Você conhece a profissão de embarcador? Se deseja seguir carreira dentro da área de gestão de transportes e cargas, esse cargo não deve ser uma novidade, não é mesmo?
O embarcador é um profissional muito importante para a eficiência de operações logísticas nas empresas e tem um papel fundamental para garantir a organização e cumprimento de entregas sem atrasos e prejuízos às cargas transportadas.
Existe uma série de responsabilidades, documentos e habilidades necessárias para executar a função. No texto a seguir, explicamos mais sobre como ser um embarcador, salário e outras dicas. Confira!
O que é embarcador? Quais são suas principais funções?
O embarcador é o profissional responsável por contratar e organizar o transporte de mercadorias, assumindo a responsabilidade de garantir que uma carga chegue ao seu destino sem nenhum acidente, imprevisto ou infortúnio.
Esse profissional também deve lidar com todos os documentos envolvidos no procedimento de transporte para que não ocorram complicações durante o envio da carga, como o DACTE, a nota fiscal, o termo de conhecimento de embarque e o CTe.
Além disso, os embarcadores também são responsáveis por embalar e identificar as mercadorias, ou seja, esse trabalhador está envolvido no empacotamento e transporte de mercadorias de um local para o outro.
Caso a carga não seja embalada e rotulada da maneira correta, a pessoa que irá receber o pacote terá dificuldades em entender o conteúdo da carga.
Isso pode causar sérios problemas, então é fundamental que os embarcadores rotulem as cargas adequadamente para evitar confusões.
Qual a diferença entre transportador e embarcador?
Como vimos, o embarcador é o responsável por fazer todos os trâmites envolvidos com o transporte de mercadorias, o que envolve tanto a atividade de mover as cargas, quanto a emissão de documentos importantes para que o pacote siga viagem.
O transportador, por sua vez, é quem realiza de fato a movimentação da carga. Esse profissional tem a responsabilidade de contratar o seguro e emitir outros documentos, como o CTe (Conhecimento de Transporte eletrônico), o MDF (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais) e o CIOT (Código Identificador de Operações de Transporte).
Embarcador e operador logístico são a mesma coisa?
Como vimos anteriormente, o embarcador é o “dono” das mercadorias que precisam ser deslocadas de um ponto para outro, enquanto o transportador é o profissional que realizará esse transporte de fato do ponto A ao ponto B.
O operador logístico, por sua vez, é uma empresa ou profissional especializado que, além do transporte propriamente dito, também gerencia a armazenagem, separação e manuseio da embalagem, sendo, na maior parte das vezes, contratados pelos embarcadores.
Hoje em dia, graças à segmentação, as empresas têm optado cada vez mais por terceirizar os seus serviços com empresas especializadas, ou seja, outras organizações assumem a responsabilidade — mediante contratos — de levar os itens do embarcador para o cliente final, bem como o cumprimento de todas as obrigações legais.
Operadores logísticos, portanto, são empresas ou profissionais que aportam recursos em soluções como o planejamento de rotas, gestão de fretes e outros serviços de modo que consigam realizar a operação de transporte cumprindo as obrigações fiscais.
Documentos fiscais que o embarcador precisa conhecer
Os embarcadores precisam conhecer uma série de documentos importantes para que o transporte de cargas ocorra dentro da legalidade. Confira a seguir os principais documentos que fazem parte do dia a dia desse profissional:
Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDFe)
Um dos principais documentos que o embarcador precisa conhecer é o MDFe. Esse é um dos principais usados no setor do transporte, pois é nele que as informações da NFe e CTe são centralizadas.
A emissão do Manifesto Eletrônico é obrigatório para todos os tipos de operações de transporte de carga, por isso é essencial o conhecimento sobre o documento para esse profissional.
Vale destacar que a responsabilidade de emitir o MDFe pode ser dividida em duas formas. Se for pelo transportador autônomo contratado é obrigação do embarcador.
Mas no caso de uma transportadora como empresa contratada, é ela quem deve emitir o documento.
Nesse caso, o embarcador deve enviar o arquivo XML de NFe, para que seja mais fácil fazer a leitura das informações contidas na nota fiscal.
A transportadora também deve solicitar do embarcador o CTE, se ele for o responsável por emitir esse documento.
CIOT
Outro documento importante para o dia a dia dos embarcadores é o CIOT, ou Código Identificador da Operação de Transporte, que foi criado em 2011 pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
Esse código tem o objetivo de regulamentar o pagamento do valor de frete referente à prestação de serviço de transporte realizado por profissionais autônomos, ou seja, trata-se de uma série de números que é obtida após o cadastro da operação no sistema da ANTT.
O embarcador também é o responsável por gerar o CIOT, logo, é necessário que o embarcador entre em contato com uma instituição de Pagamento Eletrônico de Frete (PEF) para cadastrar a operação na ANTT, gerar o CIOT e inserir o código no campo do MDFe caso o contratado seja autônomo.
Conhecimento de Transporte eletrônico (CTe)
O CTe, ou Conhecimento de Transporte eletrônico, é um documento fiscal que serve para registrar as informações de prestação de serviços de transporte de cargas realizadas no Brasil.
Por esse motivo, as empresas que transportam os próprios produtos em veículos da empresa não são obrigadas a emitir esse documento.
O CTe deve, portanto, ser emitido em todos os fretes que são realizados entre municípios ou entre estados da federação brasileira, e a sua emissão vale para os modais rodoviário, aéreo, ferroviário, aquaviário e dutoviário.
A responsabilidade pela emissão desses documentos é do embarcador, mas, mesmo assim, é muito comum que hoje em dia os próprios transportadores realizem esse procedimento.
Mas mesmo que seja um costume das transportadoras emitir esse documento, a responsabilidade ainda é do embarcador, que deve exigir a emissão desse documento em todos os fretes contratados.
Nota Fiscal eletrônica (NFe)
A Nota Fiscal Eletrônica (NFe) é um dos principais documentos que o embarcador precisa emitir durante o seu dia a dia.
Esse documento tem como finalidade registrar as mercadorias ou a prestação de serviços que foram vendidas dentro do campo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e é a partir das informações contidas na NFe e outros documentos que os fiscais conseguem realizar o seu trabalho e garantir que o transporte é legal.
O responsável pela emissão da nota fiscal é o proprietário da mercadoria ou a empresa que contratou a transportadora, ou seja, o embarcador.
Ela é obrigatória durante o transporte da mercadoria, mas é exigida somente em alguns estados. Por isso, é fundamental consultar a legislação de cada estado da federação sobre a exigência desse documento para evitar problemas maiores durante o transporte.
Se você deseja emitir uma NFe, basta credenciar a sua empresa na Secretaria da Fazenda da sua região e ter um certificado digital que possua o CNPJ da sua empresa.
Pagamento Eletrônico de Frete (PEF)
Como vimos há alguns tópicos, os embarcadores precisam entrar em contato com uma instituição de PEF para cadastrar a operação no sistema da ANTT.
Mas, além disso, o Pagamento Eletrônico de Frete também é usado pelo embarcador para fazer o pagamento do serviço de transporte aos profissionais autônomos.
No caso de transportadoras e cooperativas, devido à lei do CIOT para todos, o pagamento do serviço por meio PEF é facultativo.
Assim, sempre que os embarcadores contratarem um autônomo, é necessário registrar o pagamento do frete de modo eletrônico.
Isso deve ser feito por meio de uma Instituição de Pagamento de Frete Eletrônico (IPEF) ou de um sistema TMS integrado à IPEF no caso de transportadoras que contratam autônomos.
Seguro
Dentro da operação logística, também é necessário fazer a contratação de seguro de cargas, sendo a opção mais comum o seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga (RCTR-C), que previne a empresa dos possíveis danos à mercadoria que está sendo transportada.
Esse tipo de seguro é obrigatório e deve ser contratado pelas transportadoras, mas o embarcador também pode fazer a contratação do serviço.
Para o embarcador, o seguro de cargas pode prevenir danos e perdas em casos de acidentes, roubos e avarias, além de casos de cargas paradas em zonas portuárias e aeroportos.
Embarque da mercadoria
Por fim, a profissão de embarcador também exige que o profissional faça um bom planejamento de embarque da mercadoria, uma vez que existem diversas normas sobre o peso máximo que um veículo pode carregar durante o transporte de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Quando o peso máximo é extrapolado, se isso for identificado em uma eventual fiscalização nas estradas, é gerada uma multa que pode ser aplicada ao transportador, sendo que o embarcador também pode ser punido, uma vez que tem ciência de que o peso da mercadoria no veículo não condiz com o valor declarado na nota e em outros documentos fiscais.
Dependendo do tamanho do problema, pode acontecer até mesmo da carga ser apreendida e o transporte interrompido, pois trata-se de uma questão de segurança nas estradas.
Nos casos de carga fracionada, ou seja, em que o embarcador desconhece o peso total da mercadoria transportada, a multa vai apenas para o transportador.
Qual é o salário de um embarcador?
Os salários dos profissionais que trabalham como embarcadores podem variar de R$1.800,00 a R$3.000,00 dependendo da empresa, da região e do grau de experiência.
Mas, em média, o salário desse trabalhador no Brasil é de R$2.373,00.
Que curso fazer para se tornar um embarcador?
A formação mais comum para atuar na área é a partir da graduação em Administração, mas existem também outras formações complementares que ajudam o profissional a se desenvolver melhor no setor, como os cursos de especialização em gestão de transportes e cargas.
A tecnologia como aliada nos processos logísticos
No mundo de hoje, a tecnologia é uma aliada indispensável para empresas que precisam lidar com processos logísticos no dia a dia das suas operações.
Conforme a tecnologia avança, cada vez mais recursos estão disponíveis para agilizar o gerenciamento do transporte de cargas e melhorar os prazos de entrega.
Os sistemas informatizados de inventário, por exemplo, permitem que as empresas controlem rapidamente o que seus armazéns contêm a qualquer momento, o que por sua vez lhes permite otimizar seus processos de carregamento e reduzir erros devido à rotulagem errada.
As prateleiras inteligentes também são um grande trunfo quando se trata de coleta automática e precisa de pedidos; estes sistemas funcionam com leitores de código de barras ou etiquetas de inventário que permitem que um sistema de IA recomende a rota mais eficiente para cada pedido.
Com todas estas ferramentas tecnológicas à mão, as empresas de logística podem enviar com segurança suas cargas em prazos mais curtos com menor probabilidade de erro e maior precisão e qualidade de serviço – em última análise, levando-as a um maior sucesso neste campo.
TOTVS Frete Embarcador
O TOTVS Frete Embarcador é uma solução voltada para o gerenciamento da contratação de frete e todas as etapas envolvidas nesse processo.
Com o nosso sistema, a sua empresa ganha muito mais rapidez, precisão e eficiência para a troca de informações com os prestadores de serviços da sua lista de contatos.
Dessa forma, a sua empresa consegue gerenciar o status de cada carga sendo transportada, dados sobre cada transportadora ou prestador de serviços independente do modal utilizado.
Nosso sistema pode ser contratado por meio de licenciamento ou assinatura, rodando em nuvem ou em servidores próprios da sua empresa.
O TOTVS Frete Embarcador permite avaliar todos os indicadores operacionais da contratação de frete, como tempo de entrega, número de ocorrências, entre outros.
Dessa forma, você pode medir as performances de cada prestador de serviço contratado e, assim, melhorar a eficiência da sua rede de fornecedores.
Além disso, o sistema também permite realizar a gestão de custos, que permite controlar todas as despesas associadas à terceirização do transporte.
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Conclusão
O setor de transportes é um dos mais aquecidos da atualidade e com uma alta demanda de profissionais qualificados para garantir entregas ágeis e de qualidade. A profissão de embarcador é uma das possibilidades de quem deseja entrar para o segmento.
Se você deseja seguir na profissão, o primeiro passo é justamente começar a se aprofundar sobre como funcionam as empresas de logística, quais os documentos obrigatórios que serão parte do seu dia a dia e também quais são as habilidades para crescer no cargo.
Agora que você já conhece o que faz um embarcador, confira também como é a rotina dos profissionais que trabalham com gestão de transportes.
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