Transporte dutoviário: as vantagens e o desafio deste modal de transporte para logística

Equipe TOTVS | 06 fevereiro, 2024 - Atualizado em 15 abril, 2024

O transporte dutoviário é um dos modais mais eficientes e seguros para o transporte de cargas líquidas, gasosas ou sólidas. 

Contudo, demanda uma infraestrutura robusta e bastante específica, que, especialmente no Brasil, ainda está longe do ideal para escoamento da produção.

Mesmo com limitações, ainda é uma ótima alternativa que deve estar presente no seu planejamento logístico para otimizar sua operação.

Neste artigo, você vai aprender como funciona esse tipo de transporte, quais são as suas vantagens e desvantagens e como está o cenário do transporte dutoviário nacional.

Ainda vai ver como a Suíte Logística da TOTVS pode te ajudar a gerenciar a sua operação logística de forma integrada e inteligente. Boa leitura.

O que é transporte dutoviário?

O transporte dutoviário é o modal que utiliza dutos, ou seja, tubulações fechadas, para transportar diferentes tipos de cargas, como petróleo, gás natural, água, minério, produtos químicos, entre outros. 

Os dutos podem ser instalados no subsolo, solo, sobre elevações ou até mesmo no fundo do mar, dependendo da origem e do destino da carga.

Sua implementação impõe alguns desafios de infraestrutura, porém com planejamento adequado é possível otimizar bastante o abastecimento de insumos.

Quais as principais características do transporte dutoviário?

Esse modal de transporte apresenta algumas características que o diferenciam dos demais, como:

  • Alta capacidade de transporte: os dutos podem transportar grandes volumes de carga de forma contínua e ininterrupta, sem depender de horários, clima ou trânsito.
  • Baixo custo operacional: os dutos têm baixa necessidade de manutenção e de mão de obra, além de consumir pouca energia para o bombeamento ou compressão das cargas.
  • Baixo impacto ambiental: os dutos evitam o uso de caminhões, navios ou trens, reduzindo a emissão de poluentes e o risco de acidentes ou vazamentos.
  • Alta segurança: os dutos são monitorados por sistemas de controle e automação, que detectam e corrigem eventuais falhas ou anomalias.

Como surgiu o transporte dutoviário?

A história do modal dutoviário remonta ao século XIX, quando os primeiros dutos foram construídos para transportar água e gás. 

Com a descoberta e a exploração do petróleo, os dutos passaram a ser usados para transportar esse recurso energético, que se tornou essencial para a economia mundial. 

Já no século XX, os dutos se expandiram e se diversificaram, passando a transportar também outros tipos de cargas, como minério, produtos químicos e biocombustíveis.

Atualmente, é um modal em constante expansão, que com o avanço tecnológico poderá transportar outros insumos e até passageiros, por meio de iniciativas que visam usar cápsulas fechadas em mecanismos de duto a ar.

Apesar de promissora, ainda estamos distantes desta tecnologia pensando em passageiros, mas para cargas, a tendência é vermos novidades nos próximos anos.

Como funciona o transporte dutoviário?

Seu funcionamento é relativamente simples e demanda um sistema composto por três elementos principais: 

Dutos 

São as tubulações que conduzem as cargas de um ponto a outro. 

Eles podem ser feitos de diferentes materiais, como aço, ferro fundido, plástico ou concreto, dependendo da substância transportada, da pressão e da temperatura. 

Também podem ser revestidos interna ou externamente para evitar a corrosão ou o atrito.

Estações

As estações são as unidades responsáveis pelo bombeamento ou compressão das cargas, mantendo o fluxo e a pressão adequados nos dutos. 

Ainda são responsáveis pelo tratamento, pela medição e pelo controle da qualidade das cargas.

Terminais

Por fim temos os terminais que são os pontos de origem ou de destino das cargas, onde elas são armazenadas, distribuídas ou transferidas para outros modais de transporte. 

Os terminais podem ser portos, refinarias, aeroportos, centros de distribuição, entre outros.

Tipos de transporte dutoviário

Existem algumas classificações de acordo com o tipo de carga transportada, que pode ser líquida, gasosa ou sólida.

A seguir vamos entender as características de cada modalidade:

Transporte de cargas líquidas 

Modalidade de transporte via dutos mais comum e podemos ver no nosso dia a dia por meio do abastecimento de água nas nossas residências.

Outros insumos que usam esse modelo são o transporte de petróleo, derivados,, produtos químicos, biocombustíveis, entre outros. 

Esse tipo de transporte utiliza dutos com diâmetro variável, que podem ser simples ou múltiplos, dependendo da quantidade e da variedade de cargas. 

As cargas líquidas são bombeadas pelas estações, que mantêm a pressão e o fluxo constantes nos dutos.

Transporte de cargas gasosas 

Também presente em várias residências, esse modelo envolve o abastecimento de vários gases, incluindo o de cozinha.

É o modal responsável pelo transporte de gás natural, gás liquefeito de petróleo (GLP), hidrogênio, oxigênio, entre outros. 

Utiliza dutos com diâmetro menor, que podem ser simples ou múltiplos, dependendo da quantidade e da variedade de cargas. 

As cargas gasosas são comprimidas pelas estações, que mantêm a pressão e o fluxo constantes nos dutos.

Transporte de cargas sólidas 

É o menos utilizado dos tipos devido às limitações de material para os dutos e também as distâncias que podem abastecer.

Abrange o transporte de minério, carvão, cimento, grãos, entre outros, e demanda dutos com diâmetro maior, que são simples e exclusivos para cada tipo de carga. 

As cargas sólidas são misturadas com água ou ar, formando uma pasta ou um fluido, que é bombeado ou soprado pelas estações, que mantêm a pressão e o fluxo constantes nos dutos.

Portanto, nem todo tipo de insumo sólido pode se beneficiar desse modal, mas há pesquisas de tecnologias que permitam o uso de cápsulas que aumentaria as possibilidades de transporte via dutos.

Tipos de dutos utilizados

Os dutos utilizados podem ser classificados de acordo com a sua função, que pode ser de transporte, de distribuição ou de coleta.

  • Dutos de transporte são os que conduzem as cargas de longas distâncias, interligando os terminais de origem e de destino. Eles têm maior diâmetro, maior pressão e maior capacidade de carga. Também são chamados de troncos ou malhas;
  • Dutos de distribuição conduzem as cargas de curtas distâncias, interligando os terminais de destino com os pontos de consumo. Eles têm menor diâmetro, menor pressão e menor capacidade de transporte e são chamados de ramais ou redes;
  • Dutos de coleta são os que conduzem as cargas de curtas distâncias, interligando os pontos de produção com os terminais de origem. São menores em diâmetro, usam menos pressão e menos capacidade de transporte. São chamados de coletores ou alimentadores.

Um panorama sobre o transporte dutoviário no Brasil

O modal dutoviário no Brasil é um dos mais desenvolvidos e importantes do mundo, especialmente no que se refere ao transporte de petróleo e gás natural. 

O país possui cerca de 30 mil quilômetros de dutos, que correspondem a 4% da malha dutoviária mundial. 

A maior parte dos dutos brasileiros é operada pela Petrobras, que é responsável por 95% do transporte de petróleo e gás natural no país.

As principais dutovias no Brasil são:

  • Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol): transporta gás natural da Bolívia para o Brasil, atravessando os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ele tem cerca de 3 mil quilômetros de extensão e capacidade de transporte de 30 milhões de metros cúbicos por dia;
  • Oleoduto São Paulo-Brasília (Osbra): transporta derivados de petróleo de São Paulo para Brasília, passando pelos estados de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. Tem cerca de 1,3 mil quilômetros de extensão e capacidade de transporte de 5,5 milhões de litros por dia;
  • Mineroduto Minas-Rio: carrega minério de ferro de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, passando pelo estado do Espírito Santo. Possui cerca de 530 quilômetros de extensão e capacidade de transporte de 26,5 milhões de toneladas por ano.

Vantagens e desvantagens do transporte dutoviário

Esse modal apresenta vantagens e desvantagens em relação aos outros modais de transporte, que devem ser considerados na hora de planejar e gerenciar a logística de uma empresa. 

Veja a seguir alguns pontos positivos e negativos desse tipo de transporte.

Vantagens

  • Economia: tem baixo custo operacional, pois consome pouca energia, requer pouca manutenção e dispensa mão de obra. Além disso, ele evita perdas de carga por evaporação, vazamento ou roubo;
  • Eficiência: possui alta capacidade de transporte, pois pode transportar grandes volumes de carga de forma contínua e ininterrupta;
  • Ininterruptibilidade: não depende de horários, clima ou trânsito, podendo operar 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem interrupções ou atrasos.
  • Sustentabilidade: o transporte dutoviário reduz a emissão de poluentes e o consumo de combustíveis fósseis, contribuindo para a preservação do meio ambiente e a mitigação das mudanças climáticas.

Desvantagens

  • Rigidez: o transporte dutoviário tem baixa flexibilidade, pois depende de uma infraestrutura fixa e específica, que não pode ser alterada ou adaptada facilmente. Além disso, ele tem baixa capilaridade, pois não atinge todas as regiões ou mercados potenciais;
  • Investimento: demanda alto custo inicial, pois requer a construção e a instalação de dutos, estações e terminais, que demandam tempo, recursos e licenças ambientais. Também tem alto custo de oportunidade, pois ocupa áreas que poderiam ser usadas para outros fins;
  • Risco: Há um alto risco operacional no transporte dutoviário, pois está sujeito a falhas, acidentes ou sabotagens, que podem causar danos ambientais, sociais ou econômicos. Outro ponto é a regulação, pois depende de normas, leis e contratos, que podem mudar ou ser contestados.

Os custos do sistema dutoviário

O sistema dutoviário envolve custos de implantação, operação e manutenção, que variam de acordo com o tipo de carga, tipo de duto, distância, topografia,  legislação, entre outros fatores. 

De forma geral, os custos do sistema dutoviário podem ser divididos em:

Custos fixos 

São os custos que não dependem do volume ou da frequência de transporte, como os custos de construção, instalação, depreciação, administração, seguros, de impostos, entre outros. 

Representam a maior parte dos custos do sistema dutoviário, sendo amortizados ao longo do tempo.

Custos variáveis 

Dependem do volume ou da frequência de transporte, como os custos de energia, de mão de obra, de manutenção, de limpeza, de reparos e afins. 

Eles representam uma parcela menor dos custos do sistema dutoviário, sendo influenciados pela demanda e pela oferta.

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Conclusão

O transporte dutoviário é um dos modais mais eficientes e seguros para o transporte de cargas líquidas, gasosas ou sólidas. 

Ele apresenta vantagens como a economia, eficiência, ininterruptibilidade e  sustentabilidade, mas também desvantagens como a rigidez, alto investimento e o risco. 

Ainda assim, no Brasil temos um dos mais desenvolvidos e importantes sistemas dutoviários do mundo, especialmente no que se refere ao transporte de petróleo e gás natural. 

Sendo assim, é uma opção a ser considerada no planejamento, levando em consideração todos os pontos que abordamos ao longo do conteúdo.

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