O blockchain é uma tecnologia revolucionária, baseada em um princípio simples: registrar (e rastrear) transações feitas pela internet, como criptomoedas. É uma inovação que promete revolucionar o mundo, as empresas e o comércio de forma geral.
A discussão sobre as aplicações do blockchain nos negócios, porém, ainda causa um pouco de surpresa e uma avalanche de dúvidas.
Afinal de contas, esta tecnologia foi colocada em evidência com o surgimento das criptomoedas e, até então, muitos acreditavam que a sua utilidade estava restrita às transações criptografadas de valor.
No entanto, a boa notícia é que o blockchain é muito mais que isso.
Mesmo sem dominar conceitos de criptografia ou saber como é a mecânica da mineração e a transmissão de dados, é fácil reconhecer que as suas aplicações para os negócios são amplas e vantajosas.
Entenda por que essa tecnologia pode ser o próximo diferencial da sua empresa em nosso guia sobre o assunto. Que tal aprender mais? É só seguir a leitura!
O que é blockchain?
O blockchain é uma tecnologia que funciona como um livro-razão, que registra toda transação de informações, de modo a tornar uma operação totalmente confiável e imutável.
É a espinha dorsal das criptomoedas, mais popularmente do bitcoin, e hoje já encontra aplicação em diferentes setores do mercado, como em smart contracts.
Para simplificar, podemos relacionar o blockchain a um banco de dados normal, mas os seus registros estão ligados por todos os servidores e computadores da rede participante.
O blockchain, portanto, permite que informações digitais sejam distribuídas por vários nós nessa rede.
Além disso, essas informações, uma vez submetidas ao blockchain, são guardadas por criptografia — uma forma de cifrar as informações, torná-las únicas e, claro, protegê-las.
Que tal um rápido exemplo prático?
Toda transação realizada no blockchain produz uma série de códigos criptografados que é registrada em um de seus blocos.
Esse registro é único e contém informações como quem enviou e quem recebeu (no caso do bitcoin, é um código que identifica as carteiras e não uma descrição apurada dos envolvidos), a hora que a transação foi feita e onde ela está registrada no blockchain.
A cada 10 minutos é formado um novo bloco de transações, e ele se liga ao bloco anterior.
A rede do blockchain é composta por “mineradores”, que verificam e registram as transações no bloco.
Essa lógica é determinada pelo protocolo do blockchain, que assegura que os processos por trás do sistema funcionem da melhor maneira possível, garantindo a segurança das informações.
A origem do blockchain
A origem oficial do blockchain data de 2008, do artigo acadêmico “Bitcoin: um sistema financeiro eletrônico peer-to-peer“. Ele tem autoria de Satoshi Nakamoto, muito embora, até onde se sabe, essa pessoa não exista.
Mais provavelmente, é um pseudônimo para alguém ou para um grupo de pessoas.
No documento de Nakamoto, o blockchain é descrito como uma rede que registra o tempo de cada transação, posicionando-a em uma cadeia contínua no hash (um tipo de criptografia).
Desse modo, não há como alterar um registro existente sem antes alterar toda rede. Sendo assim, cada registro (transação) é único — e por isso, imutável.
E por que falamos de origem oficial?
É que o blockchain teve algumas diretrizes discutidas há décadas, como no artigo “Como fazer um carimbo de hora em um documento?“, de Stuart Haber e W. Scott Stornetta, publicado em 1991.
Como funciona o sistema blockchain?
O principal objetivo da blockchain é possibilitar que informações digitais sejam distribuídas e registradas, mas não alteradas ou editadas. Desse modo, ele funciona de forma semelhante a um livro-razão.
No entanto, considere que, como livro-razão, o blockchain é digital e distribuído (os registros de transações são armazenados ao longo de toda uma rede de computadores) e também imutável (uma transação registrada não pode ser alterada).
Cada transação realizada no blockchain é registrada no sistema, em algo chamado de “bloco”. Esse bloco suporta uma quantidade X de registros.
As informações registradas são dependentes entre si (lembra do conceito de cadeia contínua?) e vinculadas ao bloco anterior.
Em geral, um bloco suporta pouco mais de 500 transações de bitcoin, para exemplificar.
Cada vez que um bloco é completado, outro é criado, carregando consigo informações do bloco anterior.
Conforme o número de blocos vai crescendo, temos uma “cadeia de blocos” — ou seja, um blockchain!
É por isso que os blockchains também são conhecidos como uma tecnologia de contabilidade distribuída (DLT).
Como funciona a carteira blockchain?
Uma carteira blockchain é basicamente uma carteira digital, que serve para manter criptomoedas (como bitcoin, ethereum, entre outras), bem como utilizá-las para transações.
De modo geral, a carteira blockchain também permite a uma pessoa armazenar outros ativos digitais que estejam no blockchain, como é o caso de NFTs, documentos etc.
Essa carteira é criada utilizando as próprias plataformas para tal.
Para acessá-la, os passos são praticamente iguais aos que qualquer pessoa dá para acessar sua conta digital no Internet Banking, utilizando login e senha (e outros passos de conferência, como autenticação em 2 etapas ou reconhecimento facial).
Algumas pessoas, preocupadas com a segurança dos seus ativos digitais, também utilizam o que se conhece como “cold wallet” ou carteira fria.
Essa prática refere-se ao armazenamento das chaves utilizadas para criptografar seus ativos digitais em hardwares externos, como um pendrive, por exemplo (mas não se limitando a isso).
Qual a importância do blockchain?
A grande importância do blockchain reside no fato de ser uma maneira descentralizada de manter registros seguros e imutáveis. Ou seja, falamos de uma solução que potencializa a privacidade do usuário e a segurança por trás de transações.
Hoje, estamos acostumados a utilizar uma plataforma descentralizada para compartilhar informações, a própria internet.
No entanto, quando o assunto é a transferência de valores, ativos e informações privadas, normalmente é preciso voltar às soluções antigas, como bancos e agências governamentais.
Até mesmo soluções inovadoras de pagamento digital, como o próprio PayPal, por exemplo, exige uma integração com a conta do banco ou seu cartão de crédito.
Desse modo, o blockchain para negócios dá a possibilidade de eliminar o intermediário (como no caso da transferência de valor, o banco), cumprindo três funções essenciais:
Registrar transações, estabelecer identidade e estabelecer contratos — esta última comumente feita pelos bancos.
Quais são os tipos de redes de blockchain?
Atualmente, existem diferentes tipos de redes de blockchain sendo utilizadas e exploradas no mercado. Mais comumente, fala-se de dois tipos diferentes: as redes públicas e privadas.
No caso das redes públicas de blockchain, qualquer um pode participar. É o caso de blockchains por trás de criptomoedas como bitcoin ou ethereum.
Nesse tipo, qualquer pessoa pode observar para onde as transações foram efetuadas — o que reduz sua aderência a usos corporativos, por exemplo.
Já as redes privadas de blockchain são o contrário: controladas por uma empresa ou grupo de usuários, que determinam quem pode ou não participar, se há necessidade de protocolo de consenso e se o livro-razão será compartilhado.
Outro tipo menos comum é o blockchain de consórcio, em que o modelo privado se mantém, mas a rede como um todo é suportada por um grupo de empresas.
Qual a relação do blockchain com mineradores e criptomoedas?
A associação do bitcoin e blockchain ocorreu devido a essa criptomoeda ter se popularizado e chamado a atenção para a tecnologia. Basicamente, o blockchain é o que possibilita e dá total segurança às transações de criptomoedas.
Supondo que um cliente tenha 1 bitcoin (BTC) e queira adquirir um item que custe metade do seu valor, a transação é inserida no blockchain.
Nesse momento, mineradores de dados iniciam o processo de mineração do código original. Trata-se de uma decodificação que poderia ser entendida como a resolução de sua matemática complexa. Para isso, eles emprestam poder computacional para a rede.
Esse minerador é remunerado com uma parte do valor da transação a título de comissão por seus serviços.
Ao final dela, produz dois novos códigos que também são registrados na tecnologia blockchain e validados por toda a corrente de blocos.
Um dos códigos representará o valor remanescente do cliente após dedução da compra e comissão do minerador.
O outro, agora em nome do vendedor, corresponderá a 0,5 BTC do que foi negociado.
O BTC original deixará de existir, mas os dois novos terão dados que indicam a sua origem em seus códigos.
As criptomoedas são descentralizadas, não dependem de nenhum governo ou instituição financeira, podem ser aceitas em todo o mundo, são seguras e têm uma boa valorização.
Um panorama sobre o uso do blockchain no Brasil
No Brasil, o blockchain já é utilizado por pessoas que investem em criptomoedas há alguns anos. Oficialmente, porém, apenas agora a tecnologia começou a ser explorada.
De acordo com matéria do Estadão, no fim de 2021 o governo federal começou a utilizar o blockchain para seus documentos.
Desse modo, será possível utilizar o blockchain para registros de carimbo de tempo em documentos da União — atestando que tal arquivo foi criado em determinado dia e hora.
Ainda dentro do tema, há o PL 2303/15, que no momento aguarda apreciação do Senado. Esse projeto de lei busca regularizar as criptomoedas e também o blockchain no país.
Conforme levantamento do Block Data, o Brasil ocupou o 9° lugar no ranking de países que mais conseguiram investimentos ligados a empresas envolvidas com blockchain em 2021, totalizando US$ 330 milhões.
Para se ter uma ideia, esse valor é maior do que países como Austrália (US$ 130 milhões), Suíça (US$ 180 milhões), Alemanha (US$ 255 milhões) e México (US$ 265 milhões).
Benefícios da tecnologia blockchain
Compreendendo a dinâmica básica da tecnologia blockchain e vislumbrando algumas de suas utilizações, podemos entender por que ela está em alta. Muitos negócios de segmentos em geral têm se interessado pelos benefícios diretos e indiretos que podem ter.
Economia de tempo
Algumas etapas comerciais, contábeis e financeiras precisam ser realizadas com o máximo de precisão possível. Todavia, isso não significa que não possam ser agilizadas. O blockchain pode, rapidamente, enviar e comprovar dados entre as entidades envolvidas para validar uma compra.
Segurança de dados
Uma das maiores vantagens do blockchain é sua segurança em relação aos dados.
Com ela, é possível verificar a integridade de todos os registros com muita facilidade.
Existe muita transparência entre as transações pois cada registro pode ser verificado rapidamente.
Deste modo, a empresa faz a validação da integridade dos processos de armazenamento com mais precisão. Essa segurança é fundamental quando se trata de dados de alto valor.
Redução de custos
No blockchain, há a possibilidade de salvar os dados de forma descentralizada, além de permitir o uso de um código aberto.
Isso ajuda a reduzir os custos, e a organização pode manter seus registros em um lugar mais eficiente, em que o acesso às informações é ágil.
Redução de riscos
A descentralização do banco de dados e a necessidade da confirmação dos processos em diversos servidores e computadores conectados ao blockchain inibe consideravelmente as ações dos hackers.
Investir na tecnologia blockchain permite que a empresa crie processos muito mais maleáveis, adaptáveis à dinâmica de seu negócio.
Tudo isso, além de continuarem seguros para a corporação e para os seus clientes.
Quais são os principais elementos do blockchain?
E agora, já entendeu tudo sobre o blockchain? Para simplificar sua compreensão, separamos os principais elementos da tecnologia, que a tornam única. Vamos lá?
Livro-razão distribuído
O blockchain funciona como um livro-razão distribuído, que realiza o registro de transações e o torna imutável. Ou seja, as informações estão todas seguras no livro-razão.
Contratos inteligentes
Os contratos inteligentes (smart contracts) são um elemento interessante que podem ser utilizados no blockchain.
Ou seja, contratos que podem ser registrados no blockchain, de modo a formalizar negociações entre duas ou mais partes, e cujas cláusulas são autoexecutáveis.
Transações inalteráveis
Por conta de suas propriedades, o blockchain evita que os registros sejam alterados. Apenas novos registros podem ser adicionados aos blocos, pois falamos de um sistema que funciona em cadeia contínua.
A tecnologia blockchain é confiável?
O blockchain é um livro-razão completamente seguro e confiável, capaz de registrar novas informações de forma linear e cronológica.
Ou seja, eles sempre são adicionados ao “fim” do blockchain. Para alterar o conteúdo de um bloco, é preciso que a maioria (50%+1) da rede chegue a um consenso para fazê-lo.
Isso porque cada bloco contém seu próprio hash, junto com o hash do bloco anterior, bem como o carimbo de tempo.
Os códigos de hash são criados por uma função matemática que transforma a informação digital em uma sequência de números e letras.
Se essas informações forem editadas de alguma forma, o código de hash também será alterado — em uma lógica que explicamos acima, na relação entre criptomoedas e blockchain.
Blockchain, criptomoeda e token: qual a diferença?
Confuso sobre a relação entre blockchain, criptomoedas e tokens? São termos muito relacionados, mas com significados completamente diferentes, vamos lá?
- Blockchain: uma tecnologia que funciona como livro-razão digital, registrando informações de forma imutável.
- Criptomoedas: ativos digitais descentralizados e não-tangíveis, nativos do blockchains. Eles são criados, negociados (transferidos, compartilhados etc.) e armazenados digitalmente.
- Tokens: no mundo das criptomoedas, tokens são a representação digital de um ativo em um blockchain. Criptos podem ser considerados também tokens, muito embora o conceito seja bastante amplo.
Como ganhar dinheiro com blockchain?
O empreendedor que busca no blockchain uma chance de lucrar pode se aproveitar das várias oportunidades que essa tecnologia oferece — especialmente em um momento em que ela ainda não é unanimidade.
A criação de soluções baseadas em blockchain, por exemplo, é um dos caminhos.
Explorar o potencial da tecnologia para criar uma solução de smart contracts que ajude determinadas áreas, como a construção civil, é uma boa.
Assim, por exemplo, digamos que a construtora firmou em contrato inteligente com a empreiteira que a primeira parte do pagamento será depositada após a concretização de 25% da obra.
Com o uso de sensores inteligentes IoT, ligados ao sistema blockchain em que está o contrato, é possível verificar de forma autônoma a conclusão desta porcentagem da obra, acionando a cláusula do contrato e realizando o pagamento.
A tecnologia a favor do seu negócio
O blockchain é um dos vários passos para que as pessoas e empresas tornem sua rotina digital mais segura, eficiente e integrada.
De modo geral, a tecnologia está a favor do seu negócio e de suas soluções, otimizando processos e melhorando suas entregas.
Hoje, você pode contar com sistemas de gestão e soluções que aumentam a segurança, a eficiência e a produtividade de todos os setores do seu negócio.
Muitas delas, inclusive, incorporam ferramentas e conceitos de tecnologia blockchain.
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Conclusão
Agora que você entende como funciona o blockchain, sabe que é possível usar essa tecnologia a favor do seu negócio. Implementar o blockchain ao ambiente corporativo permite mais segurança e confiabilidade para seu negócio.
As inovações podem ser muito benéficas quando aplicadas adequadamente nas empresas.
Cada tipo de negócio deve buscar a solução que mais atende às suas necessidades principais.Entenda também como outras tecnologias, como o data driven business, podem te ajudar a tomar decisões mais certeiras para o desenvolvimento do seu negócio.
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