Entenda mais sobre as finanças sustentáveis e a relação com o ESG

Equipe TOTVS | 26 abril, 2024

As empresas estão diante de um desafio e, ao mesmo tempo, de uma oportunidade única: adotar práticas de finanças sustentáveis.

Este conceito não apenas se destaca com a crescente demanda por responsabilidade corporativa, mas também representa uma trilha para inovação e crescimento a longo prazo.

Para líderes empresariais, entender e incorporar a sustentabilidade nas estratégias financeiras da empresa é agora uma peça chave para o sucesso futuro. 

Por meio da lente do ESG (Ambiental, Social e Governança), as finanças sustentáveis englobam muito mais do que apenas práticas “verdes“.

Então, vamos entender melhor esse conceito e por que ele é importante?

Boa leitura!

O que são finanças sustentáveis?

As finanças sustentáveis representam um novo paradigma que visa redirecionar os fluxos financeiros para investimentos que considerem critérios ambientais, sociais e de governança. 

Em outras palavras, combinam o tradicional mundo das finanças com a necessidade de construir um futuro mais sustentável.

Por isso, seus objetivos englobam:

  • Apoiar o crescimento econômico: impulsionam o desenvolvimento de setores e empresas que contribuem para um futuro mais verde e inclusivo;
  • Reduzir as pressões sobre o meio ambiente: direcionando recursos para atividades que minimizem o impacto ambiental, como energias renováveis e agricultura sustentável;
  • Promover o bem-estar social: financiando iniciativas que combatam a desigualdade social, a pobreza e a falta de acesso a serviços básicos;
  • Melhorar a governança corporativa: incentivando práticas transparentes, éticas e responsáveis nas empresas.

Por que as finanças sustentáveis são importantes?

As finanças sustentáveis representam uma ferramenta poderosa para a construção de um futuro, como o próprio nome diz, mais sustentável. Por isso mesmo, são altamente importantes.

Por exemplo, elas direcionam recursos para soluções inovadoras que mitigam as emissões de gases de efeito estufa e combatem os efeitos das mudanças climáticas.

Mas não só isso. 

Há muitos outros fatores a serem elencados:

  • Ações como investimentos em energia renovável, agricultura sustentável e transporte verde contribuem para a descarbonização da economia e a preservação do meio ambiente;
  • Elas também  impulsionam o desenvolvimento social ao financiar projetos que combatem a pobreza, a desigualdade social e a falta de acesso a serviços básicos;
  • Ao mesmo tempo, auxiliam na mitigação de riscos financeiros relacionados a mudanças climáticas, escassez de recursos e instabilidade social — o que cria uma economia mais resiliente a longo prazo;
  • A partir dela, também podem surgir novos mercados e setores, como energia renovável, agricultura sustentável e economia circular;
  • A criação de novas empresas e oportunidades de trabalho contribui para a geração de renda e o desenvolvimento econômico sustentável;
  • Práticas de governança corporativa mais transparentes, éticas e responsáveis contribuem para a construção de um ambiente de negócios mais confiável e para a tomada de decisões mais conscientes por parte dos investidores;
  • Finalmente, além do fato de que toda a sociedade ganha como um todo, oferecem aos investidores a oportunidade de contribuir para um futuro sustentável enquanto geram retornos financeiros atrativos.

Panorama sobre finanças sustentáveis: por que o conceito tem ganhado destaque nos últimos anos?

O conceito de finanças sustentáveis tem ganhado destaque nos últimos anos devido a uma combinação de fatores sociais, ambientais e econômicos.

Somado a isso, também faz parte de uma mudança significativa na mentalidade dos investidores, consumidores e reguladores. 

E, diante desse cenário global, há uma pressão crescente de consumidores, investidores e funcionários por práticas mais sustentáveis: 87% dos brasileiros preferem empresas com práticas sustentáveis, segundo dados da pesquisa Union + Webster.

Mas por que se tem dado mais atenção a isso?

Relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) e outros órgãos científicos têm destacado a urgência de ação, influenciando tanto políticas públicas quanto comportamentos corporativos e de investimento sobre o meio ambiente, por exemplo.

Conforme um estudo divulgado pelo Projeto Finanças Brasileiras Sustentáveis (FiBraS), o mundo precisa investir US$6,3 trilhões por ano em infraestrutura sustentável até 2030 para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Estima-se que o país precisará de aproximadamente US$1,3 trilhão em investimentos sustentáveis até 2030.

Ao mesmo tempo, a OCDE estima que a necessidade de investimentos pode aumentar para US$6,9 trilhões por ano se considerarmos as metas do Acordo de Paris.

Mobilizar essa quantidade de capital exigirá um esforço global sem precedentes, com a participação de governos, empresas e investidores.

E assim, as finanças sustentáveis ganham tanto destaque. 

Porque, como o próprio estudo diz,  elas “vão possibilitar ao setor financeiro alocar o volume sem precedentes de recursos, necessário para a transição para uma economia sustentável e de baixo carbono”.

Finanças sustentáveis e ESG

No coração do debate internacional sobre sustentabilidade, há uma ênfase crescente nos aspectos ambientais, com as mudanças climáticas recebendo uma parcela significativa da atenção. 

No entanto, essa  esfera se desdobra em uma tela muito mais ampla, abarcando não apenas as chamadas “finanças verdes”, focadas no ambiental, mas também incorporando aspectos vitais sociais e de governança. 

É aqui que mora a conexão do tema com o ESG — e, claro, se torna evidente e indispensável!

Os critérios ESG têm se tornado uma pedra angular na estrutura das finanças sustentáveis, guiando as empresas para além da tradicional busca pelo lucro para a adoção de operações que sejam éticas, responsáveis e voltadas para o futuro. 

Isso reflete, naturalmente,  uma compreensão profunda de que a sustentabilidade e a rentabilidade podem, e devem, andar de mãos dadas.

Alto investimento em ESG 

Um sinal da ascensão dessa congruência pode ser visto, inclusive, no volume de investimentos ESG, que está previsto para alcançar um impressionante marco de US$53 trilhões até 2025, de acordo com a pesquisa ESG Radar 2023 da Infosys. 

Este aumento projetado de 51% em apenas três anos, a partir de um total de US$35 trilhões no início de 2022 conforme reportado pela Aliança Global pelo Investimento Sustentável (GSIA).

Incorporar esses critérios não apenas redefine o que significa a ideia de sucesso nos negócios, mas também alinha as empresas com as expectativas de uma sociedade cada vez mais consciente de questões ambientais, sociais e de governança.

A relação entre finanças sustentáveis e ESG é, então, intrínseca, mas também transformadora. 

Ela sinaliza uma era em que o crescimento econômico é inextricavelmente ligado ao bem-estar ambiental e social e pavimenta um caminho para um futuro onde as práticas empresariais são sempre duais: rentáveis e sustentáveis.

Exemplos de finanças sustentáveis

As finanças sustentáveis podem se mostrar de várias formas.

Vamos conhecer 3 exemplos!

Gestão de ativos e decisões de investimento

No mercado financeiro, as finanças sustentáveis se manifestam de forma significativa quando as casas gestoras de ativos optam por integrar considerações ambientais, sociais e de governança em suas decisões de investimento. 

Esta abordagem não só ajuda a mitigar riscos associados a esses fatores, como também identifica oportunidades de investimento em empresas e projetos que estão liderando o caminho à sustentabilidade, percebe?

Ao fazer isso, as gestoras de ativos estão contribuindo para uma economia mais sustentável.

Ao mesmo tempo, oferecem aos investidores a chance de alinhar seus portfólios com seus valores pessoais ou corporativos.

Iniciativas regulatórias no Brasil

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil tem desempenhado um papel ativo em posicionar o mercado de capitais brasileiro como um líder na expansão do tema, graças ao Plano de Ação de Finanças Sustentáveis.

Tudo começou da parceria firmada em 2017 com a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a criação do Laboratório de Inovação Financeira (LAB). 

O LAB serve como um fórum de interação multissetorial e um espaço de diálogo público-privado dedicado à promoção da inovação e das finanças sustentáveis no Brasil, incentivando o desenvolvimento de soluções financeiras inovadoras que endereçam questões climáticas e sociais.

Títulos verdes e financiamento de projetos sustentáveis:

Uma crescente no âmbito das finanças sustentáveis é a emissão de títulos verdes, que são instrumentos de dívida utilizados para financiar projetos que têm benefícios ambientais claros.

Por exemplo, energia renovável, eficiência energética, gestão sustentável da água, agricultura sustentável, e proteção da biodiversidade. 

Empresas, governos e instituições financeiras em todo o mundo estão recorrendo a títulos verdes como uma forma de captar recursos para seus projetos sustentáveis.

Para isso, oferecem aos investidores aquilo que já falamos antes: uma oportunidade de contribuir para o desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo em que recebem retornos financeiros.

Tendências para os próximos anos

À medida que avançamos, elas continuarão a evoluir e se expandir, refletindo as mudanças nas prioridades globais, avanços tecnológicos e a crescente demanda por práticas empresariais responsáveis. 

E pensando nisso, aqui estão algumas tendências importantes que devem moldar o futuro das finanças sustentáveis nos próximos anos:

Integração aprofundada de critérios ESG

 A consideração do ESG se tornará ainda mais integrada às práticas padrão de investimento e análise de risco.

 Espera-se que os investidores exijam transparência e relatórios detalhados sobre o desempenho das empresas, impulsionando a adoção de padrões globais para a divulgação de informações.

Mais investimentos em energias renováveis

Com a urgência de combater as mudanças climáticas, haverá um aumento significativo nos investimentos em energias renováveis e em tecnologias de baixo carbono. 

Isso inclui não apenas a energia solar e eólica, mas também hidrogênio verde e captura de carbono, entre outras.

Expansão dos títulos verdes e sociais

O mercado de títulos verdes, que financia projetos com benefícios ambientais, continuará a crescer, juntamente com os títulos sociais e sustentáveis, que financiam projetos com impactos sociais positivos.

Além disso, a inovação em instrumentos financeiros sustentáveis, como títulos de sustentabilidade vinculados a objetivos (Sustainability-Linked Bonds), deve ganhar tração.

Participação ativa dos stakeholders

Consumidores, comunidades e funcionários terão um papel mais ativo na exigência de práticas sustentáveis das empresas. 

O ativismo de stakeholders, incluindo acionistas, deve ter um papel ainda mais importante para pressionar as empresas a adotarem práticas financeiras mais sustentáveis.

Automação do ESG e coleta de dados

Esta tendência é impulsionada pela necessidade de coletar, analisar e divulgar dados ESG de forma eficiente e precisa, frente à crescente demanda por transparência e responsabilidade corporativa por parte de investidores, reguladores e consumidores.

Uma tecnologia oferece ferramentas para garantir que os dados sejam não apenas coletados de forma eficiente, mas também analisados e reportados com precisão. 

Isso é crucial para evitar “greenwashing” e para fornecer informações confiáveis para decisões de investimento!

Gestão ESG by Deep

O campo de critérios ambientais, sociais e de governança está em constante evolução, com novas abordagens e soluções emergindo regularmente para atender às crescentes demandas por sustentabilidade e responsabilidade corporativa — e as finanças corporativas fazem parte disso.

A Gestão ESG by Deep é uma plataforma integrada da TOTVS que simplifica a agregação de dados dentro de sua organização, automatizando a coleta de indicadores relevantes. 

Esse sistema assegura a conformidade dos seus negócios com os requisitos regulatórios, seja em âmbito local, nacional ou global.

Assim, diminui diversos riscos, incluindo os operacionais, financeiros e comerciais, ao conectar-se diretamente ao seu ERP, sistemas existentes e planilhas. 

Com a Gestão ESG by Deep, você obtém dados padronizados e confiáveis, atualizados mensalmente, o que garante o cumprimento dos prazos de divulgação e previne possíveis penalidades à sua empresa.

Além disso, a plataforma aprimora a eficiência operacional e libera o tempo de suas equipes para focar em estratégias, minimizando a necessidade de recorrer a consultorias externas e reduzindo custos com auditorias.

Conheça ainda mais sobre o Gestão ESG by Deep!

Conclusão

A integração de práticas ESG nas estratégias financeiras e operacionais é o que vai permitir sustentar o crescimento a longo prazo.

As tendências indicam um futuro em que as finanças sustentáveis desempenharam um papel central na moldagem de uma economia global que valoriza a sustentabilidade tanto quanto a rentabilidade.

Isso requer uma mudança de mentalidade, do curto para o longo prazo, do individual para o coletivo, do lucro para o propósito.

Como líderes, investidores ou participantes do mercado, temos a oportunidade — e a responsabilidade — de contribuir para essa transformação, adotando e promovendo práticas financeiras que respeitem e enriqueçam nosso mundo.

E para continuar navegando sobre esse tema, convidamos você a ler sobre Transformação digital e sustentabilidade: qual a relação?

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