A cooperativa é um modelo de negócios bastante popular no Brasil, pois une pessoas com um objetivo em comum e oferece uma estrutura empresarial que promove o desenvolvimento econômico e social, tanto de forma coletiva quanto individual.
No cooperativismo, compartilham-se ideias, valores e a vontade de ganhar impulsionada pela força da união.
Que tal entender mais sobre esse modelo de negócio, como funciona, suas vantagens e por que é tão amplo no mercado, espalhando-se por todos os setores, desde o agro até o setor de consumo?
Preparamos um guia completo sobre o tema para você conferir. Continue a leitura!
O que é uma cooperativa?
Uma cooperativa é uma organização empresarial de propriedade, operada por um grupo de indivíduos para seu benefício mútuo. Ao contrário de outros modelos de negócios, os cooperativos não são movidos apenas por motivos de lucro, mas priorizam as necessidades de seus membros.
Esse tipo de modelo é frequentemente implementado em setores como agricultura, alimentação, habitação, energia, cuidados infantis e saúde.
Uma das características mais notáveis dessas sociedades é que elas são organizações democráticas: cada membro tem uma palavra igual a dizer sobre como a organização é administrada.
Essa estrutura democrática permite que tais organizações sejam altamente responsivas às necessidades de seus membros e da comunidade.
Como resultado, elas são frequentemente elogiadas por seu compromisso com a justiça social e econômica.
Embora ainda existam vários desafios inerentes a esse modelo, ele oferece uma alternativa única e poderosa às maneiras tradicionais de se fazer negócios.
Como funciona uma cooperativa?
Ao contrário dos negócios tradicionais, que normalmente são de propriedade de um único indivíduo, corporação ou mesmo contam com quadro societário, a propriedade da cooperativa é distribuída entre os membros.
Os membros são normalmente obrigados a fazer uma contribuição financeira (na forma de capital ou ações) a fim de aderir ao negócio. Tais aportes são utilizados para financiar as operações da organização.
Além disso, essas sociedades normalmente implementam um sistema de votação que permite aos membros decidir sobre assuntos importantes, como o estabelecimento de políticas, a eleição de membros do conselho e a aprovação de planos de investimento.
Finalmente, os lucros são geralmente compartilhados entre seus membros com base em seu nível de participação e compromisso com a organização.
Por conta disso, há vários benefícios inerentes ao tipo de negócio, como a constante promoção de princípios democráticos de igualdade e autodeterminação.
Como cada membro tem palavra igual a dizer sobre como a organização é administrada, as cooperativas costumam ser vistas como mais equitativas e responsivas às necessidades de seus pares.
E, claro, são negócios capazes de explorar uma gama mais ampla de recursos do que os negócios tradicionais, já que os membros estão tipicamente mais dispostos a investir tempo e dinheiro em seu empreendimento compartilhado.
Finalmente, falamos de organizações com fortes laços comunitários, dado que estão frequentemente enraizadas nos valores e tradições locais. Esses fatores podem criar um senso de lealdade entre os membros e clientes, o que pode levar ao sucesso no longo prazo.
Conheça a origem do cooperativismo
A origem do cooperativismo pode ser traçada desde a Revolução Industrial, na Inglaterra. Naquela época, a classe trabalhadora estava lutando para sobreviver, devido à introdução de novas tecnologias e ao surgimento de fábricas.
Em resposta, um grupo de trabalhadores decidiu juntar seus recursos e criar uma sociedade de cooperação, que lhes permitiria trabalhar juntos para seu benefício mútuo.
Rapidamente, a estrutura de negócio se espalhou para outras partes da Europa e da América do Norte.
No Brasil, o cooperativismo chegou em 1889, dentro do setor agropecuário, com a Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto.
Hoje, existem sociedades do tipo em todo o mundo, e elas continuam a desempenhar um papel importante no apoio aos trabalhadores e às comunidades.
De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro, feito pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), atualmente, o Brasil conta com 4.880 destas sociedades, e mais da metade já ultrapassou os 20 anos de atuação no mercado.
Quais são os tipos de cooperativas?
As cooperativas podem ser divididas em várias categorias, a depender da sua atividade-fim ou estrutura organizacional. Que tal conhecer algumas das principais?
- Consumo: são de propriedade de membros que também são consumidores de seus produtos ou serviços. Podem ser cooperativas de alimentos, de saúde e de energia. Como tal, essas organizações normalmente se concentram em fornecer bens e serviços aos seus membros a baixos custos.
- Trabalhadores: por outro lado, são de propriedade de seus empregados, o que lhes permite participar dos lucros da empresa e ter mais controle sobre suas próprias condições de trabalho.
- Produtores: são geralmente compostas por fazendeiros ou produtores que trabalham juntos para melhorar a qualidade da produção, facilitar a logística, reduzir custos e aumentar seus rendimentos.
- Crédito: reúne um grupo de pessoas interessadas em administrar seu dinheiro em conjunto, aproveitando os maiores benefícios que um banco comum oferece. Hoje, são populares no Brasil e oferecem vários dos serviços e produtos encontrados em outras instituições financeiras mais tradicionais.
- Saúde: composto por profissionais do setor que se unem com objetivo de prestar e facilitar o acesso das pessoas a serviços de saúde.
- Transporte: constituída por profissionais do setor que se responsabilizam pela prestação de serviços de transporte de cargas e/ou passageiros, regulando sua atuação.
Existem outros tipos, claro, como os negócios cooperativos habitacionais, de propriedade das pessoas que vivem ou usam o local. Como exemplos, podemos mencionar repúblicas de estudantes ou lares para idosos.
Além disso, existem as famosas cooperativas públicas, destinadas a serviços de geração e distribuição de energia elétrica ou telefônico.
O que diz a lei das cooperativas?
Não existe uma única legislação para o tema. Uma das definições para o cooperativismo é descrito no artigo 4°, da Lei nº 5.764/71:
“Cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados“.
Conforme dita a OCB, para ser considerada uma sociedade do tipo, a iniciativa deve contar com, no mínimo, 20 membros filiados.
Além disso, as divide em três categorias:
- Singular ou Primeiro Grau: uma sociedade que visa à prestação de serviços aos seus cooperados, sejam PF ou PJ (excluindo as empresas que atuam no mesmo campo econômico da sociedade em si);
- Federação ou Segundo Grau: é uma central que congrega todas as sociedades de Primeiro Grau, com o objetivo de alinhar interesses e escalar os serviços prestados;
- Confederação ou Terceiro Grau: é uma união de federações, que também busca alinhar interesses e ampliar a escala dos serviços prestados e/ou produtos vendidos.
Na prática, a lei fornece a estrutura dentro da qual essas sociedades operam. Ela estabelece regras e regulamentos relativos à formação, governança e operação das mesmas.
Apesar de ser um instrumento legal antigo, a lei passou por algumas revisões e alterações, especialmente após a promulgação da Constituição de 1988.
Quais são as vantagens de se associar a uma cooperativa?
Existem diversos benefícios de aderir a uma sociedade. Que tal conferir os principais?
Acesso facilitado a recursos
As cooperativas frequentemente têm acesso a recursos, tais como linhas de crédito e financiamento, que os membros individuais podem não ser capazes de adquirir por conta própria.
Outro ponto é que essas sociedades costumam oferecer programas de mentoria e apoio, o que pode ajudar os membros a expandirem seus conhecimentos e habilidades.
Maior competitividade
Elas podem ajudar os membros a permanecerem competitivos em seu campo, fornecendo acesso a recursos, conhecimento, fornecedores, parceiros comerciais e serviços coletivos.
Serviço de atendimento próximo
Os serviços oferecidos são adaptados às necessidades de seus membros. Isso as torna mais atraentes e eficientes do que outras organizações que oferecem serviços similares.
Senso de comunidade
Ao se juntar a uma sociedade, os membros podem desenvolver um senso de comunidade e apoio mútuo. É algo que fortalece seus laços e incentiva a colaboração para alcançar objetivos comuns.
Gestão coletiva e colaborativa
Esse tipo de negócio tem sistemas de gerenciamento coletivo e colaborativo, nos quais as decisões são tomadas coletivamente por todos os membros. É uma característica que garante que todos possam contribuir para o sucesso coletivo.
Verbas repartidas entre os membros
Essas sociedades são uma ótima maneira de distribuir lucros e ativos entre os membros.
O dinheiro é usado para o benefício das sociedades e seus membros, em vez de ir para investidores ou acionistas externos.
Acesso à tecnologia
Graças à rede de membros, essas sociedades têm acesso à mais recente tecnologia e conhecimento da indústria. É um diferencial que as torna mais bem equipadas para competir no mercado.
Qual a diferença entre associação e cooperativa?
Modelos diferentes de negócios, mas frequentemente considerados sinônimos, existem várias diferenças entre cooperativas e associações.
Que tal conferir?
Associações
Normalmente à frente de atividades sociais, possuem gestão mais simples e menores custos — com, no mínimo, duas pessoas.
É comum que promovam serviços ou a conscientização quanto à assistência social, educacional, cultural, entre outros.
Porém, os associados não são donos do patrimônio acumulado. Além disso, todos os ganhos devem ser destinados à sociedade e não aos associados.
Cooperativas
Já esse tipo de sociedade tem maior enfoque na questão econômica (muito embora não seja o único objetivo) e reúne pessoas ou organizações que se juntam para facilitar uma atividade-fim.
Elas precisam de, no mínimo, 20 membros, e eles são donos de todo o patrimônio e quem se beneficia dos ganhos.
Quais são as maiores cooperativas do Brasil?
De acordo com estudo recente, hoje são 4.880 cooperativas ativas no Brasil, o que totaliza mais de 18 milhões de cooperadores — ou 8% da população brasileira.
Números impressionantes que mostram o peso do cooperativismo no país.
Mas, quais as maiores sociedades presentes hoje no Brasil?
Conforme a OCB, o setor que mais soma cooperados é o de crédito, com quase 14 milhões de membros em 2021.
Entre os principais nomes, podemos mencionar alguns como:
- Aurora Alimentos, que conta com 13 sociedades e mais de 72 mil famílias filiadas.
- Sicredi, com foco em ser uma sociedade financeira, possui mais de 3,5 milhões de associados e está presente em boa parte do país.
Como montar uma cooperativa?
Essas sociedades podem ser formadas por uma variedade de propósitos, incluindo o fornecimento de produtos agrícolas, habitação, cuidados de saúde, cuidados infantis, serviços bancários e financeiros, ou seguros.
O primeiro passo é desenvolver um plano de negócios, o que inclui uma análise do mercado potencial para seu produto ou serviço e um estudo de viabilidade para determinar se há interesse e demanda suficientes para sustentar a sociedade.
É preciso decidir sobre a estrutura legal da sociedade e escolher um nome e um logotipo.
Um dos pontos iniciais é estabelecer e documentar os valores da sociedade, já que eles vão guiar as tomadas de decisões futuras e também servir de base para a atração de novos membros.
É importante que todos os membros assinem a declaração de compromisso com tais valores.
A formalização deve acontecer na forma de um estatuto, que deve discriminar as diretrizes gerais de funcionamento da organização.
Por via de regra, deve constar as seguintes informações:
- Capital social mínimo;
- Método de administração e fiscalização;
- Área de atuação, denominação, sede e outros pontos;
- Processo de dissolução da sociedade e de reforma do estatuto;
- Regras para convocação e funcionamento das assembleias gerais;
- Direitos, deveres, responsabilidades e condições de admissão e demissão dos membros.
A documentação para abertura inclui a Capa do Processo (cópia e original), o estatuto social formado, comprovantes de pagamento da DARF e para a Junta Comercial, entre outros.
Uma vez com o plano de negócios em vigor, é hora de recrutar membros.
Torna-se essencial identificar indivíduos com uma visão em comum e que estejam comprometidos em torná-la bem-sucedida.
Uma vez com pessoas suficientes a bordo, é hora de trabalhar na criação do lado financeiro e administrativo da sociedade.
Isso envolverá a abertura de uma conta bancária, obtenção de seguro e registro junto às agências governamentais apropriadas.
Finalmente, você precisará estabelecer regras e procedimentos para administrar a sociedade e eleger seus líderes.
Seguindo estes passos, você poderá estabelecer uma organização de sucesso que atenda às necessidades de seus membros e lhes proporcione benefícios duradouros.
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Conclusão
As cooperativas são negócios tradicionais e bem estabelecidos no Brasil, com milhões de cooperados e muita força no mercado.
Entender tudo sobre o tema, portanto, é essencial para que empreendedores saibam como aproveitar o modelo de negócio, bem como os encaminha para uma união repleta de diferenciais.
E você, gostou de aprender mais sobre esse tipo de sociedade?
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