Last mile: o que é, como funciona e como otimizar

Escrito por Equipe TOTVS
Última atualização em 26 setembro, 2024

Na gestão logística, o last mile é a última parte do transporte de um produto, quando sai do centro de distribuição e vai até as mãos do cliente. É uma etapa extremamente importante para garantir a satisfação de seus consumidores.

Falamos da etapa mais crítica do supply chain, em que velocidade, segurança e eficiência devem andar de mãos dadas.

No entanto, trata-se também da parte mais cara: conforme a Capgemini, 41% dos custos da cadeia logística referem-se a essa última etapa de transporte.

Siga a leitura e entenda tudo sobre o last mile delivery, os desafios inerentes a esse processo e muito mais, em nosso guia completo!

O que é last mile?

Last mile delivery é a última etapa do processo de transporte de um produto, normalmente saindo do centro de distribuição até chegar ao destino final, no varejo ou na mão do cliente.

Otimizá-lo é importante para melhorar os indicadores logísticos do negócio.

Quem trabalha ou conhece a jornada logística por trás da entrega de uma mercadoria sabe que, olhando no aspecto geral, trata-se de uma costura repleta de nós intrincados.

Normalmente, essa jornada é separada em três partes: first, middle e last mile delivery.

Como ficou evidente, a última milha é a etapa mais importante: ela começa no momento em que o cliente conclui o pedido e efetua o pagamento.

E com o crescimento de modelos de negócios descentralizados, como e-commerces, a demanda aumentou.

Isso levou as empresas a testarem ferramentas e estratégias que garantam uma entrega rápida e eficiente.

Entenda como funcionam as 3 fases da logística

A entrega de meia milha permite otimizar recursos em processos que não envolvem a primeira milha nem a última. 

A comunicação entre os centros de distribuição (CDs) facilita o controle de estoque preciso e a organização adequada das tarefas de compras.

Nesse cenário, existem três etapas muito importantes. Conheça cada uma delas a seguir.

First mile

O first mile refere-se ao processo de transporte de um produto do seu ponto de origem até um armazém, centro de distribuição ou centro de coleta.

Normalmente, envolve vários processos manuais, como a gestão de pedidos com os fabricantes e gestão de frotas, bem como cuidados com o setor de embalagem e carregamento.

Quando falamos de e-commerces, o first mile delivery costuma ser aplicado no rastreamento dos itens pelo fabricante, assim como na escolha dos veículos que vão coletá-lo e trazê-lo até o CD.

Ou seja, processos que antecedem o envio ao cliente final.

Um dos principais desafios nessa etapa é modernizar os processos, automatizando-os ao máximo, bem como eliminando as partes manuais.

Isso envolve não apenas o setor logístico da empresa, mas também o departamento de compras. 

Entre os problemas que as empresas podem enfrentar nessa etapa, podemos destacar:

  • Erros de embalagem e rotulagem;
  • Falta de visibilidade nos processos logísticos entre o fabricante e a transportadora/distribuidora;
  • Atrasos que sirvam como “efeito dominó” e afetem os valores e o tempo da entrega de last mile.

Middle mile

O middle mile, por sua vez, é um processo que envolve o transporte de mercadorias entre um armazém e outro, de um armazém para um centro de distribuição ou, ainda, de um CD para um ponto de venda.

Essa é uma etapa que pode ou não existir no ciclo logístico, dependendo da metodologia de gestão e da demanda do negócio.

Grandes varejistas e indústrias com uma enorme base de clientes, em diferentes regiões do país ou do mundo, precisam se concentrar na entrega no meio do caminho.

Um bom middle mile permite otimizar processos que não envolvem o last mile ou first mile, como a comunicação entre os centros de distribuição, o controle de estoque preciso e a organização do setor de compras.

Last mile

Por fim, temos a entrega last mile, que se refere ao último passo do ciclo logístico: o processo de envio de uma mercadoria até o cliente final.

É comum falar que essa é a parte visível do processo de entrega, já que o cliente tem maior transparência sobre onde está seu produto.

Como a operação last mile impacta o processo logístico nas empresas?

Como mencionamos, além de ser uma das etapas que mais pesa nos custos de entrega, essa última milha costuma também ser um dos únicos (e, por isso, mais preciosos) pontos de contato entre uma marca e seus clientes.

Ou seja, prezar por essa etapa é importante, pois pode impactar diretamente a experiência do cliente e sua lucratividade.

Ao aplicar as técnicas de otimização corretas, você pode colher muitos benefícios, como:

  • Redução de custos: ao investir em controle, visibilidade e integração de dados e processos, você integra setores e realiza essa última parte da entrega de maneira eficaz, com otimização dos recursos e redução de despesas;
  • Melhor eficiência operacional: como a última parte da entrega é tão complexa e importante, sendo o fechamento do processo de envio, um plano de envio otimizado pode impactar diretamente nos resultados;
  • Maior satisfação do cliente: com a logística last mile otimizada, é possível se conectar aos seus clientes de maneira mais rápida, entregando mercadorias com eficiência e se destacando dos concorrentes.

Quais são os maiores desafios do last mile?

Por se tratar de um processo tão complexo e divisivo, o last mile delivery também acompanha alguns desafios bem evidentes — e que as empresas tentam, a todo custo, ultrapassar.

Entre os principais, podemos mencionar:

Imprevistos que impedem uma entrega rápida

É possível planejar a rota perfeita, mas o trânsito é vítima das circunstâncias de cada dia, e sua empresa não pode controlá-las.

São obstáculos como:

  • Tráfego intenso;
  • Obras nas estradas;
  • Pedágios em rodovias;
  • Ausência dos motoristas;
  • Problemas com os veículos;
  • Mau tempo (chuva, neblina, vento, gelo na pista em algumas localizações do Brasil).

Uma forma de resolver isso é contar com um bom sistema de roteirização, que leva em conta as condições das vias em tempo real para criar e adaptar as rotas definidas, flexibilizando o envio de mercadorias.

Tecnologia antiquada

Hoje, a gestão logística depende de tecnologias compatíveis com nosso tempo, seja do já mencionado sistema de roteirização ou mesmo de um GPS eficiente, que ajude no planejamento de rotas.

Altas expectativas do cliente

Sem dúvidas, as expectativas dos clientes já estão muito altas, muito por causa da eficiência de grandes players do mercado.

Segundo o relatório da Capgemini, citado logo no início deste conteúdo, 55% dos consumidores entrevistados afirmaram que mudariam para uma marca concorrente se ela oferecesse um serviço de entrega mais rápido.

Ou seja, competir com essas empresas, para organizações menores, é complicado, o que exige criatividade estratégica e inovação.

Além disso, uma boa comunicação e o toque pessoal podem ajudar os clientes a aceitarem prazos de entrega mais longos.

Além disso, faça questão de que todos os pontos abaixo já façam parte do seu processo logístico:

  • Prova de entrega;
  • Atualizações caso algo mude;
  • Informações de rastreamento confiáveis;
  • Estimativas de tempo de entrega precisas.

Quais são as expectativas quanto ao futuro do last mile?

Assim como toda gestão logística, a operação last mile tem muito a ganhar com a aplicação de tecnologias e soluções modernas em seus processos.

Para o futuro, empresas, transportadoras/distribuidoras e, principalmente, clientes, esperam:

  • Entregas mais flexíveis;
  • Maior foco na experiência do cliente;
  • Controle de ponta a ponta das operações de entrega;
  • Prova de entrega para maior transparência e eficiência;
  • Roteirização dinâmica para reduzir o tempo de entrega;
  • Utilização de despacho automático para economizar com custos logísticos.

E, claro, não podemos esquecer o foco cada vez maior na busca pela redução de custos do processo logístico.

Isso vai envolver o uso de tecnologias disruptivas, como dispositivos IoT para rastrear pacotes, bem como consolidar métodos alternativos de entrega, como os drones.

Como otimizar o last mile?

E a sua empresa, anda com problemas no last mile e quer otimizar esse processo em busca dos benefícios que citamos anteriormente?

Bom, você pode seguir algumas dicas que impactam diretamente na última etapa da entrega de sua empresa.

Que tal entender mais? Separamos as principais para você, confira:

Analise os processos

Para quem não conhece o ciclo logístico em uma empresa, pode parecer que é simples: afinal, não basta coletar o produto no estoque, embalá-lo e enviá-lo ao cliente?

Na verdade, são vários processos que compõem essa entrega, incluindo:

  • Gestão de pedidos;
  • Gestão de estoque;
  • Planejamento de rotas;
  • Monitoramento de inventário;
  • Separação, embalagem e coleta do item.

Por isso, antes de qualquer coisa, mapeie esses processos e entenda como exatamente eles são conduzidos na sua empresa.

Afinal, há espaço para otimização logística? O processo já conta com tecnologia ou sistema que melhore sua produtividade?

Invista na comunicação com o consumidor

O last mile é um processo extremamente operacional, mas cujo sucesso depende também da sensibilidade da sua empresa em saber como se comunicar com o cliente.

Por isso, crie maneiras de melhorar sua comunicação com esses consumidores, tornando os dados sobre as entregas mais transparentes.

Forneça diversas opções de entrega

Um dos benefícios do mercado atual é que sua empresa não precisa se limitar (e, por consequência, limitar a experiência do cliente) a uma única opção de entrega.

É possível escolher entre várias, prospectando as diferentes vantagens de transportadoras e distribuidoras terceirizadas.

Faça um planejamento estratégico das entregas

Como seu processo de entregas é conduzido? Há uma separação de etapas bem coordenada e aplicada na sua empresa?

Procure definir um planejamento estratégico para suas entregas, de modo a torná-las parte de um procedimento com etapas e responsabilidades predefinidas.

Desse modo, é possível mapear os indicadores mais importantes e manter um olho atento no desempenho do negócio.

Conte com modalidades de veículos distintas

Uma maneira de diversificar seu método de atuação nas entregas é com veículos distintos.

Ou seja, não conte com uma frota composta apenas de vans ou caminhões, mas tente alternar os veículos, de modo a adequar a cubagem e flexibilizar os envios em sua rotina logística.

Negocie com vários fornecedores

Uma das práticas mais comuns da gestão de fornecedores de um negócio é: não dependa apenas de um plano A.

Tente compor uma rede robusta de parceiros comerciais que possam não apenas diversificar suas opções de entrega, mas servir como um ecossistema que se complete caso algum deles falhe.

Aposte em diversos centros de distribuição e transportadoras

Quer tornar seu modelo de entregas compatível com os maiores players do mercado? Uma boa dica é avaliar o investimento em um maior número de CDs e transportadoras.

Assim, é mais fácil diversificar suas entregas e reduzir o tempo.

Avalie se o transporte coletivo é uma boa alternativa

O transporte coletivo (crowdsourcing delivery) é um método bem antigo de logística, composto por uma rede local de profissionais (e não-profissionais) para entregar pedidos diretamente aos clientes.

Existem aplicativos que oferecem essa alternativa e podem compor sua estratégia!

Faça o agendamento das entregas

Para proporcionar maior organização ao processo de entregas, que tal agendá-las?

Comece com um teste, focando em pedidos mais próximos do seu CD, e vá avaliando os resultados, perguntando a opinião dos clientes e entendendo se é válido ampliar para toda sua operação.

O agendamento lhe dá maior controle dos processos por trás da entrega, como na criação de uma rota mais eficaz conforme o horário de disponibilidade do cliente.

Conte com soluções tecnológicas

Por fim, você já deve ter percebido o quão essencial é a tecnologia para otimizar sua gestão logística, certo?

Não apenas no planejamento de rotas, mas para acompanhar todo o processo em tempo real, bem como para analisar os dados de desempenho, ajudando a extrair insights valiosos.

Você pode investir em sistemas que simplifiquem o monitoramento das frotas, que aumentem a visibilidade das operações dentro da empresa (e assim que o veículo deixa o pátio), bem como em softwares de BI.

O business intelligence é cada vez mais aplicado à gestão logística, pois permite que os líderes de negócio extraiam insights das informações geradas ao longo da rotina operacional.

Suíte Logística da TOTVS

A tecnologia é uma aliada importante não apenas na etapa de última milha, mas sim para toda a operação logística. 

Com a Suíte Logística da TOTVS você tem acesso a tecnologias completas, que ajudam a otimizar a cadeia de suprimentos de ponta a ponta, desde o recebimento de insumos até a entrega do produto final.

As soluções são desenvolvidas para aumentar a eficiência dos seus processos e, para isso, oferecem funcionalidades como WMS para gestão de armazenagem, YMS para gestão da fila de veículos e acesso ao pátio.

Os sistemas também contam com configurações de agendamento de rotinas operacionais de inbound e outbound, além de criação de roteiros de inspeção personalizados e muito mais.

Tudo isso em plataformas SaaS altamente escaláveis e adaptáveis a diferentes segmentos do mercado. 

Conheça a Suíte Logística da TOTVS e otimize sua operação de ponta a ponta!

Conclusão

O last mile é um dos pilares por trás do sucesso ou fracasso da sua operação logística.

Sua empresa já investiu em melhorias para essa etapa da jornada de compra?

Esperamos que esse conteúdo ajude você a melhor direcionar sua tomada de decisão, aprimorando a entrega de última milha e melhorando a experiência do seu cliente.

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