) e tem muito a ver com mindfulness.

O objetivo é estabelecer alertas aleatórios durante o dia, que servirão para que o indivíduo pause, pense naquilo que está em sua mente e nos sentimentos naquele momento, bem como escreva tudo isso.

Aproveite plenamente os momentos de prazer

Por fim, o indivíduo deve buscar pelos momentos de prazer e aproveitá-los ao máximo — sem restrições e sem que as preocupações arruinem os bons sentimentos.

Desse modo, é possível instigar um estilo de vida mais feliz e completo.

Quais os benefícios da psicologia positiva para as empresas?

Um dos grandes desafios das empresas hoje é cultivar e enriquecer a sua cultura organizacional. Essa é a base para uma experiência do colaborador de sucesso e que contribua não apenas para o seu ciclo de vida na empresa, mas também para seus resultados.

Bom, e como a psicologia positiva pode impactar nas organizações?

Sua aplicação pode ter grande efeito na cultura de um negócio, servindo de base para que o bem-estar seja uma bandeira da instituição — um estandarte que funcionários, líderes e demais stakeholders conheçam e pratiquem.

Ao focar nas emoções e experiências positivas, as empresas podem abrir a mente de suas equipes e lideranças, aumentando a criatividade e potencializando o foco.

Além disso, são práticas que podem instigar os funcionários a adotarem um estilo de vida mais saudável, com maior presença de exercícios físicos e meditação — o que traz benefícios muito além do ambiente de trabalho.

Pontos negativos da psicologia positiva

Toda disciplina da psicologia, uma hora ou outra, passa por um pente fino de profissionais do campo e estudiosos da área. A aceitação depende de pontos de vistas e experiências realizadas — e o mesmo acontece com a psicologia positiva.

De acordo com nota da CRP do Distrito Federal, em que critica a comercialização desmedida de práticas de coaching e psicologia positiva, uma das principais críticas à psicologia positiva é que, quando aplicado desse jeito, há uma deturpação da prática e das técnicas da psicologia.

De acordo com a nota:

A polêmica desta situação é que demandas pertinentes ao comportamento humano na vida pessoal viraram campo de atuação, mas com norteamento da positividade sem escrúpulos, discernimento e/ou com preocupações sociais e culturais.

[…] Voltando ao atual momento de totalitarismo da positividade e de rejeição à negatividade (elemento este que completa a dialética), as promessas de uma vida mais feliz, de cura de doenças mentais (lifecoach), de lucros financeiros (coach financeiro), de emagrecimento rápido com técnicas duvidosas (nutricoach) se tornam seus principais produtos de publicidade (muitas vezes, de forma apelativa).

Ou seja, para se vender, muitos praticantes se autodenominam coaches e utilizam de conceitos facilmente vendáveis (como a psicologia positiva), o que pode ocasionar prejuízos àqueles que acreditam nesses métodos.

Como a psicologia positiva pode ser aplicada no trabalho?

E no trabalho, no dia a dia operacional, como unir as responsabilidades operacionais com uma prática tão significativa quanto a psicologia positiva? Existem algumas formas!

Uma delas é por meio de programas de treinamento e qualificação, que possam trabalhar individualmente os temas com os colaboradores.

Além disso, a empresa pode investir em programas de bem-estar, com práticas de mindfulness, reiki e a realização de exercícios físicos.

Assim, é possível desenvolver uma cultura alegre, em que o funcionário entenda, incorpore e desenvolva a psicologia positiva por si só.

Assim, ao trabalhar em emoções positivas e em cima de seus pontos fortes, ele pode tornar as relações de trabalho mais significativas.

A importância da tecnologia para o setor de RH

Realizar a gestão da experiência humana de forma perfeita no ambiente de trabalho é uma tarefa impossível. No entanto, é possível se aproximar da gestão de RH ideal.

Mas é claro, para isso, é essencial contar com a tecnologia certa.

Sistemas e ferramentas adequados de RH possibilitam que sua empresa gerencie colaboradores, administre seu ciclo de vida por inteiro —  começando do processo de atração de talentos — e permite melhor gestão do capital humano.

Assim, a organização pode implementar as melhores práticas, como as técnicas de psicologia positiva, otimizando seus resultados.

Tecnologias TOTVS para RH

Antes da psicologia, porém, é crucial que um negócio consiga entender tudo sobre a experiência do colaborador no negócio.

Essa capacidade é o que as tecnologias TOTVS para RH oferecem!

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Tudo isso dinamizando a gestão de pessoas a partir da integração de dados e automatização de tarefas.

Quer um exemplo? O TOTVS RH Performance e Metas, que moderniza a administração de toda a avaliação de desempenho dos funcionários.

Assim, fica mais fácil encontrar os pontos fortes e fracos dos colaboradores — simplificando a aplicação de técnicas de psicologia positiva.

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Conclusão

A psicologia positiva é um campo com um enorme potencial para melhorar a vida das pessoas.

Ao cultivar um ambiente de trabalho empático e focado na felicidade daqueles que o compõem, é possível reduzir os níveis de estresse, aprimorar os relacionamentos dos funcionários e observar melhores resultados em geral.

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