O Protocolo de Manchester é o principal sistema de triagem utilizado pelas unidades de saúde e se tornou indispensável para os profissionais da área ao longo dos anos.
Com um método simples de classificação, o processo ajuda a organizar toda a etapa de acolhimento dos pacientes, identificando os atendimentos prioritários.
Para isso, o protocolo faz uma divisão por níveis de risco para definir ordem de prioridade e detalhes dos atendimentos.
Se você quer entender como funciona essa classificação, continue a leitura deste artigo para descobrir pontos importantes sobre o assunto, como:
- significado das cores utilizadas no sistema de classificação;
- história do protocolo e aplicação no Brasil;
- dicas para implementar o método;
- como a tecnologia pode ajudar;
- fluxograma do processo.
Aproveite o conteúdo!
O que é Protocolo de Manchester? Qual a sua finalidade?
O Protocolo de Manchester é um método de triagem muito utilizado no setor de saúde, desenvolvido com o objetivo de classificar a prioridade de atendimento dos pacientes.
Ao chegar na unidade de saúde, os pacientes passam por esse processo de triagem, que identifica o nível de gravidade em cada caso.
Com base nessa avaliação, define-se a ordem de atendimento para garantir que as emergências sejam recebidas primeiro.
O sistema de classificação de risco neste protocolo de triagem funciona por meio da divisão por cinco cores, responsáveis por indicar o risco de cada quadro clínico.
Vale destacar que essa etapa não determina um diagnóstico para o paciente, ela apenas tem a função de verificar o nível de risco.
Conheça a história do Protocolo de Manchester
O Protocolo foi criado entre 1994 e 1995, sendo aplicado pela primeira vez em 1997 na cidade de Manchester, na Inglaterra – como você deve ter imaginado, o nome do método surgiu daí.
A eficiência do processo de triagem não demorou a ser notada pelos profissionais e pelas instituições, se espalhando rapidamente por todo o Reino Unido e depois para o mundo inteiro.
Por determinar escalas de urgência, a classificação ajuda a filtrar os casos mais graves, trazendo agilidade, padronização e organização para o serviço.
Hoje, o protocolo é um sistema global, que facilita diariamente o atendimento nas unidades de saúde.
O Protocolo de Manchester no Brasil
No Brasil, o sistema de triagem de Manchester só foi aplicado pela primeira vez em 2008, no estado de Minas Gerais.
A princípio, o método foi trazido com a finalidade de reduzir as filas em hospitais e buscar uma ação mais efetiva para o atendimento de pacientes que chegavam às unidades com quadros mais graves.
Na prática, o Protocolo vai além da organização da fila de atendimento e contribui para melhorar a administração da instituição como um todo.
Por isso, tornou- se tão importante em inúmeros países ao redor do mundo e até hoje segue como um padrão de triagem altamente eficiente nos hospitais.
Entenda o significado das cores no Protocolo de Manchester
Como explicamos, o Protocolo de Manchester tem como base a classificação por cores, que definem o nível de prioridade de atendimento de acordo com a gravidade dos casos.
Conheça as cinco cores e entenda o que cada uma delas significa no processo de triagem, assim como as regras definidas para as categorias de classificação.
Vermelho
O vermelho indica casos com nível máximo de urgência, destinado aos pacientes com quadros clínicos gravíssimos e risco de morte.
Veja alguns exemplos de quadros comumente atendidos nesta categoria:
- queimaduras em mais de 25% do corpo;
- parada cardiorespiratória;
- problemas respiratórios;
- crises de convulsão;
- traumatismo.
Nestes casos, o atendimento deve ser realizado de forma imediata.
Laranja
A cor laranja representa quadros graves, mas com um nível de urgência menor do que aqueles indicados pela cor vermelha.
Normalmente, esses pacientes apresentam uma estabilidade maior do que os atendidos com pulseira vermelha.
Confira as principais condições que entram na classificação laranja:
- arritmia cardíaca (desde que não apresente sinais de instabilidade);
- cefaleia intensa e de rápida progressão;
- suspeita de AVC e infarto;
- dores muito severas.
Segundo definido pelo protocolo, o tempo médio de espera aceitável para esse tipo de quadro clínico é de até 10 minutos.
Amarelo
Os quadros clínicos classificados pela cor amarela apresentam gravidade moderada.
Apesar de demandarem uma avaliação detalhada, esses pacientes têm condições de aguardar o atendimento por mais tempo que os anteriores.
Conheça os casos mais comuns nesta categoria:
- picos de hipertensão arterial;
- hemorragias moderadas;
- sinais vitais irregulares;
- vômito intenso;
- desmaios.
Para os pacientes identificados pela cor amarela, o tempo de espera admitido pelo protocolo é de até 50 minutos.
Verde
A cor verde é responsável por indicar os casos de menor gravidade, que não exigem um atendimento urgente e podem esperar por um tempo maior.
Se necessário, é possível até fazer o encaminhamento desses pacientes para outras unidades, com o objetivo de evitar a superlotação.
Veja alguns exemplos de quadros clínicos identificados pela cor verde no Protocolo de Manchester:
- febre sem alteração nos sinais vitais;
- hemorragia sob controle;
- dores leves;
- resfriados;
- viroses.
Seguindo o padrão do processo de triagem, o tempo de espera desses pacientes pode ser de, no máximo, duas horas.
Azul
O azul indica casos de atendimentos mais simples, que podem aguardar ou até mesmo serem encaminhados para outra unidade de saúde.
Aqui, se encaixam as condições clínicas que não apresentam risco para a saúde ou para a vida do paciente.
Confira quadros clínicos classificados pela cor azul:
- aplicação de medicação com receita;
- dores crônicas já diagnosticadas;
- troca de sondas ou de curativos.
Estes casos aceitam até quatro horas de espera para atendimento, segundo previsto no método de triagem de Manchester.
Como funciona o fluxograma do Protocolo de Manchester?
O sistema que classifica a prioridade de atendimento no Protocolo de Manchester foi desenvolvido com base em diversos critérios para guiar a investigação sobre os riscos de cada caso.
Assim que um paciente chega na unidade, ele deve passar por uma aferição dos sinais vitais, identificação dos sintomas e depois pela classificação de risco.
Na etapa de classificação, existem fluxogramas que ajudam a determinar a ordem de prioridade dos quadros.
Para se ter uma ideia, o protocolo conta com 55 fluxogramas de decisão para orientar os profissionais da saúde na hora da identificação da gravidade em diferentes situações.
Veja alguns fluxogramas existentes:
- queimaduras;
- convulsões;
- cefaleia;
- quedas.
A função desses fluxogramas é auxiliar na avaliação dos riscos durante a triagem, tornando o atendimento mais ágil e assertivo.
Para isso, cada guia descreve os sintomas apresentados em diferentes níveis de gravidade, indicando qual cor deve ser designada a cada um deles.
Vamos usar o fluxograma de cefaleia como exemplo para entendermos melhor como o processo funciona.
Nestes casos, um paciente que chega com obstrução das vias aéreas ou em convulsão deve receber uma pulseira vermelha para atendimento imediato, segundo definido no fluxograma.
Já outro paciente com quadro de cefaleia, que apresenta como sintomas vômito, estado febril ou dor leve recente, pode ser classificado com a cor verde.
Quais são as vantagens do Protocolo de Manchester?
O protocolo de triagem de Manchester é fundamental para manter a organização dos atendimentos, principalmente em unidades com grande fluxo de pacientes.
Essa classificação de prioridades faz toda a diferença no gerenciamento da instituição, além de garantir um serviço mais eficiente para as pessoas que estão em busca de acompanhamento médico.
Além desses pontos, conheça outras vantagens de implementar o protocolo de triagem nas unidades de saúde:
- garante alinhamento entre todos os profissionais da unidade;
- contribui para a segurança e satisfação dos pacientes;
- reduz índices de óbito e agravamento de quadros;
- permite o encaminhamento correto de cada caso;
- estabelece um padrão para os atendimentos;
- evita filas desorganizadas e superlotação;
- auxilia na gestão hospitalar.
O método foi elaborado, testado e validado cientificamente, trazendo todos os dados necessários para assegurar um atendimento mais ágil, altamente qualificado e muito mais assertivo.
Equipamentos e materiais necessários para o Protocolo de triagem Manchester
Para aplicar o protocolo no processo de triagem, é importante ter alguns equipamentos e materiais que serão utilizados no momento da avaliação do paciente.
Veja todos os equipamentos que uma unidade de saúde precisa para que o método de Manchester flua da maneira correta:
- relógio de frequência cardíaca;
- esfigmomanômetro;
- estetoscópio;
- glicosímetro;
- termômetro;
- oxímetro.
Além desses dispositivos, a instituição deve ter os prontuários eletrônicos ou físicos para registrar os dados conferidos durante a triagem, como batimentos cardíacos e pressão arterial.
Os materiais de identificação da prioridade de atendimento também são necessários. Aqui as pulseiras e os adesivos com as cinco cores do protocolo são os itens mais comuns.
Como sua instituição de saúde pode implementar esse protocolo?
Para implementar o Protocolo de triagem Manchester, o GBCR (Grupo Brasileiro de Classificação de Risco) define cinco etapas essenciais para qualquer unidade de saúde.
Confira a seguir quais são essas etapas:
- Passo 1: conscientização da equipe;
- Passo 2: capacitação dos profissionais;
- Passo 3: acompanhamento de um tutor especializado para avaliar o processo de implementação;
- Passo 4: capacitação de auditores internos para padronizar a metodologia e a execução do procedimento;
- Passo 5: realização de auditorias externas para obter o selo de qualidade.
Após esses cinco passos, é importante manter o acompanhamento constante da equipe e realizar auditoria hospitalar interna com frequência para garantir a qualidade dos serviços.
Protocolo de Manchester: dúvidas frequentes
Já entendemos com clareza o que é, como funciona, quais os benefícios e até mesmo como implementar o método de triagem de Manchester, mas ainda temos algumas dúvidas para responder.
Para que o processo seja bem-sucedido nas unidades de saúde, é importante entender todos os pontos do protocolo.
Por isso, separamos outras informações essenciais sobre o assunto para compartilhar com você. Confira a seguir!
Quem é o especialista responsável por executar o Protocolo de Manchester?
Segundo o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), em descrição na resolução 661/2021, o enfermeiro é o responsável pelo processo de classificação de riscos e prioridades.
Esse enfermeiro cuida de toda a avaliação e classificação dos pacientes, garantindo a agilidade do atendimento.
Aqui, vale ressaltar a importância do comprometimento e do alinhamento entre todos os profissionais da unidade para que o protocolo funcione com eficiência na prática.
Existe algum curso sobre o Protocolo de Manchester?
Sim, existem cursos sobre o método de triagem de Manchester e eles são fundamentais para a capacitação dos profissionais da unidade.
No Brasil, essa especialização é oferecida pelo GBCR, única instituição licenciada para usar os direitos autorais do protocolo.
Essa formação garante certificado oficial de classificador do Protocolo de Manchester, documento reconhecido internacionalmente.
A certificação deve ser atualizada a cada três anos ou sempre que houver alguma mudança nas regras do método.
Isso aconteceu apenas três vezes em mais de 30 anos de aplicação, o que reforça ainda mais a eficiência do protocolo.
Quais os melhores livros sobre o Protocolo de Manchester?
Para ampliar o conhecimento sobre o Protocolo, o mais indicado é realizar o curso oficial da GBCR, que dá acesso ao método completo com todas as diretrizes, normas e fluxogramas para guiar as avaliações.
Além disso, as unidades de saúde podem desenvolver guias de acolhimento internos para facilitar o dia a dia dos profissionais responsáveis pelo atendimento.
Tecnologias TOTVS para instituições de saúde
A rotina de uma unidade de saúde é complexa e bastante intensa, por isso é de extrema importância ter sistemas e ferramentas de gerenciamento eficientes para não perder o controle sobre os atendimentos.
Na prática, a tecnologia auxilia diretamente na produtividade e eficiência das instituições. Pensando em simplificar esse dia a dia, a TOTVS criou produtos exclusivos para atender às necessidades do setor.
A empresa traz soluções específicas para operadoras de planos de saúde, cooperativas médicas, hospitais e clínicas.
Todas as funcionalidades da ferramenta buscam tornar as informações acessíveis para os diferentes setores da instituição, contribuindo para a interoperabilidade na saúde.
Além disso, o sistema busca otimizar o controle de custos, seja por área, procedimento ou equipe médica.
Aumente a eficiência da sua instituição com as soluções da TOTVS para instituições de saúde!
Conclusão
Neste conteúdo, entendemos o que é e como funciona o Protocolo de Manchester, principal sistema de triagem das unidades de saúde ao redor do mundo.
Ao longo do artigo, também compartilhamos com você os benefícios do método e dicas para implementá-lo na sua instituição de maneira eficiente.
Como vimos, as tecnologias para a área da saúde podem ser grandes aliadas do protocolo, garantindo a otimização do gerenciamento das instituições de forma geral.
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