No Brasil e no mundo, ser um bom empregador vai muito além do salário oferecido. É preciso criar uma cultura organizacional saudável, apostar na inovação, oferecer um salário competitivo e, claro, contar com benefícios flexíveis. Mas afinal, o que são esses benefícios?
Como o nome dá a entender, desenvolver um programa de benefícios flexíveis permite que o próprio colaborador defina como quer aproveitar os benefícios oferecidos pela empresa.
Esse é um assunto cada vez mais presente nos departamentos de RH no Brasil — e um tema que suscita múltiplas dúvidas, como as implicações legais dos benefícios flexíveis.
Neste artigo, vamos abordar tudo, explicando o que você precisa saber sobre o tema na empresa, sua importância e viabilidade. Vamos lá?
O que são benefícios flexíveis?
Benefícios flexíveis, quando oferecidos por uma empresa, permitem que os funcionários tenham maior liberdade quanto à definição dos benefícios que desejam ou precisam.
Normalmente, são os próprios empregadores que decidem todos os benefícios dos colaboradores, certo? “Valor X para o VR, valor Y para o plano de saúde, valor Z para o VT”.
Com os benefícios flexíveis, são os funcionários que escolhem exatamente o tipo de benefício que desejam obter, de acordo com os seus desejos e necessidades.
Além disso, a empresa valoriza o elemento da escolha dos seus colaboradores, uma forma de contribuir para sua autonomia, satisfação e experiência do colaborador.
Benefícios flexíveis x benefícios tradicionais
No Brasil, a questão dos benefícios trabalhistas pode ser um pouco complexa de entender dado o background legal do assunto. É por isso que é importante separar os dois conceitos: benefícios flexíveis e benefícios tradicionais.
Estes últimos são aqueles considerados também como direitos dos trabalhadores, tal qual as férias remuneradas, aposentadoria e 13° salário (no caso de colaboradores que atuam no regime CLT).
Já os flexíveis são considerados como “não obrigatórios”, o que deixa a empresa livre para determinar quais, quantos e como. Dentre os principais, destacam-se: VR, VA, empréstimos consignados, bolsas de estudo, horário flexível, entre outros.
Leia também: PPP: o que é, importância e como emitir o documento
Que tipo de empresa pode oferecer benefícios flexíveis?
Os benefícios flexíveis estão cada vez mais populares nas empresas de todo o mundo. “Flexibilidade” é uma palavra-chave para empresas e para a força de trabalho de hoje, o que torna essa uma oferta muito valorizada.
Mas quais empresas podem oferecer esse tipo de diferencial?
A boa notícia é que não existe um pré-requisito para organizações que buscam implementar um programa de benefícios flexíveis.
Qualquer empresa, independente do segmento ou tamanho, pode fazê-lo.
A diferença, é claro, vai ser o nível dos benefícios oferecidos, já que essa é uma questão relativa ao orçamento destinado à pasta.
Em geral, é comum ver empresas de médio e grande porte com programas de benefícios flexíveis, já que possuem um maior número de funcionários — o que amplia o leque de recursos a serem oferecidos.
Além disso, tratam-se de organizações com maior capacidade financeira para oferecer diferentes atributos.
No entanto, não é incomum ver empresas pequenas e mesmo startups com esse diferencial.
Nestes casos, porém, é claro, os custos podem ser bastante significativos.

O que a legislação brasileira diz sobre benefícios flexíveis?
Como mencionamos, a questão dos benefícios trabalhistas no Brasil é complexa por conta das definições legais sobre o tema. Porém, se a sua dúvida é se a sua empresa pode oferecer pacotes de benefícios flexíveis, fique tranquilo: é permitido!
No entanto, esse programa deve respeitar as determinações da Lei N° 5.452, do art. 461 (alterado pela Lei N° 1.723/52), que diz o seguinte:
“Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.
§ 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não fôr superior a dois anos.
§ 2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antiguidade e merecimento.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antiguidade, dentro de cada categoria profissional.”
Como fica evidente, é uma lei com mais de meio século de existência e que sequer foi atualizada. Por isso, é preciso levar em conta que as relações trabalhistas evoluíram muito desde então.
Para evitar casos em que funcionários aleguem estarem sendo prejudicados (recebendo menos do que outros, por exemplo), a recomendação é se proteger de todos os modos.
Uma das dicas é firmar um Acordo Coletivo de Trabalho, que oficialize a mudança do modelo tradicional para o flexível.
Além disso, capriche no planejamento, de modo que todos os benefícios tenham o mesmo valor monetário ou sejam equivalentes.
Por fim, não se esqueça de incluir no programa de benefícios apenas aqueles que não podem ser enquadrados como salário utilidade.
Exemplos de benefícios flexíveis
Se interessou em oferecer o modelo de benefícios flexíveis na empresa? Então confira quais as opções mais comuns e entenda quais delas podem compor seus pacotes. Vamos lá!
Vale-cultura
Um benefício pouco conhecido mas muito interessante é o Vale-Cultura, instituído pela Lei N° 12.761/12. Trata-se de um cartão, no qual é depositado R$50 mensalmente, e que pode ser utilizado na compra de produtos na área da cultura (desde ingressos de cinema e shows, até produtos de livraria).
Plano de saúde
O plano de saúde talvez seja o mais popular (e um dos mais desejados, sem dúvidas) dos benefícios flexíveis.
Trata-se da inscrição do colaborador (e às vezes de sua família direta) em um plano de saúde privado, o que lhe dá vários benefícios no atendimento médico e em urgências.
Plano odontológico
Semelhante ao plano de saúde, o plano odontológico (muitas vezes oferecido em conjunto com o anterior) permite que o colaborador aproveite de benefícios no tratamento odontológico, como a redução do valor de consultas e exames.
Auxílio-creche
O auxílio-creche é um benefício flexível essencial para pais de bebês e crianças muito jovens, já que os ajudam a custear uma creche para os filhos.
Previdência privada
A previdência privada é uma alternativa de aposentadoria que oferece algumas vantagens interessantes se comparada com a previdência pública. É um benefício atraente para colaboradores de todas as idades.
Vale-combustível
Como o nome dá a entender, o vale-combustível ajuda os colaboradores a custearem a gasolina (ou outro tipo de combustível) para seus veículos, de modo a viabilizar sua ida e vinda do trabalho.
Auxílio estacionamento
O auxílio estacionamento é uma das maneiras que as empresas têm adotado para auxiliar seus funcionários.
Essa ajuda pode ser uma grande vantagem, especialmente nas grandes cidades, onde os custos com estacionamento são altos e há, em geral, pouco espaço.
É claro, algumas organizações já possuem ou o local ou uma negociação que prevê um número X de vagas, mas ainda há muitos negócios que não possuem mais do que algumas vagas.
Para os colaboradores, portanto, encontrar uma vaga boa e segura é um desafio que envolve tempo e dinheiro.
Assim, além de auxiliar no pagamento do estacionamento, esse benefício também pode contribuir para diminuir o tempo gasto pelos funcionários em busca de vagas e, consequentemente, aumentar a produtividade, o que por si só pode melhorar o desempenho operacional.
Auxílio home office
Em tempos de pandemia, um dos benefícios flexíveis mais buscados é o auxílio home office (ou anywhere office).
Ou seja, uma ajuda de custo na aquisição de equipamentos (notebook, cadeira, escrivaninha, impressora, o que for necessário), bem como uma compensação mensal para ajudar nas contas de luz e Internet.
Auxílio educação
O benefício de ajudar a pagar por cursos, workshops e mais formas de educação é outra forma de ajudar os funcionários.
A educação é um processo contínuo e, à medida que as pessoas adquirem mais conhecimento, elas se tornam mais capazes de contribuir para o crescimento da organização.
Além disso, a educação também pode auxiliar no desenvolvimento de novas habilidades e na aquisição de novas competências, o que pode tornar os funcionários mais flexíveis e preparados para assumir responsabilidades diferentes e avançadas.
Por fim, é importante destacar que oferecer esse tipo de benefício não é uma obrigação legal, mas sim uma forma de valorizar seus funcionários e demonstra que sua empresa está disposta a investir no seu crescimento.
Isso pode, sem dúvida, contribuir para o aumento da satisfação dos colaboradores e, consequentemente, para a melhora do clima organizacional.
Auxílio para atividades físicas
Mais uma alternativa para as empresas que buscam oferecer benefícios flexíveis aos seus funcionários é o auxílio para atividades físicas.
Como o nome já indica, esse benefício pode ser usado pelos funcionários para custear a mensalidade de uma academia, personal trainer, aulas de dança ou qualquer outra atividade física.
Além de proporcionar mais bem-estar e saúde para os colaboradores, essa é uma forma de incentivar a prática de atividades físicas, o que pode ter um impacto positivo no desempenho operacional da organização.
Vale-refeição
O vale refeição (VR) é outro benefício flexível que pode ser oferecido pelas empresas.
Como o nome sugere, esse benefício pode ser usado pelos funcionários para custear as refeições, seja no restaurante da empresa ou em estabelecimentos fora dela.
Vale lembrar que o VR é exclusivo para uso em refeições realizadas nos intervalos de almoço, lanche e jantar em meio a jornada de trabalho.
Além de ajudar os funcionários com os custos das refeições, esse benefício também pode incentivar a alimentação saudável.
Afinal, muitos restaurantes que oferecem menus mais saudáveis, fitness e mesmo veganos, aceitam Vales-Refeição.
Vale-alimentação
Outro benefício bem comum, mas ainda considerado flexível, é o famoso Vale Alimentação (VA).
Neste caso, diferente do VR que se destina a refeições ao longo da jornada de trabalho, o VA tem como função compor o orçamento da casa do funcionário — e, na maioria das vezes, é utilizado para realizar compras do supermercado.
Essas compras podem ou não envolver alimentos, mas também itens de necessidades básicas, higiene, limpeza, entre outros.
É um tipo de “ajuda” ao funcionário, para que possa fazer compras mais confortavelmente no supermercado e que tenha uma segurança maior na manutenção do lar.
Bônus e premiações
Agora, e se você quiser oferecer outro tipo de benefício, que seja mais atraente aos olhos dos colaboradores?
Bônus e premiações são opções ótimas, especialmente no quesito motivação.
Esses benefícios costumam ser usados como forma de recompensar o bom desempenho dos colaboradores, além de incentivar as pessoas a atingirem metas e objetivos.
Os bônus podem ser pagos em dinheiro. Já as premiações referem-se a recompensas mais amplas, muito além de dinheiro, mas capazes de envolver produtos, viagens e experiências.
Seguro de vida
Outro tipo de benefício que seu negócio pode levar em consideração é o seguro de vida.
Ele é importante porque garante proteção ao funcionário e à sua família no caso de uma fatalidade.
O seguro de vida pode ser oferecido pela própria organização ou através de uma seguradora contratada pelo funcionário.
Neste último caso, o benefício fica ainda mais flexível, pois o funcionário pode escolher a melhor opção de seguro para si e sua família.
Cartão de benefícios flexíveis
O cartão de benefícios flexíveis é um tipo de oferta diferenciada, mas que une o útil ao agradável.
Assim, em vez da empresa disponibilizar um valor para cobrir cada atributo diferente, ela simplifica o processo tanto para si mesma, como para o funcionário.
Desse modo, disponibiliza um cartão com um valor predefinido, que pode ser utilizado livremente pelo funcionário para pagar suas diferentes demandas.
Ou seja, digamos que a empresa de Nicolle disponibilize R$500 por mês no cartão de benefícios.
Para o funcionário Ricardo, cerca de R$300 ele gasta em supermercado, R$100 em delivery de comida e outros R$100 na sua livraria preferida (que se enquadra na opção “cultura”).
Já para o colaborador Rafael, vale muito mais a pena dividir o valor, de modo que R$250 se destine ao supermercado e outros R$250 ao posto de combustível, para custear a gasolina.
O melhor é que normalmente o cartão de benefício funciona em conjunto com um aplicativo.
Assim, o funcionário pode visualizar seu saldo, conferir o extrato e muitas vezes até mesmo definir onde quer gastar seu benefício.
Trata-se de uma opção que unifica os saldos e dá maior autonomia ao funcionário para administrar seus benefícios!
Benefícios flexíveis: vantagens e desvantagens
A princípio, a grande vantagem dos benefícios flexíveis em relação aos tradicionais é que dá aos funcionários maior poder de escolha. Pode parecer pouco, mas se você avaliar de forma aprofundada, poderá identificar vários benefícios conectados, como:
- Incrementa seu employer branding;
- Maior economia de custos diretos;
- Maior engajamento dos funcionários;
- Permite que você retenha os talentos;
- Ajuda a desenvolver uma força de trabalho mais saudável;
- Promove uma melhor e mais saudável cultura organizacional;
- Maior nível de produtividade, por conta da alta satisfação dos colaboradores;
- Você oferece benefícios mais relevantes para a realidade de cada colaborador.
Por fim, essa é uma ótima maneira de demonstrar inovação e modernidade para os clientes e parceiros da empresa.
E as desvantagens?
Um dos principais problemas é o alto custo envolvido.
Afinal, contar com diferentes fornecedores e empresas parceiras muitas vezes requer manter uma relação comercial ativa com essas organizações.
Na prática, isso quer dizer que o negócio vai precisar desembolsar um bom dinheiro.
Além disso, as empresas precisam fazer um bom planejamento para garantir que os funcionários possam aproveitar ao máximo os atributos oferecidos.
Caso contrário, os colaboradores podem não ter tanto interesse em utilizar os benefícios e, assim, a empresa não terá o retorno esperado.
Uma das dicas é sempre realizar pesquisas de feedback para entender se o plano de benefícios oferecido está dentro do esperado, bem como comparar com os relatórios de uso, para compreender se tal benefício é mesmo aproveitado.
E como empreender em nosso país não é uma tarefa simples, existem barreiras legais que podem complicar seus planos de oferecer benefícios flexíveis.
Isso quer dizer que é impossível fazê-lo? Como mencionamos anteriormente, não! No entanto, será necessário contar com um excelente planejamento.
Mas é um esforço que vale muito a pena: de acordo com uma pesquisa da Quantum Workplace, um dos grandes motivos pelos quais os principais talentos do mercado trocam de emprego é pela falta de benefícios competitivos — ou seja, que se encaixem com suas necessidades.
Como implantar benefícios flexíveis nas empresas?
Agora, como você pode implementar um programa bem-sucedido de benefícios flexíveis na empresa? Separamos algumas dicas para você, confira:
Partindo do princípio, esses benefícios são exatamente o que o nome diz, “flexíveis”. Ou seja, eles devem ser personalizados para atender às necessidades dos seus colaboradores.
Primeiro, é preciso saber que nem todos os programas são 100% flexíveis — especialmente no Brasil. É difícil permitir que todos os benefícios sejam opcionais.
Na maioria das vezes, os programas têm alguns benefícios básicos e obrigatórios.
O objetivo, portanto, é analisar sua capacidade financeira e entender quais benefícios podem ser incorporados à sua oferta.
Mas quais deles oferecer?
Para entender, recomendamos que você faça uma pesquisa de mercado com seus concorrentes para entender tudo que eles oferecem (se são comparáveis, se estão iguais, abaixo ou acima do nível do seu negócio).
Além disso, claro, faça uma pesquisa com seus colaboradores para entender quais benefícios eles mais desejam e quais não seriam necessários.
É importante entender quais benefícios para funcionários estão proporcionando maior valor à sua equipe — e quais benefícios podem significar uma mera perda de dinheiro para seu negócio.
Dicas para escolher os melhores benefícios flexíveis
A introdução de um programa de benefícios flexíveis como uma opção para os funcionários pode ser um processo intimidador, especialmente quando você não tem certeza de como abordar o assunto com a sua equipe.
No entanto, com um pouco de planejamento e pesquisa, você pode implementar um programa incrível, que atenda às necessidades de todos os seus colaboradores.
Aqui estão algumas dicas para ajudá-lo a começar:
Atente-se à escolha do fornecedor
Antes de qualquer coisa, você precisa escolher um fornecedor de benefícios flexíveis que seja confiável e capaz de oferecer o que sua empresa precisa.
Para isso, procure entender quais benefícios flexíveis são mais oferecidos em empresas do seu segmento.
Como mencionamos, existem muitas opções disponíveis, como planos de saúde, assistência odontológica, seguros de vida, auxílio para atividades físicas, entre outros.
Tome nota das empresas que oferecem os tipos de benefícios que você está interessado em oferecer e pesquise como elas os implementaram.
Isso lhe dará uma ideia do que funciona e do que não funciona.
Converse com os seus funcionários para saber quais são as suas principais preocupações e necessidades. Esse é um passo essencial, que irá ajudá-lo a identificar quais os benefícios flexíveis podem ser mais úteis para a sua equipe.
Lembre-se de que nem todos os funcionários terão as mesmas necessidades, então é importante oferecer uma variedade de opções — justamente, um programa flexível.
Além disso, crie um orçamento detalhado para cada programa de benefício flexível individualmente, que vai auxiliar na tomada de decisão.
Tenha em mente que alguns benefícios podem custar mais dinheiro inicialmente, mas podem gerar economias significativas a longo prazo.
Por exemplo, um plano de saúde pode custar mais caro no primeiro ano e, se os seus funcionários ficarem mais saudáveis, poderá resultar em menos faltas e maior produtividade no trabalho.
Explique os benefícios de maneira clara
Considere como você vai promover os seus novos benefícios flexíveis para os seus funcionários.
Uma das maneiras mais fáceis de fazer isso é enviar um e-mail para toda a sua equipe com detalhes do programa e como ele pode ser utilizado.
Outra ideia é divulgar o programa em reuniões, em forma de “comunicado geral” ou através da intranet da empresa. Ações de endomarketing são muito bem-vindas, especialmente para esclarecer os porquês e vantagens da mudança.
Não se esqueça de treinar para os gestores sobre como administrar e conceder solicitações ao programa, bem como se esforce para aprofundá-los no tema e em suas particularidades
Ter gestores bem treinados irá garantir que as solicitações sejam tratadas da forma correta e dentro do prazo estabelecido na legislação trabalhista, evitando problemas judiciais para a sua empresa.
Adeque-se à legislação
É claro que o fato de uma empresa oferecer benefícios flexíveis a coloca em certa posição em relação à legislação trabalhista.
Por isso, o último e principal passo é fazer questão de que o seu programa não fuja do conceito legal aceito.
Por exemplo, na própria Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em seus artigos 457 e 458, é possível encontrar quais os tipos de benefícios que existem.
Além disso, no artigo 468, há um fator muito importante que deve ser considerado: o mútuo consentimento.
Ou seja, todas as partes devem concordar com os benefícios oferecidos.
Vale contar com uma assessoria jurídica na hora de, ao menos, revisar o plano para que sua empresa não infrinja nenhuma diretriz legal.
Erros que sua organização não deve cometer ao implantar benefícios flexíveis
Já ficou claro que trabalhar em cima de qualquer programa de benefícios é um processo complicado para a empresa — mas que pode trazer grandes vantagens.
No entanto, não muda o fato de que deve ser conduzido com sabedoria.
Por isso, quais os principais erros a serem evitados e como garantir que sua empresa não cometerá esses tropeços? Preparamos um breve guia, confira:
Não organizar os processos
É importante ter em mente que a gestão de benefícios é uma área complexa e, portanto, deve ser tratada com cuidado.
Muitas vezes, os erros são cometidos por falta de organização e planejamento.
Deste modo, é crucial criar um processo bem definido para gerenciar os benefícios, desde a admissão dos funcionários até a concessão dos atributos. Além disso, é importante ter um plano de contingência para lidar com imprevistos.
Não ter informações atualizadas dos funcionários
Outro erro comum é não manter as informações dos funcionários atualizadas.
É crucial que os gestores de benefícios possam contar com um banco de dados confiável e completo para tomar decisões informadas.
Sem essas informações, fica mais difícil a concessão de benefícios personalizados ou identificar eventualidades.
Nesse sentido, é recomendado que a empresa invista em um sistema para RH, capaz de centralizar os dados dos funcionários, informações sobre toda sua experiência na empresa e os benefícios que escolheram, bem como, é claro, seu uso.
Não se comunicar com os colaboradores
A comunicação é outro ponto importante que pode facilmente ser negligenciado.
É importante que os funcionários estejam cientes dos benefícios oferecidos pela empresa e saibam como acessá-los.
A melhor forma de garantir isso é criando canais de comunicação claros e constantes, seja por meio de reuniões, recados internos, endomarketing e e-mails.
Não identificar e aplicar melhorias
Por fim, outro erro recorrente é não monitorar o programa de benefício após sua implementação.
É importante levantar dados para avaliar se o programa está atingindo os objetivos desejados e se há espaço para melhorias.
Caso contrário, fica mais difícil tomar decisões estratégicas para garantir o sucesso do programa no futuro.
Lembre-se: implementar um programa de benefícios flexíveis nem sempre é tarefa fácil, mas evitar estes erros pode facilitar — e muito — o seu trabalho.
Não criar pacotes personalizados
Os benefícios flexíveis devem ser oferecidos de forma personalizada, afinal, cada funcionário tem suas próprias necessidades.
Se não, de que adiantaria criar um programa do tipo, para começo de conversa?
A recomendação é trabalhar primeiro em cima de pacotes personalizados, que atendam aos interesses das pessoas em relação ao grupo que se enquadram.
Por exemplo, em uma empresa com 100 funcionários, no qual 35 deles são pais/mães, é esperado que um benefício para custear a creche ou escola do filho seja uma necessidade — que não é para os outros 65 funcionários.
Por isso, procure compreender as nuances sociais dentro do seu próprio ambiente de trabalho para lapidar os melhores pacotes possíveis.
Afinal, oferecer benefícios genéricos pode não atender às necessidades específicas de cada um, o que é uma forma ineficiente de utilizar o orçamento da organização.
Não acompanhar a efetividade dos benefícios
Como já mencionado, é importante monitorar o programa de benefícios para garantir que cada atributo está, de fato, em utilização, de maneira eficaz.
Ou seja, que entregue aquilo que foi prometido.
Esse é um ponto que não pode fugir do seu controle e no qual o RH deve ficar ligado, sempre verificando o SLA acordado e o que de fato é entregue aos funcionários que usufruem do benefício.
Ou seja, não falamos de acompanhar somente os custos, mas também a efetividade dos benefícios oferecidos.
Caso contrário, fica mais difícil saber se o programa está sendo bem-sucedido ou se é preciso fazer ajustes.
Aprenda a fazer a gestão de benefícios flexíveis de forma eficaz
Criou seu programa e definiu as bases para oferecer o melhor pacote de benefícios aos seus funcionários?
Saiba que o trabalho não acabou, pois é hora do seu time gerenciar os atributos oferecidos, de modo que saiba se a empresa está realmente contribuindo para a rotina dos funcionários — e se o orçamento está alocado de maneira correta.
Para isso, siga alguns passos, como:
- Reuniões para estabelecer as regras para uso;
- Assegure que as questões legais referentes à CLT são seguidas;
- Disponibilize todas as informações sobre o programa de benefícios em locais de fácil acesso;
- Realize treinamentos e insira um módulo sobre o programa de benefícios em seu onboarding;
- Mantenha a distribuição dos benefícios flexíveis sob controle;
- Sempre realize pesquisas de satisfação e feedback.
A importância da tecnologia para otimizar a gestão do RH
Uma parte essencial da aplicação dos benefícios flexíveis é a gestão da experiência humana na empresa. Ou seja, você entende completamente como é a jornada do seu colaborador na empresa?
Sem ajuda da tecnologia, e sem tornar seu RH digital, você não terá informações qualificadas o suficiente para avaliar essas questões.
Um sistema de RH pode revolucionar seu negócio, ajudando você a integrar todos os colaboradores, engajá-los, motivá-los e entender as necessidades de cada um deles.
Assim, você cria não apenas um programa de benefícios flexíveis ideal, mas lapida todo ciclo de vida do colaborador em sua empresa.
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Conclusão
Ao oferecer benefícios flexíveis, sua empresa se coloca na ponta de um mercado que a cada dia busca novas formas de inovar.
E você faz isso da melhor maneira: colocando seu colaborador — o ativo mais importante do seu negócio — em primeiro lugar.
Ser um bom empregador, como falamos, é muito mais do que oferecer um salário competitivo, mas atuar de forma proativa no desenvolvimento de cada um que faz parte do seu negócio.
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