Produção de carne no Brasil: panorama, tendências e como crescer no setor

Equipe TOTVS | 06 maio, 2022

A produção de carne no Brasil é um dos pilares da agropecuária, bem como um dos carros-fortes da economia. Famoso em todo o mundo pelo volume, qualidade e diversidade de produtos bovinos, suínos e de aves, o segmento representa um enorme desafio para as empresas que nele estão inseridas, buscando ser bem-sucedidas.

Para quem depende do setor, seja no mercado nacional ou internacional, conhecer o panorama brasileiro, os desafios que cercam sua atuação, bem como as tendências a vir, é essencial.

A fim de ajudar você a se aprofundar no assunto e aprender mais sobre a produção de carne no Brasil, criamos um guia completo. Que tal mergulhar no tema?

É só seguir a leitura conosco!

Um panorama sobre a produção de carne no Brasil nos últimos anos

A atividade de produção de carne no Brasil, na prática, envolve a pecuária e suas diferentes cadeias produtivas. Ou seja, falamos tanto da criação e venda de animais para produção de alimentos, como também da pecuária de corte, por exemplo.

Por conta de vários fatores, como suas dimensões continentais e o clima tropical, o Brasil cresceu até se tornar um dos principais e maiores produtores pecuários do mundo.

De acordo com dados do portal Agro Saber, a produção de carne no Brasil em 2021 corresponderia a 17% do volume total produzido no mundo, ao menos em relação à carne bovina.

De um volume esperado para o ano de mais de 61 milhões de toneladas, só o Brasil produziu cerca de 10,4 milhões.

Agora, conforme dados do Beef Report 2021, o segmento da pecuária de corte cresceu 20,8% em 2020, movimentando mais de R$ 747 bilhões — o que representou cerca de 10% do PIB daquele ano.

Qual o ranking por estado da produção de carne bovina no Brasil?

O ranking de produção de carne bovina no Brasil, por estado, é liderado pelo Mato Grosso há alguns anos.

De acordo com o Beef Report de 2020, a lista é a seguinte (conta com dados de 2019):

  1. Mato Grosso: 25 milhões de cabeças, 14,08% do total brasileiro;
  2. Minas Gerais: 20 milhões de cabeças, 11,33% do total brasileiro;
  3. Mato Grosso do Sul: 20 milhões de cabeças, 11,28% do total brasileiro;
  4. Goiás: 18 milhões de cabeças, 10,01% do total brasileiro;
  5. Pará: 15 milhões de cabeças, 8,31% do total brasileiro;
  6. Rio Grande do Sul: 12 milhões de cabeças, 6,63% do total brasileiro;
  7. Rondônia: 10 milhões de cabeças, 5,69% do total brasileiro;
  8. Paraná: 8 milhões de cabeças, 4,86% do total brasileiro;
  9. São Paulo: 8 milhões de cabeças, 4,82% do total brasileiro;
  10. Bahia: 8 milhões de cabeças, 4,73% do total brasileiro.

Qual é o maior produtor de carne do Brasil?

O maior produtor de carne do Brasil é o estado do Mato Grosso.

De acordo com matéria do Canal do Boi, que reuniu dados do IBGE, o estado já tinha em 2021 mais de 32 milhões de cabeças, seguido de Goiás (23,6 milhões de cabeças) e do Pará (22,3 milhões de cabeças).

Entre os municípios, o maior destaque já há alguns anos é São Félix do Xingu (PA), com mais de 2,3 milhões de cabeças.

Qual é o maior produtor de carne bovina do mundo?

De acordo com dados do Beef Report 2021, o maior produtor de carne bovina do mundo foi a Índia, cuja produção sozinha representou 18,4% do total mundial.

Nesse ranking, o Brasil ficou em segundo, com 11,5%.

Se considerarmos bovinos e bubalinos (a família dos búfalos), quem toma o topo são os Estados Unidos, com 17,4%. Nesse levantamento, o Brasil continua em segundo, com 14,3%.

O Brasil, no entanto, foi o maior exportador em 2020, com 2,69 milhões de TEC (Toneladas Equivalente Carcaças).

Vale ainda ressaltar que o Brasil foi, ainda em 2020, responsável por mais de 50% das importações de carne bovina e bubalina da China — que, à época, era o maior importador do mundo.

Como funciona a cadeia de produção de carne no Brasil?

A cadeia produtiva da carne é parte de um ecossistema extremamente volátil, competitivo e volumoso. Além de milhares de oportunidades de negócios em terras brasileiras, falamos de um importante mercado exportador.

Em geral, temos vários participantes, como empresas de insumos, produtores, empresas do mercado de reposição e lã, mercado interno (abatedouros/frigoríficos), distribuidores, varejos, restaurantes e o consumidor final.

Aqui, destacam-se tanto os grandes produtores, como os de pequeno porte. As barreiras de entrada nesse mercado não são tão complexas, o que permite a proliferação de competidores.

Além disso, lembre-se de que existem significativos players internacionais na jogada. A cada ano que passa, países como a Índia vem se tornando mais relevantes no mercado de produção de carne.

Nesse quesito, o Brasil ainda se beneficia da diversidade de seus rebanhos, que contam com alto investimento em genética e qualidade do produto final.

Vale também ressaltar que existem várias ameaças ao mercado da carne, como a indústria de produtos substitutos, empurrados por uma mudança nos costumes e na cultura alimentar de pessoas por todo o mundo.

Outro ponto que marca esse mercado, especialmente o brasileiro, é o peso da indústria de suplementação do gado, que concentra altos gastos.

Os maiores desafios na produção de carne no Brasil

Crescer no mercado de produção de carne no Brasil é uma jornada repleta de obstáculos.

Para que as empresas do país assegurem seu lugar de protagonista e consolidem a liderança no ranking de vendas externas, bem como rumem para o crescimento interno, é necessário vencer alguns desafios.

Mas quais são eles? Explicamos para você a seguir:

Grau de exigência do consumidor

Um dos principais desafios para que pequenos produtores vislumbrem uma ascensão, bem como para que os grandes se tornem ainda mais presentes, é prezar pela qualidade dos produtos.

Cada vez mais, o consumidor médio aprende mais sobre produtos e cortes diferenciados, o que aumenta seu portfólio de preferências.

O mesmo acontece com a expansão dos mercados internacionais, como de países asiáticos — com seus próprios padrões e costumes.

Nessa movimentação, vai se destacar aquele que conseguir equiparar a qualidade de seus produtos com o grau de exigência do consumidor final.

Além disso, falamos de detalhes que vão além do produto final, como a exigência de melhores cuidados aos animais.

Entraves logísticos

O supply chain é outro ponto a que as empresas devem se atentar, já que a disputa pelo protagonismo logístico também favorece os negócios.

Mais especificamente, falamos do cold chain, a cadeia de suprimentos própria de produtos sensíveis à temperatura.

Além de depender de uma excelente roteirização, as empresas do setor também precisam praticar cuidados específicos e possuir uma infraestrutura capacitada.

Entre os passos que devem ser supervisionados, podemos mencionar:

  • Armazenamento
  • Embalagem
  • Monitoramento
  • Transporte
  • Desembaraço alfandegário
  • Manuseio dos produtos
  • Entrega

Questões ambientais

A atividade pecuária é também uma das com maior potencial de impactar o meio ambiente.

E esse ponto preocupa a muitos — consumidores, empresas e governos — que tentam tornar o mundo e suas cadeias produtivas mais adeptas da sustentabilidade.

Investir em tecnologia pode ser uma das melhores saídas, como nas soluções de tecnologia verde, sistemas de gestão para pastagens, software de nutrição animal, melhores técnicas de confinamento de gado, bem como o uso de opções de bioenergia, como alternativa para o consumo de luz elétrica.

Padrões sanitários

Apesar de não ter relação direta, a pandemia tornou as relações de comércio internacional mais complexas, para dizer o mínimo.

E, conforme os consumidores aumentam sua exigência, governos e empresas fazem o mesmo, buscando que produtores sigam padrões sanitários cada vez mais elevados.

É por isso que apostar em uma boa suplementação, bem como exercer a correta vacinação dos animais e aprimorar sua cadeia produtiva é tão essencial.

Bem-estar animal

Outro ponto, em relação às novas exigências dos consumidores, são detalhes que vão além do produto final, como a exigência de melhores cuidados aos animais.

Falamos tanto dos cuidados na criação dos animais, como também em sua logística de transporte.

É algo com que a rastreabilidade de alimentos pode contribuir, permitindo que produtores e fiscalizadores (e demais players da cadeia alimentar) acompanhem cada etapa produtiva.

Custos de nutrição animal

Por fim, como mencionamos, a suplementação e todos os custos de nutrição animal pesa muito no bolso dos produtores.

De acordo com matéria do Canal Rural, cerca de 40% dos gastos operacionais da pecuária advém da suplementação.

Um dado que evidencia a importância de um bom planejamento e gestão dos custos.

Quais são as principais tendências desse setor?

Mas, o que deve fazer quem busca se adiantar aos movimentos do mercado e sair na frente quando o assunto é produção de carne no Brasil?

Para ajudar você nessa jornada, separamos algumas das principais tendências que a indústria pecuária tem pela frente:

  • Regulações: com a abertura para outros mercados, como os asiáticos, os produtos vão precisar se adequar a novos padrões regulatórios e sanitários.
  • Custos logísticos: de acordo com um estudo da McKinsey, o Brasil é um dos países com maiores custos logísticos quando o assunto é exportação de carnes. É um ponto que deve ser otimizado.
  • Perda do poder de compra: a desvalorização do real e a alta inflação no país afeta especialmente o mercado interno, ocasionando um aumento dos preços da carne e a diminuição do consumo — que acaba se voltando para o mercado de substitutos.
  • Maior dependência da tecnologia: para entrar de vez na era do Agronegócio 4.0 (ou melhor, Agropecuária 4.0), as empresas vão precisar aplicar soluções tecnológicas em sua produção e no gerenciamento de processos, baseadas em inteligência artificial e machine learning.

Os impactos das dietas vegetarianas e veganas para a indústria de carnes

Nova call to action

Existe um receio de que o aumento da adesão a hábitos de alimentação vegana ou vegetariana impacte o setor de produção de carnes no futuro. Esse medo tem fundamento?

Só no Brasil, 14% da população se considerava vegetariana em 2018, de acordo com dados da Agência Brasil.

Além disso, cerca de 46% dos brasileiros — à época — já não comiam carne ao menos uma vez na semana. Com a recente alta dos preços por conta da inflação, é de se apostar que o percentual está ainda maior.

A preocupação é relevante, no entanto, há de se considerar que, de acordo com dados da ONU, até 2050 vamos nos aproximar dos 10 bilhões de habitantes em todo mundo.

Isso significa também um aumento significativo na demanda por proteína animal e na produção de carnes no Brasil e em todo mundo.

Logo, apesar de ser um movimento em crescimento, o aumento populacional deve suprir (e provavelmente maximizar) a demanda atual.

Produção de carne no Brasil: a que se deve o aumento do valor da proteína animal?

O atual aumento da proteína bovina nas gôndolas de supermercados e direto dos produtores tem alguns motivadores.

Atualmente, vivemos um momento de volatilidade monetária, o que ocasiona um aumento da inflação, que gera um efeito dominó nos custos operacionais e, especialmente, logísticos em toda a cadeia.

Com isso, o consumidor sofre no bolso.

No entanto, este não é o único fator que influencia. É preciso olhar para dentro do mercado.

Hoje, há uma enorme valorização da reposição, o que aumenta a retenção de fêmeas no mercado, amplia sua escassez e reduz a oferta de gados para abate.

Tudo isso impacta no custo de produção.

Além disso, há de se levar em conta o peso da demanda do mercado externo que exerce muita pressão sobre o mercado interno — especialmente quando o câmbio favorece.

Como o produtor pode ter mais clareza sobre os custos do produto?

Uma gestão de fazenda mais eficiente pode tornar os custos da sua operação mais transparentes, melhorando o controle sobre os gastos, bem como elucidando quais custos podem ser otimizados.

A produção de carne no Brasil está inserida em uma indústria complexa, em um ecossistema repleto de desafios. Como a sua empresa pode alcançar um lugar de destaque, no menor tempo possível?

Bom, como mencionamos antes, a tecnologia tem papel essencial nesse processo.

Ferramentas, métodos e novas práticas, como a agricultura de precisão — que também pode ser aplicada na pecuária — são essenciais para essa revolução.

A importância da tecnologia no setor pecuário

Entre as maravilhas que a tecnologia pode fazer pelo seu negócio, podemos mencionar a rastreabilidade de alimentos.

Ou seja, a prática de monitorar cada etapa da cadeia produtiva pela qual produtos oriundos de animais percorrem.

Tudo, desde o momento em que eles estão no campo até o ponto em que chegam à mesa do consumidor, pode ser monitorado!

Dessa maneira, você tem em mãos dados e inteligência de negócios suficientes para colocar sua empresa em outro patamar, otimizar custos e melhorar sua produtividade, bem como a segurança sanitária.

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E se a sua empresa pudesse sair na frente da concorrência, utilizando tecnologia de ponta que melhora sua gestão de vez?

É o caso do MES by PPI-Multitask, uma plataforma TOTVS que possibilita que seu negócio monitore todos os processos, centralizando a coleta de dados.

Assim, você pode aplicar as melhores práticas de rastreabilidade do gado, coletando informações vitais para uma gestão mais integrada.

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Conclusão

E, você, gostou de aprender mais sobre a produção de carne no Brasil, o panorama atual, bem como os desafios e tendências do setor?

Esperamos que esse conteúdo ajude você a se contextualizar sobre a situação e as demandas presentes e futuras do agronegócio e da agropecuária no Brasil!

Que tal seguir de olho em nossos conteúdos?

Aproveite para conferir também o nosso artigo que explora o panorama atual e os desafios para o futuro em relação às fontes de proteína animal!

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