Guia completo sobre logística reversa: o que é, legislação e mais!

A logística reversa é uma forma sustentável e eficiente de otimizar os processos de distribuição e de produção. Consiste no retorno do produto ou de partes deles à fábrica para reaproveitamento, reuso e afins.  Quando feita de forma correta, permite um fluxo maior da produção, bem como reduz o impacto ambiental e faz com que …

Equipe TOTVS | 29 julho, 2023

A logística reversa é uma forma sustentável e eficiente de otimizar os processos de distribuição e de produção. Consiste no retorno do produto ou de partes deles à fábrica para reaproveitamento, reuso e afins. 

Quando feita de forma correta, permite um fluxo maior da produção, bem como reduz o impacto ambiental e faz com que os caminhões não rodem vazios, o que representa altos custos logísticos.

Contudo, em muitos casos, você pode usar isso como um benefício para o empreendimento, pois é possível converter o contratempo em vantagem, como a fidelização do cliente com um bom atendimento.

Dessa forma, preparamos este post para que você saiba como esse mecanismo pode ser benéfico para o seu negócio. Confira agora!

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O que é logística reversa?

Logística reversa é um processo que trata do fluxo físico de produtos, embalagens ou outros materiais, desde o ponto de consumo até ao local de origem. Seu objetivo é recapturar valor ou realizar um descarte adequado dos resíduos de produtos utilizados pelos consumidores. 

É de responsabilidade compartilhada do setor público, privado e sociedade civil, trazendo benefícios ligados à geração de renda, maiores oportunidades de negócios e sustentabilidade.

A ideia de reaproveitar insumos da produção por meio do retorno de parte do produto à fábrica não é nova e já foi utilizada em vários cenários, principalmente em situações de guerra, onde há escassez.

Porém, durante a primeira Revolução Industrial foi quando observamos ações que de fato primavam pela logística reversa, a fim de reduzir custos da produção em escala.

Há algumas décadas, a logística reversa ganhou também seu papel na sustentabilidade, diminuindo desperdícios de recursos e reduzindo o acúmulo de resíduos na natureza.

O método também tem benefícios comerciais e competitivos, principalmente quando se refere ao retorno de produtos vindos dos clientes.

Por exemplo, a devolução rápida e eficiente de um produto com mau funcionamento é parte dessa logística e interfere diretamente na satisfação do consumidor final. 

Para isso, as companhias precisam ter políticas claras e saber como agir nesses casos, para preservar sua reputação junto ao mercado e seus consumidores.

Um panorama sobre a logística reversa no Brasil

No Brasil, a logística reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social que visa à redução do volume de resíduos sólidos e rejeitos, bem como a diminuição dos impactos à saúde humana e ao meio ambiente. 

Foi regulamentada pela Lei nº 12.305, de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e estabeleceu uma responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto entre o setor público, privado e a sociedade civil. 

Nos últimos anos, a LR vem avançando com a implantação de acordos setoriais, sistemas de coleta seletiva, pontos de entrega voluntária e parcerias com cooperativas de catadores. 

Em 2020, o Brasil bateu recorde, reciclando 97,4% das latas de alumínio que entraram no mercado, segundo dados do setor. 

Este método vem trazendo benefícios para as empresas, como economia de custos com matéria-prima, melhoria da imagem corporativa, fidelização de clientes e geração de novas oportunidades de negócios. 

Além disso, agrega benefícios para a sociedade e o meio ambiente, como geração de renda para os catadores, preservação dos recursos naturais, redução da poluição e do desperdício e conscientização ambiental.

Qual é o objetivo da logística reversa?

A princípio, a LR foi implementada a fim de contornar a escassez de recursos disponíveis, depois passou a ser uma estratégia operacional e, após sua regulamentação, tornou-se fundamental para a preservação do meio ambiente.

Do ponto de vista mercadológico, a logística reversa visa a recuperar o valor das mercadorias ou descartá-las corretamente, ao mesmo tempo em que se mantém a qualidade do relacionamento com o cliente.

Conforme identificou a Invesp, 92% dos consumidores online disseram que comprariam de uma empresa novamente se o processo de devolução do produto fosse simples.

Trata-se da prova cabal de que o relacionamento com o cliente não termina na entrega do produto — ele vai muito além.

Antes, a sustentabilidade era um efeito colateral. Porém, após a regulamentação, passou a ser prioridade.

Assim, cria-se um ambiente muito mais sustentável no que tange à produção das indústrias.

Como funciona a logística reversa?

Uma vez que se entenda qual a importância da logística reversa, é hora de compreender como ela funciona em um negócio. Essa é a parte complexa: não há um padrão.

Ou seja, não existe uma ou outra maneira de saber como fazer LR.

Afinal, as empresas possuem estruturas, localizações, condições financeiras e culturas diferentes.

Para uma empresa que vende garrafas térmicas, por exemplo, esse pode ser o processo de troca ou devolução do cliente.

Já para uma organização de serviços de logística que oferece o descarte de produtos vencidos para seus clientes, esse processo pode ser simplesmente levar as mercadorias a um centro de reciclagem.

Normalmente, a cadeia de suprimentos reversa inclui os seguintes passos:

  • Processar a devolução: o momento em que um consumidor sinaliza que quer devolver ou trocar uma mercadoria. É uma etapa que envolve vários microprocessos, como autorização, identificação das condições da mesma, agendamento das remessas e aprovação.
  • Lidar com a devolução: assim que um produto chega ao centro de processamento, é preciso inspecioná-lo e enviá-lo para a área responsável de acordo com sua necessidade, como consertar, revender como devolução, reciclar, sucatear ou recondicionar, entre outros.
  • Reparar o produto: depois de analisar o item, é necessário determinar se o mesmo pode ser reparado. Caso não seja possível, você pode mobilizar ações para reutilizar suas peças.
  • Manter o setor em movimento: otimize os investimentos e reduza a ociosidade do setor de reparos, enviando itens ainda na cadeia produtiva para que sejam consertados.
  • Reciclar: o destino de todas as peças e suprimentos que não podem ser consertados, reutilizados ou revendidos.

Qual a importância da logística reversa?

A importância da logística reversa pode ser resumida na sua capacidade de manter um fluxo eficiente de bens. Assim, a empresa reduz seus custos e riscos, ao mesmo tempo em que os riscos são mitigados e o ciclo de vida do produto é otimizado.

É um passo além para empresas que visam participar de uma economia circular, um sistema focado em tornar a cadeia de suprimentos totalmente sustentável.

Assim, as organizações encontram novas aplicações para produtos que, antes, eram vistos como desperdício, reutilizando-os, recuperando-os ou reciclando-os.

Além disso, falamos de uma prática que reforça a confiança do cliente na sua marca, enriquecendo seu branding e posicionando a empresa como referência.

Quais são os tipos de logística reversa?

São três os momentos que envolvem a LR: pós-venda, pós-consumo e reúso.

Pós-venda

Para entender o que é logística reversa no pós-venda, você deve considerar que o produto não atendeu às expectativas de seus clientes ou que não foram reaproveitados.

Nessa fase, há duas subcategorias que definem o seu processo:

  • e-commerce: a empresa precisa disponibilizar um código dos Correios para o cliente retornar o produto ou retirar o produto na casa do cliente; 
  • varejo: o cliente retorna o produto na própria loja e a loja faz o retorno para a fábrica ou para o fornecedor.

Pós-consumo

Esse é o “canal reverso” mais comum.

O recipiente descartável surge como uma das principais mercadorias desse segmento, uma vez que o sistema prefere a revalorização e reciclagem dos seus produtos.

Esse tipo nasce com base no conceito de ciclo de vida útil do item — que, no caso de uma simples embalagem de mercado, pode ser reutilizada em casa para promover o descarte do lixo doméstico, por exemplo.

Reúso

Na categoria de reúso, temos o exemplo do reaproveitamento de embalagens, como acontece na indústria de bebidas, que reutiliza as garrafas de vidro para envasar novamente.

As empresas organizam métodos de LR pensando em uma nova venda da mercadoria com menor custo de produção.

A economia circular é um exemplo de reaproveitamento de mercadorias e pode aparecer por meio de leilões, brechós e afins, e provém de iniciativas que são ligadas a processos de logística verde.

O que diz a lei da logística reversa?

A Lei 12.305 foi sancionada em 2010 e faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina que as empresas devem coletar e reciclar produtos e seus resíduos após o consumo do cliente final.

Mas essa regulamentação não se aplica a todos. De acordo com o artigo 33, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes das seguintes mercadorias são obrigados a implementar um sistema de LR:

  • I – agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas; 
  • II – pilhas e baterias; 
  • III – pneus; 
  • IV – óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; 
  • V – lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; 
  • VI – produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

A lei estipula ainda sobre dois instrumentos essenciais para sua implementação: o termo de compromisso e o acordo setorial.

Uma curiosidade é que, apesar de existir desde 2010, a lei foi regulamentada apenas em 2017, por meio do decreto n° 9.177.

Neste instrumento, são estabelecidas “normas para assegurar a isonomia na fiscalização e no cumprimento das obrigações imputadas aos fabricantes, aos importadores, aos distribuidores e aos comerciantes de produtos, seus resíduos e suas embalagens sujeitos à logística reversa obrigatória”.

Quais são os benefícios da logística reversa?

Como você pôde ver, existem essas etapas da logística reversa que são muito importantes na hora de observar a satisfação do consumidor que depende da gestão logística.

Caso não haja uma atenção exclusiva para esse processo, é alta a possibilidade de ocorrerem falhas, aumento de custos, diminuição de produtividade, desperdícios e erros relacionados às entregas.

Confira agora alguns dos benefícios dessa prática de devolução de mercadorias.

Aumenta a satisfação do cliente: Trocas e devoluções de itens podem originar problemas no relacionamento entre o consumidor e a empresa. Parte disso ocorre pela demora com que esse procedimento é concluído.

Com a aplicação da LR, as companhias oferecem políticas de devolução claras e realizam o processo de retorno de forma ágil e descomplicada.

Reduz os custos: A redução de custos também é um dos benefícios que essa prática pode propiciar para um negócio.

Além de diminuir gastos ocupando os veículos que retornariam vazios para a empresa — utilizando-os para o recolhimento de produtos e/ou embalagens no caminho de retorno —, essa redução também pode afetar o consumo mínimo de matéria prima.

Criação de vantagem competitiva: Quando a meta da logística está direcionada para a estratégia empresarial, os objetivos do setor passam a ser coerentes com os da companhia, permitindo que os resultados sejam mais satisfatórios.

Exemplo disso é a redução dos gastos e a ampliação da qualidade dos serviços, que ajudam a criar vantagem competitiva.

Melhoria da imagem corporativa: A aplicação de processos de LR significa um grande diferencial competitivo, uma vez que o seu negócio se destaca perante a concorrência.

A LR, com o uso de um bom sistema de gestão e de uma política de troca e devolução apropriada, ajuda o marketing da empresa. 

Entendê-la é fundamental e proporciona benefícios para as empresas, principalmente quando elas cumprem com os anseios dos seus consumidores.

Responsabilidade compartilhada: Este é um aspecto importante e definido na própria lei da PNRS. Em seu artigo 3°, no inciso XVII, está definido que a responsabilidade compartilhada é um dos princípios do ciclo de vida de um produto:

XVII – responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos

Ou seja, todos os envolvidos nesta cadeia dividem o impacto que sua atuação gera.

Assim, todas as empresas participantes do ciclo são igualmente responsáveis por implementar ações que diminuirão os prejuízos ao meio ambiente, economia, entre outros.

Adequação à legislação: Por fim, um dos principais benefícios da LR é que o seu negócio se alinha à legislação vigente no país (e também em outros países), obedecendo às diretrizes e se mantendo à par da fiscalização.

Exemplos de logística reversa

Por todo mundo, as organizações já possuem estratégias de LR que focam em diferentes objetivos ou propósitos distintos, como reciclagem, reutilização ou reparos.

A seguir, veremos alguns exemplos de aplicação real desta estratégia em grandes empresas de vários setores:

Natura

A Natura é uma empresa brasileira de cosméticos que se destaca pela sua preocupação com a sustentabilidade. 

A empresa possui duas iniciativas principais de logística reversa associadas à logística verde: a utilização de refis e a reciclagem

Os refis permitem que os consumidores reutilizem as embalagens originais dos produtos, reduzindo o consumo de plástico e o descarte de resíduos. 

Já a reciclagem, é feita por meio do programa Recicle com a Natura, que incentiva os consumidores a levarem as embalagens vazias a pontos de coleta espalhados pelo país.

Essa iniciativa contempla também as outras marcas da companhia, como Avon, Aesop e The Body Shop.

Coca-Cola

A Coca-Cola também investe na logística reversa como forma de contribuir para a economia circular e a redução do impacto ambiental. 

A empresa possui um sistema de coleta e reciclagem de garrafas PET, que são transformadas em novas embalagens ou em outros produtos, como tecidos, móveis e brinquedos. 

Também utiliza embalagens retornáveis, que podem ser trocadas por descontos na compra de novos produtos. 

Além disso, a Coca-Cola apoia projetos sociais que promovem a educação ambiental e a geração de renda para cooperativas de catadores de materiais recicláveis.

McDonald’s

A rede mundial de restaurantes fast food também adota a LR como parte da sua estratégia de sustentabilidade. 

Com parceria com a Martin-Brower, uma empresa de distribuição, recolhe o óleo usado nas frituras das suas lojas e transforma-o em biodiesel, que é utilizado para abastecer os caminhões que transportam os alimentos. 

Dessa forma, a empresa evita o descarte incorreto do óleo, que pode contaminar o solo e a água, e ainda reduz as emissões de gases poluentes na atmosfera .

Bridgestone

A fabricante de pneus também se preocupa com a destinação correta dos seus produtos após o uso. 

A Bridgestone implementou um programa de logística reversa de pneus chamado Reciclanip, que consiste na coleta e destinação adequada dos pneus gerados no Brasil. 

Os pneus coletados são enviados para empresas credenciadas, que os transformam em matérias-primas para outros fins, como asfalto, solados de sapatos, pisos e borracha granulada. 

O programa Reciclanip é considerado o maior programa de logística reversa do país e já recolheu mais de 6 milhões de toneladas de pneus desde 1999.

HP

Com a criação do HP Planet Partners Brasil, que permite aos consumidores enviarem gratuitamente os cartuchos e toners usados da marca para serem reciclados, a empresa tem se tornado muito sustentável.

O objetivo é concentrar a coleta de 100% dos cartuchos para reciclagem, a fim de criar novos produtos da marca. 

O programa HP Planet Partners Brasil faz parte da meta global da empresa de utilizar 30% de plástico reciclado em seus produtos até 2025.

Philips

Ainda no setor de tecnologia temos a Philips, gigante holandesa de eletrônicos. A empresa demonstra sua preocupação com o ciclo de vida dos seus produtos por meio do programa Philips Green Products, que consiste na coleta e reciclagem dos produtos eletroeletrônicos da marca após o uso pelo consumidor. 

Os produtos coletados são desmontados e separados em diferentes materiais, como plástico, metal e vidro, que são enviados para empresas recicladoras parceiras. 

O programa visa a reduzir o consumo de recursos naturais, o desperdício e a poluição.

Os maiores desafios da logística reversa

Ficou claro que esse é um tema muito técnico e que exige maturidade operacional. Por isso, não é de se espantar que existam vários fatores críticos da logística reversa que devem ser considerados.

Trata-se de uma estratégia completa e 360°, que não deve se preocupar apenas com a logística de saída — a mais “tradicional”. 

Por isso, são vários desafios que devem ser superados, como:

  • Gestão centralizada: É a habilidade de coordenar e controlar todo o fluxo de resíduos, desde a coleta até o processamento. Requer planejamento, informação, equipe e parceiros adequados;
  • Controle de qualidade: Consiste no conjunto de medidas que visam a garantir que os resíduos sejam aptos para o reaproveitamento ou reciclagem. Envolve inspeção, triagem, limpeza, separação e padronização dos materiais;
  • Expectativas do cliente: São as necessidades e os desejos que o consumidor tem em relação ao produto ou serviço que adquire. Na LR, podem envolver facilidade de devolução, prazo de coleta, custo do frete, atendimento ao consumidor, transparência do processo e retorno financeiro ou social;
  • Sintonia de todos os processos: Se refere a harmonia e a sincronia entre as diferentes atividades e agentes envolvidos na logística reversa. Implica em comunicação eficaz, padronização de procedimentos, cooperação mútua e responsabilidade compartilhada.

Como fazer logística reversa?

E, agora, como a sua empresa pode estruturar um processo competente de LR e aproveitar de seus vários benefícios?

O primeiro passo é compreender que cada organização possui uma estratégia diferente, justamente de acordo com seus objetivos e possibilidades.

Para negócios que, por lei, são obrigados a aplicar a LR, é necessário pensar em maneiras de facilitar as devoluções, trocas, reparos, descartes, reciclagem e outros processos atrelados.

Já para outras empresas, é possível começar aos poucos, estabelecendo processos de devolução e troca que maximizem a conveniência e a experiência do cliente.

Em geral, existem alguns passos que podem ser seguidos para ajudar a implementar sua estratégia de LR. Confira os principais:

1. Crie uma política bem definida

Você já comprou em uma loja virtual e precisou assinalar que concordava com a política de trocas e devoluções?

Bom, todo negócio com uma estratégia de LR precisa criar seus próprios termos, que definem os critérios para que esse processo aconteça.

Entre os fatores que sua política deve considerar, recomendamos incluir:

  • Critérios de troca: tudo que qualifica uma troca ou reembolso.
  • Tipos de reembolso: a empresa devolverá o dinheiro ou crédito para ser utilizado?
  • Janela de retorno: quantos dias após a compra o cliente pode solicitar a devolução ou troca?
  • Responsáveis pelo pagamento do frete de retorno: o frete da devolução é por conta da empresa ou o cliente deve custear?

2. Planeje as rotas

Uma vez que o seu processo de LR esteja bem definido, é hora de pensar nas formas de operacionalizá-lo.

E, como falamos de trocas e devoluções de produtos, muitas vezes será necessário pensar no planejamento de rotas.

Essa é uma etapa crucial para que os itens sejam devolvidos com sucesso, de forma ágil e alinhada às expectativas dos clientes.

Além disso, estabelecer um bom processo de roteirização é também uma maneira de reduzir custos operacionais, como com combustível.

3. Controle as finanças e o estoque

Com uma estratégia de LR em prática, é comum que as empresas acabem com certo excesso de estoque.

Nesse cenário, é preciso estabelecer os processos corretos para que os itens retornados não fiquem parados por tempo indeterminado.

Produtos não utilizados podem ser reembalados e vendidos pelo mesmo preço. Outros, com pequenas marcas de uso, podem ser revendidos com um desconto e com a sinalização de que não são novos.

Itens com falhas podem ser desmontados, para que suas peças sejam reaproveitadas. E mercadorias muito danificadas podem ser recicladas ou, se necessário, descartadas.

4. Tenha uma comunicação efetiva com os clientes

Outro ponto de atenção é que a empresa deve manter uma comunicação próxima e empática com os clientes.

O objetivo é que eles entendam as possibilidades de logística reversa, bem como os prazos, custos e possibilidades.

5. Invista na capacitação dos funcionários

Por fim, a capacitação e treinamento dos colaboradores deve estar em dia, de modo que todos entendam exatamente como proceder tanto na logística de saída quanto na reversa.

Principais indicadores de desempenho da logística reversa

Entre os principais indicadores de desempenho que devem ser considerados na hora de monitorar os resultados da estratégia de LR, indicamos os seguintes:

  • Índice de erros: quais foram os erros dos produtos e a quais setores/processos eles podem ser ligados?
  • Volume de retornos: o número de produtos devolvidos e os percentuais de revenda, reutilização e reciclagem dos mesmos. Provavelmente, os KPIs mais importantes.
  • Percentual de custos: todos os gastos relativos a revendas, reformas, reutilização e reciclagem comparados ao custo total da cadeia de suprimentos.
  • Condição dos produtos devolvidos: as diferentes categorias nos quais os itens processados pela LR chegam no centro de distribuição, desde perfeitas para serem revendidas até o ponto em que apenas possam ser descartadas.

Logística reversa: dúvidas frequentes

Antes de finalizar este guia completo, que tal sanar dúvidas frequentes sobre o tema? Separamos algumas perguntas realizadas por leitores do blog, clientes e também encontradas pela internet.

Como a logística reversa e a economia circular se relacionam?

Já mencionamos o potencial da LR dentro de um sistema de economia circular. Mas qual a relação entre ambos os conceitos?

A logística reversa já não é novidade para você, mas a economia circular consiste em um sistema que se preocupa em reduzir os desperdícios em todos os estágios da cadeia produtiva.

Assim, busca eliminar a poluição por meio de melhores métodos de produção de design de produtos.

Além disso, a economia circular visa a mitigar a eliminação de resíduos e produtos, explorando ao máximo o potencial de recuperação e reciclagem de matérias-primas.

Desse modo, o alumínio utilizado para fazer uma latinha de refrigerante pode ser reciclado e revendido para uma empresa de componentes eletrônicos.

Ou seja, criando um “loop” que beneficia os negócios, reduz os desperdícios e mantém a produtividade alta.

Nesse sentido, a LR é como a ponte para que esse loop se complete, pois é por meio desta estratégia que as empresas podem reaver os materiais, insumos e produtos.

Qual a diferença entre logística verde e reversa?

Apesar de parecidas, a logística verde não é a mesma que a reversa.

A logística verde contempla todas as ações da cadeia de suprimentos que seguem os conceitos de ESG.

Nesse sentido, a logística reversa faz parte dela, sendo uma das atividades que vão contribuir para uma produção mais sustentável e ecologicamente consciente.

Na prática, uma estratégia independe da outra, muito embora uma empresa possa ter uma logística reversa sem necessariamente prezar por processos considerados “verdes”.

Contudo, a recomendação é utilizar ambas em uma estratégia complementar a fim de garantir a longevidade e sustentabilidade à sua operação.

Como funciona a logística reversa de resíduos eletrônicos?

A indústria de produtos eletrônicos é uma das que mais geram desperdícios e, em 2020, o Brasil foi o quinto maior produtor de lixo eletrônico.

Ou seja, trabalhar na logística reversa destes insumos é uma necessidade urgente e um fator de risco ambiental.

Para isso, é necessário estruturar um processo de desmanche dos produtos não-reutilizáveis, bem como de despacho dos materiais para as empresas recicladoras e cooperativas.

Qual a importância da tecnologia em uma estratégia de logística reversa?

O processo de LR é repleto de etapas e, manualmente, pode ocasionar uma gestão complexa e por vezes caótica.

A tecnologia ajuda a administrar todos os processos, facilitando o monitoramento de desempenho.

Desse modo, um sistema logístico pode conciliar as ações internas e externas, bem como as demandas de saída, entrada e retorno.

Tecnologias TOTVS para o setor logístico

Você sabia que a TOTVS possui uma suíte de tecnologias completas para melhorar a gestão da sua operação logística?

Entre os sistemas, a TOTVS desenvolveu soluções lapidadas para diferentes tipos de negócios:

  • Transportadoras;
  • Operadores logísticos;
  • Portos e recintos alfandegados.

Assim, as tecnologias TOTVS possibilitam que a sua empresa otimize todos os processos logísticos, incluindo a estratégia de LR.

Desse modo, ajudamos sua organização a simplificar e automatizar tarefas, agilizar a gestão e melhorar os resultados.

Que tal conhecer mais? Entenda tudo sobre as tecnologias TOTVS para Logística, suas possibilidades e benefícios!

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Conclusão

Retornos, trocas e devoluções são processos inevitáveis e até naturais em determinados setores, e a logística reversa estrutura de forma ordenada os processos para que isso ocorra com eficiência.

Apesar de ter uma origem voltada ao reaproveitamento de recursos, o próprio avanço da indústria mostrou que a LR deveria ser regulamentada de forma a priorizar a sustentabilidade para a longevidade do mercado.

Por isso, contar com sistemas como as suítes tecnológicas da TOTVS é uma decisão acertada!

Apesar de ser um tema popular dentro do negócio, muitos gestores acabam se confundindo com suas atribuições, indicadores e formas de gerenciar.

Para se aprofundar na gestão, confira nosso guia completo sobre controle de estoque

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