Tudo o que você precisa saber sobre armazém de grãos

Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 22 outubro, 2024

O armazém de grãos é um estrutura muito comum no Brasil, que é um dos maiores produtores do mundo. Ela é fundamental para garantir a conservação da qualidade dos grãos e evitar perdas significativas que comprometem a rentabilidade do produtor. 

Seja em grandes silos de armazenagem de grãos ou em armazéns de menor porte, é necessário que a gestão desse processo seja eficiente, respeitando as regulamentações e utilizando tecnologias de ponta. 

Neste texto, vamos explorar em detalhes os principais tópicos sobre o tema: quais são os tipos de armazenamento de grãos? Qual a importância desse processo? Qual a legislação aplicável?

Falaremos também dos tipos de armazenagem de grãos, as melhores práticas e como a tecnologia pode otimizar esse processo essencial para o agronegócio. Boa leitura!

O que é armazenagem de grãos?

A armazenagem de grãos é o processo de acondicionar e preservar grãos colhidos, como soja, milho, arroz e trigo, em locais apropriados para garantir a sua qualidade até que sejam comercializados ou utilizados. 

Existe o armazenamento de grãos a granel (armazém de granel sólido), que é adequado à guarda e à conservação de produtos sem embalagem que os individualize. 

Há também armazéns convencionais, que fazem guarda e conservação de produtos ensacados ou embalados.

Seja qual for o tipo, o processo é essencial para:

  • Proteger os grãos contra fatores externos, como umidade, temperatura e pragas, que podem comprometer seu valor de mercado;
  • Permitir que o produtor tenha maior controle sobre o momento da venda, evitando a necessidade de comercializar a colheita em momentos de baixa de preços no mercado.

Para realizar a armazenagem de grãos no Brasil de maneira eficiente, é fundamental contar com estruturas adequadas, como os silos de grãos e armazéns, além de seguir rigorosos processos de controle de qualidade e monitoramento contínuo.

A importância desse processo agrícola

A armazenagem de grãos é uma etapa vital para o sucesso do agronegócio, trazendo benefícios que impactam diretamente a rentabilidade do produtor e a sustentabilidade do setor. 

A seguir, destacamos algumas razões pelas quais esse processo é tão relevante:

  • Prevenção de perdas: o armazenamento adequado reduz perdas causadas por pragas, fungos e condições climáticas desfavoráveis;
  • Redução de custos logísticos: com o armazenamento em locais estratégicos, é possível otimizar o transporte e reduzir os custos com logística agrícola;
  • Flexibilidade na comercialização: oferece ao produtor a possibilidade de vender os grãos em momentos mais favoráveis e aproveitar os melhores preços no mercado;
  • Conservação da qualidade dos grãos: silos ou armazéns de grãos mantém as características nutricionais e físicas dos grãos, o que evita a perda de qualidade;
  • Garantia de abastecimento contínuo de grãos: independentemente das oscilações sazonais na produção agrícola, o processo garante o abastecimento ao longo do ano.

Seja por meio de armazém de grãos ou de silos, o produtor agrícola precisa dar bastante atenção a esse processo, em especial à legislação que regulamenta a prática.

Leia também: Como a tecnologia atua no transporte de grãos?

O que diz a legislação sobre o armazém de grãos?

A armazenagem de grãos no Brasil é regida por uma série de normas e regulamentações que garantem a qualidade dos produtos armazenados e a segurança do processo. 

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), temos:

  • Decreto Lei n° 1.102/1903: traz regras para o estabelecimento de empresas de armazéns gerais, bem como direitos e obrigações dessas organizações;
  • Lei n° 9.973/2000: regulamenta as atividades de armazenagem de produtos agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico. É regulamentada pelo Decreto n° 3.855/2001, que trata também do Contrato de Depósito;
  • Lei n° 11.076/2004: fala sobre o Certificado de Depósito Agropecuário (CDA) e Warrant Agropecuário (WA), que são títulos de crédito cambiáveis emitidos pelos depositários a pedido dos depositantes.
  • Lei n° 8.171/1991: dispõe sobre a Política Agrícola e estabelece, em caráter obrigatório, o cadastro nacional de unidades armazenadoras de produtos agrícolas.

Vale ficar de olho, também, na Portaria 538, que busca modernizar e padronizar processos no setor agrícola e industrial e introduz mudanças relevantes na utilização de sementes no Brasil.

Há, ainda, o Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras (SNCUA), que segue as Instruções Normativas (INs) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Para o registro, há requisitos como controle de umidade, temperatura e manejo adequado dos grãos, além de padrões de higiene e segurança no ambiente de armazenagem.

Cumprir a legislação vigente é essencial para garantir que os grãos armazenados mantenham sua qualidade e valor de mercado.

Quais são as etapas de armazenagem de grãos?

Seja qual for o tipo de armazenagem de grãos, o processo envolve uma série de etapas críticas para garantir a conservação adequada do produto. 

São elas:

  • Recepção: o primeiro passo é a recepção dos grãos, que inclui a pesagem e a amostragem para verificar a qualidade e a umidade do lote;
  • Pré-limpeza: nesta etapa, os grãos passam por uma limpeza preliminar para remover impurezas, como pedras, palhas e materiais estranhos;
  • Secagem: a secagem é fundamental para reduzir o teor de umidade dos grãos, o que evita a proliferação de fungos e a deterioração do produto;
  • Armazenamento: após a secagem, os grãos são armazenados em silos ou armazéns, onde são monitorados continuamente quanto à temperatura e umidade;
  • Monitoramento e conservação: durante o período de armazenagem, é essencial realizar o monitoramento constante das condições ambientais e dos grãos para garantir sua preservação.

Cada uma dessas etapas é essencial para garantir que os grãos cheguem ao mercado com qualidade superior, prontos para atender à demanda.

Quais são os tipos de armazenamento de grãos?

Existem diversos tipos de armazenagem de grãos, cada um adequado a diferentes realidades e necessidades do produtor rural. 

A escolha do método certo depende do volume a ser armazenado, das condições locais e dos recursos disponíveis.

Dados do IBGE apontam que a capacidade de armazenagem agrícola no Brasil atingiu 201,4 milhões de toneladas no 1º semestre de 2023.

A capacidade dos silos atingiu 105,2 milhões de toneladas. Eles são, portanto, predominantes no país, representando 52,2% da capacidade útil total. 

Na sequência, temos os armazéns graneleiros e granelizados, com 73,2 milhões de toneladas de capacidade útil armazenável (36,3% do total do país).

Por fim, temos os armazéns convencionais, estruturais e infláveis, que somaram 23,1 milhões de toneladas (11,5% da capacidade total de armazenagem).

Confira a seguir o que são os silos de grãos, os armazéns e as unidades armazenadoras.

Silos fixos ou permanentes

Os silos fixos ou permanentes são estruturas robustas e amplamente utilizadas para armazenagem de grandes volumes de grãos

Eles são feitos, geralmente, de aço ou concreto, com sistemas de ventilação e controle de temperatura integrados, o que garante a preservação da qualidade dos grãos por longos períodos. 

Esses silos de grãos são recomendados para produtores que necessitam de armazenagem em larga escala e que podem investir em infraestrutura de longo prazo. 

Além disso, são ideais para quem deseja manter o controle total sobre o estoque, já que permitem o monitoramento contínuo das condições internas, como umidade e temperatura.

Silos de bolsa

Os silos de bolsa são uma alternativa mais flexível e econômica para pequenos e médios produtores ou para situações em que é necessário armazenar volumes menores

Compostos por bolsas de plástico herméticas, esses silos permitem o armazenamento temporário de grãos diretamente no campo ou em áreas próximas à colheita. 

Uma das principais vantagens dos silos de bolsa é a facilidade de implementação, já que não exigem grandes obras ou infraestrutura. 

Eles também oferecem proteção contra pragas e fatores climáticos, mas é essencial garantir a integridade das bolsas para evitar perdas durante o período de armazenagem.

Silos de armazenamento em conjunto com outros produtores

O armazenamento em conjunto com outros produtores é uma prática comum em cooperativas ou associações agrícolas

Nesse modelo, vários produtores compartilham o uso de grandes silos de grãos, otimizando os custos de infraestrutura e manutenção. 

Além de ser uma alternativa econômica, o armazenamento coletivo facilita o acesso a tecnologias de ponta e sistemas de controle, que individualmente poderiam ser inviáveis. 

No entanto, é necessário um gerenciamento eficiente para garantir que os grãos de diferentes produtores sejam armazenados em condições adequadas e sem mistura, mantendo a qualidade de cada lote.

Além dos silos, há outros tipos de armazenagem de grãos, como os armazéns.

Armazéns para sacarias

Os armazéns para sacarias são uma solução tradicional e amplamente usada para o armazenamento de grãos em pequenos volumes

Neste método, os grãos são ensacados e armazenados em armazéns cobertos, protegidos contra fatores climáticos e pragas. 

Esse armazém de grãos convencional é uma alternativa prática para produtores que lidam com menores quantidades de grãos ou que não têm acesso a tecnologias de armazenamento a granel. 

No entanto, esse tipo de armazenagem exige cuidado redobrado com a ventilação e o empilhamento correto das sacarias, a fim de evitar o acúmulo de umidade e a consequente deterioração do produto.

Unidades armazenadoras para pequenos e médios produtores

As unidades armazenadoras para pequenos e médios produtores são estruturas menores e mais acessíveis em termos de investimento, adaptadas às necessidades de quem não tem um volume de produção elevado. 

Essas unidades podem incluir pequenos silos, armazéns de grãos cobertos ou sistemas modulares que permitem uma expansão gradual conforme o aumento da produção. 

Além de fornecer soluções adequadas para as limitações de espaço e capital desses produtores, as unidades armazenadoras menores também garantem o controle sobre o armazenamento.

Isso permite que o produtor tenha maior autonomia e flexibilidade na comercialização dos grãos.

Dicas para uma armazenagem de grãos eficiente

Seja em um silo ou em um armazém de grãos, o produtor rural precisa garantir que o processo de armazenagem seja eficiente e sem perdas significativas.

Para isso, é importante adotar boas práticas, como:

  • Limpeza dos silos: antes de armazenar novos grãos, faça uma limpeza profunda dos silos para evitar contaminações por resíduos ou pragas.
  • Ventilação adequada: um bom sistema de ventilação é necessário para manter os grãos em condições seguras. Ele ajuda a evitar o acúmulo de calor e umidade.
  • Monitoramento constante: utilize sensores para acompanhar a temperatura e a umidade dentro dos silos. Isso permite intervenções rápidas em caso de alterações.
  • Controle de umidade: os grãos devem ser armazenados com a umidade ideal, geralmente entre 12% e 14%, dependendo da cultura. Níveis acima disso podem promover o surgimento de fungos e deterioração.

Seguindo essas práticas, o produtor evita prejuízos e mantém a qualidade dos grãos.

Qual o maior armazém de grãos do Brasil?

O maior armazém de grãos do Brasil pertence à empresa Inpasa Agroindustrial S.A. e está localizado em Sinop, Mato Grosso. 

Ele possui capacidade para 343.820 toneladas e é classificado como armazém de granel sólido (adequado à guarda e à conservação de produtos a granel).

Se olharmos para os armazéns convencionais, que fazem guarda e conservação de produtos ensacados/embalados, o maior armazém de grãos do Brasil está localizado na Fazenda Santa Maria Ribeirão Bonito, em Itaberá (SP).

Ele tem capacidade para 300.000 toneladas.

Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A tecnologia como aliada no controle dos silos de grãos

A tecnologia é uma grande aliada no processo de armazenagem de grãos, pois permite o controle eficiente dos silos. 

Com sistemas automatizados, é possível monitorar, em tempo real, as condições de temperatura, umidade e ventilação dentro dos armazéns de grãos. 

Softwares especializados auxiliam na gestão do estoque, evitando perdas e garantindo a qualidade dos grãos armazenados. 

Sensores instalados nos silos podem enviar alertas automáticos caso haja qualquer alteração nas condições de armazenagem, permitindo que o operador tome decisões rápidas e assertivas. 

Além disso, o uso de drones e imagens térmicas complementa o monitoramento, trazendo precisão no acompanhamento do estado dos grãos.

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A gigante de tecnologia possui, inclusive, ferramenta específica voltada para o ganho de eficiência nos processos de originação e beneficiamento de sementes, como soja, milho, arroz, feijão, etc.

No módulo de armazenagem, permite a gestão global dos produtos beneficiados por meio de endereçamento e distribuição de lotes, transferências e muito mais.

Além disso, o sistema fornece relatórios detalhados para o gestor para que ele tome decisões para aumentar a eficiência e reduzir o risco de perdas. 

Com essas funcionalidades, os gestores têm mais controle sobre o processo, o que impacta diretamente a lucratividade.

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Conclusão

Seja por meio de silos ou um armazém de grãos, a armazenagem é uma etapa essencial para garantir a sustentabilidade e a rentabilidade do agronegócio, especialmente em um país como o Brasil, onde a produção de grãos é uma das maiores do mundo. 

Desde a escolha do tipo de armazém até o uso de tecnologias avançadas, cada detalhe no processo de armazenagem impacta diretamente na preservação da qualidade dos grãos. 

Ao adotar boas práticas, seguir as legislações e utilizar ferramentas de gestão eficientes, o produtor rural pode evitar perdas significativas e maximizar seus lucros. 

Que tal dar um passo adiante e entender a importância da originação de grãos e como otimizar cada etapa deste processo com tecnologia?

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