Fontes de proteína animal: o panorama atual e os desafios para o futuro

Equipe TOTVS | 13 maio, 2022

A gestão de fontes de proteína animal é um assunto que demanda certa urgência dos envolvidos na cadeia alimentar. As recentes crises logísticas e produtivas, bem como a perspectiva do aumento populacional, colocam as práticas atuais em cheque.

É necessário rever a forma com que as organizações envolvidas administram as diferentes etapas operacionais logísticas e de armazenamento, bem como as adequações às novas diretrizes fiscais.

Para isso, no entanto, é essencial conhecer a fundo o mercado e o panorama das fontes de proteína animal, partindo do básico até chegar aos desafios por trás do sucesso desse mercado.

E você, está preparado para aprender mais? Criamos um guia completo sobre o assunto, explicando em detalhes o que é e quais os desafios da cadeia logística de proteína animal.

Vamos lá? É só seguir conosco, boa leitura!

Quais são as principais fontes de proteína animal?

As fontes de proteína animal são aquelas que derivam diretamente de animais. Quando falamos da indústria alimentar, é comum pensarmos apenas nas carnes bovinas, suínas ou de aves.

E, sim, esses animais são as principais fontes de proteína neste caso. No entanto, os produtos vão muito além da carne em si, envolvendo ovos, queijos e laticínios.

Entre os animais que mais fornecem proteínas e produtos para o consumo humano, podemos destacar: bovinos, bubalinos (da família dos búfalos), suínos, perus, patos e outras aves.

Como é de se imaginar, esse é um mercado relevante para a economia brasileira e repleto de oportunidades, mas também desafios.

Um exemplo foi a pandemia, que impactou de maneira pesada as decisões de compra de players internacionais, abalando toda a estrutura produtiva e logística dos produtores rurais.

Fontes de proteína animal e vegetal: quais são as diferenças?

Agora, quando falamos de tipos de proteínas, quais as diferenças entre as fontes animais e vegetais? Bom, o principal aspecto a se comentar é justamente sua origem.

Enquanto proteínas animais são derivadas de seres como bois, galinhas e aves, as proteínas vegetais derivam de plantas, grãos, leguminosas, algumas frutas, entre outros.

Para entender o que as diferencia em nível científico, é preciso dar um passo atrás e analisar sua composição.

Proteínas são macronutrientes da dieta de qualquer ser vivo — ou, ao menos, mamíferos.

São substâncias que ajudam a manter e desenvolver as estruturas corporais, como músculos, ossos e até mesmo o cabelo.

Nos seres humanos, diferente de plantas, por exemplo, o corpo não armazena proteínas, o que as torna essenciais na rotina alimentar.

Além disso, não produzimos nove destas proteínas, o que torna ainda mais necessário consumi-las por meio de uma dieta rica.

Na prática, as proteínas são compostas por aminoácidos e, por necessidade, o corpo humano precisa equilibrar todos os 22 tipos de modo a funcionar corretamente.

Quando falamos da diferença entre fontes de proteínas de origem animal e vegetal, falamos essencialmente de conteúdos de aminoácidos distintos.

Em geral, produtos de origem animal são considerados como fontes completas de proteína, com conteúdo completo de aminoácidos.

Já as proteínas vegetais, geralmente, carecem ao menos um dos aminoácidos essenciais.

Esse não é um padrão, visto que algumas proteínas à base de plantas, como a quinoa, são fontes completas.

Um panorama sobre a produção de proteína animal no Brasil

Agora, quando o assunto são fontes de proteína animal no Brasil, falamos de um dos maiores produtores de carne do mundo, bem como um player importante no fornecimento de produtos derivados.

É natural que muitos pensem que o Brasil lidera o ranking de produção de proteínas de origem bovina — o que é uma verdade.

De acordo com dados do Beef Report 2021, o Brasil ficou em segundo lugar na lista de maiores fornecedores mundiais, produzindo 11,5% do total mundial. O primeiro lugar ficou com a Índia.

Já conforme o Relatório Anual 2022 da ABPA (Associação Brasileira da Proteína Animal), a produção de carne de frango no Brasil ultrapassou as 14,3 milhões de toneladas em 2021.

Esses números fizeram do Brasil o maior exportador da proteína no mundo, à frente dos Estados Unidos e da União Europeia.

Além disso, ainda conforme o estudo, a produção de carne suína brasileira ultrapassou a casa das 4,7 milhões de toneladas em 2021.

Nesse quesito, o Brasil foi apenas o quarto maior exportador no último ano, atrás da União Europeia, Estados Unidos e Canadá.

Outro dado compilado no estudo é da produção de carne de peru. Em 2021, foram pouco mais de 157 mil toneladas, o que mostra uma queda em relação aos últimos anos.

Em 2017, por exemplo, foram produzidas mais de 390 mil toneladas.

Por fim, outra das fontes de proteína animal relevantes é o pato. Em 2021, a produção foi de pouco mais de 5 mil toneladas, com quase 70% desse volume destinado à exportação.

Quais são os desafios da cadeia logística da proteína animal?

A gestão de fontes de proteína animal é um assunto complexo, especialmente porque falamos de um mercado extremamente volátil e impactado pela pandemia.

Essa é uma cadeia alimentar complexa, com diversos atores primários e secundários.

Enquanto o produtor precisa se preocupar com a gestão da fazenda e aplicar as melhores técnicas de confinamento de gado, os frigoríficos precisam desatar os nós da logística do agronegócio.

A verdade é que são múltiplos elementos que influenciam na produtividade, qualidade e lucratividade desse mercado.

Entre os principais desafios que as empresas do setor enfrentam, podemos mencionar:

Custos de produção

Nos últimos anos, a pandemia e seus efeitos na economia (seguidos, mais recentemente, pelos impactos dos conflitos europeus) impactaram fortemente os custos de produção da cadeia alimentar.

Entre os principais aumentos, podemos mencionar o custo dos insumos.

Além disso, no Brasil, há o agravante da volatilidade econômica e a inflação, que desvalorizaram a moeda nacional e aumentaram a competitividade dos mercados externos.

Tudo isso ocasionou uma readequação de preços dos insumos, o que ainda é alvo de preocupação das empresas e líderes do setor.

Entraves logísticos

Um dos mais importantes desafios da cadeia logística de proteína animal são os entraves logísticos.

Com a pandemia, a disponibilidade dos navios (que é responsável pelo transporte de praticamente todas as proteínas animais brasileiras) foi reduzida, e as rotas foram reorganizadas.

Criar soluções para esse problema é um dos quebra-cabeças sobre os quais os players da indústria se debruçam, visto que não se trata apenas de uma questão produtiva, mas de segurança alimentar para o Brasil e outras nações.

Adequações fiscais e fitossanitárias 

O correto escoamento da produção também enaltece a necessidade de se adequar às legislações fiscais e fitossanitárias cada vez mais rígidas.

Alguns mercados externos possuem regras muito bem definidas e rigorosas acerca da qualidade dos produtos.

Problemas como pestes e doenças, como a gripe aviária, volta e meia voltam aos noticiários e podem prejudicar demais o fluxo de mercado de um país como o Brasil.

Investir em soluções de biosseguridade animal, tanto na criação, produção e logística, é essencial!

Escassez de insumos

Grandes responsáveis pela maior parcela dos custos de produção da cadeia de proteínas animais, um ponto que assusta as empresas é a escassez de insumos.

Por exemplo, é comum relacionar uma eventual diminuição da produção de ovos com o aumento do preço do milho e farelo de soja — insumos essenciais para as galinhas.

Rastreabilidade

Uma das maneiras de se manter a par de todos os passos de um produto ao longo da cadeia produtiva é a partir da rastreabilidade de alimentos.

Essa é uma técnica de extrema importância, mas pouco difundida nos players do mercado.

Trata-se basicamente de rastrear e vistoriar os produtos em cada etapa do seu ciclo produtivo e logístico, do momento em que o boi é criado no campo até o ponto em que seu produto é servido na mesa do consumidor.

E quando falamos “pouco difundida”, não queremos dizer que não é aplicada, já que é uma exigência legal da Anvisa.

No entanto, ainda há muito a se avançar no tema, com o investimento em tecnologias que capacitam a coleta e centralização dos dados, facilitando a análise de eventuais problemas.

Armazenamento

Otimizar o armazenamento e conciliar com um ágil escoamento dos produtos é também um dos desafios de empresas do setor.

Investir no desenvolvimento do cold chain, a cadeia de suprimentos a frio, própria para produtos como as proteínas animais, deve ser uma das prioridades das empresas.

Sustentabilidade

A sustentabilidade é um dos grandes compromissos da maioria das nações e empresas.

Acontece que o agronegócio tem como característica o impacto do ambiente.

Afinal, para o agronegócio e agropecuária, é necessário utilizar recursos naturais de modo a suprir com a demanda de todo o mundo.

No entanto, a falta de políticas mais bem definidas sobre o tema prejudicam também a forma com que as empresas lidam com a sustentabilidade.

É necessário, também, investir em uma cadeia produtiva focada na redução dos desperdícios, bem como na utilização mais inteligente dos recursos.

Investir em fontes de energia alternativas, como em bioenergia, também é algo que deve estar no radar do agronegócio.

Nova call to action

Quais iniciativas podem ser tomadas a fim de alcançar a eficiência no abate das carnes?

O abate é uma parte importante da produção de proteínas animais de diferentes espécies, desde bovinos a aves.

Além de conciliar técnicas adequadas, como o abate humanitário, é essencial conduzir esse processo com foco no bem-estar animal.

Entre os problemas que um abate mal feito pode ocasionar está a produção de carnes pálidas, especialmente quando falamos de aves.

Há maneiras certas de conduzir esse procedimento, como a forma que se apanha o animal, o conforto térmico oferecido, a sequência de movimentos realizados, bem como a regulagem eficiente da carga elétrica administrada no abate.

O manejo pré-abate deve ser suave, de forma a não estressar o animal e impactar na sua saúde — o que, invariavelmente, afeta a qualidade da carne.

As principais tendências no mercado de proteína animal

Agora, e para empresas que buscam sair na frente quando o assunto é o mercado de fontes de proteína animal? O ideal é ficar atento às tendências do setor.

Com a retomada da economia, especialmente a nível mundial, é de se esperar que mercados externos se abram à possibilidade de comprar com fornecedores brasileiros.

Além disso, será necessário reaver processos em busca de acomodar os custos brasileiros às demandas internas.

Entre as principais tendências do setor, podemos mencionar:

  • Ascensão da carne cultivada em condições controladas;
  • Destaque para nichos segmentados, como de carnes especiais;
  • Investimento em tecnologia e técnicas de produção sustentável.

Vale dizer que existem mercados segmentados que esperam mais do que apenas o produto, mas a chance de aproveitar uma experiência gastronômica complexa e diferenciada.

Em um boletim da Centro de Inteligência da Carne (CiCarne), órgão da Embrapa, as tendências mapeadas foram as seguintes:

  • 1) o empobrecimento da população global, prejudicando segmentos premium e beneficiando produtos mais baratos, embora com maior preocupação com a qualidade e sanidade;
  • 2) o medo do desabastecimento, que leva à maior preocupação com a “soberania alimentar”, redução das exportações, aumento de estoques e valorização de parceiros tradicionais.

A importância do médico veterinário na cadeia produtiva de fontes de proteína animal

O médico veterinário tem função primordial ao assegurar a qualidade das proteínas animais, aplicando as práticas que fomentam a segurança alimentar.

É um dos poucos profissionais nesse ciclo intenso que participa de todas as etapas, da criação do animal até o momento em que chega à mesa do consumidor.

Assim, ele atua desde a porteira da fazenda até seu abate, transporte e industrialização.

Além disso, é o responsável pela fiscalização e por assegurar o cumprimento das boas práticas e normas higiênico-sanitárias.

E, claro, é o médico veterinário quem também atua na rebarba deste mercado, assessorando produtores na melhor forma de utilizar os insumos agrícolas, sendo um contribuidor necessário na gestão de custos da produção de proteínas animais.

A tecnologia como aliada no setor pecuário

A tendência é que, para os próximos anos, a demanda sobre o setor agropecuário só cresça. Quando o assunto são fontes de proteína animal, isso é ótimo para produtores!

No entanto, também significa maior demanda por qualidade, segurança alimentar, capacidade logística e variedade de produtos.

Sua empresa tem o que é necessário para suprir com essa evolução tão desejada?

Seja sua resposta positiva ou negativa, saiba que estes aspectos serão de suma importância para que as empresas do setor invistam de maneira contínua em tecnologia que capacite suas operações.

Gestão de fazendas, controle de animais, melhorias logísticas, administração de fontes de energia, sistemas que auxiliam na nutrição animal… Pontos de melhoria não faltam.

A tecnologia tem o poder de transformar sua operação de diversas maneiras, tornando seus processos e entregas mais eficientes, condizentes com uma era de transformação digital.

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Conclusão

Para as empresas de fontes de proteína animal, é essencial se manter à frente das tendências e dos movimentos de mercado.

Trata-se de uma forma de assegurar sua posição forte diante dos concorrentes, bem como se destacar frente a eles.

Esperamos que as nossas dicas ajudem seu negócio a entender os desafios atuais do setor, bem como o papel da tecnologia na melhoria dos processos!

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