Open Insurance: como funciona, vantagens e por que utilizar

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Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 13 fevereiro, 2025

O mercado de seguros está passando por uma grande transformação com a chegada do Open Insurance.

Esse projeto é desenvolvido pelo Banco Central do Brasil (BCB) em parceria com a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e o Conselho Monetário Nacional (CMN).

Para entendê-lo, é preciso começar com o básico: qual o conceito desse projeto? Como ele funciona? Ele traz benefícios a consumidores e empresas? 

Vamos esclarecer todas essas dúvidas ao longo deste conteúdo.  Acompanhe!

O que é Open Insurance?

Open Insurance ou Sistema de Seguros Aberto é um modelo de negócio baseado na abertura e na interoperabilidade dos dados e serviços entre as instituições que atuam no mercado de seguros. 

Na prática, os clientes podem autorizar o compartilhamento das suas informações com outras empresas do setor para ampliar as suas possibilidades de escolha e contratação de produtos e serviços de seguro.

O objetivo do Open Insurance no Brasil é, assim:

  • Promover uma maior concorrência, inovação e eficiência no mercado de seguros;
  • Oferecer aos consumidores mais transparência, conveniência e personalização nas suas relações com as seguradoras, corretoras, resseguradoras e outras entidades reguladas pelo CMN e pela Susep.

Como funciona o Open Insurance?

O projeto, também conhecido como Opin, funciona por meio de APIs (Application Programming Interfaces). Essas interfaces possibilitam a integração e a troca de dados e serviços entre sistemas distintos.

É exatamente isso que acontece no Sistema de Seguros Aberto, certo?

No entanto, para que ele funcione adequadamente, é necessário que haja um padrão técnico e regulatório predefinido que orientará a forma como essa troca acontecerá. 

É ele que garante a segurança, a qualidade e a conformidade dos dados e serviços compartilhados. 

E, claro, não pode faltar o consentimento expresso dos clientes para autorizar o compartilhamento das suas informações com as instituições de sua preferência.

Os pilares do Open Insurance

O Open Insurance no Brasil se baseia em três fundamentos:

  • Novos modelos de negócios: a inovação e a experiência digital levam ao surgimento de novos modelos de negócios no mercado de seguros.
  • Experiência Digital: a transformação digital no mercado de seguros e o uso de novas tecnologias facilita os processos para os corretores e aprimora a experiência digital dos usuários.
  • Inovação aberta: com o compartilhamento dos dados, torna-se possível buscar novas soluções para as instituições envolvidas e novas formas de atender às necessidades e expectativas dos clientes, por meio de produtos e serviços diferenciados, customizados e competitivos.

Vantagens do Sistema de Seguros Aberto

O Sistema de Seguros Aberto traz diversas vantagens para os consumidores e as empresas que atuam no mercado de seguros. Veja algumas delas:

Personalização da oferta aos clientes

Com o Sistema de Seguros Aberto, as instituições participantes podem ter acesso a um maior volume e variedade de dados sobre os seus clientes potenciais ou atuais. 

Ao conhecer melhor as suas preferências, necessidades e comportamentos, podem oferecer produtos e serviços mais adequados ao perfil e à demanda dos consumidores.

Por exemplo: uma seguradora pode usar os dados compartilhados por um cliente para oferecer um seguro auto com coberturas personalizadas ao seu modelo de carro, ao seu histórico de uso do veículo e ao seu perfil de risco.

Democratização do acesso a serviços de seguro

Este projeto possui duas características muito importantes:

  • É centrado no consumidor, e ele dita as regras e pode aproveitar uma experiência facilitada;
  • Promove cidadania financeira, pois, além do fácil acesso, aparecem novos consumidores que conseguem produtos adequados a preços compatíveis.

Isso traz uma enorme vantagem, que é a democratização do acesso a serviços de seguro.

Os clientes podem comparar preços, condições e qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelas diferentes instituições. 

A maior concorrência promove a redução de custos no mercado de seguros, o que amplia as possibilidades para consumidores.

Segurança e automatização das transações

Imagine que uma pessoa contratou um seguro residencial. Diante de um sinistro, aciona a seguradora por meio de um aplicativo, enviando fotos e documentos digitalizados. 

A empresa, então, verifica as informações e libera o pagamento da indenização de forma rápida e automática.

Isso se torna factível com o novo projeto do BC em parceria com a Susep. 

As transações envolvendo produtos e serviços de seguro podem ser realizadas por meio de canais digitais, ágeis e integrados, tudo com segurança garantida.

A automatização facilita e agiliza também o processo de contratação, pagamento, renovação e cancelamento dos seguros. 

Rapidez na emissão de avisos de sinistro

Como dito acima, os clientes podem emitir avisos de sinistro de forma mais rápida e fácil, por meio das APIs. 

Isso pode reduzir a burocracia e o tempo de espera para a análise e a solução dos casos. Além disso, os clientes podem acompanhar o andamento dos seus processos em tempo real, por meio dos canais digitais.

Já pensou em acionar seu seguro por meio do chatbot de um aplicativo? Isso se torna possível com o Sistema de Seguros Aberto.

O Open Insurance é seguro?

Sim, o Opin é um modelo seguro. Além de operar sob regulamentação da Superintendência de Seguros Privados, o sistema também segue diretrizes rigorosas de segurança.

O projeto utiliza protocolos avançados de proteção de dados, assim como diferentes métodos de autenticação, para garantir a confidencialidade e a integridade das informações compartilhadas.

Token, biometria e senha estão entre os principais fatores autenticadores da operação. Vale lembrar também a necessidade de consentimento do usuário para qualquer compartilhamento de dados.

Isso significa que as informações podem ser acessadas ou transferidas apenas com a autorização expressa do titular, que tem total liberdade para revogar a autorização a qualquer momento. 

Outro fator que torna o Opin seguro é a rastreabilidade das operações: todas as transações realizadas no ecossistema são registradas. Isso aumenta a transparência no processo de compartilhamento de dados.

Além disso, é importante destacar que todas as empresas participantes devem seguir as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), responsável por reforçar a privacidade dos consumidores.

Qual a relação entre Open Insurance e Open Banking?

Open Insurance e Open Banking são projetos que possuem o mesmo objetivo: promover a transformação digital em determinados setores da sociedade. A diferença está na especificidade do Sistema de Seguros Aberto, que é voltado exclusivamente para o mercado de seguros.

Open Banking se refere ao sistema financeiro aberto, que permite o compartilhamento de dados e serviços entre instituições bancárias e não bancárias.

Os próprios clientes têm acesso aos seus dados bancários e podem permitir o compartilhamento dessas informações com outras instituições financeiras.

É basicamente o mesmo que ocorre no Sistema de Seguros Aberto. A diferença é o mercado de atuação.

Vale pontuar que ambos dependem da criação de uma infraestrutura tecnológica baseada em APIs para possibilitar a integração e a comunicação entre as diferentes plataformas das instituições participantes.

Outro ponto interessante é que, quando falamos de Open Insurance, o cronograma ainda é algo a ser considerado, pois o projeto está em implementação.

As fases de implementação do Open Insurance no Brasil

O projeto do Banco Central em parceria com a Susep, inicialmente, teve o seguinte cronograma de implementação definido pelo CMN:

  • Fase 1 (Open Data): de dezembro de 2021 a novembro de 2022. Compartilhamento de dados públicos sobre as instituições participantes, como produtos e serviços oferecidos, e canais de atendimento.
  • Fase 2 (Compartilhamento de Dados Pessoais): de setembro de 2022 a junho de 2023. É a fase de compartilhamentos dos dados dos consumidores com as seguradoras.
  • Fase 3 (Efetivação de Serviços): de março de 2023 a setembro de 2023. É a fase de acesso aos serviços pelos clientes, como contratação, modificações, resgate ou portabilidade, aviso de sinistro e outros.

Apesar de grande parte do processo já estar concluída, a terceira fase sofreu ajustes no cronograma e ainda segue em andamento. 

Em 2023, houve a prorrogação do prazo para novembro de 2024. Já em dezembro de 2024, a Susep anunciou uma nova prorrogação de implementação da última etapa do projeto, desta vez para 30 de junho de 2025. 

Isso significa que o sistema ainda não está disponível para o consumidor final. Apenas seguradoras e corretores cadastrados podem realizar a troca de informações proposta pelo Opin. 

Alessandro Octaviani, superintendente da Susep, explica que é natural que o processo enfrente alguns desafios e essa alteração no prazo é uma resposta a eles, com  objetivo de entregar o melhor resultado possível ao consumidor. 

“Essa é a realidade da administração pública que, na busca para dar um salto de qualidade, busca assimilar novas tecnologias em prol da população e do mercado”, destaca ele em publicação divulgada pela Susep

Quais são os impactos dessa nova tecnologia no mercado?

O compartilhamento autorizado de dados entre as instituições de seguros traz impactos muito positivos para o mercado. 

Os benefícios citados promovem maior satisfação e fidelização dos clientes, pois a transparência, a conveniência e a personalização entregam uma experiência mais positiva e satisfatória com as instituições de seguros.

A democratização do acesso fomenta uma atuação mais eficiente das empresas diante da maior competitividade. 

A busca por soluções mais diferenciadas e customizadas para atender aos clientes vem junto com a redução de custos operacionais e o aumento de receitas e lucros.

Com tudo isso, podemos esperar maior inovação e colaboração no setor, pois as empresas buscarão oferecer produtos e serviços inovadores, competitivos e de valor agregado. 

E para se adaptar a um projeto digital, a busca pela agilidade nas operações passa pela adoção de ferramentas que desburocratizam o serviço.

Uma delas é a assinatura eletrônica.

Como aderir ao modelo de Seguro Aberto?

Para aderir ao modelo do Sistema de Seguros Aberto, é necessário seguir as diretrizes estabelecidas pela Susep.

O primeiro passo é garantir que seus sistemas estejam preparados para a integração com a plataforma do Opin, com APIs seguras e compatíveis. Veja quem participa do projeto:

  • Seguradoras;
  • Entidades abertas de previdência complementar;
  • Sociedades processadoras de ordem do cliente (SPOCs);
  • Sociedades de capitalização devidamente autorizadas pela Susep.

Vale destacar que sociedades incluídas no segmento S1 (com porte igual ou acima de 10% do PIB) e no S2 (com porte acima de 1% do PIB) são obrigadas a participar. 

Essa classificação é definida pelo Conselho Monetário Nacional e divide as instituições financeiras entre os grupos S1 e S5. 

Com isso em mente, a empresa deve seguir algumas etapas para aderir ao Sistema de Seguros Abertos. Na página oficial da Opin, é possível conferir os passos necessários para se cadastrar e obter a certificação.

TOTVS Assinatura Eletrônica

Para que o Sistema de Seguros Aberto funcione adequadamente, é necessário que haja uma ferramenta que possibilite a assinatura eletrônica dos contratos envolvendo produtos e serviços de seguro. 

O TOTVS Assinatura Eletrônica é uma ferramenta de gestão de assinaturas eletrônicas que garante a validade jurídica, a autenticidade, a integridade e a confiabilidade dos documentos assinados digitalmente.

De forma simples, rápida e segura, as instituições podem enviar contratos para outras pessoas assinarem online, sem precisar imprimir ou escanear nada.

Precisa assinar contratos envolvendo produtos e serviços de seguro com agilidade e praticidade? Conheça o TOTVS Assinatura Eletrônica!

Nova call to action

Conclusão

O Open Insurance é uma nova tecnologia que promete revolucionar o mercado de seguros. 

Ela funciona a partir das APIs que compõem a infraestrutura tecnológica que permite o compartilhamento de dados e serviços entre as plataformas das instituições participantes. 

Como benefícios, ela oferece aos consumidores mais transparência, conveniência e personalização nas suas relações com as instituições de seguros. 

Além disso, traz mais eficiência, competitividade e inovação para as empresas que atuam no setor.

Os impactos no mercado são, portanto, muito positivos e integram a jornada da transformação digital em curso.

Que tal continuar seu aprendizado sobre o tema e conhecer o que é, como funciona e os benefícios do Open Finance?

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