Transporte de alimentos: os cuidados, desafios e as soluções para otimizar a logística desse processo

Equipe TOTVS | 14 dezembro, 2023

Transportar alimentos requer muito planejamento e preparação, ainda mais quando se tratam de perecíveis.

A seleção do veículo adequado, bem como atender as medidas de segurança são pontos vitais para o sucesso dessa operação.

Por se tratar de procedimentos cheios de particularidades, preparamos esse conteúdo para ser um guia definitivo quanto a logística de transporte de alimentos. 

Além da parte prática da acomodação das mercadorias, vamos abordar também como a tecnologia pode ajudar nesse processo delicado. Boa leitura.

Como é feito o transporte de alimentos no Brasil?

O Brasil é um país de proporções continentais e quem está na logística sabe como esse é um dos maiores desafios.

Imagina então quando o assunto envolve alimentos, que precisam de acomodação específica, e por vezes até refrigeração.

Sem dúvidas, uma logística eficiente é o que viabiliza toda essa categoria de transportes, por isso é uma área de constante aprimoramento. 

Geograficamente temos desafios na cadeia de produção, já que no caso do agronegócio os pontos produtivos ficam no campo.

Por outro lado, a distribuição se dá nos centros urbanos, então de cara já é preciso considerar essa etapa primária do transporte.

Essa disposição geográfica implica em vários agentes envolvidos na cadeia de produção.

São produtores, empresários, distribuidores e outros intermediários que tornam a logística para transportar alimentos algo bem complexo.

Quando colocamos nessa equação as cargas perecíveis que precisam ser refrigeradas, outros problemas surgem.

Ainda mais no clima tropical brasileiro, onde o calor é alto, manter a temperatura adequada é fundamental para preservar a qualidade.

Entretanto, o setor de agronegócio é um dos pilares da economia nacional, por isso, mesmo com tantos desafios, a nossa logística de transporte de alimentos é bastante eficiente.

Obviamente que sempre há espaço para melhoria, afinal, o desperdício ainda é um grande revés presente na atuação.

Investimentos públicos e o esforço conjunto da iniciativa privada estão sendo aplicados a fim de otimizar esses processos logísticos no Brasil.

Quais são os tipos de transporte de alimentos?

Podemos dividir em dois grandes grupos, que podem apresentar subdivisões, são eles: o transporte de alimentos perecíveis e os não perecíveis.

Entender quais as características de cada um é fundamental para o planejamento de rotas e de quais veículos utilizar.

Transporte de alimentos perecíveis

transporte de alimentos perecíveis

Esse é o modelo de transporte mais rigoroso por motivos óbvios: a carga pode estragar rapidamente.

Por isso mesmo a regulação e fiscalização é criteriosa, e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é quem define esses critérios.

De acordo com a entidade, produtos perecíveis são alimentos in natura, produtos preparados para consumo e semi preparados.

Consideram a natureza e/ou composição do alimento e as condições específicas de temperatura e conservação.

Alguns exemplos de produtos alimentícios perecíveis são:

  • Ovos e subprodutos;
  • Congelados;
  • Leite e seus derivados (margarina, queijos, requeijão etc…);
  • Frutos do mar frescos;
  • Legumes e frutas;
  • Carnes, peixes, aves.

Desses exemplos, alguns vão demandar um subtipo de transporte que é o refrigerado, e falaremos melhor sobre isso em um tópico adiante.

Os itens da legislação tem como objetivo evitar que microrganismos se proliferem sobre os alimentos, então, controlar a temperatura, higiene e tempo máximo da viagem é vital.

Outro ponto é a armazenagem de alimentos com outros materiais que não é permitida caso a substância represente algum risco à integridade da carga alimentícia.

Transporte de alimentos não perecíveis

Os alimentos não perecíveis demandam um pouco menos de cuidados, portanto é um transporte mais simples em comparação com o anterior.

A condição natural dessa mercadoria aguenta transportes longos sem perder as suas propriedades.

Geralmente tratam-se de industrializados com embalagens resistentes e prazos de validade mais longos.

Insumos do dia a dia como arroz, biscoitos, leite em pó e afins, devido a sua consistência seca, podem ser armazenados mais facilmente e não é preciso controle de temperatura.

O cuidado a ter nesse ponto é com relação ao empilhamento máximo que varia de cada alimento e de suas embalagens

Essas informações precisam estar nas caixas e também discriminadas nas documentações.

Os requisitos para esse tipo de transporte são mais relacionados a documentação, já que a carga será fiscalizada ao longo do trajeto.

Vale lembrar que os produtos não perecíveis também tem um prazo de validade, mesmo que mais longos, então fique atento às datas de vencimentos de cada item.

O que diz a legislação sobre o transporte de alimentos?

Como vimos, para perecíveis a legislação é bem mais detalhada, com várias regras específicas para conservação dos alimentos.

A regulação desse tipo de transporte é feita pela Anvisa e pode ser consultada na portaria nº 326.

O destaque dentre as regras fica para o controle de temperatura, higiene e tempo da viagem.

Nosso país tem clima tropical, ou seja, quente e úmido, o que é um deleite para reprodução de microrganismos.

Portanto, esse controle da temperatura interior dos veículos é fundamental para que cargas perecíveis não sejam arruinadas.

As cargas alimentícias também não devem ser transportadas ao lado de componentes químicos que possam contaminar os produtos.

Por fim, é preciso fazer a acomodação correta dos alimentos, com a devida fixação, e o veículo deve ter avisos nas laterais informando o conteúdo transportado.

Quem fiscaliza o transporte de alimentos?

A maioria das fiscalizações relacionadas ao transporte de alimentos estão sob a jurisdição da Anvisa.

Essa instituição regula o bom estado de alimentos, remédios, insumos hospitalares, entre outros itens.

A sua função é garantir que o que seja comercializado esteja de fato próprio para o consumo, regulando inclusive a quantidade de agrotóxicos presentes nos alimentos.

O órgão conta com vários agentes e postos espalhados pelas rodovias para que as verificações possam ser efetuadas.

Durante a fiscalização, os agentes da vigilância sanitária federal irão analisar todos esses pontos que já mencionamos ao longo do conteúdo.

Além da Anvisa, há outros órgãos que fazem um trabalho ativo na fiscalização de cargas de alimentos.

O Procon é um desses órgãos que podem ser acionados pelos consumidores caso encontrem alguma irregularidade no produto.

8 boas práticas para o transporte de alimentos

boas práticas para o transporte de alimentos

Seguir o que determina a legislação é um bom começo para que o transporte de alimentos seja bem sucedido.

No entanto, podemos citar outras boas práticas que vão assegurar a qualidade dos produtos alimentícios durante o traslado.

Considere esses pontos abordados e aplique na sua operação logística na etapa de planejamento para evitar surpresas.

1. Escolha o veículo adequado

Existem vários modelos de veículos para o transporte de produtos alimentícios tanto perecíveis quanto não perecíveis.

Uma frota flexível dá às empresas de transporte maior capacidade de absorver as várias demandas do setor.

Quanto mais adaptado ao tipo de transporte for o caminhão, maiores serão as chances de sucesso do procedimento.

Porém é importante considerar que esse tipo de caminhão vai demandar manutenções preventivas, pois qualquer mau funcionamento pode comprometer a carga.

Principalmente no caso de produtos que precisam ser refrigerados, é vital investir em veículos de qualidade, com a vedação correta e controle preciso.

Para alguns tipos de mercadorias, a variação de poucos graus na temperatura pode ser muito prejudicial.

Certifique também que o manuseio seja feito com os equipamentos e proteções adequadas.

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2. Cuide da documentação da carga

O transporte irá passar por fiscalização ao longo da rota e disso você já sabe.

Portanto, é fundamental estar com as documentações sempre à mão para que o processo seja mais ágil.

Além de notas fiscais, é necessário a apresentação da documentação sobre frete onde constam as informações sobre empilhamento máximo e outros detalhes da carga.

3. Siga as recomendações sanitárias

Entenda que para ficar dentro das normas sanitárias é preciso tomar as precauções quanto à integridade da carga.

A má acomodação da mercadoria é um dos principais riscos, por isso organize as cargas no veículo de forma adequada.

Isso quer dizer ter espaço para circulação de ar e vedação adequada para que a temperatura se mantenha amena.

Para produtos refrigerados as especificações vão além, por conta da proliferação bacteriana.

4. Atente-se à data de validade dos produtos

Novamente, produtos não perecíveis podem ter data de validade e isso deve ser claro antes do transporte.

Imagine que determinado produto está com vencimento daqui dois meses, e até chegar ao ponto de venda vai levar 15 dias em transporte.

Ao chegar no estabelecimento, até que passe pelos procedimentos internos, pode ser que esse produto chegue à prateleira com pouco mais de 1 mês antes do vencimento.

As chances dessa mercadoria ficar parada na prateleira e passar da data de validade são enormes.

Nesse ponto, o controle logístico e de estoque é imprescindível, portanto busque tecnologias para otimizar essa gestão. 

5. Verifique as etiquetas dos alimentos

Verifique se os rótulos dos alimentos estão adequados e se informam as condições ideais de armazenamento e validade.

Caso os volumes menores estejam acomodados em caixa, é importante que esta tenha etiquetas que trazem essas informações para fácil visualização.

Isso contribui para que a fiscalização seja mais célere, assim como facilita a organização dos produtos e a roteirização das entregas.

A Anvisa exige uma padronização de como essas informações devem ser dispostas, por isso consulte o regulamento do órgão.

De forma resumida, os rótulos devem estar legíveis, em bom estado e sem manchas. 

Quaisquer irregularidades nesse sentido precisam ser corrigidas, do contrário a fiscalização pode barrar tais produtos.

6. Cuidado com o empilhamento das embalagens

Nem todos os alimentos podem ser empilhados de qualquer forma e possuem limites de unidades sobrepostas.

Uma estrutura de caixas pode colapsar após um determinado número, por exemplo, então é importante ter essa informação acessível facilmente.

Essa questão pode gerar um desafio, já que pilhas pequenas acabam deixando um espaço vazio no veículo.

A solução é trabalhar com prateleiras, assim não é necessário exceder o número do empilhamento e otimizar o espaço disponível.

Com base em dados de transportes e informações dos caminhões é possível fazer essa organização já no planejamento.

Dessa forma a acomodação será feita sem que sobrem muitos espaços vazios.

Dê bastante atenção a essa questão, pois embalagens danificadas podem gerar prejuízos para o negócio.

7. Cuidado com a temperatura durante o trajeto

transporte de alimentos: temperatura no trajeto

Conforme prometido, vamos falar um pouco mais sobre temperatura, especificamente sobre refrigeração.

Alguns produtos perecíveis precisam de um sistema de refrigeração eficiente para manter a integridade do alimento.

Outros vão além e precisam de congelamento, ou seja, transporte em temperatura ainda mais baixa.

As carnes são um bom exemplo desse tipo de transporte, já que é dos produtos que o Brasil mais produz e exporta.

A Anvisa tem também um guia de temperatura para os tipos de alimentos como veremos abaixo:

  • Rapidamente congelados deve ficar abaixo de 18º C;
  • Resfriados ficam abaixo de 10º C;
  • Congelados devem ser transportados abaixo de 8ºC.

Nesse caso os caminhões precisam ser devidamente preparados para tal atividade, sempre com uso de materiais impermeáveis, lisos e laváveis em prol da manutenção da higiene.

8. Faça um bom rastreamento da carga

O rastreamento de cargas alimentícias é cada vez mais importante para garantir a integridade das mercadorias.

Esse acompanhamento em tempo real é o que permite refinar os transportes futuros e até contornar eventuais obstáculos que surjam ao longo do trajeto.

O controle do tempo da entrega também é otimizado com o rastreamento, por isso é muito indicado para esse tipo de transporte de carga.

Como evitar o desperdício de alimentos no transporte?

Segundo dados da agência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, cerca de 54% do desperdício alimentar mundial ocorre no início da cadeia produtiva.

Em outras palavras, durante a colheita, manipulação e armazenagem muito da mercadoria se perde.

A distribuição é a responsável pelos outros 46% de desperdício, junto com processamento e o consumo.

Na parte de transportes especificamente, muitos alimentos são perdidos por conta de má acomodação, temperaturas inadequadas, acidentes, tombamentos, derramamentos e afins.

Uma logística bem planejada é o principal caminho para reduzir esse problema.

Integrar todos os processos da cadeia de suprimentos e fazer uma gestão tecnológica dá a visão ampla do processo para corrigir esses pontos de desperdício.

Qual o CNAE para transporte de alimentos?

Para transporte de alimentos o CNAE específico é o 4930202: Transporte de Carga, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal, interestadual e internacional.

Segundo a legislação atual, até MEIs podem exercer esse trabalho e obter esse CNAE.

TOTVS Planejamento de Rotas

Com tudo que foi abordado nesse conteúdo, ficou claro que o sucesso das operações de transporte de alimentos passa pelo planejamento.

Otimizar as rotas, controlar os níveis de estoque, rastrear os caminhões entre outros recursos, é o que é preciso para a excelência do processo.

No TOTVS Planejamento de Rotas você encontra isso e muito mais para a gestão eficiente da cadeia de suprimentos.

Com nosso software de gestão, você acompanha o processo de ponta a ponta e organiza as entregas respeitando todos os critérios citados.

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Conclusão

O transporte de alimentos é uma das atividades fundamentais da economia. É basicamente o procedimento que coloca comida na nossa mesa.

Para que esse alimento chegue com qualidade às casas dos brasileiros, vários cuidados são necessários e critérios precisam ser atendidos.

A logística eficiente é primordial, desde os primeiros momentos da cadeia de suprimentos. 

Um bom otimizador de rotas facilita esse processo, por isso vale a pena saber mais sobre o assunto.

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