Custo de capital: o que é, importância e como calcular

Equipe TOTVS | 08 dezembro, 2023

Há vários conceitos que a gestão financeira de uma empresa deve dominar. Um deles é o custo de capital, que define o tipo de política de financiamento e investimento praticada pela empresa.

Apesar de ser empregado em diferentes cenários, esse custo é um retorno sobre investimento mínimo que uma empresa deve gerar antes de possuir lucros.

Por isso que, para uma empresa, ele deve sempre ser mínimo. Desse modo, é possível administrar com sucesso suas finanças.

Além disso, vale destacar que o conceito é um indicador excelente para que a empresa possa medir a viabilidade de novos investimentos.

Para um gestor, entender o que é esse cálculo pode fazer toda diferença na hora de compreender a rentabilidade do seu negócio.

Neste artigo, discutimos por que ele é importante e como você pode calculá-lo para beneficiar sua empresa. Siga a leitura para conferir

O que é o custo de capital?

Custo de capital é a taxa mínima de retorno que uma empresa deve obter antes de gerar valor. Esse é, portanto, um importante indicador de gestão financeira para o seu negócio.

Vamos entender porquê: antes que uma empresa possa ter lucro, ela deve gerar pelo menos receita suficiente para cobrir o custo do capital que usa para financiar suas operações.

Afinal, o próprio capital possui seus custos. O exemplo mais simples para explicar essa dinâmica é o empréstimo:

Ao solicitar um empréstimo de R$ 25 mil ao banco, sua empresa deverá também arcar com uma taxa de juros ao mês, que seria algo em torno de 3%.

Esses juros são o custo de capital.

Ou seja, o custo da dívida e o custo do patrimônio líquido utilizado para financiar um negócio, um projeto ou um investimento específico.

O custo de uma empresa depende do tipo de financiamento e da sua estrutura de capital.

Neste caso, ela pode utilizar apenas patrimônio líquido (capital próprio) ou oriundo de dívidas (capital de terceiros). Em alguns casos, utiliza-se uma combinação de ambos.

Entender sua estrutura de capital é essencial pois vai lhe garantir o conhecimento mais adequado sobre o tipo de financiamento que acarretará em um menor custo.

Por que essa métrica é importante?

Estamos falando sobre um importante componente da análise contábil e financeira de uma empresa.

Como métrica, ele é utilizado por empresas para julgar se um projeto (como a ampliação da sua fábrica ou a construção de uma filial em outro estado) vale os seus recursos exigidos.

Retomando o exemplo dado no tópico anterior, do empréstimo de R$ 25 mil com juros mensais de 3%, a interpretação do conceito seria:

  • se o retorno do seu projeto for superior aos 3% de juros exigidos pelo banco mensalmente, o valor do projeto/negócio tende a aumentar;
  • se o retorno do seu projeto for inferior aos 3% de juros, o valor do projeto/negócio tende a reduzir.

Além disso, os investidores o consideram ao avaliar empresas como investimentos potenciais.

Ou seja, é um indicador utilizado para determinar se um investimento vale o risco em comparação com o retorno.

Em suma, esse indicador financeiro é importante para questões como:

  • ajudar investidores a avaliar suas opções;
  • projetar a estrutura de capital ideal de sua empresa;
  • avaliar o desempenho de certos projetos em comparação com o custo de capital;
  • auxiliar nas decisões de gestão orçamentária, uma vez que as empresas devem decidir se um projeto vale a pena antes de operacionalizá-lo.

De certo modo, ele pode ser encarado como uma ferramenta que maximiza investimentos em potencial para as empresas, tornando mais clara a compreensão de sua rentabilidade.

Ou seja, é uma ferramenta que capacita gestores a um melhor processo de tomada de decisões.

O indicador ajuda as organizações a entender o quão rentável esse investimento ou projeto pode ser e quais os seus impactos no caixa da empresa.

Idealmente, as companhias buscam o ponto de equilíbrio justo neste cenário, com financiamento suficiente para realizar um projeto ou investimento, reduzindo ou limitando o valor de capital.

Desse modo, podem maximizar as oportunidades de atrair investidores e permanecer lucrativas e competitivas em seu mercado.

Como funciona o custo de capital?

Como funciona o custo de capital

Primeiro, é necessário compreender que o conceito diz respeito aos custos de manter o capital dentro da empresa.

Esse capital é uma soma de recursos que tem origem tanto própria como de terceiros.

Essa exata composição, de capital próprio e de terceiros, é o que chamamos de “estrutura de capital”.

A estrutura de capital é composta pelas políticas de financiamento da empresa e pode impactar diretamente em um maior ou menor custo de capital.

Ainda sobre o assunto, vale a pena entender a fundo o que caracteriza os dois principais modelos do indicador financeiro:

Custo de capital próprio

Os custos de capital próprio são entendidos como os recursos disponibilizados por sócios ou acionistas da empresa.

Em cálculo, correspondem ao retorno mínimo que os sócios ou acionistas esperam como remuneração.

O modelo apresenta pontos positivos e também alguns desafios. Entre as vantagens estão:

  • mais praticidade para levantar uma quantidade alta de capital, especialmente para empresas sem crédito disponível no mercado; 
  • sem risco de inadimplência;
  • taxas mais competitivas.

Já as desvantagens incluem:

  • perda de autonomia da empresa – especialmente se o recurso vier de acionistas;
  • acionistas passam a tomar decisões na empresa;
  • dificuldade na aprovação de projetos arriscados.

Custo de capital de terceiros

Já o custo de terceiros corresponde aos financiamentos e empréstimos de longo prazo.

Em cálculo, correspondem aos juros pagos pela empresa aos bancos, investidores e demais credores dos recursos captados.

Aqui também existem vantagens e desvantagens. Alguns dos benefícios são:

  • é uma medida que pode ser de curto prazo e, em breve, a empresa volta a utilizar o capital próprio para se reerguer de instabilidades envolvendo o capital de giro;
  • uso de recursos externos que não interferem no capital próprio;
  • maior controle sobre o planejamento financeiro;
  • opção mais barata para muitas empresas.
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Como o custo de capital é definido?

A definição pode ser realizada a partir de duas perspectivas: de quem cede o capital e de quem capta os recursos.

No primeiro caso, para quem cede o capital, o custo mostra seu potencial de remuneração sobre um investimento. No entanto, esse retorno está atrelado a uma série de fatores, como o risco.

Quanto maior for o risco, maior sua remuneração – ou seja, os juros para as empresas na outra ponta da operação.

E justamente no caso de quem capta os recursos, o conceito diz respeito ao tanto que ela precisará pagar a mais para recompensar aqueles que acreditaram e apostaram no projeto, na ideia de negócio ou no investimento.

De forma geral, o indicador é muito importante para empresas que precisam de capital para expandir suas operações e financiar seus negócios, enquanto mantém as dívidas o mais baixas possível para satisfazer os acionistas.

Como calcular o custo de capital da empresa?

Como calcular o custo de capital da empresa

Para a parte mais prática deste conteúdo, preparamos um pequeno guia ensinando a calcular os custos de capital. Existem alguns fatores relacionados a essa operação, portanto, atenção!

Em geral, a fórmula simplificada utilizada é a seguinte:

k = Kp + Kt

O Kp corresponde ao custo do capital próprio. Já o Kt corresponde ao custo do capital de terceiros.

Como calcular custo de capital próprio

A fórmula para descobrir o kp é a seguinte:

Kp = d / Cp

d = valor dos dividendos ou parcela de distribuição de lucros

Cp = patrimônio líquido da empresa

Como calcular custo de capital de terceiros

A fórmula para descobrir o kt é a seguinte:

Kt =  j / Ct

j = valor dos juros pagos aos credores para remunerar os recursos investidos

Ct = todo passível exigível da empresa (seu capital de terceiros, exceto o montante do passivo circulante)

Custo médio ponderado — CMPC ou WACC

Um modelo de cálculo bastante utilizado é o WACC, ou custo médio ponderado.

Ele considera tanto o custo do capital próprio como o de terceiros e suas taxas, bem como o nível de participação de cada custo no passivo da empresa.

A fórmula, segundo consta no livro “Princípios de administração financeira” de Ross, Westerfield e Jordan, é a seguinte:

WACC = (E/V x Kp) + [(D/V x Kt x (1 – Tc)]

As siglas correspondem a:

  • WACC = taxa de custo médio ponderado do capital;
  • Tc = alíquota do imposto de renda e da contribuição social da pessoa jurídica;
  • E = valor de mercado – capital próprio (empresa) ou patrimônio líquido (em R$);
  • D = valor de mercado do capital de terceiros da empresa (em R$);
  • V = E + D (valor de mercado do capital total, em R$);
  • E/V = proporção do capital próprio sobre o financiamento total da empresa (em
  • valores de mercado);
  • D/V = proporção do capital de terceiros sobre o financiamento total da empresa;
  • Kp = coeficiente ou taxa de custo do capital próprio (CAPM);
  • Kt = coeficiente ou taxa de custo do capital de terceiros.

Como otimizar a gestão dessa métrica?

Gerenciar esse indicador financeiro pode ser uma tarefa complexa, mas é a base para qualquer empresa que deseja ampliar sua rentabilidade. 

Contar com uma gestão eficiente é um passo essencial para evitar equívocos na tomada de decisões, que podem não apenas trazer prejuízos financeiros, como também impactar no crescimento da empresa de maneira geral.

Separamos algumas ações práticas que simplificam essa gestão, como:

  • mantenha os registros financeiros atualizados;
  • procure diversificar as fontes de financiamento para reduzir riscos;
  • sempre faça uma análise de viabilidade nos projetos e investimentos;
  • avalie riscos internos e externos que possam impactar a saúde financeira do negócio;
  • utilize ferramentas de gestão financeira para otimizar processos e simplificar o monitoramento das métricas de desempenho.

Como um sistema financeiro pode ajudar?

custo de capital: como um sistema pode ajudar

Compreender o que é a qual a importância do custo de capital é uma parte da tarefa, pois a outra é efetivamente gerenciar esse aspecto do seu negócio.

Você percebeu que trabalhar com custo de oportunidade do capital para conseguir empréstimos ou financiamentos exige uma ótima gestão de custos e um fluxo financeiro transparente, certo?

Com um software de gestão financeira é possível contar com automatização dos serviços e garantir que todas as obrigações sejam cumpridas, seja com acionistas ou investidores externos.

O uso de um sistema financeiro é a melhor solução para uma empresa que busca amadurecer na gestão dos custos de capital.

Assim, garante maior acesso a dados sensíveis e assertivos sobre o seu negócio, seus consumidores e seu nicho de mercado.

Com tantos insights em mãos, é possível tomar decisões assertivas sobre próximos passos para desenvolver sua organização, como a realização de investimentos ou a criação de projetos inovadores.

Para isso, empréstimos, financiamentos ou investimentos são necessários.

Mas como gerenciar suas obrigações da melhor forma, de modo que o capital de giro não seja prejudicado e você cumpra com todas as partes, sem operar no vermelho?

A resposta é: utilizando um sistema de gestão financeira!

TOTVS Mais Negócios

Além do sistema de gestão financeira, existem outras soluções digitais que impulsionam as empresas e contribuem para a geração de valor, bem como de rentabilidade.

Uma delas é o TOTVS Mais Negócios, solução de crédito B2B – ou seja, de empresa para empresa. Com ela, as organizações podem oferecer uma linha de crédito adicional aos clientes.

Com mais prazo para pagar e sem regressão de inadimplência, a linha permite que você crie novos planos de pagamento e, a partir deles, possa receber o valor das vendas antecipadamente, liberando seu capital de giro.

Para isso, as vendas realizadas no TOTVS Mais Negócios utilizam o limite de crédito aprovado para o cliente. Isso tudo sem aumentar o risco de crédito para a sua empresa, sem impactar seu fluxo de caixa.

Conheça o TOTVS Mais Negócios e impulsione as suas vendas!

Conclusão

Durante este conteúdo, te explicamos tudo sobre o custo de capital e como esse conceito se encaixa na gestão financeira de uma empresa.

À medida que o negócio cresce, é imprescindível que ele encontre formas saudáveis de conquistar recursos do mercado ou de seus shareholders. No entanto, não basta apenas ser bom no pitch, é preciso ter estabilidade suficiente para honrar com os compromissos firmados.

Nesse ponto, compreender o custo de capital é essencial.

E possuir um sistema de gestão financeira? Bom, aí toda a tarefa de administração desses recursos se torna muito mais fácil!

Esperamos que tenha gostado do nosso conteúdo!

Para conferir ainda mais guias e dicas sobre gestão financeira, é só continuar lendo o nosso blog e assinar a nossa Newsletter!

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Comentários deste post

  1. Pousada na Ilha Grande diz:

    Bem informativo

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