Neste período de grandes desafios para as instituições de ensino manterem as margens de rentabilidade, o tema da evasão e retenção de alunos tem sido cada vez mais debatido. Atualmente, vários modelos são utilizados, porém, a maior parte deles não tem tido a efetividade necessária.
O gráfico abaixo mostra a evolução dos fatores de risco para a evasão no decorrer do tempo:
Os
fatores de risco ou
indicadores de comportamento para a evasão são classificados em:
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Fatores Econômicos: é o mais comum, responsável normalmente por cerca de 60% das evasões formalizadas. Dentro desta classificação, podemos elencar a perda do emprego, a falta ou o cancelamento do financiamento do estudo, a competição com outras instituições, dentre outras.
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Fatores Acadêmicos: normalmente é um dos mais complexos, embora frequente na satisfação do corpo discente. Um currículo que mantenha o interesse do aluno, com disciplinas e conteúdos relevantes para sua formação, formas modernas de ensino e, principalmente, equalização com a turma e proposta pedagógica da instituição são fatores de retenção dos alunos. Normalmente, nas medições realizadas, quando o fator acadêmico vem à tona, o desalinhamento com o desempenho e nível da turma é o principal fator apontado. Alunos que estão em um nível muito acima da turma ficam frustrados e perdem o interesse (abrindo portas para que outras instituições os atraiam com uma proposta pedagógica mais atrativa) e alunos abaixo do desempenho da turma, costumam abandonar por não se motivarem ou não entenderem a proposta pedagógica.
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Fator Relacionamento: podemos elencar fatores como imagem da instituição, falta de participação em fóruns e eventos promovidos, ausência de tecnologias participativas (lembrando sempre que a geração de alunos necessita participar, colaborar e assim influenciar e ser percebido).
Considerando esses indicadores comportamentais e avaliando-os na linha de tempo temos:
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Retenção reativa: é o pior momento para a retenção. Neste caso, o aluno já manifestou ou formalizou a evasão e, muitas vezes, já até abandonou o curso e a instituição não tem esta informação. Ações de retenção neste caso já não são mais efetivas e a perda do aluno é uma realidade. Cabe somente avaliar o caso e tirar lições para evitar outras evasões.
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Retenção proativa: a instituição consegue controlar alguns dos indicadores de comportamento (performance acadêmica, absenteísmo, atendimento e documentos) e, ao notar um desvio, tenta de alguma maneira reter este aluno. Esse modelo tem alguma efetividade, dependendo dos indicadores. Caso ocorram atrasos no apontamento dos dados ou avaliação dos indicadores, não se consegue reter o aluno.
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Retenção preventiva: embora bastante usado, é um modelo dispendioso e considerado ineficiente, já que promove a retenção oferecendo ações diversas e nem sempre adequadas alunos-alvo. Um exemplo é ofertar bolsas de estudo para determinados grupos, incentivos de transporte, dentre outras ações para motivar o aluno a continuar na instituição.
Analisando novamente o mesmo gráfico, temos a proposição do momento ideal para as ações retentivas:

Com a análise dos indicadores de comportamento do aluno, é possível prever o momento em que ele apresenta uma tendência de evasão, e com isso, a instituição ter tempo hábil para realizar os processos de retenção com maior chance de sucesso.
Para isso, estamos trazendo o conceito da retenção preditiva, conforme abaixo:
