Você sabe como realizar uma análise quantitativa de riscos? Descubra e aplique na sua empresa!

Imagem de relógio para tempo de leitura.

Tempo de leitura: 12 minutos

Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 04 maio, 2023

Um gestor eficiente deve estar preparado para aplicar diferentes estratégias de análise. Dado o mercado extremamente competitivo dos dias atuais, a necessidade de trabalhar com dados mensuráveis (e confiáveis) vem ganhando destaque nas empresas. 

Por isso, a análise quantitativa de riscos se tornou uma ferramenta essencial para os negócios — inclusive no varejo. Colocar isso em prática, por outro lado, é algo que nem todo mundo sabe exatamente como fazer.

Pensando nisso, criamos este artigo para explicar definitivamente como isso funciona, quais são os benefícios e como colocar em prática dentro da sua operação. Se você quer descobrir, continue lendo!

Nova call to action

O que é análise quantitativa de riscos?

Uma análise quantitativa de riscos nada mais é do que a reunião de dados mensuráveis — ou seja, numericamente compreensíveis — dos riscos envolvidos em um projeto

Ela consiste, portanto, em um processo que avalia a probabilidade de resultados diferentes de uma determinada decisão. Ao utilizar dados e métodos quantitativos, fornece informações sobre os possíveis efeitos de um evento ou decisão sobre os objetivos da empresa. 

Com isso, a empresa terá um domínio maior das variáveis envolvidas no processo, ganhando mais controle sobre os seus objetivos estratégicos. O resultado esperado é a aplicação de ações que visam a eliminar ou reduzir os riscos, aumentando as chances de sucesso.

No entanto, a complexidade de lidar com dados mensuráveis torna a análise quantitativa mais eficiente dentro de um escopo específico. Em geral, ele é definido por uma análise prévia — dessa vez, subjetiva. Assim, é preciso ter em mente que uma abordagem não exclui a outra.

Resumindo essa conceituação: fazer a análise qualitativa dos riscos envolve avaliar a probabilidade e impacto dos riscos, para que se possa destacar o importante do restante, ou seja, trabalhar com prioridades.

Como essa análise auxilia na correta tomada de decisão?

Atualmente, quase não há mais espaço para ações que dependam exclusivamente do feeling do gestor de qualquer negócio — é preciso tomar decisões com base em dados confiáveis, reduzindo os riscos, aumentando as chances de sucesso e identificando novas oportunidades.

Análises quantitativas favorecem uma visão panorâmica (mais abrangente) e também mais detalhada de cada projeto.

A estimativa de vendas — um processo fundamental no varejo — se torna mais precisa. A cada nova ação que visa a aumentar o lucro ou o volume de vendas, o gerente de uma loja é capaz de enxergar as possibilidades e optar pelo caminho mais seguro, sem abrir mão da estratégia.

Em outras palavras, o varejista não precisa manter os preços sempre engessados de acordo com o custo de compra — é possível aplicar promoções e outras medidas para conquistar novos clientes com maior controle sobre os resultados.

É possível fazer análise quantitativa e objetiva de riscos?

Sim. A análise quantitativa de risco não só é possível, como também acrescenta muito valor ao processo de tomada de decisão da empresa.

Como é uma atividade analítica que utiliza dados mensuráveis, essa técnica proporciona maior precisão na apresentação dos resultados e permite um melhor controle das ações e estratégias.

Qualquer varejista que quer ter segurança das suas escolhas, sem se basear apenas na intuição ou avaliações subjetivas, deve fazer esse estudo. É isso que vai, por exemplo, aumentar as margens de lucro sem aumentar significativamente os custos.

Quais são as diferenças entre análise quantitativa e qualitativa?

A análise qualitativa é uma abordagem mais subjetiva dos riscos envolvidos em um projeto. De grosso modo, ela é feita para identificar e priorizar os riscos e os impactos de cada um. 

O desenvolvimento de uma estratégia para tratar desses riscos com números (abordagem quantitativa) dá origem a um plano de ações. Ou seja, é um ajuste fino para que as chances de falha sejam minimizadas.

O mais comum é que ambas sejam adotadas de forma complementar. Primeiro, é feita uma análise qualitativa: o projeto é examinado para que os riscos sejam identificados, o impacto de cada risco é classificado e, então, as prioridades são definidas.

Depois, é feita a análise quantitativa sobre cada risco, por meio da aplicação de ferramentas que transformam essas informações em números.

Imagine, por exemplo, que um lojista precisa decidir quais produtos ter em estoque para o Natal. Ele cria algumas alternativas de mix de produtos, que seriam os seus projetos. 

Em cada projeto, ele analisa qualitativamente os riscos — quais produtos podem sobrar no estoque, por exemplo. Depois, ele verifica o impacto financeiro que isso traria.

Entra então a análise quantitativa, na qual ele avaliará os riscos com base em números (custo de cada produto, probabilidade de não vender e prejuízo resultante), certo?

Com isso, ele poderá escolher o mix ideal ou criar um plano de ações para minimizar os riscos — investir em uma combinação maior de produtos, por exemplo.

Uma análise objetiva é muito mais eficiente, pois tem como base dados numéricos. A empresa passa a ser capaz de adotar medidas mais precisas e coerentes, já que é capaz de calcular exatamente o resultado de um possível cenário negativo.

Análise semi-qualitativa e qualitativa: como se diferem?

Além da diferença anterior, há também um pouco de distinção importante: a análise semi-qualitativa e qualitativa. O que as diferenciam?

Em primeiro lugar, a análise quantitativa de risco é aquela que se faz para mensurar a intensidade das consequências de um determinado risco, a partir de probabilidades baseadas em números.

Por outro lado, a análise semi-qualitativa é aquela que procura atribuir valores numéricos aos termos selecionados de análise, sem que haja necessidade de que os valores correspondam exatamente à intensidade das consequências ou suas probabilidades.

O objetivo desta análise é realizar um levantamento mais flexível dos riscos envolvidos, sem a utilização de valores absolutos, como o que acontece na análise quantitativa.

Por isso que na hora de avaliar, é preciso que esteja muito claro qual tipo de análise se trata, pois a legitimidade dos números varia.

Caminhos para implementar uma análise quantitativa de riscos no varejo

Mas o que é preciso para se preparar antes de fazer uma avaliação de riscos? Existem algumas dicas que se baseiam em auto-avaliação. Elas dizem respeito a três aspectos:

  1. Identificar os principais setores do negócio;
  2. Analisar os itens oferecidos ao consumidor;
  3. Avaliar os processos internos da empresa.

Vamos entender cada um dessas possibilidades?

Identifique os principais setores do negócio

O primeiro caso é se concentrar em cada uma das unidades da empresa — ou seja, operações, compliance, auditoria, comercial, entre outros.

Para tanto, cada responsável pelo setor iria mapear as principais atividades diárias. Com isso, iria identificar todos os riscos presentes em cada atividade listada.

Ao mesmo tempo, seria necessário avaliar os dos controles internos existentes para fazer frente a cada risco em questão. Dessa maneira, seria possível ter uma visão completa dos riscos existentes em cada parte da empresa.

Analise os itens oferecidos ao consumidor

A segunda auto-avaliação possível corresponde aos itens oferecidos ao consumidor. Aqui reside a visão completa dos riscos que fazem parte dos produtos e serviços que o negócio vende.

Cada produto precisa ter seu processo entendido em detalhes dentro daquilo que o gestor estabeleceu, a partir de uma metodologia.

Essa metodologia deve seguir os mesmos princípios daquela apresentada às unidades, identificando inicialmente as atividades de cada uma das etapas relacionadas a uma mercadoria.

Isso vai fazer com que seja possível determinar riscos presentes nas atividades e fazer uso dos controles internos para mitigar os riscos identificados.

No final, é possível fazer uma avaliação de quanto os controles são efetivos, e, então, serão feitas melhorias desde que deficiências tenham sido encontradas.

Avalie os processos internos da empresa

Para finalizar, chegamos a uma escolha de se concentrar apenas nos processos internos da empresa. Isso significa que todos os esforços estão ligados àquilo que não tem contato direto com os clientes.

Ao contrário dos dois primeiros casos, nas quais é viável desenvolver e implementar uma metodologia geral, nos processos internos cada caso requer uma análise específica — com seu fluxo o mais detalhado possível.

Tudo isso vai facilitar a identificação dos riscos presentes, os controles praticados e as respectivas deficiências.

Como fazer a análise quantitativa de riscos?

O processo pode ser dividido em três etapas principais: entradas, uso das ferramentas e saídas. Porém, tenha em mente que o primeiro passo envolve a adoção de uma análise qualitativa (subjetiva), na qual os riscos do projeto como um todo serão listados.

A seguir, vamos falar sobre cada um desses passos!

Entradas

Com os riscos definidos, é feita uma análise numérica dos impactos que eles podem causar nos objetivos gerais, começando sempre pelos mais críticos (prioridade alta). O custo e o prazo estimado serão os dados trabalhados.

 Ainda assim, todos os fatores que podem influenciar no sucesso do projeto devem ser considerados.

A árvore de decisão é uma estratégia bastante utilizada para pontuar os riscos e estabelecer os impactos com base na experiência da empresa e no comportamento do mercado.

Ferramentas

O cálculo do Valor Monetário Esperado (VME) deve ser feito para estabelecer o quanto a empresa pretende gastar no projeto. Ele é bem simples: basta multiplicar a probabilidade pelo impacto financeiro.

 Se há, por exemplo, um risco de 30% de uma falha ocorrer e o impacto estipulado é de R$1.000,00, o cálculo do VME será:

VME = Probabilidade x Impacto Financeiro

VME = 30% x R$10.000,00

VME = R$3.000,00

No varejo, por exemplo, esse cálculo pode ser o gasto com horas extras dos vendedores durante um mês para alcançar o volume de vendas planejado. 

Pode ser necessário, de acordo com a complexidade das variáveis, adotar estratégias mais avançadas de cálculo, como análises de sensibilidade ou de Monte Carlo.

Essas são ferramentas que cruzam dados de forma aleatória para estabelecer uma margem segura de previsão dos riscos. Entretanto, é possível contar com softwares extremamente eficientes, como um ERP, para a realização desses cálculos.

Saídas

Os resultados obtidos devem ser organizados em relatórios e gráficos que facilitem a visualização. Com isso, será possível identificar numericamente os riscos e elaborar planos de ação para minimizá-los.

No exemplo calculado acima, o primeiro passo seria verificar se a empresa tem o dinheiro necessário em caixa para bancar as horas extras. Indo além, seria interessante uma análise de outros cenários, com outros mix de produtos. 

Uma abordagem quantitativa pode, então, revelar qual projeto teria maior lucro ou qual é mais seguro, entre outras coisas. Com isso, você pode fazer a melhor escolha de acordo com a situação específica do seu comércio.

Exemplos de tabelas de análise quantitativa de riscos 

A melhor forma de entender por completo a análise quantitativa de risco é trazendo um exemplo situacional. 

Vamos pensar nas medidas qualitativas que envolvem uma determinada organização ficcional. Para isso, podemos criar uma tabela de impactos e uma tabela de probabilidades. 

Medidas qualitativas de consequência ou impactos

NívelDescritorDescrição
1InsignificanteSem lesões, pequena perda financeira
2MenorPequenas lesões, média perda financeira
3ModeradoMédias lesões, alta perda financeira
4MaiorGraves lesões, grande perda financeira
5CatastróficoLesões fatais e enorme perda financeira

Medidas qualitativas de probabilidades

NívelDescritorDescrição
AQuase certoEspera-se que se ocorra na maioria das vezes
BProvávelProvavelmente ocorrerá na maioria das vezes
CPossívelDeverá ocorrer alguma vezes
DImprovávelPoderá ocorrer alguma vezes
ERaroPoderá ocorrer somente em circunstâncias excepcionais

A partir dessa tabela, é possível classificar o nível de risco pela organização, criando uma relação entre probabilidade e consequências. Com isso, é possível desenvolver uma matriz de análise qualitativa de riscos

Ela vai reunir um conjunto de categorias que reflitam as necessidades da organização. Assim , vai orientar também as ações que serão adotadas para a resolução dos riscos. Veja como ficaria:

Matriz de análise qualitativa de riscos

Probabilidade | EfeitoInsignificanteMenor ModeradoMaiorCatastrófico
Quase certoAAEEE
ProvávelMAAEE
PossívelBMAEE
ImprovávelBBMAE
RaroBBMAA

Nesse caso, cada letra representa um nível de preocupação, na qual:

  • E = Risco;
  • Extremo;
  • A = Risco Alto;
  • M = Risco;
  • Moderado.

Gerencie suas operações no varejo com tecnologias TOTVS

Analisar os riscos dentro do varejo é fundamental, mas você precisa gerenciar suas operações para além disso. O estoque, os pedidos e, principalmente, os canais são peças fundamentais para tudo funcionar.

E para isso, as tecnologias TOTVS para varejistas são a melhor solução para você, com funcionalidades que permitem a integração da sua operação para otimizar todo o gerenciamento.

Além de contar com ferramentas para gerenciar a performance dos seus canais de venda, você tem a possibilidade de criar estoques inteligentes e acompanhar entregas de perto, conectando-se ao sistema dos transportadores.

Conheça agora mesmo as tecnologias TOTVS para o varejo e otimize a gestão do seu negócio!

TOTVS - A única solução completa: do ERP ao PDV e hardware até o e-commerce

Conclusão

A análise quantitativa de riscos é uma ferramenta poderosa para varejistas que querem crescer. Mensurar a intensidade das consequências de um determinado risco com as probabilidades é que vai dar garantias à sua loja na hora de tomar decisões. 

No entanto, a qualidade da análise depende da precisão e da abrangência dos valores numéricos que você tem em mãos.

Se bem feito, adotar essa estratégia como parte da sua rotina vai elevar o nível de eficiência do seu negócio a um novo patamar. E como apoio, ter um sistema de gestão de loja fará toda a diferença.

Quer se aprofundar nesse universo? Confira nosso conteúdo sobre valor agregado e sua importância no varejo!

Deixe aqui seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


X

Usamos cookies para fornecer os recursos e serviços oferecidos em nosso site para melhorar a experência do usuário. Ao continuar navegando neste site, você concorda com o uso destes cookies. Leia nossa Política de Cookies para saber mais.