Agricultura de subsistência: o que é, como funciona e desafios

Equipe TOTVS | 20 maio, 2022

A agricultura de subsistência é o cultivo da terra com o objetivo de prover para o agricultor, para a própria família agricultora, dona da terra, e também à sua comunidade. É uma modalidade conhecida como agricultura familiar.

Pensar na agricultura de subsistência hoje pode parecer um dilema. Afinal, essa prática ainda é relevante? Bem, saiba que é muito mais importante do que parece!

Na verdade, de acordo com um estudo de 2015 da ONU, cerca de 2 bilhões de pessoas (na época, pouco mais de um quarto da população mundial) viviam e trabalhavam na condição de agricultores de subsistência.

Por isso, entender o que é e como é praticada agricultura de subsistência é essencial para quem trabalha no meio. Vamos lá? Preparamos um guia completo, confira!

O que é agricultura de subsistência?

A agricultura de subsistência é uma modalidade de cultivo de terra que consiste na produção de alimentos para manter o agricultor e sua família, com uma pequena porção destinada ao comércio em sua comunidade.

Graças às suas características, é fácil ligar a agricultura de subsistência às práticas agrícolas pré-industriais.

Na verdade, essa era uma das principais atividades para nações de todo o mundo, em que os povos costumavam se deslocar de um local para o outro na medida em que os recursos se esgotavam.

Contudo, com o crescimento dos centros urbanos e o desenvolvimento das atividades industriais, a produção agrícola tornou-se mais especializada e a agricultura comercial se expandiu. O cenário passou a ser de agricultores produzindo cada vez mais, instigados pelas demandas crescentes de um mundo que também se desenvolvia.

No entanto, apesar de deixar a posição de protagonista, a agricultura de subsistência nunca foi abandonada.

É uma atividade que persiste em diversas regiões do mundo, como na Ásia, na África Subsaariana e na América Latina.

Agricultura de subsistência é o mesmo que agricultura familiar?

Basicamente, a agricultura de subsistência é a mesma coisa que a agricultura familiar. Para muitos, são sinônimos da mesma atividade e compartilham de características que, senão idênticas, são semelhantes.

Mas, afinal, qual a principal característica da agricultura de subsistência — que é compartilhada com a familiar?

Em especial, em ambas as atividades o objetivo final não é o lucro. Ele pode ser resumido, de forma simplória, em “plantar para comer“.

Como funciona a agricultura de subsistência?

Afinal, como é a agricultura de subsistência na prática? Para entender como ela funciona, basta compreender algumas de suas principais características. No geral, trata-se do cultivo de diferentes culturas com o intuito de alimentar a si próprio.

A pluralidade de culturas plantadas é outra característica marcante, visto que são necessários diferentes tipos de alimentos para compor a dieta da família.

Essa prática, inclusive, é chamada de “policultura”.

Ela é desenvolvida pelo agricultor e sua família, quase sempre em pequenas propriedades rurais (conhecidas como minifúndios).

Além disso, há geralmente baixa produtividade (por conta da própria mão de obra limitada), pouco uso de tecnologias, inovações e métodos modernos e uma grande dependência de técnicas naturais.

Por exemplo, costuma-se usar esterco e compostagem própria, produzidos na própria terra do agricultor, por seus animais.

E, no fim da cadeia, quaisquer alimentos ou colheitas não consumidos voltam ao processo de alimentação do gado.

No minifúndio, esse é normalmente um sistema eficiente, que funciona como um circuito fechado em que quase nada é desperdiçado.

Qual a diferença entre agricultura de subsistência e agricultura comercial?

A principal diferença entre a agricultura comercial e a de subsistência pode ser resumida em um só: o objetivo de lucrar.

Isso cria um efeito dominó de mudanças conceituais e práticas, como o nível de produtividade, a adoção de tecnologias, o número de pessoas envolvidas e as culturas cultivadas.

Antes, mencionamos as policulturas como característica marcante da agricultura familiar. No caso da comercial, é comum que grandes latifúndios sejam utilizados para a criação de monoculturas.

Por isso, é tão comum percorrer grandes extensões de terra dedicadas a um tipo de plantio, como de soja, café, cana e outras commodities.

Além disso, a agricultura comercial costuma aderir a metodologias inovadoras com foco na melhoria da produtividade agrícola.

Um exemplo é a agricultura de precisão, a produção de bioenergia, técnicas de silvicultura, sistemas PIMS, tecnologias avançadas de irrigação, entre outros.

Qual a importância da agricultura de subsistência?

A agricultura de subsistência tem enorme importância na garantia de segurança alimentar para as famílias rurais, muitas vezes à margem da sociedade industrial e dos grandes centros urbanos.

De acordo com estudo da FAO (Food and Agriculture Organization), órgão da ONU, pequenos agricultores cumprem um papel essencial nos países em desenvolvimento.

Conforme o estudo afirma, eles são a chave para que as demandas populacionais por comida sejam alcançadas.

Em nossa realidade atual, a agricultura de subsistência é também de grande valor para a comercial, já que também fornece diferentes matérias-primas para o agronegócio e para os consumidores finais — como produtos frescos para o hortifrúti.

Um panorama sobre a agricultura de subsistência no Brasil

No Brasil, a agricultura de subsistência representa 67% da força de trabalho em atividades agropecuárias e corresponde a 77% dos estabelecimentos agrícolas do país.

Tudo isso de acordo com o último censo realizado pelo IBGE.

Existem fontes que mencionam que somente a agricultura de subsistência é responsável por 70% da produção agrícola brasileira.

Porém, a própria Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), não há como provar essa afirmação.

Na verdade, o órgão fez um levantamento com base nos dados do último censo e viu que a agricultura familiar alcançou cerca de 30% de representatividade no total de alimentos produzidos.

Uma soma considerável mesmo assim, ainda mais se considerarmos o potencial brasileiro na produção de commodities e alimentos.

Quais são as formas de agricultura de subsistência?

Agora que você entendeu o conceito e o panorama dessa modalidade de plantio, sabe quais os tipos de agricultura de subsistência? Te contamos um pouco mais sobre as classificações, confira!

Agricultura mutável 

A agricultura mutável é parte de um longo processo, que visa a utilização de um pedaço de terra até exauri-la de nutrientes e, após alguns anos, voltar a ela para reutilizá-la.

A jornada funciona assim: um produtor prepara uma parte de sua terra para cultivar suas culturas.

Normalmente, a fertilidade do solo dura por cerca de três anos, até diminuir.

Nesse momento, o agricultor move sua plantação para outro lugar e deixa a terra já utilizada para que os processos naturais possam restaurar os nutrientes do solo.

Assim, após alguns anos ou até uma década, o agricultor pode voltar ao determinado pedaço de terra.

É uma prática mais demorada, mas mais sustentável, especialmente em locais onde não é exigida uma grande quantidade de terra.

Criação nômade 

Na criação nômade, como o nome indica, o produtor não permanece para sempre em uma terra.

Normalmente, ele busca outros terrenos que possam ser suficientes para prover uma boa cultura, bem como proporcionar os alimentos para seus animais.

Ainda é bastante comum em algumas partes da Ásia e África.

Exemplos de agricultura de subsistência

O principal exemplo de agricultura familiar de subsistência são os agricultores donos de pequenas terras, que cultivam alimentos como arroz, feijão, mandioca, hortaliças e frutas para seu consumo e de sua família.

Esses produtores costumam comercializar parte da sua produção nas feiras de sua comunidade ou vender direto para supermercados e hortifrutis, conseguindo assim alguma renda proveniente do seu trabalho.

Quais são os principais desafios desse modelo de produção?

Quando falamos de agricultura familiar de subsistência, há alguns desafios que o campo e o próprio mercado apresentam que devem ser considerados.

  • A falta de tecnologia nas fazendas, devido ao pouco conhecimento e aos custos dos sistemas e dispositivos;
  • Abrangência da produção, já que a produtividade é limitada e normalmente não há um sistema logística consolidado;
  • Adaptação às mudanças climáticas, já que o aquecimento global costuma causar alterações mais extremas em climas tropicais, regiões típicas da prática da agricultura familiar.

Qual a importância da tecnologia na agricultura?

Assim como a agricultura faz parte da balança que equilibra a necessidade de todo mundo por comida, nada disso seria possível sem as tecnologias.

E esse pensamento — de uma agricultura modernizada — não deve ser exclusivo dos grandes latifundiários e agricultores, mas de todos envolvidos no cultivo de culturas agrícolas.

Especialmente àqueles dedicados à agricultura familiar.

Sim, há um gap de aprendizado que precisa ser ultrapassado, mas cada vez mais há soluções interessantes, baratas e acessíveis para produtores de todos os tipos.

Um exemplo são os sistemas de gestão que simplificam a atuação do agricultor na administração das culturas.

Assim, é possível trazer o mundo dos dados para a fazenda, ajudando-o a cumprir seus objetivos.

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Conclusão

E, então, gostou de aprender mais sobre a agricultura de subsistência, sua importância e características?

Esperamos que o nosso guia sirva para que você compreenda mais sobre essa relevante modalidade de cultivo, bem como ajude você a entender como melhorar sua produção.

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Abaixo, você confere uma relação de artigos que têm tudo a ver com esse assunto, leia mais!

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