Síndrome de burnout: causas, sintomas e tratamento

Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 03 janeiro, 2023

A síndrome de burnout é uma das heranças do mercado corporativo moderno. A sensação de estar sobrecarregado, fatigado e com dificuldades de lidar com as demandas do dia a dia são alguns dos sintomas desse estado de exaustão que muitos profissionais lidam.

Essa condição pode ocorrer quando alguém se sente cronicamente estressado com seu trabalho e pode levar ao esgotamento físico e emocional, bem como a problemas de foco e motivação.

Para profissionais e empresas, é importante entender o que é a síndrome de burnout, suas causas, consequências e, especialmente, como evitá-la.

Continue a leitura para entender mais!

O que é a síndrome de burnout?

A síndrome de burnout é um fenômeno real e cada vez mais comum em nosso mundo moderno. Considerada um distúrbio emocional e uma doença ocupacional, tem como sintomas a exaustão extrema e o esgotamento físico, resultantes do excesso de trabalho.

O distúrbio surge em várias situações.

Comumente, se relaciona às situações em que o profissional está tentando alcançar muitos objetivos e, por consequência, acabam muito ligadas ao trabalho e não conseguem se desconectar das suas obrigações.

No entanto, existem várias causas — e a maioria delas está ligada ao comportamento e cultura da própria empresa, o que é um sinal de atenção para empreendedores, gestores e gerentes de RH em todo o mercado.

Esse é um distúrbio perigoso, que pode ser uma ponte para aprofundar estados emocionais mais delicados, como depressão profunda.

Quais os profissionais mais atingidos pela síndrome de burnout?

Os profissionais mais afetados são aqueles que trabalham em ambientes de trabalho altamente competitivos, estressantes e exigentes, o que pode incluir carreiras como médicos, empresários, atletas ou advogados.

No entanto, o burnout pode impactar profissionais de todas as áreas.

Em geral, o distúrbio é visto em profissionais que trabalham longas horas, têm mais dificuldade em obter tempo livre e um grau particularmente alto de estresse.

Muitos educadores, que normalmente sofrem uma pressão extrema devido às altas expectativas dos estudantes e padrões salariais baixos, também sentem os efeitos da síndrome.

Mesmo empresários que são altamente motivados por seus próprios sonhos e ambições pessoais podem sucumbir aos sintomas de burnout relacionados ao trabalho.

Na verdade, não importa qual seja o caminho de carreira escolhido, o burnout é sempre uma ameaça dada ao montante de trabalho.

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Quais os sintomas da síndrome de burnout?

São vários os sintomas do burnout, mas normalmente envolve nervosismo, estresse e exaustão física e mental.

De acordo com o próprio governo brasileiro, os principais sintomas dessa doença ocupacional são:

  • Cansaço excessivo, físico e mental;
  • Dor de cabeça frequente;
  • Alterações no apetite;
  • Insônia;
  • Dificuldades de concentração;
  • Sentimentos de fracasso e insegurança;
  • Negatividade constante;
  • Sentimentos de derrota e desesperança;
  • Sentimentos de incompetência;
  • Alterações repentinas de humor;
  • Isolamento;
  • Fadiga;
  • Pressão alta;
  • Dores musculares;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Alteração nos batimentos cardíacos.

Esses sintomas normalmente surgem de forma leve, mas se as condições de trabalho se mantiverem as mesmas, eles gradualmente pioram.

Um panorama sobre a síndrome de burnout no Brasil

O Brasil possui um mercado exigente em relação à demanda e qualidade. A sede por crescimento tem seus benefícios e também suas consequências.

De acordo com dados da International Stress Management Association (ISMA-BR), 30% dos profissionais brasileiros sofrem com a síndrome de burnout.

Desde 1999, o Ministério da Saúde reconhece o distúrbio emocional como uma condição relacionada ao trabalho.

No entanto, ela nunca foi daquelas doenças populares ou amplamente conhecidas.

Porém, após o dia 1° de janeiro de 2022, isso mudou.

Afinal, o distúrbio foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS) — também conhecido como CID 11.

Agora, a síndrome tem como conceito ser “um estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso“.

Ou seja, oficialmente, o burnout é considerado uma doença ocupacional, o que garante todos os direitos trabalhistas e previdenciários como qualquer outra patologia que surge no trabalho.

Qual a diferença entre síndrome de burnout e depressão?

A síndrome de burnout e a depressão têm algumas diferenças distintas.

Enquanto a depressão é uma condição de saúde mental, o burnout geralmente se refere ao esgotamento físico, emocional e mental causado pelo estresse no trabalho a longo prazo ou por razões relacionadas ao desempenho no trabalho.

Com o burnout, o cansaço e a perda de interesse no trabalho muitas vezes surgem da falta de descanso adequado e do uso de muita energia para lidar com situações estressantes de trabalho.

Por outro lado, a depressão tende a ser causada por fatores dentro e fora do estresse do local de trabalho que podem levar a severas crises de tristeza que duram semanas sem nenhuma mudança de humor ou comportamento.

Em suma, ambos são transtornos graves que precisam ser levados a sério. Na prática, o burnout pode servir de ponte para a depressão.

Qual o tratamento para a síndrome de burnout?

Afinal, síndrome de burnout tem cura? Existe um tratamento, mas ela requer ajuda profissional e acompanhamento da saúde mental da pessoa afetada.

Esse especialista pode avaliar e diagnosticar a condição, assim como fornecer psicoterapia, que é o principal método utilizado.

Afinal, é um distúrbio emocional, portanto, o foco principal é no fortalecimento mental da pessoa.

Esse tratamento foca na construção de resiliência, melhores habilidades de gestão de estresse e um equilíbrio mais saudável entre trabalho e vida pessoal — o que chamamos de work-life balance.

Vários tipos de psicoterapia, como a terapia cognitiva comportamental, podem ser recomendados como um meio para tratar o burnout.

Além disso, é importante que a pessoa preze hábitos mais saudáveis, com alimentação balanceada, exercícios físicos regulares e um melhor sono.

Entretanto, em casos mais graves, pode ser necessário utilizar medicações psicotrópicas.

Quem faz o diagnóstico de burnout?

O diagnóstico de burnout é realizado por um especialista, apenas após análise clínica do paciente. Quem faz é um psiquiatra ou psicólogo, conforme diz o governo brasileiro.

Além de ajudar a identificar a presença de burnout nos pacientes, esses profissionais podem fornecer estratégias para lidar com o estresse e ansiedade e trabalhar com os pacientes na construção de comportamentos ou hábitos mais saudáveis.

Se você acha que pode estar sofrendo de burnout, falar com um desses especialistas capazes pode ajudá-lo a ter sucesso no restabelecimento do equilíbrio em sua vida.

Quanto tempo pode durar o burnout?

O maior desafio do burnout é que não é um “tempo” estimado para a duração de seus sintomas. Como é um distúrbio relacionado ao trabalho, teoricamente, ele dura (e piora) conforme o profissional se mantém na mesma situação.

Ou seja, o burnout só pode ser tratado uma vez que o profissional procurar ajuda e a empresa também fizer sua parte para criar uma cultura de trabalho mais saudável.

Síndrome de burnout dá direito a afastamento pelo INSS?

Sim, trabalhadores diagnosticados com síndrome de burnout têm direito ao afastamento pelo INSS, bem como estabilidade e, em casos graves, até mesmo aposentadoria por invalidez.

Após ser enquadrada como doença ocupacional no CID 11, a síndrome teve o código QD85, o que possibilita que, em caso de diagnóstico da mesma, o profissional possa tirar uma licença médica remunerada de até 15 dias.

Em casos de afastamento maior do que 15 dias, o profissional tem direito ao benefício previdenciário do INSS.

Esse benefício prevê também estabilidade provisória, ou seja, após a alta concedida pelo INSS, a empresa não pode demiti-lo sem justa causa em um período de até 12 meses.

No cenário de aposentadoria por invalidez, o profissional deve passar pela perícia médica do INSS.

Como evitar o surgimento dessa síndrome?

Existem dois pontos de vista quando o assunto é evitar o burnout: do profissional e da empresa.

No caso das pessoas, o recomendado é focar em estratégias que reduzam o estresse e a pressão no trabalho.

Isto é: focar em condutas e hábitos mais saudáveis, bem como:

  • Definir e perseguir pequenos objetivos profissionais e pessoais (um passo de cada vez);
  • Participar de atividades de lazer entre amigos e familiares;
  • Fazer atividades diferentes em sua rotina pessoal, como sair para jantar, ir ao cinema, passear etc.;
  • Evitar o contato com pessoas ou situações que você considera “negativas”;
  • Expor o que você está sentindo com alguém de confiança, para não se reprimir;
  • Evitar a ingestão de substâncias que piorem seu estado mental, como álcool, tabaco e outras drogas;
  • Evitar se automedicar.

Já para as empresas, a chave para evitar o esgotamento de seus funcionários é criar uma cultura organizacional que encoraje o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e não imponha exigências descabidas.

Introduza horários flexíveis e opções de teletrabalho, para que seus funcionários tenham tempo para cuidar de si mesmos de forma adequada.

Certifique-se de que seu local de trabalho oferece intervalos regulares e incentive o lazer e descanso em tempo de férias.

Mostre que o bem-estar de seus funcionários é uma prioridade, fornecendo-lhes todo o apoio que eles precisam, incluindo:

  • treinamento adequado;
  • recursos para fazer seu trabalho de forma eficiente;
  • orientação sobre como administrar os níveis de estresse;
  • atenção à moral e motivação;
  • e apreciação por todas as contribuições feitas pelos funcionários.

Todas essas atividades, quando bem feitas, criam um ambiente onde a produtividade é valorizada, mas não às custas de um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal.

A importância da saúde mental no ambiente de trabalho

No mundo corporativo moderno, é comum focar mais nas demandas do trabalho do que em questões físicas e, especialmente, mentais.

No ambiente de trabalho, a pressão para fazer mais e ser melhor está constantemente se tornando mais forte.

No final do dia, no entanto, a saúde física e mental são igualmente valiosas se a pessoa quiser ter sucesso em qualquer coisa que faça.

Tomar medidas proativas para melhorar a saúde mental, com práticas como meditação, atividades de autocuidado e até mesmo terapia em sua rotina diária são peças importantes para contribuir na manutenção da produtividade no trabalho.

A recomendação é de que você, como profissional e líder de empresas ou setores, faça dos cuidados com a saúde mental uma prioridade para tornar os altos e baixos da vida um pouco mais fáceis.

A missão é tornar o ambiente de trabalho um local de desafio e inspiração, e não de desgaste, estresse e exaustão.

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Conclusão

A síndrome de burnout é um problema sério que pode afetar a saúde e a produtividade dos funcionários.

Portanto, é importante estar atento aos seus sintomas e agir o mais rápido possível se eles forem observados para evitar que se agravem.

As empresas também devem assegurar que seu ambiente de trabalho promova um cuidado adequado com a saúde mental e fornecer apoio aos seus funcionários.

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