Cold Chain: entenda o funcionamento da cadeia fria

Equipe TOTVS | 05 fevereiro, 2024

Como o nome diz, o cold chain ou cadeia de frios é um processo de gestão logística para produtos que devem ser mantidos refrigerados da saída da fábrica até chegarem aos clientes. É possível dizer que a nossa sociedade, hoje, não seria a mesma sem o cold chain.

Falamos de múltiplos — e muitas vezes graves — problemas de saúde pública, bem como de nutrição.

Afinal, diferentes indústrias dependem de estratégias muito bem elaboradas de cadeia fria para assegurar a integridade das mercadorias que chegam aos clientes.

É por isso que conhecer esse conceito, sua importância, os principais cuidados a se tomar, bem como quais tecnologias utilizar é tão importante.

Neste conteúdo, vamos explorar um pouco mais sobre este processo. Que tal aprender como otimizar sua cadeia do frio com quem mais entende de gestão? Então siga lendo!

O que é cold chain (cadeia do frio)?

O cold chain ou cadeia do frio é a cadeia de suprimentos para produtos sensíveis à temperatura. Trata-se de planejar e implementar um transporte seguro, que envolve equipamentos e métodos corretos para manter os requisitos adequados de temperatura e umidade nos produtos.

Mas quais seriam esses produtos sensíveis à temperatura? Falamos de uma ampla variedade, que inclui certos tipos de alimentos, bem como medicamentos, amostras biológicas, bebidas, etc.

Isso não quer dizer, porém, que a cadeia fria só lida com produtos que precisam ser congelados durante seu transporte — como é o caso de carnes, por exemplo.

Dependendo do tipo de produto, os requisitos de temperatura para armazená-lo e transportá-lo podem variar.

Nem todo produto deve ser mantido em temperaturas muito baixas ou abaixo de 0°C.

Alguns deles podem precisar de armazenamento e transporte em temperatura ambiente para preservar sua textura e qualidade.

O equipamento de armazenamento e transporte usado para essas mercadorias deve atender a esses requisitos.

É por isso que, entre alguns especialistas no assunto, o termo “logística com temperatura controlada” é considerado o mais adequado.

Em geral, a logística da cadeia de frio impacta todos os estágios de um produto sensível à temperatura, desde sua produção, armazenamento nas instalações de produção, transporte para o armazém do cliente até o armazenamento nas instalações do cliente.

Cold chain no Brasil

O Brasil é um dos maiores produtores de carne e frutas do mundo. Isso significa que o cold chain dessas indústrias, seja para transportes internos como para importações internacionais, precisa obrigatoriamente ser robusto.

De acordo com dados da Mordor Intelligence, por ser um dos maiores exportadores de frutas, carne, açúcar e grão de soja, o Brasil atualmente se encontra em um cenário de desenvolvimento da sua cadeia de frios (tanto nas estratégias logísticas como na elaboração de locais de armazenamento).

Ainda conforme os dados da Mordor, apesar do Brasil ser o terceiro maior produtor de frutas do mundo, exportava apenas 3% do que produzia.

A principal razão para isso é a falta de infraestrutura e desenvolvimentos tecnológicos.

Desse modo, há maiores riscos de perda de estoque, atrasos nas entregas, falta de visibilidade das rotas e segurança da carga no transporte e controle de temperatura.

Ou seja, existem grandes pontos de melhoria nos quais a indústria brasileira precisa investir para aprimorar seu cold chain.

Em geral, a discussão sobre o assunto se concentra na eficiência dos sistemas utilizados.

De acordo com o artigo científico “Monitoramento da cadeia do frio: novas tecnologias e recentes avanços“, os Centros de Distribuição brasileiros realizam uma análise de qualidade fundamentada em sistemas convencionais.

Ou seja, não utilizam abordagens que levam em conta o histórico real de informações sobre as condições de conservação de produtos perecíveis.

Em vez disso, baseiam-se na análise de características desses produtos, a partir da observação no recebimento do mesmo.

São práticas que acabam prejudicando a vida útil dos produtos, exercendo grande percentual de perdas.

Mas atitudes já começam a ser tomadas.

Em uma delas, visando o transporte de medicamentos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), através da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) Nº 430, definiu algumas boas práticas.

Além do transporte, distribuição e armazenagem de medicamentos, o objetivo da RDC é reforçar a integridade dos medicamentos que integram a cadeia do frio.

A resolução busca incentivar o uso de tecnologias no processo logístico desses produtos, com ações constantes de monitoramento e controle de temperatura durante o transporte e armazenagem.

Processo logístico do cold chain

A cadeia fria não é definida por uma única sequência de processos, mas sim por uma ampla gama de ações necessárias para assegurar a integridade dos produtos sensíveis à temperatura que são transportados.

Porém, entre os componentes mais comuns à cadeia do frio, podemos destacar o seguinte:

  • Armazenamento;
  • Embalagem;
  • Monitoramento;
  • Transporte;
  • Desembaraço alfandegário;
  • Manuseio dos produtos;
  • Entrega.

Cold chain: principais faixas de controle de temperatura

Um dos grandes diferenciais do cold chain é a necessidade das empresas participantes na logística dos produtos sempre terem que controlar as temperaturas, do armazenamento à entrega.

Esse monitoramento tem como base várias informações, mas especialmente baseia-se em diferentes faixas de controle de temperatura, que são:

  • Câmara fria: entre 8°C e 15°C.
  • Frio: Qualquer temperatura abaixo de 8°C
  • Congelador: entre -20°C e -10°C.

No caso de produtos, algumas das faixas de temperaturas necessárias são:

  • Drogas farmacêuticas: 2°C e 8°C;
  • Frutas, vegetais, laticínios: 7°C e 14°C;
  • Produtos frescos ambientais: 14°C e 24°C;
  • Carnes e frutos do mar congelados: -18°C e 0°C;
  • Carnes e frutos do mar ultracongelados: -30°C e -18°C.

Além disso, é necessário analisar outros parâmetros ambientais, como os níveis de umidade dos contêineres e do ambiente de armazenagem e transporte em geral.

Munidos dessas informações, os remetentes dos produtos podem auditar seus processos da cadeia de suprimentos para detectar falhas e ineficiências.

E como captar esses dados? Diferentes tecnologias podem ser empregadas, o que vai depender do nível de investimento e do tipo de produto sensível à temperatura.

Hoje, por exemplo, há sensores com tecnologia de RFID (Radio Frequency Identification Technology ou Identificação por Radiofrequência).

Além disso, algumas empresas preferem aplicar tecnologias de rede de sensores sem fio (RSSF), que permitem medir, detectar e comunicar dados e condições diversas a partir da nuvem.

Cold chain em diferentes setores

A cadeia de frios é um braço do supply chain que abrange vários setores do mercado e da indústria. Ao entender o conceito, já é possível imaginar algumas de suas aplicações.

A verdade é que a cadeia do frio apresenta um crescimento acentuado: cerca de 14,8% ao ano até 2028, de acordo com dados da Grand View Research.

Isso significa que a estratégia se diversifica por várias indústrias e diferentes negócios. Sabe quais? Separamos algumas das principais a seguir:

Bancos de Sangue

Bancos-de-Sangue-cold-chain

Os bancos de sangue dependem totalmente do cold chain para que seja possível armazenar e transportar bolsas de sangue dos hemocentros para as instituições de saúde.

Além das bolsas, é necessário também estruturar processos para coleta, armazenagem e logística de hemocomponentes e hemoderivados

Hospitais

Um dos ambientes mais críticos para o cold chain, os hospitais constantemente requisitam produtos que necessitam de trato especial — com temperatura controlada — para que mantenham sua integridade.

Falamos de vários itens, como vacinas, medicamentos, hemocomponentes e hemoderivados, diferentes alimentos e até mesmo leite materno.

Isso implica não apenas em uma complexa malha logística, mas também em diferentes instruções de manuseio e armazenagem, que devem ser bem administrados para não prejudicar a qualidade do produto.

Clínicas de vacinação

Evidentemente, em 2021, um dos ambientes que mais necessitou da cadeia fria foram as clínicas e estruturas responsáveis por vacinar a população. Neste caso em específico, falamos das vacinas contra a Covid-19.

Em geral, esse tipo de produto possui especificações exclusivas acerca do seu manuseio e armazenagem — variando entre temperaturas negativas ou muito próximas do 0º C.

Farmácias

Por fim, ainda no campo da saúde, vale lembrar as farmácias, que comercializam medicamentos e produtos que também demandam controle na temperatura.

É o caso das “canetas” de aplicação de insulina, por exemplo.

Isso quer dizer que esses lugares precisam de um local adequado para armazenamento dos medicamentos até o momento da venda.

Os desafios do mercado de cold chain

As empresas da cadeia do frio enfrentam vários — e crescentes — desafios para manter e ampliar sua operação, sem deixar de lado a qualidade e a integridade dos produtos coletados, armazenados e transportados.

Cada vez mais, as empresas exigem maior controle nas faixas de temperatura, o que as obriga a investir em tecnologias com sensibilidade mais apurada e maior poder de monitoramento.

Com isso, os padrões de qualidade e volume de muitos de seus produtos, bem como regulamentações, só crescem em todo o mundo.

A pandemia serviu para acentuar esse cenário, tanto em relação à logística de vacinas, como na própria mudança de comportamento do consumidor, que passou a consumir — e exigir — produtos mais frescos.

O que torna uma cadeia de frios eficiente?

Afinal, o que caracteriza uma operação de cold chain eficiente? 

Para a cadeia do frio funcionar, é preciso: 

  • armazenamento com temperatura controlada;
  • instalações adequadas para o transporte;
  • pessoal qualificado; e 
  • procedimentos bem definidos para realizar as atividades da cadeia de frios.

A chave para o sucesso deste processo é integrar e controlar os vários elementos da cadeia de abastecimento, o que requer muitos dados.

Esses não são dados que podem ser coletados manualmente, pois vêm de incontáveis fontes potenciais.

Isso implica no uso de tecnologia inteligente e no data science para trazer ordem a um processo muitas vezes caótico.

Desse modo, é possível organizar a coleta de dados para retirar insights valiosos, bem como aprofundar sua visão acerca de suas redes de transporte antes que qualquer coisa seja enviada.

É algo que permite que as decisões sejam tomadas com maior precisão, ocasionando melhores resultados.

Cold chain: cuidados necessários 

O cold chain é uma cadeia de processos que, como um todo, pode ser considerado crítico. É por isso que cada etapa deve ser conduzida seguindo boas práticas e cuidados especiais.

Confira os principais a seguir:

Carga e descarga

Quando falamos da carga e descarga de produtos sensíveis à temperatura, essencialmente falamos de itens que, quando expostos a condições adversas, podem ter suas características afetadas.

É por isso que essas etapas devem ser realizadas o mais rápido possível, reduzindo ao mínimo o tempo de exposição.

Armazenagem

Enquanto armazenados, os produtos devem contar com monitoramento constante e eficaz de temperatura, umidade e por vezes até mesmo iluminação.

Isso quer dizer que os ambientes devem ser preparados e capazes de assegurar as melhores condições para cada família de produtos.

Soluções como o Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS) permitem que você integre todos os processos, da produção até a expedição dos produtos.

Transporte

No caso de transporte, o monitoramento e a visualização em tempo real das condições logísticas são cada vez mais necessários para garantir total controle sobre a cadeia fria.

Nesse caso, ferramentas como o Sistemas de Gestão de Transporte (TMS), possibilitam a visualização completa das suas operações logísticas.

Distribuição e venda

Um ponto final de atenção é justamente o último estágio antes da compra: a distribuição e a venda do produto. É preciso que esse último elo da cadeia de suprimentos seja muito bem assegurado.

As empresas partem dessa etapa e devem garantir que os produtos sejam muito bem mantidos em suas temperaturas ideais até o momento da compra.

Isso requer, muitas vezes, investimentos em refrigeradores, geladeiras, congeladores ou mesmo contêineres para o estoque dos produtos.

Definição de rota na gestão da cold chain

Uma das etapas mais críticas por trás do cold chain é o transporte. É por isso que o planejamento de rotas é tão importante. 

Definir os melhores e mais otimizados caminhos para os motoristas é a garantia de uma entrega segura.

O uso de um roteirizador, por exemplo, ajuda as empresas, pois permite que o setor responsável pela logística encontre as melhores rotas de acordo com a sua demanda.

Assim, é possível reduzir custos logísticos e distâncias, bem como melhorar a eficiência da sua frota

Recursos tecnológicos são fundamentais na cadeia do frio

Um bom cold chain depende de vários fatores estratégicos, mas esse conceito simplesmente não funciona do jeito e na escala necessários sem a tecnologia.

Além de sensores inteligentes e tecnologias de monitoramento, empresas que necessitam da cadeia fria devem investir em recursos inovadores para ampliar seu controle sobre as operações — mesmo à distância.

Outro ponto é o papel dos dados, cada vez mais relevantes na manutenção de uma operação verdadeiramente eficiente.

Sistemas de gestão e tecnologias habilitadas para logística, permitem que você colete dados qualificados de várias fontes — e os cruzem para alcançar insights valiosos para sua operação.

Essas informações capacitam os planejadores logísticos com a qualidade de tomar decisões mais dinâmicas sobre estratégias de transporte.

Suíte Logística da TOTVS

Com a Suíte Logística da TOTVS ao seu lado, seu negócio pode mudar de patamar e implementar a melhor estratégia de cadeia de suprimentos e cold chain do mercado!

Nossos sistemas são voltados para otimizar o planejamento e a execução das operações logísticas de transportadoras, operadores logísticos e portos/recintos alfandegados.

Com processos mais integrados e fluidos, a tecnologia TOTVS garante eficiência na gestão de transportes e de armazenagem, no controle de inventário e picking, na gestão do armazém e muito mais.

É uma ampla gama de funcionalidades para automatizar processos, otimizar recursos logísticos, capacitar sua tomada de decisão e monitorar tudo em tempo real.

Ou seja, mesmo em ambientes críticos, como uma cadeia de frios, você pode gerenciar tudo com olhos atentos e monitorando dados atualizados em tempo real.

Que tal entender mais sobre a Suíte Logística da TOTVS?

Conclusão

O cold chain representa um componente crítico da economia global, garantindo que medicamentos, alimentos e outros produtos essenciais sobrevivam à jornada de seu ponto de origem até o usuário final, sem sacrificar a qualidade ou integridade.

Conforme a demanda evolui, bem como o comportamento dos consumidores e as obrigações regulatórias mudam, é preciso transformar a cadeia do frio.

Com diferentes tecnologias, a ciência de dados e as últimas soluções de monitoramento e gestão, é possível implementar a melhor estratégia de cadeia fria.

Gostou do que aprendeu neste conteúdo? 

Então continue lendo o nosso blog, confira o que é cadeia de valor e a sua importância!

Artigos Relacionados

Deixe aqui seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Usamos cookies para fornecer os recursos e serviços oferecidos em nosso site para melhorar a experência do usuário. Ao continuar navegando neste site, você concorda com o uso destes cookies. Leia nossa Política de Cookies para saber mais.