Dados sensíveis: o que são, exemplos e como protegê-los na sua empresa

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Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 23 outubro, 2025

A transformação digital trouxe ganhos de eficiência e novas possibilidades para as empresas, mas também elevou a responsabilidade sobre o uso e a proteção das informações que circulam em seus sistemas. Entre elas, estão os dados sensíveis, um tipo de dado pessoal que exige cuidado redobrado por revelar aspectos íntimos da vida dos indivíduos.

Com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o tratamento dessas informações passou a ser regido por regras claras. A lei determina como os dados podem ser coletados, armazenados e utilizados, além de definir sanções severas para casos de uso inadequado ou vazamento.

Neste artigo, você vai entender o que são dados sensíveis segundo a LGPD, qual é a diferença em relação a outros tipos de dados, os riscos envolvidos em seu tratamento e as melhores práticas para protegê-los dentro da sua empresa.

O que são dados sensíveis?

De acordo com o artigo 5º, inciso II, da Lei nº 13.709/2018 (LGPD), são considerados dados sensíveis as informações que dizem respeito à intimidade e à esfera mais privada de uma pessoa natural, e que, se divulgadas ou usadas de maneira inadequada, podem gerar discriminação, constrangimento ou danos morais e materiais.

Esses dados revelam características pessoais e convicções profundas, exigindo um nível de proteção superior. Entre os principais exemplos estão:

  • origem racial ou étnica;
  • convicção religiosa ou filosófica;
  • opinião política;
  • filiação a sindicato ou a organizações de caráter religioso, filosófico ou político;
  • dados referentes à saúde, como diagnósticos e histórico médico;
  • dados genéticos e biométricos, quando vinculados a uma pessoa;
  • dados sobre vida sexual ou orientação sexual.

Além desses, a LGPD também considera os dados pessoais de crianças e adolescentes como sensíveis, impondo ainda mais rigor sobre o seu tratamento.

Essas informações, por sua natureza delicada, demandam critérios técnicos e jurídicos específicos para coleta, armazenamento e uso. Entender o que as diferencia de outros tipos de dados é essencial para garantir a conformidade com a lei e a segurança da operação.

Dados pessoais, dados sensíveis e dados anonimizados: qual a diferença?

A LGPD classifica as informações pessoais em diferentes categorias, de acordo com o nível de risco e de proteção necessário.

Entender essas diferenças é fundamental para aplicar corretamente as medidas de segurança e evitar falhas no tratamento de informações.

De modo geral:

  • dados pessoais são informações que permitem identificar uma pessoa, direta ou indiretamente;
  • dados sensíveis são um tipo especial de dado pessoal que revela aspectos íntimos ou que podem gerar discriminação, exigindo cuidados adicionais;
  • dados anonimizados são informações que já foram tratadas de modo a não permitir a identificação do titular, e por isso não se enquadram na LGPD.
Tipo de dadoDefiniçãoExemplosNível de proteção
Dados pessoaisInformações que identificam ou podem identificar uma pessoa natural, direta ou indiretamente.Nome, CPF, RG, telefone, e-mail, endereço, data de nascimento.Proteção padrão conforme as regras da LGPD.
Dados sensíveisInformações que revelam aspectos íntimos, ideológicos ou biológicos da pessoa e que, se expostos, podem gerar discriminação ou danos.Origem racial, religião, opinião política, dados de saúde, biometria, orientação sexual.Exigem consentimento explícito e medidas de segurança reforçadas.
Dados anonimizadosDados tratados de forma a não permitir a identificação, direta ou indireta, do titular.Dados estatísticos, pesquisas de consumo, índices regionais sem identificação de pessoas.Não estão sujeitos à LGPD, desde que não possam ser revertidos para identificar alguém.

CPF e RG são dados sensíveis?

Não. Documentos como CPF, RG, passaporte ou CNH não são considerados dados sensíveis, e sim dados pessoais comuns.

Eles podem identificar uma pessoa, mas não revelam informações sobre sua origem, crenças ou convicções, que são os elementos que caracterizam um dado como sensível segundo a LGPD.

Mesmo assim, esses dados exigem cuidados quanto à coleta, armazenamento e uso, pois sua exposição pode facilitar fraudes, roubo de identidade e outros crimes digitais.

Quando é permitido tratar dados sensíveis?

Por envolver informações delicadas, o tratamento de dados sensíveis só pode ocorrer em situações específicas previstas pela LGPD.

Isso significa que as empresas precisam ter uma base legal clara para coletar, armazenar ou compartilhar esse tipo de dado, sempre respeitando os princípios da necessidade, finalidade e transparência.

Veja em quais casos a LGPD permite o uso de dados sensíveis:

  • Consentimento explícito do titular: o uso só é permitido quando o titular dá consentimento livre, informado e específico para determinada finalidade. Exemplo: o colaborador autoriza o uso de seu dado biométrico para controle de ponto;
  • Cumprimento de obrigação legal ou regulatória: o tratamento é autorizado quando a empresa precisa atender a uma exigência prevista em lei. Exemplo: informações sobre saúde exigidas em exames admissionais;
  • Execução de políticas públicas: a administração pública pode tratar dados sensíveis quando necessário para implementar políticas públicas previstas em leis, regulamentos ou contratos;
  • Estudos e pesquisas: é permitido o uso de dados sensíveis para fins de pesquisa científica ou estatística, desde que os dados sejam anonimizados, ou seja, que não permitam a identificação dos titulares;
  • Exercício regular de direitos: empresas e profissionais podem tratar dados sensíveis quando isso for necessário para exercer direitos em processos judiciais, administrativos ou arbitrais;
  • Proteção da vida ou da integridade física: em situações emergenciais, o tratamento é permitido mesmo sem consentimento, se for essencial para proteger a vida do titular ou de terceiros;
  • Tutela da saúde: dados sensíveis podem ser tratados por profissionais ou serviços de saúde e autoridades sanitárias, exclusivamente para fins de cuidado, diagnóstico, assistência ou prevenção médica;
  • Prevenção à fraude e segurança: é permitido o uso de dados sensíveis para garantir a segurança do titular nos processos de identificação e autenticação eletrônica, reduzindo o risco de fraudes.

Em todos os casos, é essencial que o tratamento esteja documentado e que o titular seja informado sobre como seus dados estão sendo utilizados. O uso indevido ou sem base legal válida pode gerar sanções severas e danos à reputação da empresa.

Principais riscos no tratamento de dados sensíveis

O tratamento inadequado de dados sensíveis pode gerar sérios prejuízos para os titulares e para as empresas. Além de penalidades legais, há riscos de impacto reputacional, financeiro e emocional. Por isso, compreender as principais vulnerabilidades é o primeiro passo para adotar medidas preventivas eficazes.

Entre os riscos mais comuns, destacam-se:

  • Violação da privacidade: dados sobre saúde, religião, orientação sexual ou opiniões políticas expõem aspectos íntimos da vida de uma pessoa. Quando divulgados sem consentimento, podem gerar constrangimento e afetar diretamente a privacidade e a segurança do titular;
  • Discriminação e preconceito: informações como origem racial, crenças ou identidade de gênero podem ser usadas de forma discriminatória, especialmente em processos de recrutamento, acesso a serviços ou concessão de crédito. Esses casos podem resultar em danos morais e ações judiciais;
  • Fraudes e roubo de identidade: dados biométricos, genéticos e de saúde são valiosos para criminosos digitais, pois permitem fraudes sofisticadas e de difícil reversão. Como essas informações não podem ser “trocadas” (diferente de uma senha), sua exposição representa um risco permanente;
  • Perda de confiança e danos à reputação: empresas que sofrem vazamentos de dados sensíveis enfrentam queda imediata na credibilidade junto a clientes e parceiros. A perda de confiança pode comprometer resultados financeiros e levar anos para ser revertida;
  • Sanções e penalidades legais: a LGPD prevê advertências, multas que podem chegar a 2% do faturamento (limitadas a R$ 50 milhões por infração) e até a suspensão das atividades de tratamento. Casos graves podem levar à proibição total de uso dos dados;
  • Danos psicológicos e emocionais: o vazamento de informações íntimas pode causar estresse, ansiedade e constrangimento público aos titulares, afetando diretamente seu bem-estar emocional;
  • Manipulação e assédio: quando usados de forma indevida, dados sobre preferências políticas, religiosas ou sexuais podem ser explorados para fins de coerção, chantagem ou assédio, inclusive em ambientes digitais.

Esses riscos reforçam a necessidade de adotar políticas de governança e segurança da informação, garantindo que todo tratamento de dados sensíveis seja realizado com base legal, medidas técnicas adequadas e responsabilidade ética.

Como proteger dados sensíveis na empresa?

A proteção de dados sensíveis é uma responsabilidade contínua que envolve processos, pessoas e tecnologia. Para evitar vazamentos, uso indevido e falhas de conformidade, as empresas devem adotar medidas técnicas e administrativas que garantam segurança em todas as etapas do tratamento de informações.

Veja algumas boas práticas essenciais para proteger dados sensíveis:

  • Limitar o acesso: permita que apenas colaboradores autorizados e devidamente treinados acessem dados sensíveis. O controle de permissões deve seguir o princípio do menor privilégio (cada pessoa acessa apenas o que é necessário para sua função).
  • Implementar políticas de segurança da informação: estabeleça normas internas para orientar o uso, o armazenamento e o compartilhamento de dados. Essas políticas devem ser revisadas periodicamente e comunicadas a toda a equipe.
  • Adotar mecanismos de autenticação e criptografia: use autenticação multifatorial e criptografia em repouso e em trânsito para proteger dados contra acessos indevidos, ataques cibernéticos e interceptações.
  • Investir em soluções seguras: priorize ferramentas corporativas robustas para antivírus, firewall e monitoramento de rede. Evite o uso de softwares gratuitos, que podem expor dados e aumentar riscos de invasão.
  • Elaborar relatórios de impacto à proteção de dados: documente os riscos envolvidos em cada tratamento de dado sensível e registre as medidas de mitigação adotadas, conforme exige a LGPD.
  • Treinar equipes e parceiros: promova capacitações periódicas para colaboradores e fornecedores que lidam com informações pessoais, reforçando boas práticas de privacidade e proteção de dados.
  • Manter backups e planos de contingência: estabeleça rotinas de backup seguro e planos de resposta a incidentes para agir rapidamente em caso de vazamento ou falha de segurança.

Como evitar vazamentos de dados na empresa

O Brasil está entre os países com maior número de incidentes de vazamento de dados no mundo. Segundo o relatório Surfshark Data Breach Monitoring, o país ocupa o 9º lugar no ranking global, com mais de 639 mil contas comprometidas apenas no primeiro trimestre de 2025.

Esses números reforçam a urgência de fortalecer as práticas de segurança digital e proteger dados sensíveis contra acessos indevidos, vazamentos e ataques cibernéticos.

Veja as principais medidas para evitar o vazamento de dados nas empresas:

Controle de acesso de colaboradores e ex-funcionários

Restrinja o acesso a dados sensíveis apenas a quem realmente precisa deles para executar suas atividades. Implemente mecanismos de autenticação e autorização e, ao desligar um colaborador, revogue imediatamente todas as suas credenciais;

Evite antivírus gratuitos e softwares sem licença

Soluções gratuitas podem parecer econômicas, mas geralmente não oferecem proteção suficiente para o ambiente corporativo. Prefira ferramentas pagas e robustas, que garantem atualizações constantes e suporte especializado.

Fortaleça o monitoramento de sistemas

Use firewalls, sistemas de detecção de intrusão e soluções de segurança cibernética para identificar acessos indevidos e comportamentos anormais.

Realize backups seguros e criptografados

Mantenha cópias de segurança atualizadas e armazenadas em ambientes protegidos, como nuvens com certificação de segurança.

Treine equipes sobre boas práticas de segurança digital

Conscientize colaboradores sobre golpes de engenharia social, phishing e manuseio seguro de dados pessoais. A maioria dos vazamentos ocorre por erro humano, e a capacitação é a melhor defesa.

Conte com a tecnologia como aliada

Ferramentas corporativas ajudam a reduzir riscos e manter a conformidade com a LGPD. Soluções de criptografia, assinatura eletrônica segura e gestão de acessos são fundamentais para garantir integridade e rastreabilidade das informações.

Com o avanço da transformação digital, a segurança da informação tornou-se um pilar estratégico. Adotar as tecnologias certas e manter processos bem estruturados é essencial para evitar incidentes e proteger o ativo mais valioso da empresa: os dados.

O papel da tecnologia na proteção de dados sensíveis

A tecnologia é hoje o principal pilar da proteção de dados sensíveis, permitindo que empresas automatizem processos, reduzam falhas humanas e mantenham o controle sobre o ciclo completo de tratamento das informações. 

Com ferramentas adequadas, é possível acompanhar desde a coleta até o descarte dos dados, garantindo conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Recursos como criptografia, autenticação multifator, controle de acessos e monitoramento em tempo real ajudam a prevenir acessos indevidos e a preservar a integridade das informações. 

Além disso, sistemas em nuvem com certificações de segurança e trilhas de auditoria permitem que as organizações mantenham seus dados protegidos mesmo em ambientes complexos e distribuídos.

Por fim, tecnologias baseadas em inteligência artificial e análise comportamental tornam a proteção mais preditiva. Elas identificam padrões de risco e emitem alertas antes que um incidente ocorra, transformando a segurança da informação em uma prática contínua de prevenção, e não apenas em uma resposta a ameaças.

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Uma das formas de proteger os dados pessoais é utilizar um bom sistema de assinatura eletrônica. É o caso do TOTVS Assinatura Eletrônica.

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Com o software, você estará seguro por um alto padrão de criptografia (SHA256), o que contribui para garantir a autenticidade, a integridade e a confidencialidade dos documentos assinados.

Além disso, seu armazenamento é seguro na TOTVS Cloud. Ou seja, não precisa se preocupar com os dados pessoais sensíveis que constam em contratos empresariais, fichas médicas e prontuários eletrônicos.

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Conclusão

Garantir a proteção de dados sensíveis é uma das responsabilidades mais críticas das empresas na era digital. A conformidade com a LGPD e o investimento em tecnologias de segurança não são apenas obrigações legais, mas também fatores determinantes para a confiança de clientes, parceiros e investidores.

Ao adotar processos estruturados e sistemas modernos, as organizações reduzem vulnerabilidades, fortalecem sua reputação e constroem uma base sólida para a inovação. O resultado é uma gestão mais segura, eficiente e preparada para lidar com os desafios da transformação digital.

Quer entender melhor como ampliar a proteção dos seus sistemas e informações corporativas? Confira o artigo sobre segurança da informação e conheça boas práticas!

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